O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Justiça Eleitoral cassa mandato de Kassab

Condenação por captação ilícita na campanha inclui a vice. Ambos seguem no cargo enquanto recorrem


Por Roberto Fonseca, Fabio Leite e Eduardo Reina - Jornal da Tarde


SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e a vice, Alda Marco Antonio (PMDB), tiveram o mandato cassado pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloísio Sérgio Resende Silveira, por recebimento de doações consideradas ilegais na campanha de 2008. A decisão, em primeira instância, torna Kassab o primeiro prefeito da capital cassado no exercício do mandato desde a redemocratização, em 1985. Como o recurso tem efeito suspensivo imediato, os dois podem recorrer da sentença sem ter de deixar os cargos.


Entre as doadoras consideradas ilegais estão a Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e empreiteiras acionistas de concessionárias de serviços públicos, como Camargo Corrêa e OAS. Ao todo, a coligação de Kassab e Alda gastou R$ 29,76 milhões na campanha, dos quais R$ 10 milhões são considerados irregulares pela Justiça. A sentença será publicada no Diário Oficial de terça-feira, quando passa a contar o prazo de três dias para o recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).


Silveira disse neste sábado, 20, ao Jornal da Tarde que já julgou os processos de Kassab, nove vereadores e dos candidatos derrotados na eleição à Prefeitura em 2008, Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), todos alvos de representação do Ministério Público Eleitoral (MPE), mas que não poderia informar quais dos réus foram cassados antes da publicação, na terça. Falta julgar o presidente da Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues (PR), e duas empresas acusadas de repasse ilegal.


O juiz afirmou, contudo, que manteve nas suas decisões o mesmo entendimento que levou à cassação de 16 vereadores no fim do ano passado. No caso, todos os políticos que receberam acima de 20% do total arrecadado pela campanha de fonte considerada vedada foram cassados. "Se passou de 20%, independentemente do nome, tenho aplicado a pena por coerência e usado esse piso como caracterizador do abuso de poder econômico na eleição, um círculo vicioso que dita a campanha e altera a vontade do eleitor", afirmou Silveira.


Além de cassar o diploma do prefeito e da vice, a sentença os torna inelegíveis por três anos. Dos 13 vereadores que aguardavam a decisão da Justiça Eleitoral, dez ultrapassavam o limite em doações consideradas ilegais. São eles: o líder do governo, José Police Neto (PSDB), Marco Aurélio Cunha (DEM), Gilberto Natalini (PSDB) e Edir Sales (DEM), da base governista, e os petistas Antonio Donato, Arselino Tatto, Ítalo Cardoso, José Américo e Juliana Cardoso, além de Rodrigues (PR).


Clique aqui para ler a matéria completa.

A sociedade mundial da cegueira



[caption id="attachment_4277" align="aligncenter" width="413" caption="Charge de Jonathas Mello, feita na época do lançamento do filme "Ensaio sobre a cegueira", de Fernando Meirelles, baseado no livro homônimo de José Saramago."]Charge de Jonathas Mello, feita na época do lançamento do filme "Ensaio sobre a cegueira", de Fernando Meirelles, baseado no livro homônimo de José Saramago.[/caption]


A sociedade mundial da cegueira


Por Leonardo Boff , teólogo, filósofo e escritor, na "Adital"

O poeta Affonso Romano de Sant'Ana e o prêmio Nobel de literatura, o português José Saramago, fizeram da cegueira tema para críticas severas à sociedade atual, assentada sobre uma visão reducionista da realidade. Mostraram que há muitos presumidos videntes que são cegos e poucos cegos que são videntes.


Hoje propala-se pomposamente que vivemos sob a sociedade do conhecimento, uma espécie de nova era das luzes. Efetivamente assim é. Conhecemos cada vez mais sobre cada vez menos. O conhecimento especializado colonizou todas as áreas do saber. O saber de um ano é maior que todo saber acumulado dos últimos 40 mil anos. Se por um lado isso traz inegáveis benefícios, por outro, nos faz ignorantes sobre tantas dimensões, colocando-nos escamas sobre os olhos e assim impedindo-nos de ver a totalidade.


