O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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Peço que, quem queira continuar acompanhando o meu trabalho, siga o novo blog.

sábado, 31 de julho de 2010

Se tudo fosse igual

Por Emir Sader*

Há uma tese que corre em setores políticos distintos que, pelos equívocos que contém e pelas conseqüências desastrosas que gera, deve ser analisada com precisão. É a tese de que o PT e o PSDB seriam a mesma coisa, assim como os governos do FHC e do Lula.

A tese leva a uma espécie de “terceirismo” entre a direita e a esquerda, buscando definir uma eqüidistância em relação às candidaturas da Dilma e do Serra. Em 2006 essa posição levou a que alguns setores da esquerda propusessem o voto branco ou nulo diante da alternativa de Lula ou Alckmin, como se fosse igual para o Brasil qualquer um deles que fosse eleito.

Se os governos de FHC e Lula fossem iguais, a desigualdade teria diminuído e não aumentado durante o governo de FHC. Se fossem iguais, o extraordinário apoio popular que tem Lula teria sido dado também ao governo FHC que, ao contrário, terminou seu mandato com uma imensa rejeição da população brasileira.

Se fossem iguais, a reação do Brasil diante da mais grave crise econômica internacional desde 1929 teria sido a mesma de FHC em 1999: elevar a taxa de juros a 48%, pedir novo empréstimo ao FMI, assinar a corresponde Carta de Intenções (deles), cortar recursos das políticas sociais, aumentando a recessão e o desemprego, que levou o Brasil à uma profunda e prolongada recessão, de que só saímos no governo Lula.

Enquanto que o Lula reagiu diante da crise incentivando a retomada do crescimento da economia, baixando as taxas de juros, mantendo o poder aquisitivo dos salários, intensificando as políticas sociais, e fazendo assim que superássemos rapidamente a crise.

Se fossem iguais, não teria sentido a luta contra a ALCA – Área de Livre Comércio das Américas -, que FHC propugnava e que o governo Lula inviabilizou, para fortalecer os processos de integração regional. Dizer que são governos iguais ou similares é dizer que tanto faz privilegiar alianças subordinadas com os EUA ou aliar-se prioritariamente com os países do Sul do mundo, com os Brics entre eles.

Se fossem iguais os governos FHC e Lula, o Estado mínimo a que tinha sido reduzido o Estado brasileiro seria o mesmo que o Estado indutor do crescimento e a garantia da extensão dos direitos sociais da maioria pobre da população. O desenvolvimento, suprimido do discurso de FHC, foi resgatado como objetivo estratégico pelo governo Lula, articulado intrinsecamente a políticas sociais e de distribuição de renda.

Se fossem iguais, a maioria dos trabalhadores continuaria a não ter carteira de trabalho assinado, predominando o emprego informal sobre o formal. O poder aquisitivo dos salário teria continuado a cair, ao invés de ser elevado acima da inflação.

É grave que haja setores na esquerda que não consigam distinguir essas diferenças, entre a direita e a esquerda. Perdem a capacidade de identificar onde está a direita – o inimigo fundamental do campo popular -, correndo o grave risco de fazer o jogo dela, em detrimento da força e da unidade da esquerda.

A filosofia do pão francês (ou as generalizações horrorizantes de Índio da Costa)


A filosofia do pão francês

Por José Ribamar Bessa Freire (*)


Nos anos 1980, quando cursava eu a pós-graduação na França, por lá passou, turistando, uma amiga brasileira, cujo nome aqui omito com a devida permissão do leitor, porque a personagem ainda vive e não convém expô-la. Conto o milagre, mas não dou o nome da santa que antes mesmo de completar 48 horas em Paris, em companhia do maridão, já havia fotografado a alma dos franceses e emitido um juízo inapelável, contundente e definitivo sobre eles:

- Grossos! Os franceses são grossos! Grossos e boçais!

De onde tirou tal conclusão? De um laboratório de observação - uma padaria situada na esquina da Rue Falguière com o Boulevard Pasteur - onde, um dia após seu desembarque, tentou comprar – acreditem! – um pão francês. Descobriu, então, perplexa, que “não tem pão francês na França, só no Brasil”. Ou dito de outra forma: “na França, todo pão é francês”. O padeiro – segundo narrou - só faltou cuspir nela e por pouco não lhe chuta a canela. Havia testemunhas: o marido, que confirmou tudo e reforçou a generalização: - Os franceses são todos uns cavalos.

Contemporizei, sugerindo que talvez o casal não tivesse entendido direito as palavras do padeiro. Mas minha amiga Norinês (ih, meu Deus, sem querer revelei seu nome; agora é tarde, Norinês é morta!) reagiu, indignada, exibindo seu diploma da Aliança Francesa no Rio de Janeiro, onde durante oito anos aprendera a pedir informações, fazer compras, comer, conversar sobre família e trabalho, falar abobrinhas. Ofendida, dizia: - “A língua, eu domino. Entendo tudo. Não! Nada de problema lingüístico! Foi grosseria mesmo”.

Os salamaleques
Convém analisar o livro em que nossa heroína estudou francês. Havia dois personagens - Monsieur e Madame Thibault – que visitavam um jardim zoológico, explicando que “le lion est le roi des animaux”, ou um circo cheio de anões e gigantes: - “Le géant est un homme três grand qui a souvent plus de deux mètres de hauteur”. O livro dava até dicas para enfrentar o frio parisiense. Madame Thibault manda sua filha vestir o casaco: - Cathèrine, prends ton manteau! A menina resiste: - Mon manteau? Pourquoi? A mãe justifica: - Parce qu´il fait froid aujourd´hui.

Acontece que naquele forte calor de julho, aquelas frases pré-fabricadas sobre circo, zoológico e meteorologia eram inúteis. O casal não precisava de circo, mas de pão. Parece, no entanto, que Monsieur e Madame Thibault se esqueceram de ensinar a Norinês como devia se comportar numa padaria. “Não precisa – dizia ela - uma padaria é uma padaria em qualquer lugar do mundo. Não tem mistério. Você entra e pede uma bisnaga ou um pão francês, paga e se manda”.

Foi ai, então, que entendi. O problema não era de tradução da língua, mas de tradução da cultura. Monsieur Thibault não dera a Norinês o arsenal de salamaleques necessário para comprar uma simples baguete. O brasileiro é mais informal, entra na padaria e diz sem problemas: - “Seu menino, me dê uma bisnaga”. Já o francês não, é cheio de trique-trique. O cara entra e – primeiro salamaleque – cumprimenta todos os fregueses presentes:

- Bonjour messieurs et dames!

Antes de pedir o pão, investe no segundo salamaleque, saudando, dessa vez, o balconista. Na terceira mesura, pede a ele, por favor – s´il vous plaît - aquilo que quer comprar. O quarto salamaleque, ao receber o pão, é um agradecimento. Um merci beaucoup não faz mal a ninguém. O cidadão já cumprimentou, já comprou, já agradeceu, agora pode sair? Negativo. Ninguém sai impunemente sem se despedir do vendedor e ai vem o quinto rapapé: - Au revoir, monsieur! Ah, agora sim, o consumidor pode se pirulitar? Necas de pitibiribas! É preciso também se despedir dos fregueses ali presentes. Sexto salamaleque.

Norinês ignorou que devia fazer um enorme investimento em salamaleques. Já chegou ordenando. O padeiro viu aquilo e achou que ela é que era muito grossa e indelicada. Por isso, lhe disse: “Madame, nous n´avons pas gardé les cochons ensemble”, que é uma forma de questionar:Ei, minha senhora, que intimidades são essas? Nós nunca trabalhamos juntos num chiqueiro”. Ela fez um escândalo: “Ele me chamou de porca”.

