O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Por quem chora Hillary Clinton?

Charge: cortesia de politicalcartoons.com

Por quem chora Hillary Clinton?


Permanece atual o relatório da Anistia Internacional, de 2005: "Quando o país mais poderoso do mundo se burla do Estado de direito e dos direitos humanos, está dando permissão para que outros países cometam abusos com impunidade e audácia".

Por Gilson CaroniA morte do preso político cubano Orlando Zapata, que permaneceu em greve de fome durante 85 dias, deflagrou uma série de protestos de governos e organizações de defesa dos direitos humanos na Europa e nos Estados Unidos. Hillary Clinton, falando ao Senado, declarou estar “profundamente consternada por seu martírio em defesa de seus direitos e para alertar sobre a situação e a opressão dos presos políticos em Cuba". Faltou algo no lamento da secretária de Estado norte-americana. E essa incompletude advém da impossibilidade de analisar fenômenos políticos sem a aplicação concreta da relação dialética entre o universal e o concreto.



Se por direitos humanos entendemos princípios inalienáveis que objetivam resguardar os valores fundamentais da pessoa humana, ou seja, direitos que procuram assegurar a solidariedade, a igualdade, a fraternidade, a liberdade e a dignidade do individuo, como efetivá-los em uma ordem internacional hegemonizada pelo capital que o define como absoluto abstrato? E que, ao fazê-lo, nega a esse mesmo indivíduo a sua realidade concreta, a possibilidade de pensar seus problemas, angústias e desventuras como algo exterior aos ditames da lei do valor. A questão que se coloca é quanto à compatibilidade entre capitalismo e direitos humanos. Talvez esteja nesse ponto a precisão das palavras do presidente cubano, Raul Castro, que atribuiu a morte de Zapata “ao confronto que temos com os Estados Unidos"


Como destacou o jornalista Sérgio Augusto, em memorável artigo para “Encontros com a Civilização Brasileira” (agosto, 1978) "ficou difícil acreditar na bondade dos americanos depois das 159 intervenções armadas levadas a cabo pelos EUA, antes de 1945, e no pós-guerra, na Coréia, na República Dominicana, no Vietnã-sem contar os golpes que incentivaram no Líbano, na Guatemala, no Irã, na Turquia, na Grécia, na Argentina, em Myanmar, na Indonésia, em Gana, no Chile, no Brasil,etc. Sempre, é claro, com os mais elevados propósitos, como não se cansa de difundir a inseparável máquina de propaganda do "Mundo Livre", na qual sobressaem a grande imprensa, dita liberal e isenta e as agências transnacionais de notícias com a assessoria ocasional da CIA".


Passados 32 anos da publicação, não é difícil atualizar os números do texto, dada a manutenção dos métodos. A prática tradicional da política externa norte-americana continua ignorando violações de direitos em ditaduras consideradas vitais para seus interesses estratégicos.


Se a oposição à tortura, à pena de morte e à prisão por questões de consciência constitui um programa capaz de unificar atores de orientações políticas distintas e diferentes procedências geográficas, não se pode ignorar que todos os países contêm, dentro dos seus sistemas sociais, contradições que, ao criar tensões, se traduzem em transgressões aos direitos humanos. Os Estados Unidos, recordistas na aplicação da pena de morte, mantêm presos, desde 1998, cinco cubanos, radicados em território norte-americanos, sob acusação de espionagem.


Antonio Guerrero, Fernando González, Geraldo Hernández, Rafael Labañino e René González estão detidos sem que nenhum tipo de crime tenham cometido. Permanecem aprisionados por monitorar atos de grupos terroristas instalados em Miami. Por eles, Hillary Clinton não fica "profundamente consternada". Muito menos pelos 188 homens ainda detidos em Guantánamo sem acusação, julgamento ou qualquer tipo de amparo judicial.


Permanece atual o relatório da Anistia Internacional, de 2005. Sob o pretexto de combater o terror, o governo estadunidense se dedicou a fundo para restringir as regras da Convenção de Genebra, terceirizando a tortura. Na introdução, o documento é categórico: ”Quando o país mais poderoso do mundo se burla do Estado de direito e dos direitos humanos, está dando permissão para que outros países cometam abusos com impunidade e audácia". Melhor, impossível.


Gilson Caroni Filho é sociólogo e mestre em ciências políticas. Nascido em Cachoeiro do Itapemirim (ES), mora no Rio de Janeiro, onde é professor titular de sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha). É colunista da Carta Maior, colaborador do Jornal do Brasil e do blog "Quem tem medo do Lula?".

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O homem mordeu o cachorro

O homem mordeu o cachorro


Por Celso LungarettiUma velha máxima do jornalismo diz que notícia não é quando um cachorro morde um homem, mas se um homem morder o cachorro.


Foi o que aconteceu num hospital público de Ivinhema, no Mato Grosso do Sul.


Nunca ouvi falar nesse município. Abrigará o Rancho Fundo, bem pra lá do fim do mundo?


O certo é que uma mulher de 32 anos estava para dar à luz, os pré-natais não indicavam problemas e ela entrou saudável na sala cirúrgica.


O médico que fizera todo o acompanhamento prévio já havia aplicado o medicamento para induzir contrações e dilatação, pois o parto seria normal.


Chegou o plantonista e reivindicou a primazia. Disse que cabia a ele conduzir os procedimentos.


O outro médico não se conformou e os dois saíram na porrada, chegando a rolar no chão.


A parturiente ficou histérica, além de exposta, nua, aos olhares da turma do deixa disso.


Depois do bafafá, um terceiro médico fez cesárea, mas o bebê nasceu morto.


Médicos existem para salvar nenês, mas causaram a morte deste. O homem mordeu o cachorro.


Correndo o risco de ser tido pelos leitores como um velho saudosista, vou confessar que sonho com um mundo bem diferente, solidário e justo, mas não deixo de sentir uma ponta de nostalgia dos meus tempos de criança, quando os médicos eram fiéis ao juramento de Hipócrates.


Quando os professores sentiam-se responsáveis não só pela instrução de seus alunos, mas por prepará-los para serem bons cidadãos.


Quando os juízes não se deixavam subornar pelos poderosos e eram respeitados pela comunidade.


Quando o vendeiro era amigo da clientela e não a induzia a más compras.


Quando os farmacêuticos indicavam o remédio correto para quem não podia pagar ou não tinha tempo para ir ao médico.


