O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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Peço que, quem queira continuar acompanhando o meu trabalho, siga o novo blog.

sábado, 17 de abril de 2010

Limpando a sujeira cerebral (ou qual a pátria do PIG?)

























Os quatro vídeos foram produzidos pelo nosso colaborador, Kais Ismail, que é produtor cinematográfico e publicitário. Gaúcho, filho de pai palestino, mora em Porto Alegre.

Réquiem para Arnaldo Jabor



Réquiem para Arnaldo Jabor


Essa figura deprimente e fracassada chamada Arnaldo Jabor, é algo realmente digno de pena. Começou a ganhar fama no Brasil através do cinema e, embora esta seja uma das mais belas artes que o homem já produziu, das mãos do Jabor não saiu absolutamente nada de extraordinário, diferente, genial, sublime, etc. Para falar a verdade, não fossem os grandes atores com os quais trabalhou (Paulo Gracindo, Fernanda Montenegro, Darlene Glória, dentre outros) seus filmes não teriam ido além da mediocridade. A sua falta de talento, sensibilidade e inteligência, que são necessárias para qualquer tipo de arte, ficaram bem claras e nítidas nos seus poucos trabalhos como cineasta. Glauber Rocha (esse sim um gênio da arte cinematográfica e com uma inteligência e sensibilidade à flor da pele) é que fez bem em não permitir a entrada do Jabor no movimento do Cinema Novo. Glauber, com certeza, já pressentia o tipo de pessoa que o rondava como mosca de padaria na tentativa de fazer parte daquele movimento que fez história no cinema brasileiro.


Uma vez, no programa do Jô Soares, o Jabor, durante uma entrevista, disse que havia parado de fazer cinema porque ele já teria feito todos os filmes que poderia fazer. O Jô não só concordou com ele (e ambos são amigos) como disse ainda que lhe internaria numa clínica psiquiátrica se ele tentasse fazer cinema novamente. Este episódio parece ser mais do que suficiente para constatarmos o tamanho do talento do Jabor para a arte cinematográfica. Ou será que alguém consegue imaginar um Glauber Rocha, um Roman Polanski, Steven Spielberg, Stanley Kubrick, Walter Salles e tantos outros diretores geniais dizendo, depois de meia dúzia de filmes, que já fizeram todos os filmes que poderiam ter feito. Alguém que realmente tem o dom, a inteligência e a sensibilidade de produzir obras de arte (sejam pinturas, esculturas, teatro, cinema, literatura, música, etc.) só para de se dedicar à sua arte quando morre ou se tiver algum outro grave impedimento físico ou psicológico que o impeça de ir em frente na busca por uma superação a cada obra. Nenhum artista abandona a sua arte; mas, é, sim, por ela abandonado. Portanto, não foi o Jabor que abandonou o cinema, foi o cinema que o abandonou.


Bem, após essa separação litigiosa que o cinema lhe impôs, o inútil Jabor ficou vagando por aí em busca de sua própria identidade e tentando um lugar ao Sol. Começou a escrever para colunas de jornal. E foi aí que cometeu seu segundo erro: achou que poderia ser escritor. Mais um fracasso! Os livros do patético Jabor são tão ruins que fariam até mesmo Paulo Coelho se sentir um Balzac perto dele. Mas como Jabor é brasileiro e não desiste nunca, ele agora pensa que é comentarista político. Para começar não conseguiu agradar sequer aqueles pelos quais ele demonstra a mais completa subserviência e alto grau de adestramento, a família Marinho. Começou falando 30 ou 40 segundos (se muito) no Jornal Nacional (horário nobre) e logo foi jogado para o Jornal da Globo (um jornal de baixíssima audiência porque seu horário é incerto e geralmente muito tarde). Mas como não lhe sobrou mais nada, ele continua a sua cruzada como comentarista, só que agora resolveu encarnar o Inspetor Javert (personagem do clássico livro de Victor Hugo, Os Miseráveis) numa versão tupiniquim e escolheu os comunistas como seu Jean Valjean (o outro personagem do livro citado acima e que é perseguido pelo Inspetor Javert de forma estúpida e até mesmo patológica). Numa recente palestra onde foram cobrados 500 reais de entrada e que tinha o título de: 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão (pelo preço, fica fácil perceber que democracia aqui não é para qualquer um) o "popular" Jabor vociferou as seguintes acusações e avisos:


"Então o perigo maior que nos ronda é ficar abstratos enquanto os outros são objetivos e obstinados, furando nossa resistência. A classe, o grupo e as pessoas ligadas à imprensa têm que ter uma atitude ofensiva e não defensiva. Temos que combater os indícios, que estão todos aí. O mundo hoje é de muita liberdade de expressão, inclusive tecnológica, e isso provoca revolta nos velhos esquerdistas. Por isso tem que haver um trabalho a priori, contra isso, uma atitude de precaução. Senão isso se esvai. Nossa atitude tem que ser agressiva."


É realmente uma análise política à altura do seu talento como cineasta. O adestrado Jabor esqueceu de considerar na sua fala que a esquerda não possui um único grande meio de comunicação em todo o país. Não há ninguém de esquerda que possua grandes redes de televisão, de rádio, jornais e revistas de grandes tiragens mensais, semanais ou diárias. Ao contrário, todos os grandes meios de comunicação estão nas mãos da direita e estão sob a posse de algumas poucas famílias como os Marinho, o clã do Edir Macedo, os Saad, etc. A liberdade e a possibilidade de comunicação rápida e de grande alcance criada pela nova tecnologia, ao contrário do que diz o perturbado Javert Tupiniquim, está sendo uma grande arma de comunicação para a esquerda que, como já foi dito, não tem acesso aos meios mais convencionais e mais populares. Portanto, somente num cérebro extremamente limitado ou mal intencionado alguém pensaria que a esquerda poderia ser contra a liberdade de expressão. Os fatos provam exatamente o contrário, pois é através dessa liberdade que a esquerda está incomodando e conseguindo alcançar certos objetivos: como uma maior conscientização das pessoas, uma maior diversidade de opiniões e debates verdadeiramente críticos. Como mostram as preocupações do "brilhante" comentarista, parece que o que eles mais desejam é o retorno ao pensamento único, sem questionamentos e sem a possibilidade de uma visão crítica. O que o adestrado candidato à comentarista político está propondo para seus iguais é uma guerra ideológica para tentar frear o avanço da esquerda não só no Brasil como em toda a América Latina, pois eles sabem que estão perdendo essa guerra mesmo com o monopólio da comunicação em suas mãos.


Porém, essa derrota não foi implementada apenas no campo ideológico. O projeto defendido pelo Jabor e pela sua corja é o mesmo que exauriu e massacrou os trabalhadores latinos americanos durante a década de 1990, mas que acabou por alavancar os movimentos sociais e partidos de esquerda em toda a América Latina para a luta política e pela disputa do poder com as classes dominantes: o projeto neoliberal. Um sistema que defende o individualismo, a supremacia do mercado e do lucro sobre a vida e uma falsa meritocracia. Não há méritos quando alguns poucos começam uma corrida já com um dos pés na linha de chegada, enquanto a grande maioria tem que percorrer todo o trajeto para completar a prova. Essa é uma concepção de mundo que tem como ideal de justiça a perpetuação de uma classe no poder e de um sistema que concretiza, reproduz e aprofunda as condições de desigualdade e miséria. Eles temem uma sociedade mais igualitária e mais justa porque sabem que somente numa sociedade com essas características pode-se falar em mérito, pois todos partem de uma mesma base material, numa real igualdade de condições. O que seria do Jabor, por exemplo, se tivesse nascido pobre, negro e morador de favela? Se com todas as vantagens e benefícios que ele obteve por sua condição de classe, não conseguiu superar sequer o patamar do medíocre em tudo aquilo que se propôs a fazer, pode-se pelo menos imaginar o que seria dele em tais condições tão adversas...