Índio da Costa
É muito comum, mas deplorável, a construção de imagens estereotipadas sobre um povo, a partir de uma observação apressada e unilateral do comportamento de um indivíduo, relacionado a um pequeno conflito cotidiano. Nossos “hermanos” argentinos que o digam! Freqüentemente são vítimas (e ao mesmo tempo algozes) dessa postura etnocêntrica.

Supondo que o padeiro tenha sido efetivamente um cavalo – o que não foi o caso – a única conclusão que ela podia chegar era a de que o padeiro do Boulevard Pasteur era bruto. Seria incorreto concluir que “os padeiros do bairro de Montparnasse são grossos” ou que “os padeiros franceses são estúpidos” e muito mais ainda generalizar para 60 milhões de franceses.
Para desfazer a má impressão, convidei o casal 20 a conhecer uns amigos franceses, que são afáveis e gentis. Se os dois conhecessem Pascal Foucher, Juliette Moulin, Jean-Claude Frébourg e Daniel Patridgeon, que são umas flores de pessoas, se dariam conta do engano. Mas Norinês foi irredutível, recusou, não queria mudar aquela primeira impressão construída a partir de generalizações incorretas e inapropriadas realizadas por caminhos tortuosos.

Eis o que queria dizer... o que é mesmo que eu queria dizer? Meu amigo Thiago de Mello tem razão em avaliar que quando narro, em vez de descer pelo tronco, me perco pelos galhos. Ah, lembrei! Eis o que queria dizer: nessa campanha eleitoral, a filosofia do pão francês está correndo solta.

Juro que até tenho uma simpatia pelo José Serra, que foi um bom ministro da saúde, quero ver minha mãe mortinha no inferno, quero que santa Luzia me cegue se estiver mentindo. Mas ele sujou sua biografia, caindo no colo da direitona cavernária.

Confesso que estou horrorizado com a generalização feita pelo vice do Serra, Índio da Costa (DEM, vixe, vixe!) que em tom de denúncia “descobriu” que o PT mantém relações intimas com o narco-tráfico e as FARC da Colômbia, colocando tudo no mesmo saco. Serra assinou embaixo. É a filosofia do pão francês da Norinês Cabral (ih, me escapou o sobrenome, agora todo mundo sabe que a heroína é neta do velho Oder). Imaginem se Serra ganha e morre – toc, toc! - vamos ser governados por esse paspalhão. Não era com esse Indio da Costa que Serra tinha de se aliar.

*José Ribamar Bessa Freire é antropólogo, natural de Manaus e assina no “Diário do Amazonas” coluna semanal tida como uma das mais lidas da região norte. Reside no Rio de Janeiro há mais de 20 anos e é professor da UERJ, onde coordena o programa “Pró-Índio”. Mantém o blogTaqui pra tie é colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”

Lula e a direita golpista

Foto: Ricardo Stuckert
"A direita tentou dar um golpe a cada 24 horas para não permitir que as forças democráticas pudessem continuar neste país. Foram oito anos de ataques e infâmias. Eu mandei dizer a essa elite: vocês mataram Getúlio, obrigaram Jango a renunciar e o Jânio Quadros durou seis meses. Se quiserem me enfrentar, não vou estar no meu gabinete lendo o jornal de vocês. Estarei nas ruas conversando com o povo brasileiro" (Luís Inácio Lula da Silva)

José Serra tece loas à Globo e esconde suas irregularidades

Agência Assaz Atroz PODE MAIS que o presidente Lula

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“Não posso dizer tudo [que pensa sobre a revista Veja] porque eu sou presidente da República, sabe?”

Mas nós aqui não somos presidentes nem mesmo de escola de samba, portanto podemos mais que Lula.

Assim sendo...

(in)Vejam bem: VÃO SE ROÇAR NAS OSTRAS, BABACAS!

Editor-Assaz-Atroz-Chefe

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Lula manda Veja às favas: "Eu não preciso deles para nada"

Numa de suas mais sinceras entrevistas desde que chegou ao Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não apenas ignora as opiniões da Veja como também dispensa qualquer tipo de relação com a decadente revista da Editora Brasil. O depoimento foi dado na semana passada à repórter Adriana Araújo, do Jornal da Record.

Lula deixou claro que prefere a aprovação popular ao reconhecimento da grande mídia. “Se dependesse de alguns jornais, se dependesse de algumas televisões e se dependesse de algumas rádios — eu estou falando ‘algumas’, para não generalizar —, eu teria zero na pesquisa (sobre seu governo).”

Adriana perguntou, em seguida, qual é a resposta de Lula diante de uma caricatura grosseira que a Veja fez dele — “um rei com a coroa na cabeça e acima de todas as leis, que passa um mau exemplo para o cidadão brasileiro, desrespeitando as leis”. Foi o estopim para o desabafo do presidente — e uma quase promessa de expor, ao sair do governo, o que realmente pensa da Veja.

“Primeiro, eu não vejo essa revista — portanto, para mim não quer dizer nada isso. Como eu não preciso deles para nada — para nada, sabe? —, eles têm a liberdade de dizer o que eles quiserem a meu respeito. E eu quero ter a liberdade de dizer o que eu penso deles, do jeito que eu quiser”, declarou Lula. “Não posso dizer tudo porque eu sou presidente da República, sabe?”, explicou na entrevista.

Segundo ele, é possível que, ao fim de seu segundo mandato presidencial, todas as suas opiniões sobre a Veja venham à tona. “Um dia? Quem sabe?!”

Da Redação,
André Cintra

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http://www.youtube.com/watch?v=g20hobir9R4&feature=player_embedded

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Temendo ser preso, Diogo Mainardi foge

Por Altamiro Borges

Em sua coluna na Veja desta semana, Diogo Mainardi, o pitbul da direita nativa, deu uma notícia que alegrou muita gente. Anunciou que deixará o Brasil. Num texto empolado, ele não explica os motivos da decisão. A única pista surge na frase “tenho medo de ser preso” – será uma confissão de culpa? “Oito anos depois de desembarcar no Rio de Janeiro, de passagem, estou indo embora. Um vagabundo empurrado pela vagabundagem”. Concordo totalmente com a primeira descrição!

O enigmático anúncio levantou muitas suspeitas. Para o blogueiro Paulo Henrique Amorim, uma das vítimas das difamações e grosserias deste pseudojornalista, ele está fugindo para não pagar o que deve. “O Mainardi me deve dinheiro. Ele perdeu no Supremo Tribunal Federal, por decisão do Ministro Toffoli, recurso em uma causa que movo contra ele. Contra ele e o patrão, o Robert (o) Civita... Interessante é que o próprio Mainardi foi quem disse que só escrevia por dinheiro”.

Leia artigo completo no Blog do Miro...


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Ilustração: AIPC – Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

Agência Assaz Atroz

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Estaleiro OSX: É hora de o PT virar o jogo ou mofar com a pomba na balaia

O estaleiro de Eike Batista
30 de Julho de 2010 - Véspera de o PT virar o jogo político em Santa Catarina ou mofar com a bomba na balaia

Por Raul Longo (*)

Um dos tantos casos do Mercado Público, onde se gerou a maioria das expressões populares de Florianópolis. No decorrer dos contares as versões se diferem, mas, em suma, o vendedor de pombas, ao lado de seu balaio, confessava desejos por alguma morena ou galega que o desiludiu numa frase: “- Mofas com a pomba na balaia”.

Se a insistência do candidato aos favores da moça algum dia o elegeu aos prazeres almejados, não se conta. Mas no amor como no jogo, a insistência não vale nada se não se souber blefar e aproveitar o momento da jogada certa.

Em Santa Catarina o jogo político continuou de cartas marcadas mesmo depois da ditadura militar, com os potenciais naturais do estado repassados como fichas de cassino para apostadores de toda parte.