Quando os policiais eram bem educados e cumpriam civilizadamente a lei...


Aí veio o capitalismo pleno e a afabilidade foi detonada pela ganância, os brasileiros cordiais substituídos pelos brasileiros canibais.


Não aguento mais percorrer lojas enormes sem nenhum vendedor para assessorar a compra, tendo de caçar funcionário que dê informações (e quase sempre ele chama outro, que nada sabe também, aí se descobre que o item em questão não está mesmo nas prateleiras, mas pode ser que exista no depósito, etc., de forma que a compra leva uma eternidade porque os estabelecimentos hoje operam com um terço do pessoal que seria necessário para atender dignamente os clientes...).


Não aguento mais ver policiais militares revistando jovens malvestidos aos berros e pescoções, apenas por suspeitarem deles. Fico me lembrando da distinta e respeitável Guarda Civil dos anos 50, que tratava a todos como cidadãos e não como inimigos. Aí militarizaram o policiamento urbano e a truculência virou norma.


Não aguento mais percorrer os bairros pobres e constatar que, na principal cidade brasileira, continuam existindo córregos a céu aberto que passam no meio da rua, onde as crianças caem para ser contaminadas pelo esgoto; onde os coitadezas vão acrescentando um novo andar a seus casebres cada vez que a família aumenta, até que aquela construção irregular e insensata desaba como pedras de dominó.


Não aguento mais ver os veículos de comunicação, com os repulsivos BBB's, emburrecendo suas vítimas a um ponto que nem mesmo Sérgio Porto acreditaria ser possível, quando apelidou a TV de "máquina de fazer doido".


Não aguento mais viver no inferno pamonha do capitalismo agonizante, que esgotou o que tinha de positivo para oferecer e agora sobrevive parasitariamente, destruindo tudo que há de saudável, nobre e belo na existência humana.


Celso Lungaretti, é jornalista, escritor e ex-preso político. É paulistano, nascido e residente na capital paulista. Mantém o blog "Náufrago da Utopia", é autor de livro homônimo sobre sua experiência durante a ditadura militar e colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?"

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Lula visita Fidel em Cuba e diz que "o amigo está fisicamente bem e com a cabeça boa"

[caption id="attachment_4415" align="aligncenter" width="468" caption="Fidel Castro e Lula conversam durante a visita do presidente brasileiro à capital cubana Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação"]Fidel Castro e Lula conversam durante a visita do presidente brasileiro à capital cubana Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação[/caption]

Lula diz que "amigo" Fidel está física e mentalmente bem


Por Laryssa Borges, direto de Havana para o Portal Terra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por um longo período nesta quarta-feira com o líder Fidel Castro, afastado do poder em Cuba desde julho de 2006. Em sua casa, na capital Havana, Fidel recebeu Lula e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, além de seu irmão e atual presidente Raúl Castro. No encontro, o presidente disse que o amigo Fidel está "fisicamente bem, a cabeça boa, pensando bem a questão da política."


Em uma conversa de cerca de duas horas e meia, o cubano apresentou um bom estado de saúde, bem diferente do apresentado em outubro de 2008, quando o comandante cubano estava em uma casa de repouso com condição frágil de saúde.


"(A conversa com Fidel) foi importante. Eu fiquei feliz porque o presidente Fidel Castro está melhor do que da última vez que eu o visitei. Obviamente que as questões políticas que eu tinha que conversar são com o presidente Raúl (Castro, irmão e sucessor de Fidel), não é com o Fidel, porque a minha reunião com ele foi mais uma reunião de velhos amigos, de velhos companheiros", disse Lula.


Conforme afirmou o presidente, entre os temas discutidos com Fidel estão "coisas do Brasil" e processos de cultura de cana-de-açúcar, soja, leite e projetos voltados à eletricidade.


Para a Presidência da República, o encontro entre Lula e Fidel reflete "uma reunião de amigos" e "uma visita de conclusão desse ciclo de visitas" que Lula já realizou à ilha caribenha. Desde 2003, já foram quatro viagens oficiais do presidente brasileiro a Cuba.

Chávez propõe que Lula lidere novo fórum latino-americano

[caption id="attachment_4410" align="aligncenter" width="260" caption="Lula é elogiado na cúpula"][/caption]

Chávez propõe que Lula lidere novo fórum latino-americano


Do Portal Vermelho


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, propôs nesta terça que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva dirija a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que vai reunir 33 países da região. A indicação foi feita no fim da cúpula dos membros do Grupo do Rio, no México, onde o Brasil foi extremamente elogiado e até apontado como "líder regional indiscutível". O presidente anfitrião, Felipe Calderón também sugeriu o nome de Lula para liderar o novo fórum.


Em entrevista à rede de televisão "CNN", Chávez revelou que a proposta de que Lula comande a Celac foi feita "meio em tom de brincadeira e meio a sério, pois Lula vai ficar desempregado" quando deixar a presidência em janeiro. "Mas no fundo é sério. Lula tem grandes condições, tem uma grande experiência, é um homem honesto, transparente, amigo de todos, capaz de escutar a todos", disse Chávez.


Ele afirmou que, ao ouvir a proposta, Lula "estava rindo". O líder venezuelano disse ainda que o brasileiro pediu para ele chegar "mais cedo" em sua próxima reunião bilateral, mês que vem, em Brasília, para falar de "política do futuro".


Em outro momento, o presidente do México também sugeriu que Lula deveria dirigir o novo fórum. "O presidente Lula é o líder indiscutível de nossa região, que dá equilíbrio e força à América Latina", disse Felipe Calderón.


O mexicano seguiu fazendo elogios efusivos ao presidente Lula. "O Brasil é nosso maior país, que tem mais território, mais habitantes, também teria de ter forçosamente um grande presidente", afirmou, diante de aplausos dos chefes de Estado presentes à reunião de cúpula dos países latino-americanos e do Caribe. À noite, ele deu mais um indicativo de que deseja que Lula assuma a liderança do grupo, ao expressar seu desejo de seguir compartilhando espaços de debate e foros diplomáticos com Lula, mesmo após a sua saída da presidência.


Os líderes reunidos durante dois dias no balneário de Playa del Carmen, no Caribe mexicano, aprovaram dez declarações, entre as quais se destaca a criação do novo organismo "como um espaço regional próprio que una a todos os estados".


