Por Ana Helena Tavares em 15 de Outubro de 2010
Companheiros, neste dia do mestre, achei justo que vocês todos soubessem que, se curtem este blog, não é a mim que devem agradecer.
Eu passei 7 maravilhosos anos da minha vida (de 1996 a 2002, dos 11 aos 18 anos) no Colégio Pedro II. E naqueles bancos iluminados, pelos quais já passaram "brasileiros de um enorme e subido valor" (como diz o hino do colégio), eu respirei política. Lutei muito contra o governo FHC, em passeatas, assembléias de greve, etc. Em 2001, cheguei a ter uma foto minha, junto a outros estudantes, publicada no jornal "O Globo". Estávamos "acampados", em frente à porta do diretor-geral do colégio, para pressionar pelo cumprimento dos direitos dos grevistas. É claro que a matéria do Globo distorceu tudo, mas valeu pela recordação da foto. Quem tiver curiosidade de ver,
clique aqui. Eu apareço sentada no canto inferior esquerdo com um cartaz onde há uma caricatura de Paulo Renato (então ministro da educação) vestido com trajes mulçumanos e se lê: "Osama Bin Laden? Não! É Paulo Renato, ministro terrorista da educação". Como vêem, foi lá que eu aprendi esse negócio de esquerda e nunca mais me endireitei... Agradeçam, portanto, ao glorioso Colégio Pedro II e aos mestres que tive lá. Dentre eles, destaque para o Prof. de geografia
Osni Soares, que inacreditavelmente conseguiu me dar orientação geopolítica. Inesquecíveis aulas sobre a Guerra Fria de um mestre que tem o mundo na ponta do dedo. Parabéns, Osni!
Depois de sair do CPII, porém, caí nas asneira de entrar para a Faculdade de Letras. Uma faculdade que, pra mim, se mostrou mais fria do que aquela guerra. Mas houve lá quem se salvasse. Tive a honra e o prazer de, apesar de não ter sido aluna dele (digo, não de "papel passado na chamada"), ter sido por algum tempo algo como uma pupila a quem o Prof. Dr. Antonio Carlos Secchin resolveu dar atenção. A humildade em pessoa, característica indispensável aos verdadeiros mestres, o homem é uma das grandes sumidades nacionais no que diz respeito ao estudo da literatura brasileira. Saudades das palestras, das conversas informais, principalmente dos puxões de orelha, que valeram mais do que muitas aulas. Parabéns, Secchin!
Mas eu não estaria escrevendo nada disso aqui pra vocês neste blog, se não fosse Gilson Caroni Filho. Senão vejamos...