E ainda há muito a ser arriscado, pelos próximos crupiês, na mesa do jogo de interesses por patrimônios públicos. Pois isso de transgressões a determinações e códigos ambientais, é como qualquer outra aposta: o sujeito jura que vai só fazer uma fezinha e ao fim da noite já está arriscando todo o futuro da família.

Vez por outra acontece a denúncia de algum promotor público indignado com a jogatina. Dá em investigação federal, escândalo a ser abafado pelos parceiros da mídia monopolizada pelo grupo RBS, e alguma aporrinhação. Mas nada que não se resolva realocando alguns assessores pra buscar apostas por fora, e se vai levando até a próxima rodada de uma nova eleição ao governo, câmara ou senado. O importante é jogar o jogo!

Mas pra jogar sem perder, há que sempre se estar ao lado do dono da banca. E aqui continua o mesmo, mantendo a promessa em pé. Se não pôde cumpri-la no resto do país, no seu cassino ainda vai acabar com essa raça por mais de 30 anos.

Mas amanhã o PT pode virar o jogo no estado. Se souber usar as cartas certas, vira!.

Até agora teve de manter o blefe sustentando a aposta para não acontecer como no Rio Grande do Sul, com o Olívio Dutra.

Ali, o Olívio não quis pagar pra ver o jogo das montadoras de automóveis e o ACM cacifou. Lá se foi a Ford pra Bahia e o PT já está fora da rodada gaúcha há duas gestões.

Agora as pesquisas indicam probabilidade de voltar ao governo já em primeiro turno, pelo Tarso Genro. Mas é preciso reconhecer que mesmo indignados pela perda dos empregos da Ford, os gaúchos têm muito a lembrar do governo do Olívio. Em Santa Catarina, vamos nos lembrar de quem?

Se o Espiridião não emplacou nem pra prefeito e o Bornhausen pra governar teve de usar Luís Henrique e agora Leonel Pavan, enquanto prepara a cria para continuar a dinastia iniciada lá no Ireneu, a opção talvez seja Ângela Amin que se hoje não convence mais com a demagogia do “letinho” pra mamar votos; em compensação pode contar com o esquecimento das falcatruas e bagunça dos terminais de transportes desintegrados.

Da mesma forma que o eleitorado esqueceu a Moeda Verde e reelegeu a árvore de natal superfaturada do Dário Berger e o Andrea Bocelli de presente para a filha do Luís Henrique, e que o Ministério Público embargou.

Mas será que o eleitor de Santa Catarina é esquecido, ou falta melhores histórias pra lembrar?

Difícil manter memória do que jamais aconteceu. Mas há acontecimentos que se tornam inesquecíveis! E imperdoáveis também.

Há 4 anos atrás fui à Bahia para verificar em que se deu aquilo sem o Bornhausen de lá, tentando entender como é que o Jacques Wagner conseguiu virar o jogo e levar o PT ao governo baiano no ninho do velho dragão da maldade. Seria Wagner o santo guerreiro?

Não foi nada de esotérico, nem por castigos de santos e orixás. Foi a farroncaria do ACM carteando aqueles mesmos empregos da Ford que os gaúchos lamentaram copiosamente, imprecando contra Olívio e o PT.

A explicação se encontra nas palavras do Prof. Iberê L. Nodari da Faculdade de Engenharia Mecânica da UFBa: “Para os baianos restaram as vagas de emprego primário muito mal remuneradas, média de 500,00 reais quando as mesmas funções, em São Paulo, valem de 1.200,00 a 1500,00. Esta e outras afirmações do Prof Nodari em www2.uol.com.br/aregiao/art/fordba demonstram porque, depois de 4 décadas, o carlismo veio a bancarrota com o velho e poderoso crupiê ainda distribuindo as cartas sobre o feltro da mesa do jogo político nacional. Deixou heranças do que arrematou das profícuas riquezas daquele estado, mas para o eleitorado nenhuma saudade que levasse o neto ao segundo turno na disputa à prefeitura de Salvador.

Por essas de lá e acolá, entre muitas outras daqui mesmo, amanhã o PT tem grandes chances de virar o jogo da história política de Santa Catarina, mas também pode quebrar a cara e a própria banca se não escolher o momento certo de parar com o blefe e abaixar as cartas.

Quem na quinta-feira passada (22/07) esteve no cassino armado pela OSX no Jurerê Sport Center Club, e testemunhou aquele arremedo de audiência pública em apoio à aposta de 4 mil empregos rateados entre técnicos e operários trazidos de outras baixadas, e mal pagos catarinenses para serviços de chão de fábrica; contra mais de 9 mil desempregos nas atividades tradicionais da região: pesca, maricultura, gastronomia, comércio e turismo; percebeu a evidência de que o jogo mudou de mão.

Até ali quem bancava era o Eike Batista, blefando mero interesse no duvidoso prêmio de um estaleiro a dragar o leito do canal da Ilha de Santa Catarina, para montagem de algumas plataformas e passagem de 6 cargueiros/ano durante apenas uma década e meia. Mas, nos narizes e óculos de palhaço, nas faixas e cartazes, no Jaguará e na Maricota, nos apitos, pedaços de canoas e redes de pesca trazidas pelos Ilhéus de sul a norte da Ilha, ficou evidente que a mão do jogo virou.

Todo bom jogador, antes de tudo é um ótimo observador. E quem não tiver sensibilidade para interpretar as contundentes manifestações orais dos moradores, pescadores, maricultores, comerciantes e até turistas, daquela noite no Jurerê Sports Center; vai perder o melhor parceiro para este final, ou início, de rodada.

Claro que na interpretação do absoluto monopólio da mídia em Santa Catarina, a RBS, tudo não passou de manifestações de algumas ONGs oportunistas instigadas pelo eco-xiitas do ICMBio, sem sensibilidade para as emoções de um bom carteado.

Mas ali também ficou claro que as cartas não estão mais nas mãos do ICMBio que apenas confirmou, em maior amplitude e profundidade, o parecer do biólogo Paulo César Simões Lopes, contratado pela própria OSX: “.... a magnitude dos impactos são, em boa parte, permanentes e irreversíveis... Sugere-se, fortemente, a relocação do empreendimento para outra área, onde já existam complexos fora de baías ou enseadas, de maneira que os efeitos nocivos não sejam potencializados...” (os negritos são da cópia do parecer técnico do Ph. D. Paulo Simões Lopes)

Tampouco as cartas estão nas mãos do Promotor de Justiça Rui Arno Richter que recomendou ao governo de Santa Catarina um compromisso de não permissão de atividades portuárias no canal. O diretor da FATMA, a corretora das reservas ambientais do estado, sempre elegante e distante como todo bom crupiê; ouviu calado.

Provavelmente nem o Promotor Arno Richter duvida de que o que disse entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Mas se neste sábado, 31 de julho, às 9 horas da manhã no Miramar, durante o lançamento em Florianópolis da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República; o eleitorado não ouvir o PT descartar o blefe do Ministro da Pesca e da candidata ao governo do estado, e, por ela mesma, abrir o jogo; vão quebrar a banca até do Presidente Lula que já é apontado, nas ruas e telefonemas, como sócio do Eike Batista.

Eis uma grande oportunidade do PT virar a história política de Santa Catarina. Ou mofar com a pomba na balaia como tanto deseja Bornhausen.

Atenção: se o seu candidato é o José Serra, não precisa abrir o link abaixo. Em Santa Catarina, todos os eleitores do Serra são favoráveis ao Estaleiro do Eike Batista.