A intenção é que esta entidade, que deve estar totalmente formada nas cúpulas da Venezuela (2011) ou do Chile (2012), assuma o "patrimônio" do Grupo do Rio e da Cúpula da América Latina e do Caribe (CALC). O novo fórum, que não contará com a presença de Estados Unidos e Canadá, deve servir de contraponto à Organização dos Estados Americanos (OEA), que foi alvo de críticas do próprio Lula, nesta terça.


Críticas à OEA


O brasileiro condenou ontem a entidade e o seu Conselho de Segurança por não se posicionarem em favor da soberania das Ilhas Malvinas pela Argentina. "A nossa atitude é de solidariedade à Argentina", disse Lula, que indagou: "Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar na Malvinas? Qual é a explicação de as Nações Unidas nunca terem tomado essa decisão? Não é possível que a Argentina não seja dona (das Malvinas), mas que seja a Inglaterra, a 14 mil quilômetros de distância."


Lula insinuou que a ONU age dessa forma porque a Grã-Bretanha é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e voltou a defender uma reformulação do organismo, ampliando sua representatividade.


"É inexorável que a gente discuta este papel (do Conselho de Segurança). Não é possível que ele continue representado pelos interesses da 2ª Guerra. Por que isso não muda?", questionou. E apelou: "Se nós não enfrentarmos este debate, a ONU vai continuar a funcionar sem representatividade e o conflito no Oriente Médio vai ficar por conta do interesse dos norte-americanos quando, na verdade, a ONU é que deveria estar negociando a paz no Oriente Médio."


Apoio para Argentina e Cuba


Os 32 países da América Latina e do Caribe reunidos na Cúpula do Grupo do Rio aprovaram ainda por unanimidade a reivindicação da Argentina pela soberania sobre as ilhas Malvinas (Falkland), em cujas águas uma companhia britânica começou a explorar hidrocarbonetos.


O ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Taiana, disse que seu país conseguiu "um importante respaldo diplomático" ao ampliar e aprofundar a reivindicação pela soberania sobre as Malvinas, que estão nas mãos do Reino Unido desde 1833 e foram motivo de guerra entre os dois países em 1982.


A Declaração do Grupo do Rio sobre a 'Questão das Ilhas Malvinas' expressa o apoio dos chefes de Estado da região "aos legítimos direitos" da Argentina na disputa com o Reino Unido pela soberania sobre o arquipélago.


Os líderes pedem que os Governos dos dois países "retomem as negociações a fim de encontrar o mais rapidamente possível uma solução justa, pacífica e definitiva na disputa pela soberania sobre as ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e seus espaços marítimos circundantes, em conformidade com as resoluções e declarações pertinentes das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos".


Segundo a declaração, os líderes "expressam, além disso, em relação ao Tratado de Lisboa, que modifica o tratado da União Europeia (UE) e o Tratado Constitutivo da Comunidade Europeia, que a inclusão das ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul no regime de 'Associação dos Países e Territórios de Ultramar' é incompatível com os legítimos direitos" da Argentina e com a "existência de uma disputa pela soberania sobre estes arquipélagos".


O comunicado especial aprovado pelos presidentes sobre a prospecção de hidrocarbonetos na plataforma continental, iniciada nesta semana pelos britânicos, aponta que os líderes lembraram a resolução das Nações Unidas. A ONU pediu às duas partes para que se abstenham de adotar decisões que levem à introdução de modificações unilaterais na situação das ilhas.


Os líderes latino-americanos também assinaram uma resolução condenando o bloqueio norte-americano contra Cuba. Vários dos presidentes se dirigiram ao plenário para expressar seu repúdio a essa política de Washington; entre eles Leonel Fernández, da República Dominicana, que também pediu a abolição da Lei Helms-Burton, como fez o líder da Nicarágua, Daniel Ortega.


Uribe, sempre a exceção


O momento dissonante em relação ao clima de unidade e integração vivenciado na cúpula regional foi um novo ataque do presidente colombiano Álvaro Uribe em relação à Venezuela de Hugo Chávez. Uribe acusou Chávez de promover um suposto bloqueio comercial contra seu país, chegando a agredir verbalmente o mandatário. O venezuelaeno, por sua vez, atribui a investida a uma tentativa de atrapalhar a constituição do novo fórum regional.


O presidente boliviano, Evo Morales, também compreendeu desta maneira e afirmou que Uribe provocou a discussão buscando o fracasso do evento. Ele acusou o colombiano de ser um agente dos Estados Unidos.


"Qual a minha conclusão? Como neste evento, na Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe, viemos debater uma nova organização sem os Estados Unidos, os agentes dos Estados Unidos estão tentando atolar e fracassar (a criação do novo organismo)", disse Morales.


O entrevero dirante a cúpula teve um resultado prático: a criação de um grupo de países latino-americanos que buscará uma mediação para os atritos diplomáticos e comerciais entre Colômbia e Venezuela. A República Dominicana vai liderar tal comissão.


Os dois países estão com as relações rompidas desde julho, quando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contestou um acordo militar entre Bogotá e Washington e, como represália, determinou o corte de importações do país vizinho.


"Abrimos um espaço no marco desta Cúpula da Unidade a fim de auxiliar a dirimir as diferenças entre países irmãos de uma maneira razoável, neste caso concreto o Grupo de Amigos de Colômbia e Venezuela estará presidido pelo presidente da República Dominicana, Leonel Fernández", disse Felipe Calderón.

O Holocausto e o mistério do ser humano


O Holocausto e o mistério do ser humano


Por Maria Clara Bingemer*, no JB de 15/02

Em 27 de janeiro de 1945 – portanto há 65 anos – foram abertos os portões do campo de concentração nazista da cidade polonesa de Oswiecim, conhecida pelo nome alemão Auschwitz, e libertados os poucos sobreviventes.


Auschwitz começou por ser um campo de concentração para prisioneiros políticos, para exatamente um ano depois, em 1941, transformar-se num campo de extermínio principalmente de judeus mas também de ciganos, prisioneiros de guerra, em especial russos, e homossexuais, através das câmaras de gás então instaladas, que liberavam o temível gás zyklon b, o qual asfixia em poucos minutos. Os corpos eram posteriormente incinerados em massa para não deixaremvestígios. Outra equipe, sob a chefia do médico Josef Mengele, submetia aqueles que não eram executados imediatamente a inumanas experiências em laboratórios assassinos.


