É carnaval, mas o mundo segue girando
Por Mario Augusto Jakobskind (*)
É Carnaval, mas nem por isso o mundo está parado, muito pelo contrário. Os fatos acontecem com uma velocidade espantosa, como no caso da Líbia, onde não será surpresa se o governo Barack Obama decidir algum tipo de intervenção militar seja via Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Organização das Nações Unidas (ONU) ou mesmo por conta própria.O pretexto poderá ser o de evitar a continuação do banho de sangue que ocorre no país árabe, mas cujas informações são bastante contraditórias e as armas utilizadas pelo Estado foram adquiridas no Ocidente. Na verdade, os Estados Unidos pouco se importam se direitos humanos são ou não respeitados nos países vinculados a Washington. Mas quando o país não está nos conformes, haja vista o Irã, ou mesmo a Líbia sob o comando do “ex-regenerado” Muammar Khadafi, a história muda.
A propósito, o Ministério do Interior saudita advertiu que empregará as forças de segurança para reprimir quem tentar alterar ou infringir o sistema. Em outras palavras: a monarquia amiga de Washington já autorizou a polícia a reprimir qualquer manifestação popular. Trocando em miúdos: as autoridades já devem ter detectado descontentamento popular e estão preparados para matar quem ousar protestar. Se amanhã acontecer alguma mobilização dos xiitas, que sofrem restrições em sua cidadania e são explorados ao extremo no trabalho com jornadas de até 12 horas, e a monarquia mostrar como mantém a sua autoridade, como reagirá o governo Barack Obama? Não é difícil prever. Vai se comportar como no início das manifestações no Egito contra Mubarak.