*Raul Longo é jornalista, escritor e poeta. Mora em Florianópolis (SC), onde mantém a pousada “Pouso da Poesia“. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

=> Saiba mais sobre o assunto aqui mesmo neste blog clicando em um dos links abaixo:

REPASTO DE ILHA PARADISÍACA AO ÓLEO EM MOLHO DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL À MODA DA FLÓRIDA (Raul Longo)

O CATARINA EIKE BATISTA, O GOVERNO DO ESTADO E NÓS, OS ESTRANGEIROS, NO FAROL DE SANTA MARTA (Raul Longo)

"Espelho": Ameaças ao farol de Santa Marta (SC) (Raul Longo)

O estaleiro e a insânia - Crime sócio/ambiental em Santa Catarina (Edison Jardim)

Serra está sendo cristianizado?

Serra está sendo cristianizado?

Por Altamiro Borges, em seu blog

Em 1950, Christiano Machado, candidato do PSD ao governo de Minas Gerais, simplesmente foi rifado pelo seu partido em plena campanha eleitoral e sofreu uma fragorosa derrota. Daí surgiu o termo “cristianizado”. Agora, no pleito de 2010, parece que o tucano José Serra corre o mesmo risco. Há fortes indícios de que ele está sendo traído por vários candidatos que temem perder votos se aparecerem como oposiçao ao presidente Lula, que goza de recordes de popularidade.

Os casos de traição explícita seriam trágicos, se não fossem cômicos. O tucano Tasso Jerreisatti, que teme por sua reeleição no Ceará, simplesmente não colocou a foto do presidenciável no seu comitê. Já Yeda Crusius, que está mais suja do que pau de galinheiro, preferiu não citar o nome de José Serra no lançamento da sua campanha à reeleição ao governo do Rio Grande do Sul. “Foi um lapso”, justificou. Outro traíra é o senador Agripino Maia, do Rio Grande do Norte, que não se cansa de elogiar Lula, que tanto combateu, e nem cita o ex-governador paulista nos palanques.

Levantamento do Correio Braziliense

O Correio Braziliense fez nesta semana um levantamento detalhado sobre os casos de trairagem. A reportagem confirma que em doze estados pesquisados, o nome e a foto de José Serra não têm qualquer destaque nos santinhos, faixas e baners dos candidatos aos governos estaduais do PSDB e DEM. Em Alagoas, segundo o jornal, o tucano Teotônio Vilela, que tenta à reeleição, esforça-se para mostrar intimidade com o presidente Lula e sua candidata, Dilma Rousseff. No Espírito Santo, todas as imagens de campanha do tucano Luiz Paulo reforçam apenas sua candidatura. O jingle, inclusive, abusa do nome Luiz. “Esse é o homem. Esse sabe fazer. Luiz, Luiz, Luiz”.

José Serra está sendo cristianizado até em palanques mais fortes da oposição de direita, como no Paraná. A campanha de Beto Richa (PSDB-PR) estampou no sítio na internet apenas material do candidato ao governo. Segundo a sua assessoria, o material casado “está sendo providenciado.” Em São Paulo, Serra aparece ao lado de Geraldo Alckmin apenas na imagem do comitê central de campanha, no Edifício Joelma. Na internet, a sua candidatura ocupa um cantinho da página. O sítio privilegia apenas as imagens de Alckmin e do seu vice.

Guinada para a extrema-direita

Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, a situação ainda é mais dramática. A vingança de Aécio Neves, humilhado pelo grão-tucano paulista, é maligna. O quartel-general do seu candidato ao governo estadual, Antônio Anastasia, não tem nenhuma foto ou folheto de José Serra. O nome do presidenciável só aparece, bem minúsculo, num santinho de Itamar Franco, candidato ao Senado. O mesmo ocorre na Bahia e Ceará, dois importantes colégios do Nordeste, onde Lula tem elevado prestígio, e no Acre e Pará. Todos os “amiguinhos” rifaram o tucano.

Talvez essa trairagem explique o péssimo humor de José Serra nas últimas semanas. O notívago está com as olheiras mais fundas. A sua cristianização pode representar o fim das suas ambições. Derrotado na disputa sucessória, ele ficará sem mandato. Ele terá dificuldade até para ser vigia noturno do Palácio dos Bandeirantes, caso Geraldo Alckmin, que já foi traído por Serra no pleito para a prefeitura da capital paulista, vença a disputa para o governo do estado. “Cristianizado”, o tucano tende a ficar cada vez mais feroz, reforçando a sua guinada à extrema-direita.

= A charge é do nosso colaborador Bira Dantas.

Jaburu, Escurinho e a touca de Varginha

Jaburu, Escurinho e a touca de Varginha

Por Laerte Braga (*)

À falta de programa, argumentos e qualquer vestígio de compromisso com o Brasil e os brasileiros a coligação PSDB/DEM/PPS parece que vai investir no medo. Receita de Regina Duarte. A ofensiva começa com a propaganda gratuita a partir do dia 17 de agosto.



José Arruda Serra interpretando o caçador que vai salvar Chapeuzinho Vermelho do Lobo Mau.. Foi o que restou aos tucanos. Perdido por um, perdido por mil, afinal, estão investindo num “negócio” assim como um Paulo Maluf com alguma sofisticação.



Contam que Zezé Moreira, técnico da seleção brasileira na copa do mundo de 1954 e várias vezes do Botafogo e do Fluminense, chamou o excelente ponta esquerda do tricolor Escurinho (fez oitenta anos outro dia) e disse a ele que mirasse na bandeira de corner quando fosse chutar para acertar o gol. A expressão usada à época por Zezé é que Escurinho fazia tudo certo, mas tinha o pé torto. Lenda ou não, num sei, mas Escurinho deu um chute certeiro dentro da pequena área e Marcial goleiro do Flamengo fez uma defesa garantindo que a lei da gravidade pode ser desafiada. Assegurou o título ao Flamengo, naquele ano. O chute de Escurinho foi preciso.



O mesmo Zezé Moreira teria mandado colocar um barril num determinado ponto atrás do gol, num plano elevado e dito a Jaburu, centro-avante contratado ao Olaria, que quando fosse chutar tentasse alvejar o barril para acertar no gol.



Num Fla Flu disputado num campeonato carioca, Fleitas Solich (um paraguaio) era o técnico do Flamengo e Zezé o do Fluminense. Naquele dia o tricolor estreava Humberto Tozzi, recém chegado da Itália, veterano e centro-avante estilo rompedor. O primeiro tempo terminou com a vitória do Fluminense por quatro a um.



Incomodado com a goleada o compositor Ari Barroso, que narrava o jogo para a antiga TV TUPI, chamou o comentarista José Maria Scassa, ambos rubro-negros e disparou a pergunta – “Scassa, pelo amor de Deus, será que o Solich não percebeu que o Zezé escalou o Humberto para chutar para fora enquanto o Telê faz os gols?” Scassa concordou e ainda explicou as razões que levaram a Zezé Moreira escalar um centro-avante para chutar para fora e despistar a defesa do Flamengo. O jogo acabou quatro a três.



Em Varginha, terra visitada por ETs, um técnico de nome Baroninho resolveu que seu time, o Varginha Esporte Clube vai treinar com toucas, ao invés de coletes para diferenciar os titulares do reserva. Segundo o técnico, com apoio da diretoria, jogador de touca tem que olhar para cima, de colete distrai e olha para baixo e no “no meu time quem não olha para cima não joga”.



Tucano não dorme de touca e muito menos joga de touca. Inventaram agora um texto atribuído à apresentadora Marília Gabriela, já desmentido pela assessoria de imprensa da moça, descendo o sarrafo em Dilma Roussef. Assim, as declarações da veneranda senhora Regina Duarte reproduzidas com outra signatária. Invenção.