Elie Wiesel, famoso escritor e pensador judeu, narra sua experiência de sobrevivente em seu livro Noite. Desnutrido, magro, quase morto, foi resgatado e levado a um hospital.


Ali passou mais de um mês entre a vida e a morte.


Quando pela primeira vez conseguiu levantar-se e ir até o banheiro, olhou-se no espelho.


Quem o olhava era um cadáver, irreconhecível. Vendo esse arremedo de si próprio, fantasma que não parecia ter forma humana, Wiesel diz nunca haver experimentado sensação igual.


Na celebração dos 65 anos, em discurso emocionado diante do Bundestag, o Parlamento alemão, o presidente de Israel, Shimon Peres, que perdeu quase toda a família no Holocausto, pediu a condenação de todos os envolvidosno extermínio de judeus naquele período.


– Aos poucos, os sobreviventes do Holocausto estão morrendo, mas ao mesmo tempo homens e mulheres que participam do pior dos atos – o genocídio – continuam vivendo na Alemanha, na Europa e em outras partes do mundo – declarou Peres.


O que horroriza mais quando se fala do Holocausto é justamente a configuração de frio planejamento, de estudada estratégia, de lento e progressivo trabalho do ser humano para exterminar e levar à morte irremissível seus semelhantes.


Sessenta e cinco anos após a libertação de Auschwitz pelo Exército russo, em 27 de janeiro de 1945, data escolhida como Dia do Holocausto, há ainda quem hoje ouse esquecer, escamotear, negar, ou minimizar o brutal genocídio cometido pelo regime nazista. Por isso, importa fazer memória, denunciar e não deixar de recordar.


O ser humano é a mais bela e querida criatura de Deus. É capaz de compor sinfonias, poesias.


É capaz dos gestos oblativos mais heroicos em favor dos outros.


Muitos destes gestos foram perpetrados durante a própria Shoa. Basta recordar o pastor Dietrich Bonhoeffer, que em lugar de compor com os membros de sua Igreja que faziam vista gorda para o Führer entrou em um grupo que denunciava as arbitrariedades do nazismo e acabou preso e enforcado. Ou o frade franciscano Maximiliano Kolbe, que se ofereceu para ir para a câmara de gás no lugar de um chefe de família, pai de nove filhos. Ou a jovem judia holandesa Etty Hillesum, que se apresentou voluntariamente no campo de Westerbok, na Holanda, declarando desejar “ajudar a Deus e ser um bálsamo para as feridas de seu povo”, sendo posteriormente executada na câmara de gás em Auschwitz.


Mas esse mesmo ser humano é capaz de horrores insuspeitados.


Enquanto no mundo animal a lei do mais forte prevalece e mata para satisfazer necessidades como a fome, en-tre os seres humanos acontecem coisas como a tortura, a morte lenta e com requintes de sadismo, ou genocídios planejados nos mínimos detalhes como o Holocausto nazista.


O horror do que o homem é capaz deve ser recordado e ensinado, para que as novas gerações saibam que a capacidade e a possibilidade de praticar o mal é intrínseca a todo o ser humano.


É o preço de sua criação em liberdade. Porque é livre, o ser humano pode escolher, e muitas vezes escolhe o mal.Afé cristã nos diz, no entanto, que a graça de Deus se sobrepõe e é maior e mais poderosa do que o mais hediondo dos crimes e dos pecados. Mas, enquanto isso, é importante não esquecer. Recordar para não repetir. Relembrar para purificar a memória e reconciliar mentes e corações.


*Maria Clara Bingemer é teóloga, professora, decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio e autora de ’Deus amor: graça que habita em nós’ (Editora Paulinas), entre outros livros.

Quantos Haitis?


Quantos Haitis?


Por José Saramago, em seu blog "O caderno de Saramago"


No Dia de Todos os Santos de 1755 Lisboa foi Haiti. A terra tremeu quando faltavam poucos minutos para as dez da manhã. As igrejas estavam repletas de fiéis, os sermões e as missas no auge…


Depois do primeiro abalo, cuja magnitude os geólogos calculam hoje ter atingido o grau 9 na escala de Richter, as réplicas, também elas de grande potência destrutiva, prolongaram-se pela eternidade de duas horas e meia, deixando 85% das construções da cidade reduzidas a escombros.


Segundo testemunhos da época, a altura da vaga do tsunami resultante do sismo foi de vinte metros, causando 600 vítimas mortais entre a multidão que havia sido atraída pelo insólito espectáculo do fundo do rio juncado de destroços dos navios ali afundados ao longo do tempo..


Os incêndios durariam cinco dias. Os grandes edifícios, palácios, conventos, recheados de riquezas artísticas, bibliotecas, galerias de pinturas, o teatro da ópera recentemente inaugurado, que, melhor ou pior, haviam aguentado os primeiros embates do terremoto, foram devorados pelo fogo.


Dos 275 mil habitantes que Lisboa tinha então, crê-se que morreram 90 mil. Conta-se que à pergunta inevitável “E agora, que fazer?”, o secretário de Estrangeiros Sebastião José de Carvalho e Melo, que mais tarde viria a ser nomeado primeiro-ministro, teria respondido “Enterrar os mortos e cuidar dos vivos”.


Estas palavras, que logo entraram na História, foram efetivamente pronunciadas, mas não por ele. Disse-as um oficial superior do exército, desta maneira espoliado do seu haver, como tantas vezes acontece, em favor de alguém mais poderoso.


A enterrar os seus cento e vinte mil ou mais mortos anda agora o Haiti, enquanto a comunidade internacional se esforça por acudir aos vivos, no meio do caos e da desorganização múltipla de um país que mesmo antes do sismo, desde gerações, já se encontrava em estado de catástrofe lenta, de calamidade permanente.


Lisboa foi reconstruída, o Haiti também o será. A questão, no que toca ao Haiti, reside em como se há-de reconstruir eficazmente a comunidade do seu povo, reduzido não só à mais extrema das pobrezas como historicamente alheio a um sentimento de consciência nacional que lhe permitisse alcançar por si mesmo, com tempo e com trabalho, um grau razoável de homogeneidade social.


De todo o mundo, de distintas proveniências, milhões e milhões de euros e de dólares estão sendo encaminhados para o Haiti.


Os abastecimentos começaram a chegar a uma ilha onde tudo faltava, fosse porque se perdeu no terremoto, fosse porque nunca lá existiu.. Como por ação de uma divindade particular, os bairros ricos, em comparação com o resto da cidade de Porto Príncipe, foram pouco afectados pelo sismo.