Para concluir, gostaria apenas de comunicar ao fracassado Jabor sobre a sua própria morte, dedicar-lhe um belo réquiem e desejar, sinceramente, que descanse em paz!


As boas-vindas ao nosso novo colaborador, Renato Prata Biar. Historiador, pós-graduado em filosofia, mora no Rio de Janeiro.

O fantasma do candidato Serra



O fantasma do candidato Serra

Por Urariano Mota (*)

Recife (PE) - Para comentar o discurso de Serra no lançamento de sua candidatura, temos que enfrentar dificuldades. Uma delas é o espaço da coluna e a boa vontade do leitor. É um discurso tão repetitivo, em círculos, que a cópia na página deixa a impressão de que foram coladas as mesmas palavras. Acompanhem, ou comecem a rodar:

“Alguns dias atrás, terminei meu discurso de despedida do Governo de São Paulo afirmando minha convicção de que o Brasil pode mais.... o Brasil, de fato, pode mais.... o Brasil pode ser muito mais do que é hoje.... o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais.... Vamos juntos. O Brasil pode mais... Sim, meus amigos e amigas, o Brasil pode mais... Mas a Saúde pode avançar muito mais... Mas vai ter de crescer mais... Porque sabemos como fazer e porque o Brasil pode mais!.. Porque o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais.... Vamos juntos, brasileiros e brasileiras, porque o Brasil pode mais.”

Nesse discurso, cercado por senhores que não primam nem se irmanam pela moralidade, o candidato faz uma pregação de fé para virtuosos. Apesar do tom sério e dos olhos arregalados, chega a ser mais que cômico, quando vemos Fernando Henrique e Roberto Freire, mais os bravos acólitos do DEM e do PSDB, ouvindo uma nova Oração aos Moços:

“O Brasil pertence aos brasileiros que trabalham; aos brasileiros que estudam; aos brasileiros que querem subir na vida; aos brasileiros que acreditam no esforço; aos brasileiros que não se deixam corromper; aos brasileiros que não toleram os malfeitos; aos brasileiros que não dispõem de uma ‘boquinha’; aos brasileiros que exigem ética na vida pública porque são decentes...”

Imaginem as caras contritas de Roberto Freire, que possui uma sinecura em São Paulo. Imaginem a cara de FHC que tinha encontros com jornalistas interessantes no apartamento do orador, que gerou filho, de Fernando, e pensão pagos por todos os brasileiros, e acrescentem mais as caras gordas e ociosas do DEM e PSDB, diante de tais exortações ao trabalho e ao estudo. “O meu reino não é desse mundo”, devem ter pensado. Mas o Brasil pode mais.

Entre suas grandezas políticas, Serra enumerou a proibição do fumo nos aviões, que mais tarde estendeu para os restaurantes paulistas, e falou sobre educação, com as platitudes mais banais, insulsas e medíocres:

“Eu vejo em cada criança na escola o menino que eu fui, cheio de esperanças, com o peito cheio de crença no futuro. Quando prefeito e quando governador, passei anos indo às escolas para dar aula (de verdade) à criançada da quarta série.... No país com que sonho para os meus netos, o melhor caminho para o sucesso e a prosperidade será a matrícula numa boa escola, e não a carteirinha de um partido político. E estou convencido de uma coisa: bons prédios, serviços adequados de merenda, transporte escolar, atividades esportivas e culturais, tudo é muito importante e deve ser aperfeiçoado. Mas a condição fundamental é a melhora do aprendizado na sala de aula...Esse é um compromisso”.