O que está em jogo hoje é a totalidade do destino humano e o futuro da biosfera. Objetivamente estamos pavimentando uma estrada que nos poderá conduzir ao abismo. Por que este fato brutal não está sendo visto pela maioria dos especialistas nem dos chefes de Estado nem da grande mídia que pretende projetar os cenários possíveis do futuro? Simplesmente porque, majoritariamente, se encontram enclausurados em seus saberes específicos nos quais são muito competentes mas que, por isso mesmo, se fazem cegos para os gritantes problemas globais.


Quais dos grandes centros de análise mundial dos anos 60 previram a mudança climática dos anos 90? Que analistas econômicos com prêmio Nobel, anteviram a crise econômico-financeira que devastou os países centrais em 2008? Todos eram eminentes especialistas no seu campo limitado, mas idiotizados nas questões fundamentais. Geralmente é assim: só vemos o que entendemos. Como os especialistas entendem apenas a mínima parte que estudam, acabam vendo apenas esta mínima parte, ficando cegos para o todo. Mudar este tipo de saber cartesiano desmontaria hábitos científicos consagrados e toda uma visão de mundo.


É ilusória a independência dos territórios da física, da química, da biologia, da mecânica quântica e de outros. Todos os territórios e seus saberes são interdependentes, uma função do todo. Desta percepção nasceu a ciência do sistema Terra. Dela se derivou a teoria Gaia que não é tema da New Age; mas, resultado de minuciosa observação científica. Ela oferece a base para políticas globais de controle do aquecimento da Terra que, para sobreviver, tende a reduzir a biosfera e até o número dos organismos vivos, não excluídos os seres humanos.


Emblemática foi a COP-15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague. Como a maioria na nossa cultura é refém do vezo da atomização dos saberes, o que predominou nos discursos dos chefes de Estado eram interesses parciais: taxas de carbono, níveis de aquecimento, cotas de investimento e outros dados parciais. A questão central era outra: que destino queremos para a totalidade que é a nossa Casa Comum? Que podemos fazer coletivamente para garantir as condições necessárias para Gaia continuar habitável por nós e por outros seres vivos?


Esses são problemas globais que transcendem nosso paradigma de conhecimento especializado. A vida não cabe numa fórmula, nem o cuidado numa equação de cálculo. Para captar esse todo precisa-se de uma leitura sistêmica junto com a razão cordial e compassiva, pois é esta razão que nos move à ação.


Temos que desenvolver urgentemente a capacidade de somar, de interagir, de religar, de repensar, de refazer o que foi desfeito e de inovar. Esse desafio se dirige a todos os especialistas para que se convençam de que a parte sem o todo não é parte. Da articulação de todos estes cacos de saber, redesenharemos o painel global da realidade a ser compreendida, amada e cuidada. Essa totalidade é o conteúdo principal da consciência planetária, esta sim, a era da luz maior que nos liberta da cegueira que nos aflige.

Ibope e Veja - Gato por lebre

Ibope e Veja - Gato por lebre


Por Laerte BragaEm 1998, Augusto Montenegro, dono do IBOPE, o braço do grupo THE GLOBE no campo de pesquisas de opinião pública, afirmou a vários jornalistas que se Christóvam Buarque de Holanda não fosse reeleito governador de Brasília, segundo turno, disputa com Joaquim Roriz, ele rasgaria seu diploma de pesquisador.


Christóvam perdeu. Montenegro continua fazendo pesquisas e vendendo empulhação aos brasileiros.


Há alguns atrás o dono do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão, Sílvio Santos, desconfiou das pesquisas do IBOPE em torno dos níveis de audiência das redes nacionais de televisão. Contratou um outro instituto e os desníveis entre os resultados de um e outro eram de tal ordem que, Sílvio Santos denunciou que o IBOPE trabalhava com cartas marcadas, num sistema que consistia em instalar uma aparelhinho em alguns televisores em São Paulo, aparelhinhos esses capazes de determinar que canal estava sendo assistido. As pessoas aquinhoadas com o tal aparelhinho recebiam por isso.


O modo GLOBO de fazer as coisas. Comprar, quando não é possível chantagear ou esfolar.


As últimas pesquisas de opinião sobre índices de audiência das redes de tevê mostram uma queda sistemática da audiência da GLOBO, isso em termos anuais. São perdas constantes. O dado foi relevado, mostrado, pouco discutido, omitido pela empresa, mas um ou outro aspecto importante deixou de ser apresentado. A audiência da GLOBO cai ano a ano, no todo da programação e na média, enquanto aumenta o número de aparelhos desligados.