Diz-se, e à vista do que aconteceu no Haiti parece certo, que os desígnios de Deus são inescrutáveis. Em Lisboa as orações dos fiéis não puderam impedir que o teto e os muros das igrejas lhes caíssem em cima e os esmagassem.


No Haiti, nem mesmo a simples gratidão por haverem salvo vidas e bens sem nada terem feito para isso, moveu os corações dos ricos a acudir à desgraça de milhões de homens e mulheres que não podem sequer presumir do nome unificador de compatriotas porque pertencem ao mais ínfimo da escala social, aos não-ser, aos vivos que sempre estiveram mortos porque a vida plena lhes foi negada, escravos que foram de senhores, escravos que são da necessidade.


Não há notícia de que um único haitiano rico tenha aberto os cordões ou aliviado as suas contas bancárias para socorrer os sinistrados. O coração do rico é a chave do seu cofre-forte.


Haverá outros terremotos, outras inundações, outras catástrofes dessas a que chamamos naturais. Temos aí o aquecimento global com as suas secas e as suas inundações, as emissões de CO2 que só forçados pela opinião pública os governos se resignarão a reduzir, e talvez tenhamos já no horizonte algo em que parece ninguém querer pensar, a possibilidade de uma coincidência dos fenômenos causados pelo aquecimento com a aproximação de uma nova era glacial que cobriria de gelo metade da Europa e agora estaria dando os primeiros e ainda benignos sinais.


Não será para amanhã, podemos viver e morrer tranquilos. Mas, di-lo quem sabe, as sete eras glaciais por que o planeta passou até hoje não foram as únicas, outras haverá.


Entretanto, olhemos para este Haiti e para os outros mil Haitis que existem no mundo, não só para aqueles que praticamente estão sentados em cima de instáveis falhas tectônicas para as quais não se vê solução possível, mas também para os que vivem no fio da navalha da fome, da falta de assistência sanitária, da ausência de uma instrução pública satisfatória, onde os fatores propícios ao desenvolvimento são praticamente nulos e os conflitos armados, as guerras entre etnias separadas por diferenças religiosas ou por rancores históricos cuja origem acabou por se perder da memória em muitos casos, mas que os interesses de agora se obstinam em alimentar.


O antigo colonialismo não desapareceu, multiplicou-se numa diversidade de versões locais, e não são poucos os casos em que os seus herdeiros imediatos foram as próprias elites locais, antigos guerrilheiros transformados em novos exploradores do seu povo, a mesma cobiça, a crueldade de sempre.


Esses são os Haitis que há que salvar. Há quem diga que a crise econômica veio corrigir o rumo suicida da humanidade. Não estou muito certo disso, mas ao menos que a lição do Haiti possa aproveitar-nos a todos.


Os mortos de Porto Príncipe foram fazer companhia aos mortos de Lisboa. Já não podemos fazer nada por eles. Agora, como sempre, a nossa obrigação é cuidar dos vivos.

Charge do Bira

Ubiratan Dantas (ou simplesmente Bira) é um cartunista, chargista, quadrinhista e ilustrador paulistano. Colabora com o blog “Quem tem medo do Lula?”.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ração humana e gambás



Ração humana e gambás


Por Laerte BragaEstamos próximos da perfeição. Dentro em breve o mercado disponibilizará peças de reposição e óleos especiais para lubrificar os cérebros mantendo-os na direção certa. No caso do Brasil, ligar a GLOBO antes das seis, rezar diante da imagem de William Bonner e seis vezes ao dia voltar-se na direção do prédio da FIESP/DASLU, dando graças por José Collor Arruda Serra.


Em Piraju, pouco mais de 300 quilômetros de São Paulo, uma dona de casa levou um baita susto quando foi limpar sua edícula. Isso mesmo, edícula. Está lá na FOLHA DE SÃO PAULO. A senhora ao proceder a limpeza encontrou escondidos num armário ou num trem qualquer, mamãe gambá e seis filhotes. Em pânico chamou os bombeiros.


A despeito das explicações oficiais sobre perda do habitat etc, essas coisas todas, a gambá e seus filhotes estavam foragidos de Brasília. Haviam deixado o conforto do Palácio dos Buritis, sede do governo da capital e tentaram abrigo no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo. Como foram expulsos por José Collor Arruda Serra resolveram buscar a Prefeitura de Gilberto Kassab.


Ficaram a ver navios. É que o prefeito está às voltas com caixa dois, teve o seu mandato cassado por um juiz eleitoral e agora vai ter que se defender de 33% de recursos ilegais recebidos em sua campanha, principalmente a partir de imobiliárias. Fica aí desvendado o mistério sobre as muitas quedas de prédios na capital paulista.


A mãe gambá e seus filhotes tiveram que se acostumar, enquanto puderam, a edícula, ou seja, casa pequena de um cômodo só. O gambá pai está numa sala de 10 metros quadrados em Brasília, nas dependências da Polícia Federal e só tem chances de sair na quinta-feira, quando o STF (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – dizem né) deve julgar seu pedido de habeas corpus.


Para que possa caber num pequeno vestido e tenha as curvas adequadas, milhares de senhoras e senhoritas correm às feiras e mercados em busca da ração humana. A mulher melão, todavia, meteu-se a fazer uma lipoaspiração e agora está com saudades do bumbum imenso. Perdeu o ganha pão.


E a soja é transgênica.


Magra esbelta e cercada por Jesus, Madonna andou pelo Brasil vendendo a idéia de ajudar as crianças pobres da Amazônia. Captou cerca de 10 milhões de dólares para a ONG Succcess for Kids (Sucesso para Crianças). Boa parte foi dada pelo empresário Eike Batista, ex-proprietário de Luma de Oliveira, um milhão pela Brahma (em troca da ida ao camarote da empresa no carnaval carioca) e o restante por outros “benfeitores” preocupados com as crianças pobres, tudo no esquema FIESP/DASLU..


A colunista Mônica Bérgamo, também da FOLHA DE SÃO PAULO, dá conta das dúvidas sobre o destino do dinheiro. A finalidade real da grana arrecadada. Não há explicações sobre se de fato as doações foram depositadas, na conta de quem e como serão usados esses recursos.