De que estado veio José Serra? Mais, qual a educação que ele deu a São Paulo? Mais: como pode falar em “melhora do aprendizado na sala de aula”, quando São Paulo possui um dos piores índices de aprendizagem do Brasil? Com que cara ousa dizer que se revê em meninos que não sabem ler, escrever nem contar, mas têm índices de aproveitamento falseados nas provas? Mas o Brasil quer mais, e por isso o bom Serra prega:

“Quem governa, deve acreditar no planejamento de suas ações. Cultivar a austeridade fiscal, que significa fazer melhor e mais com os mesmos recursos. Fazer mais do que repetir promessas. O governo deve ouvir a voz dos trabalhadores e dos desamparados, das mulheres e das famílias, dos servidores públicos e dos profissionais de todas as áreas”

Não foi assim que ele agiu com os servidores da educação, aquela educação com que sonha para os futuros netinhos. Não os ouviu, aos servidores, nem a seus gritos, quando lhes aplicou a pedagogia da polícia, que mandou firme nos mestres. Aliás, mais: os professores, diretores e alunos jamais foram ouvidos, nessa curva da “austeridade fiscal, que significa fazer melhor e mais com os mesmos recursos”, quando o seu governo educou assinaturas milionárias para as revistas da Abril e jornais Folha de São Paulo para todas as escolas.

Mas há uma explicação para as caras fora do script do candidato nesse discurso cômico: Serra leu o texto de um ghost-writer, um fantasma que escreveu hipocrisias ao redor do mantra "o Brasil pode mais, porque você pode mais”. Esse foi o mesmo slogan de Alckmin, derrotado por Lula há quatro anos. Serra começou bem. A comédia é boa.

*Urariano Mota é jornalista e escritor. Autor do livro "Soledad no Recife", recriação dos últimos dias de Soledad Barret, mulher do Cabo Anselmo, executada pela equipe de Fleury com o auxílio de Anselmo. Urariano é pernambucano, nascido em Água Fria e residente em Recife. É colunista do site "Direto da redação" e colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?"

A imagem é uma criação do nosso colaborador André Lux com base na capa real da "Veja"  deste final de semana, em que Serra (ou seria Nosferatu?) aparece se achando sexy. Confira aqui. É um legítimo panfleto publicitário. Escancararam.

FHC: Herança maldita ou bendita?


Herança maldita ou bendita?


Os defensores do governo demo-tucano de FHC, entre eles o PIG – Partido da Imprensa Golpista, evocam a estabilidade da moeda, o real, e o saneamento dos bancos através do Proer, como sendo os grandes responsáveis pelo sucesso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.



Tenho que reconhecer que conviver com inflações estratosféricas era uma loucura total, e que os maiores prejudicados eram exatamente os mais pobres. Alguma coisa teria que ser feita...


O Plano Real foi feito no governo Itamar Franco, anunciado enquanto FHC era o Ministro da Fazenda (de 19/5/1193 a 30/3/1994 - por 10 meses), e com uma equipe formada basicamente pelos mesmos economistas que haviam participado do Plano Cruzado de José Sarney.


Bom que tenham aproveitado uma experiência anterior, mas Itamar afirma que o grande mérito do Real foi de Rubens Ricupero, que foi quem de fato implementou o plano. Itamar acusa inclusive que foi uma irregularidade FHC ter assinado as notas da nova moeda, quando já não era mais ministro.


Desavenças à parte, fato é que o Plano Real elege FHC presidente do Brasil em 15 de outubro de 1994 e ele assume em 1 de janeiro de 1995, ou seja, foi indiscutivelmente beneficiado pelo governo anterior.


A 1ª crise econômica que o governo FHC teve que enfrentar (em 15 de março de 1995), não foi fruto de nenhuma crise internacional. O mercado mundial estava tranquilo e favorável aos países emergentes, mas o governo mexeu no câmbio amadoristicamente, ou irresponsavelmente, por "suspeita de volta da inflação", com consequências nefastas. Em uma semana o BC fez 32 leilões de câmbio torrando US$ 7 bilhões, elevou a cotação do dólar e aumentou brutalmente a taxa de juros. US$ 2 bilhões de investidores estrangeiros deixaram o país e Serra e Malan aumentaram a previsão da taxa de inflação anual. Para atenuar as mudanças cambiais que desagradaram aos investidores, o governo anunciou a privatização da Cia Vale do Rio Doce, considerada a mais eficiente das 136 estatais e o fim da reserva de mercado no setor bancário.


