O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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"Quem tem medo do Lula?" 
O medo que a elite tem do povo é mostrado aqui.
Este blog não está subordinado a nenhum partido. Lula, como todo ser humano, não é infalível. Quem gosta dele (assim como de qualquer pessoa), tem o dever de elogiá-lo sem nunca deixar de criticá-lo. Afinal, só se cresce com críticas construtivas. Que fique claro, portanto, que este é um espaço democrático. Não esperem imparcialidade, isenção ou neutralidade... Esses são os nomes que os manipuladores autoritários usam para se esconder. Sem falar que tudo isso não passa de uma utopia impossível de ser alcançada plenamente pelo ser humano. Isso não existe! Nem aqui nem nos melhores jornais chineses. Neste contexto, este blog levanta uma bandeira nítida - o pensamento de esquerda. Todas as opiniões expressas aqui, em conteúdo assinado por mim ou pelos colaboradores, são de inteira responsabilidade de cada um. 

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3 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Ana!

Esse artigo tem tudo a ver com o blog.
Publica aí!

bj

Luiz Alberto Molinar


O SEGREDO DE LULA

Por Luiz Antônio Simas -

É impressionante como uma parcela significativa da elite letrada brasileira
não consegue engolir a presença de Lula na Presidência. Mais do que uma
oposição fundamentada em razões consistentes para criticar o governo,
boa parte da oposição a Lula me parece fruto de preconceito deslavado -
menos contra a figura de Lula do que contra a carga simbólica que sua
trajetória representa.


Somos um país historicamente marcado pela valorização demasiada da
cultura bacharelesca e, ao mesmo tempo, por quatro séculos de
escravidão que acabaram por desqualificar completamente o trabalho
manual. A primeira constituição brasileira - a carta do Império de 1824 -
estabelecia o voto censitário e preservava o escravismo, com o argumento
de que libertar escravos atentaria contra o direito à propriedade privada.
A primeira constituição da República - a de 1891 - proibia o voto do
analfabeto e, ao mesmo tempo, não atribuia ao Estado brasileiro o dever
de alfabetizar a população. O Brasil, em resumo, foi pensado por sua
elite política e econômica a partir da perspectiva da exclusão das massas
populares do exercício da cidadania e do acesso ao saber formal


Lula, nesse sentido, foi o presidente que mostrou a essas elites que o Brasil
pode, para elas, dar errado. Sim, porque até agora, na perspectiva dos donos
do Poder, o Brasil vinha dando certo. É simples: a exclusão social brasileira não
foi resultado de políticas fracassadas. Ela foi pensada e praticada como um
projeto de Estado-Nação. A chegada de Lula ao poder e a aprovação popular
ao seu governo tem uma dimensão simbólica única na trajetória brasileira -
é o tapa na cara da elite bacharelesca que se sente detentora do saber-poder
desde sempre e não admite o sucesso do sujeito sem educação formal que,
como homem comum [daí a sua grandeza] que é [somos], ocupa o cargo
outrora destinado aos fidalgos do bacharelismo.


O horror de muitos adeptos da cultura bacharelesca - a tal da cultura formal -
ao presidente do Brasil é o pânico diante da ameaça ao monopólio do saber
instituído que essas elites sempre prezaram e exerceram. O recado que a
trajetória de Lula manda aos doutores é a expressão viva da bela meditação
de Vinicius de Moraes em seu Canto de Oxalufã:


Você que sabe demais
Meu pai mandou lhe dizer
Que o tempo tudo desfaz
A morte nunca estudou
E a vida não sabe ler


O beabá
Não dá pra ninguém saber
Por que é que há
Quem lê e não sabe amar
Quem ama e não sabe ler?


Você que sabe demais
Mas que não sabe viver
Responda se for capaz:
Da vida, quem sabe lá?
Da morte, quem quer saber?


Oxalufã, o Senhor do pano branco, avisa aos sabichões que o mistério do
homem se instaura no tempo que a todos iguala no caminho da Noite Grande -
a morte, afinal, nunca estudou e a vida não sabe ler. O conhecimento formal
nunca foi sinônimo de conhecimento vital, sabedoria de vida, revela o poeta
em sua prece ao grande orixá.


As elites sofisticadas brasileiras, os sabichões intelectuais, as viuvas do príncipe
da sociologia FHC, os intelectuais orgânicos da plutocracia paulista, os donos
dos bancos acadêmicos que vêem seus tronos doutorais ameaçados pela adoção
do sistema de cotas sociais e raciais no Brasil, os conhecedores de verbos certos
e letras mortas, não compreendem o sucesso de Lula por um simples motivo:
É a eles que o poeta - ridicularizado por membros dessa mesma elite quando
se aproxima da Umbanda e do Candomblé - se dirige quando indaga:


Por que é que há
Quem lê e não sabe amar
Quem ama e não sabe ler?


A resposta, senhores, ao mistério da popularidade de Lula está na pergunta que
o poeta faz ao orixá que nos acolhe debaixo de seu alá funfun e guarda os segredos
do mundo na ponta do Opaxorô, o cajado sagrado. Durante quinhentos anos o
Brasil foi governado pelos letrados.




Começou a ser, com Lula,
governado por quem ama.

Anônimo disse...

So uma pequena correcao:
A frase acima no Blog, atribuida ao presidente Lula,: "O problema de quem nao gosta de politica e' que serao governados por quem gosta" na verdade e' de
e' de Arnold Toynbee

Ana Helena Tavares disse...

Caro "anônimo", apesar de você não ter se identificado, lhe agradeço pelo comentário pertinente e faço questão de publicá-lo até pra poder lhe corrigir e pra que esta questão fique esclarecida. A frase de Arnold Toynbee é: "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam". Eu não tenho como dizer se Lula se inspirou nisso, mas a frase acima - "O problema de quem não gosta de política é que está condenado a ser governado por quem gosta" - de fato foi dita por Lula em um discurso. E observe que a troca do verbo interessar pelo verbo gostar dá um tom bem diferente à frase.

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