Tudo isso foi constatado pelo IBOPE. Daí a política de uma programação apelativa, mais ou menos como a rede fez no início de sua trajetória, na procura de um espaço para crescer.


Augusto Montenegro disse que José Collor Arruda Serra está eleito presidente, levando em conta os dados da última pesquisa.


Embuste puro. A simples exibição ou divulgação dos percentuais não mostra a totalidade do significado da pesquisa. Dilma Roussef subiu oito pontos e Serra caiu. Dilma começa a crescer de forma espantosa no Norte, Nordeste e Cetro-Oeste do País, onde bate Serra tranquilamente e registra crescimento na parte européia/norte-americana do Brasil, Sul e Sudeste. Não registra, no entanto, que para vencer as eleições José Collor Arruda Serra precisa, primeiro, vencer batalhas entre seus próprios aliados, temerosos que o candidato continue em queda e não consiga reverter a situação, até levando em conta que Dilma terá tempo maior na tevê.


Boa parte dos políticos regionais do DEM e mesmo do PSDB já deixaram claro que não vão se empenhar pela candidatura de Arruda Serra, mas salvar suas próprias peles.


E há o fator Minas Gerais. O segundo maior colégio eleitoral do País é um desafio para Arruda Serra (careca e carequinha). As desesperadas tentativas de seduzir o governador Aécio Neves para aceitar ser vice do paulista podem produzir efeito contrário. Boa parte do eleitorado mineiro começa a se deslocar da intenção de voto em Arruda Serra para o voto em Dilma. Se Aécio aceitar o acordo transforma-se numa barata que vai ser esmagada no dia seguinte ao da eleição. Se não aceitar sobrevive e para sobreviver já percebeu que precisa dar as costas a Arruda Serra. É briga de foice no escuro como se diz em Minas.


Para vencer, Arruda Serra precisa ter pelo menos 70% dos votos em São Paulo, o que parece improvável (nem vai mais às ruas temendo vaias) e ganhar em Minas com boa diferença (outra dificuldade). Setores do próprio DEM mineiro já disseram que vão com Aécio e ir com Aécio significa não ir com Serra. Pelo menos até agora.


O crescimento da candidatura Dilma Roussef no Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País faz com que candidatos a deputado estadual, deputado federal e senador (duas vagas) nos estados dessas regiões comecem a falar “não vou carregar um caixão”, aludindo à candidatura Arruda Serra. O candidato da Casa Branca perde nos três maiores contingentes eleitorais do Nordeste, Bahia, Pernambuco e Ceará.


Outro complicador e dos grandes, é o Rio Grande do Sul. Estado de forte presença das forças de direita e um perfil eleitoral complicado, eleições sempre apertadas, Arruda Serra enfrenta o problema Yeda Crusius. A governadora, até agora, não desistiu de ser candidata à reeleição, vive as mesmas dificuldades que Arruda (só não está presa, mas a hipótese não pode ser descartada) e o ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, tem todas as chances de ser o próximo governador. É um expressivo contingente eleitoral em termos de Brasil. A candidatura de Dilma Roussef cresceu no estado.


O ex-governador Olívio Dutra (seria o candidato ideal do PT) deve disputar o Senado e levar uma das vagas, o que agrava, mais ainda, as dificuldades de Arruda Serra.


Daí o empenho de Augusto Montenegro em tentar criar um fato consumado, a vitória de Arruda Serra, tal e qual fez diversas vezes não no seu papel de presidente de um instituto de pesquisas, mas de um braço do marketing tucano/DEM, sob a batuta da REDE GLOBO, principal cabo eleitoral de Arruda Serra.


Como coadjuvante a revista VEJA sai neste fim de semana com a ministra Dilma Roussef na capa. Dá conta de sua aceitação no PT, enquanto resvala nas análises para o jogo sujo sobre o passado de Dilma. Ter sido guerrilheira.


Nem uma palavra sobre Arruda Serra ter sido presidente da UNE, pertencer a grupos radicais de esquerda e quando preso no Chile, ter sido salvo (seria executado no estádio Nacional) por interferência direta do embaixador brasileiro (época da ditadura), a pedido de seu amigo Fernando Henrique Cardoso. FHC àquela época era o falso exilado. Vendia o peixe da esquerda para o distinto público, recebia dinheiro norte-americano da Fundação Ford e gozava de todas as regalias de “general” Anselmo. Ou seja, figura comprada pelos que controlavam e controlam ainda boa parte das forças armadas brasileiras (os norte-americanos).


