Por Frei Beto*
Cuba marcou para abril deste ano o VI Congresso do   Partido Comunista. Isso significa mudanças profundas no país. Um  documento  preliminar – Projeto de Orientações da Política Econômica  e Social –,  divulgado em novembro, agora é debatido pela  população.
A situação econômica cubana é crítica,  agravada  por fatores externos: crise econômica mundial, que reduziu as  vias de  financiamento externo; redução do preço das exportações em  15%;  recrudescimento do bloqueio econômico imposto pela Casa Branca.  Hoje, o  principal “produto” de exportação de Cuba é a prestação de  serviços, em  especial na área da saúde. 
Fatores climáticos influem também na   deterioração da economia: 16 furacões, entre 1998 e 2008, causaram  prejuízos  no valor de 20,5 bilhões de dólares (metade do PIB), e foram  consideráveis as  perdas em decorrência das secas de 2003, 2005 e nos  dois últimos  anos.
Some-se a isso a dívida externa, a baixa   eficiência laboral, a descapitalização da base produtiva e da  infraestrutura,  e o envelhecimento populacional, agravado pelo  reduzido índice de  natalidade.