Depois disso, FHC teve que enfrentar a crise bancária, ocasionada pelo Plano Real, já que os bancos estavam viciados em auferir grandes lucros com a inflação alta, e em 20 de agosto de 1995 lançou o Proer.


Até o Bush, em sua operação salva-bancos foi mais honesto do que FHC. Bush reconheceu que o dinheiro era do contribuinte, já FHC garantiu que o Proer, não envolveria 'nenhum centavo' de dinheiro público. Mas a maior diferença, é que agora, o Obama está fazendo com que os bancos paguem o que receberam à guisa de empréstimo, o que aqui no Brasil foi doação. Os donos dos bancos "ajudados" por FHC deram o calote, e estão todos livres e vivendo no mesmo alto padrão de sempre.


Dentre os bancos "ajudados" estão o Banco Nacional, da nora de FHC (o que fraudava balanços); o Bamerindus, de José Eduardo de Andrade Vieira, ministro da Agricultura de FHC (grande financiador de sua campanha); e o Banco Econômico, de Ângelo Calmon de Sá, que por sinal já tinha sido socorrido pelo Geisel em 1976 (o da Pasta Rosa, que ajudava os "amigos dos banqueiros", dentre eles ACM, FHC, Serra e outros).


Em 2 de março de 1996, numa entrevista ao jornal O Globo, o então presidente do BC, Gustavo Loyola (tucano) afirma que FHC e Pedro Malan sabiam da existência das fraudes do Nacional, embora FHC tenha negado, e em 7 de junho de 1996, Loyola diz ao JB que o Banco Central falhou. Se tivesse atuado quando o problema surgiu, os prejuízos seriam significativamente menores.


Em 25 de outubro de 1997, Maurício Dias, jornalista, comenta no JB: 'A polêmica sobre as contas do governo de 1996 é café pequeno. Chumbo grosso mesmo são as conta de 1995 que, propositalmente, caíram num buraco negro no Congresso. Até hoje não foi designado sequer o relator. É o ano da graça do Proer'.


O que segundo FHC não atingiria 1% do PIB chegou a 12,3%, sem contar o Proer da mídia que no final do ano de 2000 custou US$ 6 bilhões, sob pretexto de "ajuste de contrato". Afinal, era necessário dar um cala-boca na imprensa, para que ela fizesse "vista-grossa" para tantas "irregularidades".


Em 12 de maio de 2008, Antonio Fernando de Souza, Procurador Geral da República, interpõe Agravo Regimental para anular a decisão de Gilmar Mendes (STF), de arquivar a sentença que condena Serra, Malan e Pedro Parente, pelos prejuízos causados pelo Proer.

No dia 14 de junho de 2002, Rudiger Dornbusch, economista do MIT - Massachusetts Institute of Technology e especialista em América Latina culpa o presidente FHC pela crise financeira que abala a credibilidade brasileira no exterior. "Se estamos buscando um especulador para culpar pela situação do Brasil, esse especulador é Fernando Henrique Cardoso", prevendo um colapso da economia brasileira até dezembro (que de fato aconteceu, e o Brasil, mais uma vez, recorreu ao FMI). Segundo Dornbusch, FHC teria utilizado as privatizações para financiar sua reeleição e vai deixar uma enorme dívida social para o próximo governo.


A questão não está no fato louvável de sanear os bancos e "derrubar" a inflação, mas em 31 de dezembro de 2002, quando FHC deixou o governo, ela estava em ascensão, chegando a 12,53% e a taxa de juros Selic média do ano em 24,9%.


O que cabe aqui é perguntar é a que preço?