Madonna é financiada por grupos de judeus sionistas e a ONG para a qual trabalha é subordinada a uma organização maior, judeu/sionista, com sede em New York. Os projetos de um modo geral servem de fachada para o nazi/sionismo se instalar em várias partes do mundo dito em desenvolvimento, no caso específico do Brasil, a Amazônia, objeto da cobiça das grandes potências. EUA principalmente. A colunista da FOLHA afirma que Estela de Wulf, diretora da ONG, procurada por dois meses para explicar a dedicação e o amor às crianças pobres da Amazônia não quis falar sobre o assunto.


As treze bases militares norte-americanas que estão sendo montadas na Colômbia deverão servir de base de apoio para o trabalho de ajuda às crianças pobres da Amazônia. E agentes do MOSSAD, com passaportes falsificados, deverão controlar eventuais “terroristas” que possam querer atrapalhar o projeto. Breve na Amazônia, além da bandeira norte-americana a estrela de David. É que Osama bin Laden deve estar por lá, escondido numa tribo qualquer, à espreita para atacar e ferir de morte a democracia cristã, ocidental e abençoada por Bento XVI, Edir Macedo e quejandos, em culto ecumênico. Madonna vai cantar “the lady is a tramp”.


Quando qualquer um de nós acorda, acordamos na cidade. É a nossa realidade imediata. É onde nascemos, crescemos, onde nos preparamos para a vida, constituímos famílias, trabalhamos e onde descansamos em todos os sentidos da palavra. Um estado e uma Nação só serão fortes se as cidades forem fortes.


A minha cidade, por exemplo, Juiz de Fora, cerca de 700 mil habitantes, localizada no estado de Minas Gerais, próxima ao Rio, menos de 200 quilômetros, viveu a experiência de um bandido padrão Kassab na Prefeitura. Vive ainda. O primeiro deles, Alberto Bejani, saiu no noticiário nacional recebendo propina dos empresários do setor de transportes coletivos. O segundo, o atual, Custódio Matos, tucano, recebe, no barato e por baixo, um milhão por mês de propina da Queiroz Galvão no negócio do lixo. E os moradores de Juiz de Fora sequer têm idéia que nessa conversa fiada de progresso o principal manancial de água potável da cidade, está na rota do transbordo do lixo. A represa Doutor João Penido.


Tudo autorizado pela FEAM (FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO-AMBIENTE), onde pontifica um procurador conhecido como Joa/quinzinho (pilantra de carteira de sócio remido na pilantragem).


Esse tipo de procedimento criminoso é padrão entre prefeitos tucanos, DEM, do PTB, eventualmente até prefeitos do PT.


As características de nossa suposta “federação” (nunca fomos) subordina as cidades a União e aos estados. Supondo que seja uma pirâmide, a base está para cima. No Congresso Nacional Constituinte de 1988 discutiu-se muito a perspectiva de maior autonomia em todos os sentidos para os municípios e os avanços mínimos acabaram por acontecer, um ou outro.


De um modo geral estados e União transferem ônus aos municípios e prefeitos ou arcam com esses ônus, ou optam por transformar suas cidades em propriedade privada de seus partidos, de seus financiadores, enfim, meia dúzia de donos, além deles prefeitos. Um mandato, quatro anos, é o bastante para enriquecer qualquer alcaide bandido (são muitos, embora existam muitos íntegros).


Minha cidade vive essa experiência trágica desde 2005, quando da posse de Bejani. Hoje tem até um general da banda, comandante da tal guarda municipal, com direito a honras militares e o escambau. E a propinas também é lógico.


Nas eleições municipais de 2008 o governador José Collor Arruda Serra vivia um dilema. Havia renunciado à Prefeitura para concorrer ao governo do Estado em 2006 e Gilberto Kassab era o seu vice, virou prefeito. O DEM, quadrilha da qual faz parte José Roberto Arruda, exigiu que Arruda/Serra (vote num careca e leve dois) apoiasse a reeleição de Kassab, afinal São Paulo é o segundo maior orçamento do País e isso, por baixo enche pança de qualquer deputado Rodrigo Maia, ACM Neto, etc, etc..


Geraldo Alckimin, ex-governador São Paulo, candidato derrotado por Lula em 2006 (apesar da força que a GLOBO fez para elegê-lo), cismou de ser candidato dos tucanos, quadrilha associada ao DEM. Criou um problema para José Collor Arruda Serra.


A turma do DEM foi lá e disse que sem a Prefeitura de São Paulo nada feito em termos de aliança nacional em 2010 para a sucessão de Lula.


As pesquisas indicavam o ex-governador Alckimin, um pastel de vento e sem caráter nenhum, como líder. Colocavam Kassab em terceiro lugar atrás da candidata do PT, Marta Suplicy.


Calado e sem se pronunciar sobre o assunto, o governador José Collor Arruda Serra quando viu que a aliança com a quadrilha DEM ia para o buraco, buscou algum dinheiro por cima e outro maior baixo dos panos junto ao governo de Brasília (documentos apreendidos pela Polícia Federal na casa de Arruda), enquanto Kassab negociava com o sindicato dos proprietários de imobiliárias, através de uma fachada, um acordo mais ou menos assim. “Vocês podem construir o que quiser, onde quiser, do jeito que quiser, mas me dêem o dinheiro”. E uma doação ilegal, ou foram doações ilegais.


Em quinze dias Kassab saiu do terceiro lugar, foi para o primeiro e venceu as eleições.


Terminado o processo eleitoral e sabedor que Alckimin não vale nada, nem pústula consegue ser direito, chamou o ex-governador e o nomeou secretário dum trem qualquer para garantir um leitinho razoável a criar a perspectiva de uma sobrevida política.


Tudo negócio de máfias. Alckimin, que ainda mal conseguira tirar a faca que fora enfiada em suas costas, caiu de quatro, aceitou a secretaria e lá está, agora tentando viabilizar sua candidatura ao governo do estado.


Esse tipo de gente não sabe o que é vergonha na cara. Nunca ouviu falar sobre isso.


É por aí que imaginam chegar a Brasília, montado no cavalo alazão de José Collor Arruda Serra, com apoio da grande mídia nacional e mídias regionais (o jornal GAZETA, do extinto estado do Espírito Santo, hoje latifúndio de Ermírio e outros, ligado à GLOBO, está em franca campanha para Arruda/Serra, é empresa de pilantras regionais, um exemplo).