As afirmações de Montenegro, a capa de VEJA e o conteúdo da matéria sobre Dilma dão a dimensão do que a candidata do PT vai enfrentar no curso da campanha eleitoral. A sórdida campanha de dossiês e “caravanas da cidadania” globais, que englobam toda a grande mídia brasileira, na tentativa de eleger a qualquer custo o candidato da Casa Branca, José Collor Arruda Serra.


Se FHC é um pobre coitado que vive hoje o dilema de não ser nada, apenas ex, o político brasileiro mais rejeitado (mais que Maluf por exemplo), José Collor Arruda Serra é o que há de mais repugnante em matéria de político e repulsivo como pessoa.


Quando João Pedro Stédile, numa entrevista lúcida durante o Fórum Social Mundial falou da necessidade de “reflexão” sobre o momento político sobre o Brasil, não estava dando nenhum passo atrás como pretendem setores irracionais da esquerda do quanto pior melhor (a política das pequenas seitas partidárias e do movimento social).


Eleições não vão transformar o trabalhador brasileiro em senhor do seu destino.. Nem vão promover as mudanças necessárias para que o Brasil seja um gigante de pé sem riscos de retrocesso.


Mas José Collor Arruda Serra é um retrocesso e por isso mesmo João Pedro disse que o MST é “contra Serra”, quando perguntado se o movimento era a favor da candidatura Dilma Roussef.


IBOPE e VEJA como que deram a partida na mídia do processo eleitoral. A preliminar. O gigante do “negócio”, da “mentira” ainda vai entrar em campo, está no aquecimento, falo da REDE GLOBO.


Quem quiser ver a íntegra da pesquisa do IBOPE, as entrelinhas que a turma esconde, é só dar um pulo em


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=124420&id_secao=1


Que num trabalho de Bernardo Joffilly vai encontrar tudo explicadinho, os dados reais do próprio IBOPE (pesquisas são registradas de acordo com a lei) que desmentem o presidente do IBOPE. Lá tem até mapinha com os dados do IBOPE.


O que é redundância. Desmentir Montenegro. Não fala a verdade e nem sabe o que isso.


A propósito, o distinto cidadão já procurou saber a historinha real do controle remoto no Brasil? Do empenho de Roberto Marinho junto aos ditadores para que o aparelhinho fosse proibido durante um largo período por aqui para evitar exatamente que o telespectador não tivesse que levantar para trocar de canal? Ou seja, aceitar resignado a GLOBO?


E o cara era chamado de paladino do progresso. Mas só dele.


Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

20 de Fevereiro no Brasil e no mundo

Dicionário da Sônia20 de fevereiro

1696 Carta régia proíbe que escravas usem vestidos de seda e objetos
de luxo, para evitar o mau exemplo.

1890 Colônia Cecília - uma experiência anarquista no Brasil: partem de
Gênova cerca de 150 anarquistas italianos, instalando-se em SC e criando o
que se chamaria Colônia Cecília em abril de 1890.

1989 600 índios de 11 nações reúnem em Altamira, PA, o 1º Encontro dos
Povos Indígenas do Xingu.

2002 Comissão de Ética pede explicações ao senador Arthur Virgílio
(PSDB-AM), por ter freqüentado camarote de empresa privada no sambódromo
carioca. Tentou dizer que havia pago R$ 2,5 mil pelo convite, mas foi
contestado, já que os convites não eram vendidos.

2002 New York Times revela a criação de um projeto de manipulação da
opinião pública: a Agência de Influência Estratégica - OSI, cuja missão é
divulgar falsas informações em nome de servir à causa dos EUA.

2008 Fernando Hadad, ministro da Educação, cria novas regras para a
indicação de integrantes do CNE - Conselho Nacional de Educação, que durante
os anos de FHC atendia a variados critérios, exceto o educacional.

2008 Matéria da revista Carta Capital: Enredo da CPI da tapioca - Oposição
visa Lula, mas quer investigação até certo ponto... A média de gastos com
suprimento de fundos é menor com Lula do que com FHC.

2008 Nelson Hubner, ministro interino de Minas e Energia, demite
sumariamente 5 servidores que transformaram o órgão público num balcão de
negócios entre 1997 e 2002, comandado por Nicolau Kohle e indicado por
Ricardo Izar (PTB-SP).