Deveriam ter tentado Ana Maria Braga. Em meio a uma receita de bolo ou coisa que o valha, dispararia seus medos. Com o cuidado, evidente, de não ter entre os convidados o jogador Petkovick. O moço disse a Ana que ao contrário do que havia sido afirmado pela apresentadora, não nasceu num país pobre, pois o “socialismo dava educação, saúde e emprego às pessoas, ao contrário de hoje, drogas, prostituição, etc”.



A verdade é que José Arruda Serra nem chuta no barril, tampouco mira a bandeira de corner, muito menos treina de touca. É um escárnio que num país como o Brasil uma figura dessas possa pretender ser presidente da República. Causa engulhos a possibilidade de imaginar que isso possa vir a acontecer, pois cada vez é mais remota essa possibilidade.



Mas é preciso não dormir de touca. São trapaceiros lato senso, não vão medir esforços e nem trapaças para tentar alcançar o objetivo.



Existe ainda uma boa parte do patrimônio público para ser vendido (a PETROBRAS e o BANCO DO BRASIL, por exemplo), rende uma bela propina e o Brasil é vital para a política de recolonização da América Latina pelos EUA. Arruda Serra é “funcionário” de Washington.



Jaburu e Escurinho foram profissionais dignos e honrados no exercício de suas profissões. O técnico Baroninho pode até ter razão. Mas a quadrilha tucano/DEM, com Roberto Freire capitaneando o PPS não dorme de touca.



Leva a sério o parecer de Roberto Campos a Paulo Maluf sobre investir cem milhões para ser presidente. O rendimento em cima do capital em quatro anos proporciona ganhos de dez vezes sobre esse capital.



E isso na década de 80, hoje o ganho é maior. E por trás de José Arruda Serra o golpe de 1964 com todo o seu aparato repressor e corrupto, comandado de fora, em nova roupagem.



Quem dorme de touca é quem acredita nisso, nessa gente.



E tem outra, a disputa eleitoral não tem só para contrapor-se a José Arruda Será a candidata Dilma Roussef. Pelo menos, além de Marina da Silva (a verde que está vermelha com os seus financiadores), tem Ivan Pinheiro, Plínio de Arruda Sampaio e José Maria. Todos esses três, em seus programas e em suas condutas, passado, são figuras dignas e brasileiros maiores que qualquer bandido tucano, exatamente por serem brasileiros e não “brazileiros”.

*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no “Estado de Minas” e no “Diário Mercantil”. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?

CONVIVENDO COM FANTASMAS

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"Avancem para águas mais profundas" (Lucas 5,4)

Lúcia Nobre

Estava preparando o almoço, exatamente às 11 horas da manhã, em meu apartamento na praia de Pajuçara. Prédio antigo, já devem ter passado por ele, habitado ali, muitas pessoas que já se foram.

De repente, ouvi, vindo dos quartos ou banheiros, um sussurro de alguém como se estivesse muito cansado. Estremeci de medo, estava sozinha. E logo eu, que tenho medo dessas coisas, acredito nelas. Sou brasileira e mística. Podia ser alguém de casa, pensei. Não, não havia ninguém em casa, tinha certeza. Todos saíram. Todos? Estava mesmo sozinha? Parece que agora não mais estava. Para disfarçar, continuei o meu trabalho e pensei: ficarei só na cozinha. Não podia ficar só na cozinha, os banheiros teriam de ser lavados. Fortifiquei-me de coragem e fui. Entreguei-me à sorte. Nada aconteceu, só o medo. Que coisa feia, uma mulher adulta, mãe de filhas jovens, ficar com medo de fantasmas! Pensei mais uma vez, vou escrever sobre isso, será interessante. Peguei a caneta e o papel, comecei a escrever.

Ouvi os passarinhos espantarem-se. Eles estavam na área de serviço. Então, o barulho antes ouvido seria dos passarinhos? Claro que não. Estavam em outro ambiente. Continuei a escrever. Agora não estava com muito medo, queria mesmo que o fantasma desse sinal de vida. De vida? Sim, para que minha história se tornasse mais real. Eis que surge em minha frente... estava eu sentada no sofá da sala. Vi-me frente a frente com uma mulher bem alta, elegante, e dizia:

-Não deseje isso. Não é bom para nós, pessoas não mais terrenas.

- Não desejei nada, quem é você? Quis mentir diante do seu olhar instigador.

- Não minta, você quis a minha presença para tornar real sua história.

- Desculpe, achei impossível, por isso pensei.

Diante dessa situação, estava tremendo de pavor e pedi:

- Vá embora, não a chamei, perdoe-me.

- Agora é tarde, não poderei mais partir. Eu já morava aqui, só que ninguém antes havia desejado minha presença.

Eu não sabia o que fazer, não adiantava gritar, seria ridículo, ninguém acreditaria, poderia passar por uma louca gritando sem motivos. Esforcei-me e levantei-me. Ali, ela continuava a encarar-me, peguei uma panela de água quente no fogão e conjeturei: não adianta jogar porque é um espírito. Com o coração na mão, levei a água para matar os germes dos banheiros. Olhava só para frente, evitava olhá-la. Não sabia mais o que fazer diante daquela situação inusitada. Talvez pudesse sair de mansinho pela porta da frente.

Parecendo ler meu pensamento falou:

- Não adianta fugir, já lhe falei. Estarei sempre aqui, serei sua companheira quando estiver sozinha.

- Não acredito mais nisso. Acho que estou apenas imaginando tudo isso.

- Acredita agora? Disse a mulher, jogando ao chão um jarro de flores que estava sobre o centro da sala.

- Então diga o que quer. Reza? Diga o que posso fazer por você.

- Não pode fazer nada. Sou uma escrava de mim mesma. Vivi pouco nesta terra. Fui antes do tempo. Morei aqui logo que o edifício foi construído, talvez, uma das primeiras moradoras. Fiquei amarrada nestas quatro paredes por algo que não precisa saber. Não sairei jamais a não ser que ...

- Não acredito em nada que está falando, desapareça da minha frente.

- Só desaparecerei com uma condição.

- Uma condição? Fale que tenho muito que fazer.

- Troco minha vida por alguém de sua casa.

- Que história é essa? Não estou entendendo.

- Está sim.

- Pelo amor de Deus vá embora, deixe-me em paz.

- Deixe Deus fora disso. Ele não tem nada com isso, nem sei se ele existe.

- Claro que existe.

- Então, eu saio e levo uma pessoa sua.

- Vá embora que irei procurar algo que lhe devolva a paz.

- Não adianta. Sempre vou estar aqui enquanto não levar alguém. Este é o meu castigo ou o seu.

Apesar de insistir que vai ficar, a mulher como um relance, desaparece. E eu, como se tivesse despertado de um pesadelo, corri para atender à porta, pois a minha filha chegara do colégio. Não sei como nem porque esqueci o episódio vivido e não dei mais importância ao fato.

Passaram-se alguns dias até que eu ficasse sozinha novamente. Dessa vez, estava no computador retocando uns trabalhos. Senti um frio fora de comum. Pegando no meu pescoço, uma criança que nem sorria tal qual a mulher do outro dia. Dirigia-me a palavra com voz imperativa.

- Já resolveu? - Vai atender ao meu pedido?

Quis correr, quis gritar, aquela presença causava-me uma sensação horrível de medo, quase pânico.

- Não sei do que está falando. Quem é você ?

- Você já me conhece. Já lhe falei outro dia.

- Nunca o vi, por favor, vá embora.

- Estou como criança. O espírito não possui forma. Posso aparecer como mulher, como homem, como criança e até como animal.

- Quer reza. Vou mandar benzer este apartamento.

- Já falei o que quero e se não me entregar alguém da família, quero você mesma. Resolva, a decisão é sua. Não tenho muito tempo a perder.