Aí faz o seguinte. Vai lá, compra a tal ração humana, entra no tal modelito padrão Adriane Galisteu, ou vira um galã rejuvenescido e tenta o BBB no próximo ano.


É sucesso garantido.. E com direito a revisão de fábrica e peças originais pelo menos até os trinta anos. Ao passar dessa idade limite, data de validade trate de brigar por uma boa aposentadoria ou pensão da previdência social. É o modelo Faustão, passou dos trinta, rua.


Ou corre para uma igreja dessas de Edir, o Macedo, e similares, caia de quatro diante das revelações e substitua a GLOBO pela RECORDE, não faz diferença nenhuma, são iguais. Renovação Carismática é a mesma coisa, aleluia e heil Hilter.


Uma dúvida. A ração humana é servida como? Em tigelas de plástico ou alumínio com o nome do cachorrinho ou da cachorrinha? Isso é importante, a mistura de alhos com bugalhos pode engordar e criar celulites, ou rugas. Pior, calvície e aí você entra no time de “vote num careca e leve dois”.


Em último caso, se não tiver jeito, arranje um asilo na Barra da Tijuca, enclave norte-americano (Miami) no Rio de Janeiro, onde mora o jogador Zico. Quer o emprego de Andrade. Só uma dúvida. E se o Flamengo tiver que jogar na Itália, como Zico vai fazer? Tem prisão decretada por lá por sonegação de impostos, Saiu fugido.


O jeito é dar umas “porradas” em mulheres de “conduta duvidosa”, usar o dinheiro da dita cujas para a droga nossa de cada dia (nada de José Collor Arruda Serra, ou Kátia Abreu, não tem tratamento que dê jeito) e infernizar a vida dos moradores da Rocinha.


Já Kassab... Bom os gambás foram soltos, o prefeito num sei, vai rolar uma briga dessas de anos a fio no Judiciário e qualquer coisa Gilmar Mendes garante. É só entrar pela porta dos fundos com fundos adequados.


Declaração de uma jovem, posta ao sol numa piscina de um condomínio fechado enquanto lia CARAS – “o que é jet set?”. Resposta da companheira, estendida sob uma toalha com as cores de um clube de futebol – “não sei não, mas acho que é uma empresa paulista de acompanhantes”. –


Em caso de desespero, por favor, não quebre o vidro, bobagem, vai cortar a mão, não vai conseguir manusear aquele trem direito e corre o risco da data de validade da carga estar vencida, nem raspe a poupança e compre passagens para New York, imaginando pular do alto do Empire State. Vai ter dificuldades para arranjar o visto, com a imigração no desembarque e a prefeitura da cidade tomou providências para evitar pulos do alto do edifício. Nem quinze minutos de fama mais.


O esquema ideal é a poção mágica do ator Carlos Vereza, servida em forma de carta transformada em pó. Ração “fascismo galopante”. Mistura de Regina Duarte com caldo de FHC, fios de cabelo do finado Sérgio Mota, DNA da careca de José Collor Arruda Serra e complementos vitamínicos de bancos, latifundiários e empreiteiras. Não existe genérico e se encontra a venda nas melhores lojas FIESP/DASLU. O máximo que você consegue é comprar falsificado pela turma do DEM. Nesse existe risco, além de loção Arruda, tem o pó Kátia Abreu que pode matar. E não existe antídoto.


Não resolve nada, mas dá um barato dos diabos dizem os que já experimentaram.


Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Lula em quadrinhos - Cap. 4 - Chegando a São Paulo


Clique na imagem para ler.
Não leu o terceiro capítulo? Clique aqui.
Esta história em quadrinhos, que hoje integra o nosso especial “A história de um vencedor“, terá sempre um novo capítulo publicado aqui aos domingos. A revista foi lançada em 2002, criada pelo cartunista Bira Dantas, atualmente colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

Folha continua forjando trunfos propagandísticos contra Dilma

Folha: Não dá pra não vomitar

Por Celso Lungaretti*

Durante as trevas ditatoriais no Brasil, um oficial de alto escalão certa vez se queixou de que um jornal carioca estaria movendo guerra psicológica adversa contra o regime.

Motivo? É que o matutino montara uma página só com tragédias e catástrofes ocorridas no mundo inteiro, tendo no centro a notícia e foto de uma entrega de espadins aos calouros de uma academia militar.

O gorila avaliou que a imagem de fardados sorridentes, cercada de sofrimento por todos os lados, seria uma maneira subliminar de colocar os leitores contra os milicos, burlando a censura.

Nas minhas (posteriores) décadas de atuação jornalística, perceberia que, si non è vero, è bene trovato: o mero maquiavelismo é muito mais frequente na imprensa do que a mera coincidência.

Um exemplo conspícuo é a capa da Folha de S. Paulo deste domingo (21), tendo como manchete "Dilma faz defesa do estado forte e prega estabilidade" e destacando, na chamada de uma retranca secundária, que "Ministra diz ter feito no exterior treinos militares".

Gato escaldado, o jornal evita sugerir outra vez que um eventual governo de Dilma Rousseff criaria uma infinidade de novas estatais. Sua credibilidade cairá ainda mais se continuar recebendo cala-bocas irrefutáveis.

Mas, não desistiu de insinuar que Dilma é uma estatizante compulsiva, ao colocar em primeiríssimo lugar um tema que, na própria notícia a que a manchete remete, só aparece na metade final:


"Dilma, porém, reafirmou a proposta de fortalecimento do Estado, citada por Lula em sua fala, quando disse à ministra: 'Isso é bom Dilma, não é ruim', ao lembrar que a oposição a acusa de ser estatizante. 'Continuaremos a valorizar o servidor e o serviço público, reconstituindo o Estado, recompondo sua capacidade de planejar, gerir e induzir o desenvolvimento do país', afirmou ela.

"Ao defender o Estado, Dilma disse que o desastre da crise econômica mundial não foi maior no Brasil porque os 'brasileiros resistiram a esse desmonte e conseguiram impedir a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica ou de Furnas', momento em que foi aplaudida".


Percebe-se, claro, que Dilma escolhe cuidadosamente as palavras, para não indispor-se nem com os estatizantes encontrados em suas fileiras, nem com os devotos do deus-mercado existentes fora delas. Políticos são assim mesmo, navegam nas águas da ambiguidade.

Mas, a insistência da Folha em afixar-lhe tal etiqueta já beira o ridículo. Onde cabem pelo menos duas interpretações, trombeteia sempre aquela que maior prejuízo causará à campanha presidencial de Dilma.