2008 Walter do Amaral, advogado que entra com ação popular contra Paulo
Maluf por conta dos desatinos da Paulipetro, vê finalmente, depois de quase
28 anos, o STF condenar Maluf e seu grupo a indenizar o estado em R$ 4,3
bilhões. Pagou????

2009 Integrantes de instituição chinesa para combate à pobreza visitam o
Brasil para estudar os programas sociais brasileiros.

Sônia Montenegro é analista de sistemas e mora no Rio de Janeiro. Mantém o blog “Farmácia de Pensamentos” e é colaboradora do blog “Quem tem medo do Lula?”

É de lascar, mas Ana Maria Braga cismou que é a encarnação da Ofélia - Pobre Ofélia






É de lascar, mas Ana Maria Braga cismou que é a encarnação da Ofélia - Pobre Ofélia


Por Laerte Braga


Deve existir alguma razão especial, além de audiência (que nem é tanta assim, já se cogitou de suspender o programa) para a GLOBO manter no ar a senhora Ana Maria Braga. A matrona em epígrafe, a Miriam Leitão do entretenimento, tanto poderia parar naquelas antigas seções de quadrinhos dos bons tempos dos velhos jornais, o “acredite se quiser”, ou ir cantar noutra freguesia, tamanho o volume de mancadas ao longo de sua trajetória televisiva.


Nem pensar em programa de humor, não confundir humor com essas besteiras que Ana Maria Braga fala.


Ao entrevistar o jogador Petkovic em seu programa, a veneranda senhora deu uma breve explicação sobre a Sérvia, país de origem do jogador. Discorreu sobre o que era a Iugoslávia, a divisão em vários países após a morte do marechal Tito e o fim da União Soviética (tudo isso é cantado pelo diretor do programa, ou no teleprompter, onde ela lê, se depender de memorizar vai tropeçar, embolar os fios todos, fica pior que aquele filme do submarino cor de rosa com Tony Curtis e Cary Grant.


E disparou a pergunta, bem ao estilo global, naquela de vender a ideologia capitalista, objetivo maior da REDE, falo da GLOBO, confiante na resposta do jogador. Veio em forma de batata quente. Dona Ana Maria Braga quis saber como foi nascer num “país com tantas dificuldades”.


Petkovic respondeu que àquela época não havia dificuldade alguma, as pessoas todas tinham empregos, salários, comiam, era o regime socialista. As dificuldades começaram depois do fim do socialismo.


Corta, muda de assunto.


Ofélia era só uma Vera Loyola pré concebida pelo humor, antes da Barra da Tijuca, Miami brasileira. Tinha graça, charme. Nem Ana e nem a moça das padarias que levava a cachorrinha para o cabeleireiro de helicóptero para evitar que a pobre coitada se estressasse no trânsito, tinham ou têm graça e charme.


Imagino o que deva estar sendo preparado para em programas seguintes anular o impacto da resposta de Petkovic. Em se tratando de GLOBO a histeria anti socialista, anti comunista beira às raias da paranóia e mistura-se ao puxa-saquismo contumaz de buana Obama, buana Obama, Chávez é o demônio.


É possível até que numa reunião de cúpula a família Marinho decida por uma edição especial qualquer mostrando que Petkovic está errado. Ou, o jogador corre sério risco de vir a ser riscado do mapa e crucificado pelos comentaristas globais nos próximos jogos do Flamengo.


O IBOPE já deve ter feito pesquisa para saber quantas “donas de casa” foram afetadas pelas afirmações do jogador e qual o impacto dessas afirmações sobre seus cérebros. Se de repente começaram a pensar, a atrever-se a pensar, ou pior, mudar de canal (tudo igual), pior ainda, desligar a tevê, ou se ainda dá tempo de salvar o que consideram “ser desprezível”, objeto a ser manipulado, ainda mais num ano eleitoral.


Quer ver a mancada da moça (opa!).


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=6&id_noticia=124417


Dá uma olhada na cara de tacho que a dita cuja ficou diante da resposta do jogador. Era para ser uma coisa e foi outra. Fora do script.


A REDE GLOBO é o ponto alto da campanha José Collor Arruda Serra. Já estava tudo pronto para “vote num careca leve dois” e agora, além das trapalhadas do segundo careca, vem um jogador de futebol e sérvio, dizer que no socialismo não existiam dificuldades, que as dificuldades começaram no capitalismo.