Sai de relance, desta vez deixando um insuportável calor. Procurei ajuda de pessoas religiosas e, mesmo com rezas, não deixei de receber visitas inesperadas e indesejáveis. Desta vez, como da primeira, ouvi os pássaros movimentarem-se na área de serviço, onde eles ficam em suas gaiolas. Estremeci, porque, como das outras vezes, estava só. Até então não contei nada a ninguém. Fiquei com o pensamento que poderia estar imaginando. Fiz um esforço enorme e olhei em direção às gaiolas dos passarinhos. No lugar do passarinho preferido do meu marido, havia apenas um som que não era do passarinho.

- Não avisei? Este é apenas um aviso. Levei o passarinho, ele não voltará mais.

- Por quê? O que tem o passarinho com sua vida?

- Nada. É um aviso, já lhe falei. O próximo pode ser alguém de sua família.

Some a voz e também o passarinho, que não está mais na gaiola. Quando meu marido chegou, pediu explicação e eu apenas falei que não sabia de nada. Ele, inconformado, não entendia como o passarinho desaparecera da gaiola se esta permanecia com a porta fechada. Eu, para disfarçar, brincava: são mistérios...

- Filha, tem certeza que não abriu a gaiola? Perguntou quase sem prestar atenção na resposta, pois eu nunca havia chegado perto das gaiolas. Só ele cuidava dos passarinhos e com muito amor. Quantas vezes o surpreendi conversando com passarinhos ou mesmo colocando remédio em seu bico.

Imediatamente, sem nada comentar sobre o ocorrido, convenci a todos de casa a procurarmos outro apartamento, não dava mais para morar ali. O passarinho sumiu, não era minha imaginação, poderia acontecer coisa pior. Todos concordaram em procurar outro apartamento.

Quando estávamos nos preparando para nos mudar, estava eu sozinha quando a voz surgiu novamente. A mesma voz sem um corpo. Foi aterrorizante. Parecia um filme de terror.

- O passarinho sumiu, foi substituído por alguém da casa, mas vocês vão ter uma surpresa bastante desagradável. Aguardem.

A voz cala-se e, como se o filme de terror chegasse ao auge, entram por baixo da porta da frente diversas baratinhas que, imediatamente, invadem todo o apartamento, deixando-me atordoada, até angustiada. Dessa vez não pude esconder porque, como uma praga, elas invadiram e não houve veneno que as destruísse. A família, toda apavorada, sem demora, abandonou o apartamento. Ali não dava mais para continuar. Não contamos nada a ninguém, fomos embora e nos livramos dos fantasmas.

Alagoas na Net

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Maria Lúcia Nobre dos Santos, professora da Rede Estadual de Ensino do Estado de Alagoas e Rede Municipal de Ensino de Maceió. Autora do livro “Do índio a Collor”. Sergasa, 1992: resumo dos principais acontecimentos políticos, econômicos e sociais do Brasil. Especialização e Mestrado em Letras. Área de Concentração: Literatura Brasileira/UFAL. Dissertação do Mestrado: “A recriação do sertão no verso e na prosa - A harmonia da arte popular e erudita: uma incursão na tradição cultural brasileira na contística de Guimarães Rosa”, UFAL, 1999. Redação que se transformou no livro: A Arte Rosa do Popular ao Erudito. Edufal, 2000. Articulista, colabora com revistas e jornais impressos e internéticos. Perfil mais amplo de Lúcia Nobre pode ser lido no Portal Maltanet

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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Lula detona a Veja

Dana de Teffé, Elisa Samúdio e Álvaro Uribe

Capa da extinta revista "O Cruzeiro"
sobre o Caso Dana de Teffé

Dana de Teffé, Elisa Samúdio
e Álvaro Uribe


Por Laerte Braga (*)

Quando o presidente da Colômbia Álvaro Uribe, a oito dias de deixar o governo de seu país, arma uma confusão envolvendo a Venezuela, critica o presidente do Brasil que pede que o assunto seja discutido com o novo chefe de governo da Colômbia, está apenas fazendo como o advogado de Bruno, ex-goleiro do Flamengo, que arrolou Elisa Samúdio como testemunha no processo a que seu cliente responde.



Não há corpo, logo não há crime, é a teoria do advogado. Esquece-se que também não há vida. Uribe quer mostrar ao público interno – tráfico e militares – que ainda está forte, continua confiável e não vai aceitar eventuais processos por crimes vários. Desde o tráfico de drogas, a assassinato de opositores e a clássica corrupção de governantes tucanos aqui ou na Colômbia. Tucano é um estado de espírito criminoso em sua essência, em sua genética. Transcende ao Brasil.



Leopoldo Heitor ocupou o noticiário de jornais, revistas, rádios e tevês por boa parte de sua vida. Páginas policiais de um modo geral. Esteve no centro de dois crimes que comoveram a opinião pública. O crime do Sacopã, no Rio e o assassinato da baronesa Dana de Tefé.



Em 1952 o tenente da FAB – Força Aérea Brasileira – Alberto Bandeira foi acusado de ter assassinado uma sua namorada de nome Marina. O tenente Bandeira como ficou conhecido apresentou um álibi desmontado por uma testemunha falsa que Leopoldo Heitor colocou em cena. Bandeira foi condenado por um júri popular, quinze anos, perdeu a patente e só em 1972 conseguiu provar sua inocência. Participação decisiva do “homem da capa preta”, o deputado Tenório Cavalcanti.



O assassino era outro e a testemunha que Leopoldo Heitor apresentara à época, fajuta.



Em 1961 o advogado Leopoldo Heitor, conhecido como “advogado do diabo”, foi preso e acusado de ter matado a baronesa tcheca Dana de Tefé. Na versão do advogado em uma viagem do Rio para São Paulo ele e Dana teriam sido assaltados na estrada e ela assassinada. O detalhe é que todos os bens da baronesa pertenciam a Leopoldo Heitor que se valeu de uma procuração com poderes absolutos para transferi-los. Ficou preso nove anos, mas acabou absolvido e o corpo de Dana de Tefé nunca foi encontrado.



Dana também não. Na versão mirabolante do advogado, que chegou a escrever uma peça de teatro sobre o caso e fugiu no dia da apresentação, Dana voltou ao seu país e foi presa e morta pelo governo comunista à época.



O governo terrorista de Israel proibiu o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, de entrar em Gaza. É que um hospital com recursos brasileiros, da Índia e da África do Sul vai ser construído na faixa. Os líderes sionistas/nazistas de Tel Aviv, anteriormente, haviam impedido o ministro do exterior da Alemanha de fazer o mesmo.



O número de mortos em Gaza por doenças, fome, por falta de atendimento médico, água (foi roubada por Israel) é revoltante. O número de mulheres estupradas por soldados de Israel, de presos torturados e assassinados é algo que vai virando uma trágica e cruel rotina contra os palestinos.



Hans Blinx, ex-inspetor de armas da Nações Unidas, em entrevista a jornalistas na Grã Bretanha, disse que em 2003 alertou os Estados Unidos e o Reino Unido que não tinha convicções sobre a existência de armas proibidas no Iraque. O país foi invadido assim mesmo e as tais armas nunca foram encontradas.



O petróleo iraquiano sim. É propriedade de empresas norte-americanas e britânicas.



O relatório de Blinx, oficial à época, disse que os EUA pareciam “embriagados” com seu poderio militar. Não havia o tal “perigo de destruição em massa” que os norte-americanos e britânicos justificaram para invadir, ocupar e saquear o país, o que fazem até hoje.