Se você comprou um carro de um Mauricinho que vendeu barato para trocar por um caro zero, você fez um excelente negócio (porque se foi para tirar proveito de um enforcado, você não presta), mas se você comprou um carro e pagou o dobro ou o triplo do que ele vale, ou você é burro ou então o dinheiro não saiu do seu bolso.


Existem ainda economistas que afirmam que não foi o Proer que saneou os bancos, mas a mordomia que lhes permite mal remunerar o dinheiro que captam de seus correntistas e cobrar juros extorsivos pelo dinheiro que emprestam: os monumentais "spreads bancários". E FHC ainda piorou a situação desses correntistas, quando permitiu que vários serviços, antes gratuitos, como extratos, talões de cheque etc começassem a ser cobrados, com valores estipulados livremente pela própria instituição financeira, aumentando-lhes ainda mais os lucros.


FHC privatizou 76% do patrimônio público, foi o presidente na história contemporânea mundial, que mais aumentou a carga tributária (cerca de 10% do PIB), faliu o país por 3 vezes tendo que pedir socorro ao FMI. Não investiu em infra-estrutura, como ferrovias, rodovias, aeroportos, energia (vide apagão), não reajustou salário dos funcionários públicos, militares, aposentados e pensionistas, não reajustou a tabela do Imposto de Renda.
Aumentou a dívida interna de R$ 61 bilhões para R$ 850 bilhões e a externa de US$ 120 bilhões a US$ 250 bilhões.


Alguém conhece alguma obra feita no Brasil com o dinheiro das estatais vendidas?


Donde se conclui que FHC "saneou os bancos", fez o Plano Real, nós pagamos um preço absurdo pela forma com que fez, e ainda querem que reconheçamos "seus méritos".


Se os demo-tucanos e o PIG querem nos enganar, que o façam de uma forma inteligente, mas que não pretendam nos chamar de burros.


Sônia Montenegro é analista de sistemas e mora no Rio de Janeiro. Mantém o blog “Farmácia de Pensamentos” e é colaboradora do blog “Quem tem medo do Lula?”


A charge é uma cortesia do cartunista Bira Dantas, também colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

Vaticano ataca homossexualismo para defender celibato



Vaticano ataca homossexualismo para defender celibato


Por Celso LungarettiO Vaticano está enredando-se cada vez mais nas suas contradições.


Sem conseguir justificar o fato de que muitos sacerdotes eram pedófilos, nem a omissão da alta hierarquia católica face a essa prática, agora resolveu abrir outra frente na batalha de opinião pública (que está perdendo de goleada!).




Parece que relações públicas não são o forte da Igreja, hoje em dia. Que idéia de jerico, já estando vulnerabilizado, comprar briga com um dos lobbies mais poderosos que existem!

Falando à imprensa em Santiago, o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, zurrou:

"Muitos psicólogos e psiquiatras demonstraram que não há relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros demonstraram que há entre homossexualidade e pedofilia".

Sendo ele o número dois da Igreja, não se trata de uma declaração impensada de quem estava num mato sem cachorro. É pior ainda.

Como sou um mero articulista que a grande imprensa discrimina, não me vejo na obrigação de ficar diplomaticamente pisando em ovos. Vou pegar o touro pelos chifres.

O celibato dos sacerdotes não tem nada a ver com os ensinamentos de Cristo.

Começou a ser instituído a partir do ano 300, quando o Concílio de Elvira, na Espanha, determinou sua obrigatoriedade para os padres e bispos da província. Depois, foi se generalizando.

Mas, naquele tempo a hipocrisia não ia tão longe a ponto de exigir-se que homens se comportassem como eunucos. Simplesmente, os varões de batina transavam à vontade, fecundavam as moças e deixavam crescer e multiplicarem-se os bastardos.

Pois a restrição aberrante, contrária à natureza, tinha o único e exclusivo objetivo de impedir que os filhos de sacerdotes reivindicassem bens da Igreja como herança paterna. O resto era conversa pra boi dormir.