Putz! A grana que os norte-americanos gastaram para montar o novo modelo na antiga Iugoslávia, rendeu até guerra. O número de mortos, os crimes cometidos por arianos saudáveis violentando mulheres muçulmanas, que valeram a irresponsabilidade criminosa de João Paulo II pedindo que não abortassem, ou não tivessem o direito de abortar, filhos oriundos desses estupros. Tudo isso e Petkovic, no templo do capitalismo vem e diz que no socialismo não existiam dificuldades!


Imagine um programa só com Dona Ana Maria Braga, Dona Miriam Leitão (vacinada evidente, do contrário a turma corre sério risco e mesmo assim...) e Dona Lúcia Hipólito (longe de garrafas, ou não não sai a com a), as três sob o comando de Alexandre Garcia.


Pedro Bial faz o contraponto, mas desde que o governador Requião não apareça para meter-lhe o dedo em riste à altura do nariz e transformá-lo em anão com o epíteto “mentiroso”.


Não ia ser num estúdio, mas numa jaula.


Primeiro entrevistado, o ator Carlos Vereza falando sobre o “fascismo” e defendendo a entrega da faixa presidencial a José Collor Arruda Serra ou Aécio Pirlimpimpim Neves. Música de Cazuza (que não tem culpa nenhuma disso) e Reginaldo Faria, na abertura e no encerramento, dentro do avião, dando aquela banana que nem na novela...


“Brasil! Mostra a tua cara...”


Cara de plim plim.


Quem sabe para facilitar nos próximos programas ela não leva a dupla SERRA/KASSAB. Vão falar sobre obras para conter os efeitos das chuvas, amigos empreiteiros, o careca do Arruda e mostrar como se faz do Brasil uma grande pizza a lá FHC. Até a muzzarella é superfaturada.


Também de Laerte Braga leia:
"Eu tenho muito medo"

Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

Folha de S. Paulo distorce tudo contra Dilma. De novo!




[caption id="attachment_4261" align="aligncenter" width="322" caption="O jornal já publicou até ficha policial falsa de Dilma Rousseff"]O jornal já publicou até ficha policial falsa de Dilma Rousseff[/caption]

Folha: Não dá pra não desconfiar



Em plena 3ª feira de carnaval, a manchete da Folha de S. Paulo foi "Para Dilma, Estado deve ser também 'empresário'", com direito ao subtítulo "Pré-candidata quer que União não só induza, mas toque obras" e a quatro parágrafos introduzindo o assunto.


Depois, no caderno Brasil, vem o restante, tendo como título "Dilma faz defesa de Estado presente e tocador de obras".

O texto da repórter Marta Salomon, da sucursal de Brasília, desde o início causa estranheza. Primeiramente, porque não se refere a uma entrevista concedida por Dilma Rousseff ao jornal, mas sim de uma que foi editada em livro, para lançamento durante o congresso do PT.

Depois, porque confunde grotescamente o Estado empresário, que faz brotarem empresas estatais como cogumelos, com o Estado que cumpre sua missão de disponibilizar serviços essenciais à população. Se não, vejamos:


"...a pré-candidata ao Planalto Dilma Rousseff defendeu a presença mais forte do Estado na economia, não só para induzir investimentos mas também para tocar obras. 'O Estado terá, inexoravelmente, de reforçar seu segmento executor', disse a ministra ao apresentar proposta que chamou de 'bem-estar social à moda brasileira'.

"A presença mais forte do Estado na economia será necessária, defende Dilma, para universalizar serviços de saneamento, melhorar a segurança pública, ampliar o número de unidades de atendimento na saúde e a oferta de habitação a partir de 2011. Mais de quarta parte da população (26,6%) ainda não dispõe de serviços de esgoto, de acordo com os dados oficiais mais recentes."


Nesta 6ª feira (19), a Folha de S. Paulo dá a mão à palmatória, admitindo implicitamente que sua principal matéria de três dias atrás estava bem no espírito do Carnaval: era um samba do crioulo doido, só que carente do talento e espirituosidade do imortal Sérgio Porto.


O jornal publica no Painel do Leitor a refutação de Oswaldo Buarim Jr., assessor especial da Casa Civil, sem nada contestar. Isto, em jornalismo, significa que a réplica é inquestionável e não deixou espaço para tréplica. A Folha de S. Paulo não encontrou uma única palavra para dizer, que pudesse justificar a leviandade informativa por ela cometida.