A propósito, militares dos Estados Unidos não conseguem explicar o destino de parte das verbas liberadas para o Iraque. Mais de oito bilhões e meio de dólares sumiram. Com certeza vão usar o jargão “operações secretas para a garantia da segurança dos cidadãos norte-americanos e da propriedade privada”.



Álvaro Uribe fez o diabo, o possível e o impossível para conseguir um terceiro mandato. Subornou juízes, inventou perigos vindos da Venezuela, das FARCs-EP, assassinou inimigos políticos, comprou a mídia (a chamada grande mídia existe para ser comprada sempre e sempre foi assim).



Não conseguiu. Entre outras dificuldades que enfrentou um veto discreto do governo de Washington diante de denúncias feitas pela Agência de Combate a Drogas ligando o presidente (e principal aliado na América Latina) ao tráfico de drogas.



A menos de oito dias de deixar o poder o presidente/traficante Álvaro Uribe arranja uma grande confusão com a Venezuela com o objetivo de deixar claro para seus adversários políticos e aliados (o novo presidente é aliado, mas já se afasta do traficante) que continua vivo e não vai tolerar qualquer tipo de ação que possa colocá-lo em risco. E nem os rendimentos do tráfico.



Em caso de dúvidas quanto à sua inocência Uribe vai chamar os milhares de líderes sindicais, comunitários e trabalhadores e camponeses assassinados durante o seu governo para prestarem depoimentos a seu favor. Não há corpo, ou se há, no caso de Uribe existem aos montes, a culpa é das FARCs-EP, da Venezuela e da ação de agentes iranianos na América Latina.



De quebra o presidente brasileiro. Um jeitinho de criar um fato político para tentar eleger o Uribe daqui, José Arruda Serra.



Quando o ex-inspetor da ONU fala em “embriagados” pelo poder militar, ou quando afirma que os relatórios não conseguiram encontrar vestígios de armas proibidas no Iraque, está exatamente mostrando a face real tanto de norte-americanos, como do presidente da Colômbia, dos generais do Paquistão, ou do advogado do goleiro Bruno. E outros tantos



O que menos importa é a verdade. O lema da REDE GLOBO. Importa a versão que se dá aos fatos e se presta a guerras sórdidas em cima de pretextos falsos, ou mesmo que a versão seja de pesquisas de intenções de voto.



São iguais em dimensões diferentes, mas correndo todos para desaguar no mesmo mar.



Cheio de petróleo da British Petroleum.



O mundo que se dane.



Um trilhão de dólares para guerras? E daí? Madeleine Albright já dizia que “é o preço que se paga pela democracia”. Estava respondendo a uma pergunta sobre a morte de crianças iraquianas por conta de um bloqueio imoral dos EUA imposto àquele país. O mesmo que os terroristas da suástica de Tel Aviv impõem a Gaza e se regalam nas drogas produzidas e comercializadas por Uribe.



Com uma diferença. O diabo de Leopoldo Heitor era um diabinho diante do diabo de Obama, de Uribe, dos nazi de Tel Aviv.



*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no “Estado de Minas” e no “Diário Mercantil”. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?

Zé vampiro e Zé trololó


Ubiratan Dantas (ou simplesmente Bira) é um cartunista, chargista e ilustrador paulistano. Colabora com o blog "Quem tem medo do Lula?".

Soledad, a mulher do Cabo Anselmo


Soledad, a mulher do Cabo Anselmo
Por Urariano Mota (*)

Recife (PE) - Quem lê “Soledad no Recife” pergunta sempre qual a natureza da minha relação com Soledad Barrett Viedma, a bela guerreira que foi mulher do Cabo Anselmo. Eu sempre respondo que não fomos amantes, que não fomos namorados. Mas que a amo, de um modo apaixonado e definitivo, enquanto vida eu tiver. Então os leitores voltam, até mesmo a editora do livro, da Boitempo: “mas você não a conheceu?”. E lhes digo, sim, eu a conheci, depois da sua morte. E explico, ou tento explicar.

Quem foi, quem é Soledad Barrett Viedma? Qual a sua força e drama, que a maioria dos brasileiros desconhece? De modo claro e curto, ela foi a mulher do Cabo Anselmo, que ele entregou a Fleury em 1973. Sem remorso e sem dor, o Cabo Anselmo a entregou grávida para a execução. Com mais cinco militantes contra a ditadura, no que se convencionou chamar “O massacre da granja São Bento”. Essa execução coletiva é o ponto. No entanto, por mais eloquente, essa coisa vil não diz tudo. E tudo é, ou quase tudo.

Soledad em Montevidéu, antes de
embarcar ao Brasil, início dos anos 1970
Entre os assassinados existem pessoas inimagináveis a qualquer escritor de ficção. Pauline Philipe Reichstul, presa aos chutes como um cão danado, a ponto de se urinar e sangrar em público, teve anos depois o irmão, Henri Philipe, como presidente da Petrobras. Jarbas Pereira Marques, vendedor em uma livraria do Recife, arriscou e entregou a própria vida para não sacrificar a da sua mulher, grávida, com o “bucho pela boca”. Apesar de apavorado, por saber que Fleury e Anselmo estavam à sua procura, ele se negou a fugir, para que não fossem em cima da companheira, muito frágil, conforme ele dizia. Que escritor épico seria capaz de espelhar tal grandeza? E Soledad Barrett Viedma não cabe em um parêntese. Ela é o centro, a pessoa que grita, o ponto de apoio de Arquimedes para esses crimes. Ainda que não fosse bela, de uma beleza de causar espanto vestida até em roupas rústicas no treinamento da guerrilha em Cuba; ainda que não houvesse transtornado o poeta Mario Benedetti; ainda que não fosse a socialista marcada a navalha aos 17 anos em Montevidéu, por se negar a gritar Viva Hitler; ainda que não fosse neta do escritor Rafael Barrett, um clássico, fundador da literatura paraguaia; ainda assim... ainda assim o quê? Soledad é a pessoa que aponta para o espião José Anselmo dos Santos e lhe dá a sentença: “Até o fim dos teus dias estás condenado, canalha. Aqui e além deste século”. Porque olhem só como sofre um coração. Para recuperar a vida de Soledad, para cantar o amor a esta combatente de quatro povos, tive que mergulhar e procurar entender a face do homem, quero dizer, a face do indivíduo que lhe desferiu o golpe da infâmia. Tive que procurar dele a maior proximidade possível, estudá-lo, procurar entendê-lo, e dele posso dizer enfim: o Cabo Anselmo é um personagem que não existe igual, na altura de covardia e frieza, em toda a literatura de espionagem. Isso quer dizer: ele superou os agentes duplos, capazes sempre de crimes realizados com perícia e serenidade. Mas para todos eles há um limite: os espiões não chegam à traição da própria carne, da mulher com quem se envolvem e do futuro filho. Se duvidam da perversão, acompanhem o depoimento de Alípio Freire, escritor e jornalista, ex-preso político:

“É impressionante o informe do senhor Anselmo sobre aquele grupo de militantes - é um documento que foi encontrado no Dops do Paraná. É algo absolutamente inimaginável e que, de tão diferente de todas as ignomínias que conhecemos, nos faltam palavras exatas para nos referirmos ao assunto.

Depois de descrever e informar sobre cada um dos cinco outros camaradas que seriam assassinados, referindo-se a Soledad (sobre a qual dá o histórico de família, etc.), o que ele diz é mais ou menos o seguinte:

‘É verdade que estou REALMENTE ENVOLVIDO pessoalmente com ela e, nesse caso, SE FOR POSSÍVEL, gostaria que não fosse aplicada a solução final’.

Ao longo da minha vida e desde muito cedo aprendi a metabolizar (sem perder a ternura, jamais) as tragédias. Mas fiquei durante umas três semanas acordando à noite, pensando e tentando entender esse abismo, essa voragem”.