Papas chegavam a ser temidos guerreiros.. Clérigos chegavam a ser insaciáveis garanhões. Tudo era bem diferente.

Corte para nossa época.

Um amigo espanhol me garante que, durante a Guerra Civil no seu país, os republicanos andaram invadindo conventos e encontrando muitos fetos enterrados.

Isto foi por eles interpretado como uma confirmação de que, em plena década de 1930, padres e freiras não fossem tão dóceis assim às imposições descabidas. Mas, pode ter também outras explicações.

E a Igreja acabou se tornando um refúgio para homossexuais latentes ou sem coragem para assumir a opção já feita.

O celibato tem algo a ver com isto? É óbvio que sim. Tem TUDO a ver.

Qual o melhor ambiente para homossexuais no pré-1968, aqueles tempos de zombarias, perseguições e discriminação, do que um agrupamento de homens privados do envolvimento amoroso com as mulheres? Onde poderiam encontrar com mais facilidade os congêneres e oportunidades para exercer discretamente sua orientação sexual?

Quanto à grita escandalizada contra a pedofilia sacerdotal, nem tanto ao céu, nem tanto à Terra.

Freud cansou de provar que a inocência angelical das crianças é um mito. Para quem quiser aprofundar-se no assunto, recomendo seus Três ensaios sobre a sexualidade infantil (1905).

No entanto, deve ser severamente punida a intromissão de adultos nessas primícias do erotismo, pois pode causar traumas terríveis. Os impúberes têm mesmo de ficar circunscritos a seu próprio universo. E as invasões desse universo têm mesmo de ser coibidas a todo custo.

A partir da puberdade, entretanto, a coisa muda de figura.

Muitas culturas admitem que moçoilas casem logo após a primeira menstruação. Geralmente não há problemas; vez por outra o resultado é ruim, como num caso recente de hemorragia fatal.

Quanto aos adolescentes, Freud também explica que neles coexistem os impulsos heterossexuais e homossexuais. Então, nesse período de indefinição, o assédio de um sacerdote pode mesmo ser um fator decisivo para que se inclinem na segunda direção.

Se este resultado é bom ou ruim, depende dos olhos de quem vê. No nosso planeta superpovoado, os conceitos mudaram um pouco desde aquele passado no qual prole numerosa era desejada pelas famílias e pelas nações, de forma que o desvio dessa obrigação constituía praticamente um crime. O preconceito mascarava uma conveniência.

Enfim, é tudo ambíguo e ambivalente, difícil de se destrinchar, um cipoal de ideologias e interesses.

Vai daí que só chegaríamos realmente à verdade analisando em profundidade cada caso de pedofilia sacerdotal. Extrair conclusões simplistas e genéricas, como está se fazendo, constitui postura das mais irresponsáveis, tendente à demagogia.

E é aqui que entram outras iniquidades atuais: o sensacionalismo e a avidez.

Folhetim medíocre é prato cheio para uma indústria cultural que, cada vez mais, serve para desviar as atenções do fundamental, superdimensionando as ninharias.

E salta aos olhos que a grande maioria dos queixosos superou essas experiências remotas e levava vida perfeitamente normal, até vislumbrar a chance de arrancar uma grana fácil da Igreja.

Causa-me extrema repulsa perceber que há pessoas expondo-se dessa forma por um punhado de notas.

Dá para simpatizarmos com os que se apresentaram na esperança de ver castigados os sacerdotes corruptores.

Mas, aqueles para quem um cheque apaga o passado e compensa o constrangimento de fazer tais revelações, não passam de oportunistas da pior espécie.


Celso Lungaretti é jornalista, escritor e ex-preso político. É paulistano, nascido e residente na capital paulista. Mantém o blog “Náufrago da Utopia”, é autor de livro homônimo sobre sua experiência durante a ditadura militar e colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”

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