Eis, portanto, o que evidenciou-se como a verdade cabal neste episódio:


"Na entrevista (...) não há uma só linha que ampare a manchete da Folha de 16/2... O título distorce o enunciado da reportagem interna, que, por sua vez, é uma distorção da entrevista.

"Para correta informação dos leitores, reproduzimos a declaração da ministra com seu sentido completo: 'O Estado terá, inexoravelmente, que reforçar seu segmento executor, para universalizar o saneamento. Melhorar a segurança pública, a habitação, as condições de vida da população etc. Teremos que adotar novos e modernos mecanismos de gestão interna, que instituam o monitoramento, a verificação, relatórios e mecanismos adequados de controle'.

"Nada a ver com 'presença mais forte do Estado na economia', como diz a reportagem. Tudo a ver com capacitação do Estado para atender as necessidades da população de maneira eficaz.

"Também foi distorcido o sentido de outra afirmação da min istra: 'Muitos diziam que só havia um jeito de as pessoas melhorarem sua situação: através do mercado. E que, se acreditássemos nisso, no final todos seríamos salvos'. Nesse ponto da entrevista, ela se refere a programas como o Minha Casa Minha Vida, conforme está claro na continuação do raciocínio, sonegada aos leitores do jornal: 'Era simplesmente impossível fazer política de habitação, porque não se podia subsidiar. Como construir casas para a população com renda de até três salários mínimos se o custo da casa não é compatível com a renda? A equação simplesmente não fecha. O mercado jamais resolveria esse problema'.

"Nada a ver com 'presença mais forte do Estado na economia'. Tudo a ver com política de subsídios para habitação popular."


O pior é que não se trata de um erro aleatório e inofensivo, mas sim de um que sugere ao leitor a criação de empresas que possam ser instrumentalizadas politicamente de diversas maneiras, inclusive como cabides de empregos.


Era a conclusão óbvia a que os perspicazes chegariam. E foi o que um leitor mineiro da Folha deduziu, em mensagem que o jornal alegremente publicou no dia seguinte:


"Se me faltassem motivos para não votar na candidata Dilma Rousseff, a manchete de ontem já teria sido suficiente: 'Para Dilma, Estado deve ser também "empresário'.

"Não consigo deixar de imaginar a fila de petistas e peemedebistas, de inquestionável integridade, em busca de vagas na diretoria das novas estatais, com o firme propósito de promover 'bem-estar social à moda brasileira'.

"O altruísmo desse pessoal eu conheço de outros carnavais."


Cabe à sucursal de Brasília informar os leitores da Folha sobre os acontecimentos políticos, não ela própria fazer política, fornecendo armas propagandísticas para os opositores de qualquer candidatura presidencial.


O jornal está devendo um pedido de desculpas a Dilma, sua vítima habitual, de quem publica até ficha policial falsa; e a seu público, por mais esta manipulação explícita e desmascarada.

Também de Celso Lungaretti leia:


Caso Battisti: Imprensa brasileira continua comendo na mão da italiana




Celso Lungaretti, é jornalista, escritor e ex-preso político. É paulistano, nascido e residente na capital paulista. Mantém o blog "Náufrago da Utopia", é autor de livro homônimo sobre sua experiência durante a ditadura militar e colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?"

Carta a meu irmão Alcides

Foto: Cuducos http://panoptico.wordpress.comFoto: cuducos http://panoptico.wordpress.com/2007/05/14/para-andrea-matarazzo-catadores-sao-problema/
"Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.


O bicho, meu Deus, era um homem."


("O bicho", Manuel Bandeira)


Carta a meu irmão Alcides


Por Urariano Mota"Alcides Nascimento Lins, 22 anos, foi assassinado a tiros na madrugada do dia 6. O jovem, filho de uma ex-catadora de lixo, havia passado em primeiro lugar entre os alunos de escolas públicas no vestibular de 2007 da UFPE”, disseram os jornais. Ao que digo agora.