Esse crime contra Soledad Barrett Viedma é o caso mais eloquente da guerra suja da ditadura no Brasil. Vocês entendem agora por que o livro é uma ficção que todo o mundo lê como uma relato apaixonado. Não seria possível recriar Soledad de outra maneira. No título, lá em cima, escrevi Soledad, a mulher do Cabo Anselmo. Melhor seria ter escrito, Soledad, a mulher de todos os jovens brasileiros. Ou Soledad, a mulher que aprendemos a amar.

*Urariano Mota é jornalista e escritor. Autor do livro “Soledad no Recife”, recriação dos últimos dias de Soledad Barret, mulher do Cabo Anselmo, executada pela equipe de Fleury com o auxílio de Anselmo. Urariano é pernambucano, nascido em Água Fria e residente em Recife. É colunista do site “Direto da redação” e colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”

"Dissidentes"? Talvez. Mas... do que dissidiam?

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Caros leitores, foi difícil fazer a postagem desta matéria. O nosso Editor-Assaz-Atroz-Chefe precisou tomar uma atitude considerada antidemocrática e até constrangedora.

Explico.

O cartunista escalado para criar uma charge ilustrativa para esta matéria, publicada originalmente no site do jornal russo PRAVDA, não conseguia conter a crise de riso da qual foi acometido ao final da leitura do texto. Foi então que o nosso editor chefe precisou agir como um ditador colonial-imperial-escravista, desses que mandam derrubar governos em repúblicas-satélite, e trancafiou o coitado numa sala sem ar refrigerado, apenas com o mínimo conforto padrão hotel 4 estrelas, até que ele se decidisse a trabalhar.

Resultado.

O coitado, não suportando a degradante situação a que fora submetido, fez o seu trabalho e foi liberado do castigo, voltando a ocupar o majestoso ateliê da sede de nossa agência, com o humano direito de usufruir de todas as mordomias disponíveis aqui na nossa redação.

Ao final do trabalho o nosso editor chefe questionou a performance da charge, que foi considerada pouco criativa, sem a expressão digna de figurar nas páginas de nossa agência. O cartunista defendeu-se alegando que, nesse caso, o verdadeiro espírito humorístico está no fato; não, no traço

Cordialmente.

Editor-Assaz-Atroz-Assistente

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Cubanos em Madri: os "dissidentes" se rebelam

“Aqui na Espanha eu não sou um homem livre, porque o MEU futuro não depende de mim e sim dos funcionários que me impõem as suas decisões” declarou um dos ex-presos cubanos.

Os primeiros ex-presos “dissidentes” que chegaram à Espanha fizeram declarações públicas que têm deixado os espanhóis boquiabertos: no mínimo eles esperavam palavras de agradecimento em vez das críticas que têm sido realizadas por parte dos recém chegados.

Todos, em sua aparência, estão muito bem de saúde. Mostram-se gordinhos e rosados e não famélicos como se dizia na imprensa antes de serem postos em liberdade.
Uma manchete no diário espanhol El Mundo diz hoje [17 de julho], na primeira página: “Dissidentes cubanos denunciam que na Espanha não são livres”. Foi o que disse um deles, Julio César Gálvez, quando lhe perguntaram como se sentia em Madri. A resposta foi: “Aqui na Espanha não sou um homem livre porque o MEU futuro não depende de mim e sim dos funcionários que me impõem as suas decisões”.

Outro deles, Normando Hernández, enfileirou os canhões para a hospitalidade espanhola quando disse: "Estamos em um hostal com outros imigrantes. Não temos neste hotel banheiros privados. Neste lugar não existe privacidade e me dizem que nos levarão para um povoado de Valencia para viver em instalações onde terei que conviver com umas 40 pessoas”.

Depois lançou um bombardeio carregado de mal agradecimento. Disse: "Creio que se o Governo de Zapatero se comprometeu a nos acolher, também terá que nos proporcionar o que nós merecemos como refugiados”, acrescentando na linha seguinte que era em Miami que ele queria viver.

Omar Saludes, outro dos liberados, atacou o Ministro de Relações Exteriores da Espanha, um dos que arquitetou a liberação dos dissidentes: “É inaceitável que o Ministro Moratinos peça que a Europa levante a “posição comum contra Cuba”, disse Saludes, desafiador e mal agradecido.

Os comentários dos espanhóis não se fizeram esperar. Um deles escreveu uma carta ao jornal El Mundo, de Madri, visando falar por todos os espanhóis. Disse o madrileno, indignado pela conduta dos recém chegados: “Eu creio que mandá-los de volta ao seu país é o mais acertado, lá o senhor com problemas de banheiro privado não terá nenhuma queixa, e podem contar ao seu presidente todos os seus problemas e queixas, assim como todas essas ideias maravilhosas de liberdade a custa de outros”.

Comentário que fez nosso Duende Madrileño [codinome utilizado pelo repórter] desde a capital espanhola, onde esteve de corpo presente na conferência de imprensa dos “dissidentes” liberados, que chegaram a Madri: “Se essa é a mostra, como será o pacote?!”.

(Traduzido por Roberta Moratori)

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobre trogloditas, Stallone e o Brasil

Ubiratan Dantas (ou simplesmente Bira) é um cartunista, chargista e ilustrador paulistano. Colabora com o blog "Quem tem medo do Lula?".

Pedofilia, troglodita e sobreviventes

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Pedofilia e assassinato em massa

Georges Bourdoukan
Jornalista e escritor

Os Estados Unidos estão indignados. Em menos de duas semanas vieram a público documentos secretos, alias altamente secretos, acusando os militares do país de pedofilia e de assassinatos em massa de civis.

Que o digam as populações do Iraque, Paquistão, Afeganistão e por que não, Palestina.

O governo quer saber quem foi ou foram os responsáveis.

E a mídia repercute.

Bobagem.

Claro que o governo mostra indignação.

E claro que todos sabemos que os documentos secretos foram divulgados pelo próprio governo.

Essa é uma das formas que Obama encontrou para deixar de ser refém das empresas privadas que hoje controlam todo o serviço de informação do país.

Se vai dar certo, ou não, o tempo dirá.


Obama sabe que ele pode ser a próxima vítima.

Não porque seja muito diferente dos Bush( há sim uma pequena diferença), mas porque, ao contrario de seus antecessores, ele se recusa a dar carta branca aos criminosos que dizem defender os Estados Unidos.

Pedofilia e assassinato em massa.

É a democracia Ocidental e Cristã em sua plenitude.

Frase mágica que os Estados Unidos sempre utilizaram para ocupar e saquear países.

Inclusive nas maltratadas Américas.

Nós, mais velhos, nem precisamos recorrer à História.

Todos conhecemos o sabor da Democracia Ocidental e Cristã.

Era a época do prendo e arrebento.

Ditaduras eram semeadas em nome da Democracia Ocidental e Cristã.

E com apoio da mídia.

Lembram?

Quando o cheiro de cavalo era preferível ao do povo.

Esse povo estúpido que não sabe votar, que prefere iletrados a doutores.

Ah, esses doutores que já esgotaram seu estoque de sais e de rapés.

Que não podem ver um macacão que se arrepiam todos.

Mas a História é implacável e caminha sempre para a frente.

O Império treme.

Já dizia alguém que ele não passava de um tigre de papel.

E essa previsão está se confirmando.

E acreditem, seus dentes atômicos serão a sua ruína.

Já era mais do que hora.

Os oprimidos e explorados agradecem.


Blog do Bourdoukan

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Leia também....


Clique no título e leia... "Ele vestiu figurino de direita troglodita" [Adivinha quem!]


Clique no título e leia... Brasília Confidencial: Sobreviventes denunciam grupo de extermínio em São Paulo

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