Eu também já fui como você, Alcides. Eu já fui igualzinho a você, menino pobre que nem sempre tinha o que comer. Esclareço, pior dizendo: depois da morte do meu pai, quase nunca tinha pra comer. Mas se tem uma coisa que me fazia igualzinho a você era o gosto pelos livros, pela leitura, pela palavra impressa, que eu lia como um crente abre a bíblia e crê na palavra de Deus. Eu também já fui como você, até no tipo físico, até na cor, até na forma da tua pele. É lógico, não fui igual a você na aprovação das duras provas do vestibular, a ponto de ser classificado em primeiro lugar. Isso não, eu jamais consegui, embora sonhasse em fazer igual a você, quando tinha quinze anos.


Lembro de um dos escândalos no bairro de Água Fria em 1966: o filho de um lixeiro havia passado no vestibular de engenharia. Miro, lembro bem. Ele era apontado como exemplo para nós, que já gostávamos de estudar com o mesmo amor com que jogávamos bola. Por isso, foi com uma impressão de coisa conhecida, familiar, que abri o jornal há três anos e soube que você havia passado no vestibular lá em cima, no primeiro lugar. Então eu me disse, há três anos: Alcides é meu igual, Alcides é o que eu sonhava ser. Esse irmão eu conheço.


E mais fui me identificando ao saber que você gostava de pensamentos como este: “A felicidade se conquista aos poucos. A felicidade é adquirida por cada pedra tirada do caminho”. Que coisa, não é, meu irmão? Eu também, quando era contínuo de A F Motta e Companhia Limitada, enquanto limpava o lixeiro escarrado pelo português dono da firma, ia escondido para os livros de autoajuda, que me consolavam com pensamentos assim: “você é aquilo que imagina ser”. Então o contínuo estufava o peito para aguentar até a noite, quando ia para o curso clássico no ginásio pernambucano. Assim como você acreditava na felicidade, eu também acreditava que a gente crescia e melhorava de vida só pela força do pensamento positivo.


A vida depois me ensinou que as coisas não se passavam exatamente dessa maneira. Entre o sonho e a realização, quanto trabalho, quanto suor, quanta coisa a gente tem que engolir, Alcides. Quanta desrespeito a gente mastiga, mastiga, engole inteiro e o corpo devolve em tumor que explode no corpo da gente, meu irmão. Por isso entendi quando você, sem a experiência destes meus 59 anos, encarou os delinquentes, não ouviu a sua mãe, que lhe gritava para entrar, entrar urgente na sua casinha que mais parece casa de pombo, só tem entrada, e você, “não”, parecia se dizer, “será que eles não veem que eu sou um jovem de futuro? Será...?”. E os marginais não viram, ou de raiva porque eles próprios não têm mais qualquer futuro, apagaram com o teu, meu irmão. Por isso não gostei das notícias que vieram depois, quando toda a imprensa disse que você morrera por engano. Que você morreu porque foi confundido com um consumidor de drogas. O que isso quer dizer, mano? Que se você fosse usuário, comprador de maconha, estava certo receber duas balas na cabeça? O que é isso? A tua morte acende e levanta uma revolta imensa na gente, porque o crime e a barbárie cortaram o esforço de civilização em um jovem pobre. Mas a tua morte também nos ensina que não existe execução certa, que não há morte boa para ser aplaudida. Entre o uso da droga e a decência, entre o consumo de drogas e o amor aos livros, às vezes não existe mais que uma casinha de diferença, assim como na tua vila de casinhas de pombo. Nenhuma morte é justa, Alcides, tu bem sabes, tu bem sabias quando criaste dificuldade para que o teu vizinho não fosse morto. E terminaste morrendo no lugar dele.


Mas a tua morte, por fim, deixa em todos nós a maior lição, Alcides. A lição é esta, meu irmão, meu igual: que mais vale a luta que a vitória. Você esteve no bom combate, Alcides. Você esteve na luta de reunir forças por acreditar que pelo teu trabalho e estudo poderias ajudar a tua mãe, os teus amigos, o teu povo. Filho de uma ex-catadora de lixo, recuperaste ao fim a dor da tua mãe para todos os jovens, até mesmo para os maduros de todo o Brasil..... Mais vale a luta que a vitória. Eu acho que aprendi, mano. Eu juro que, quando crescer, eu quero ser igualzinho a Alcides.


Urariano Mota é jornalista e escritor. Autor do livro "Soledad no Recife", recriação dos últimos dias de Soledad Barret, mulher do Cabo Anselmo, executada pela equipe de Fleury com o auxílio de Anselmo. Urariano é pernambucano, nascido em Água Fria e residente em Recife. É colunista do site "Direto da redação" e colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?"

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