Idem, a obsessão em apresentá-la como uma sanguinária ex-guerrilheira, o que verdadeiramente não foi.

Militou na resistência à ditadura de 1964/85, mas como organizadora e dirigente, não como integrante das unidades de ação armada. Por mais que tente, a direita ainda não conseguiu prova nenhuma de que Dilma haja participado pessoalmente de sequestros, expropriações, etc.

Ademais, em nações submetidas a governos despóticos, todo cidadão tem o direito de resistir à tirania, pelos meios possíveis. A partir do AI-5, o único meio possível no Brasil ficou sendo a luta armada.

Assim como nos países europeus submetidos ao jugo nazista. O que poderia fazer a Resistência Francesa, além do que fez? Entregar flores aos carrascos de Hitler?

Canso de afirmar que a ninguém ocorre, na França, apresentar os heróis e mártires da Resistência como autores de crimes comuns, embora suas ações tenham sido indiscutivelmente mais violentas do que as praticadas pelo Colina, VPR e VAR-Palmares (as organizações nas quais Dilma militou).

O jornal, entretanto, faz questão de sintonizar-se com a pregação totalitária das viúvas da ditadura.

Como se fosse um Ternuma qualquer, falseia a História para, panfletariamente, associar a Dilma uma imagem de violência. Chegou ao cúmulo de tentar envolvê-la, forçando a barra ao extremo, com um plano de sequestro que nunca saiu do papel nem era atribuição dela.

E, da mesma forma que os sites fascistas, a Folha apresenta esses episódios sem contextualização. P. ex., para quem conhece o festival de horrores desencadeado pela assinatura do AI-5, que deu sinal verde para a repressão política barbarizar e assassinar à vontade, não causa surpresa nenhuma que os movimentos de resistência pretendessem sequestrar o ministro Delfim Netto.

Como signatário do nefando ato, Delfim escolheu ser alvo das ações dos resistentes. Que, no caso, estavam longe de ser drásticas. Pretendia-se apenas trocá-lo por presos políticos que sofriam torturas terríveis nos porões da ditadura, podendo ser executados a qualquer momento.

Dilma, dignamente, jamais negou sua responsabilidade política pelo que fizeram ou planejaram as organizações em que militava.

Mas, isto é pouco para a propaganda enganosa da extrema-direita. Esta quer porque quer plantar a imagem de que Dilma apertava gatilhos e acendia pavios. Daí inundar a internet com fichas policiais falsas, como a que a Folha entusiasticamente reproduziu, num dos maiores vexames jornalísticos de seus 89 anos de história.

Agora, do enorme perfil que o jornal apresenta de Dilma, repleto de trechos mais interessantes, o que destaca na primeira página é o fato de ela ter feito um treinamento militar básico no Uruguai.

Novamente, cabe a pergunta: o que deveríamos fazer, nós que enfrentávamos os efetivos altamente treinados da repressão política e seu poder de fogo infinitamente superior? Nem aprendermos a nos defender com um mínimo de competência nós podíamos? É como sacos de pancada que o Grupo Folha nos queria?

Na verdade, sim. Tanto que, no momento dos acontecimentos, disponibilizava veículos para o DOI-Codi, enquanto lhe dava sustentação política em seus jornais.


*Celso Lungaretti, é jornalista, escritor e ex-preso político. É paulistano, nascido e residente na capital paulista. Mantém o blog "Náufrago da Utopia", é autor de livro homônimo sobre sua experiência durante a ditadura militar e colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?"

E quem protege a Rocinha da Barra da Tijuca?

Por Larete Braga*

Douglas Dique Carnicelli Júnior, filho de um empresário da Barra da Tijuca, 28 anos de idade, nunca trabalhou a bem dizer. Vive de viagens ao exterior, mora num condomínio fechado. Em tese é importador de peças de automóveis importados.

Na realidade é traficante e abastece a favela da Rocinha no Rio de Janeiro. Foi preso sexta-feira pelo delegado Fábio Pacífico da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde Pública quando ia encontrar-se com o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o “NEM”.

Estava com três mil pontos de LSD em seu carro e em seu apartamento de alto luxo num condomínio na avenida Flamboyant, na Barra, a Polícia apreendeu um quilo e meio de cocaína.

O delegado Fábio Pacífico disse a jornalistas que Douglas “é o atacadista que fornece a droga para as vendas no varejo.”

Há anos atrás o ex-jogador Zico e um grupo de moradores da Barra da Tijuca conseguiram um referendo para tentar dividir a cidade do Rio de Janeiro em vários municípios. A idéia foi rejeitada nas urnas, mas Zico falava muito do comportamento das pessoas e da segurança pública, afirmando que a Barra sem estar dentro do município do Rio de Janeiro, teria condições de livrar-se da violência.

Não está livre nem da violência e nem de Zico.

Está recheada de Douglas.

Há pouco mais de um ano jovens moradores de outro condomínio saiam às ruas para “exemplar” mulheres de conduta duvidosa (a juízo deles). Quando as encontravam, em nome da sociedade cristã e democrática, aplicavam-lhe uma surra, tomavam os seus pertences e com o produto do trabalho dessas mulheres compravam a droga de cada dia.

Presos, o pai de um deles alegou que seu filho não poderia ficar na mesma cela que criminosos comuns, pois além de estudante de direito “foi criado num ambiente familiar saudável, num condomínio onde tinha tudo o que precisava”.

A moça em questão, a tal de “conduta duvidosa” era uma faxineira. Limpava as casas e apartamentos dos condomínios.

O diretor do programa BBB, exemplo de uso da televisão para fins educativos, formação de caráter, etc, o tal Boninho, juntava-se a amigos no apartamento da freira Narcisa Tamborindeguy, para da janela jogar água suja em mulheres que ao talante deles tinham “conduta duvidosa”. Narcisa ia mais além, em quem ela julgava feio.

E agora? Quem vai proteger a Rocinha da Barra da Tijuca?

Construir muros para evitar que os criminosos dos condomínios tenham rotas de fuga?

A propósito, o que seria “conduta duvidosa”? Não assistir igual a pateta a GLOBO o dia inteiro? Não ficar de joelhos à hora do JORNAL NACIONAL e agradecer as revelações do enviado divino William Boneer? Sair de casa gritando que “Bonner é o nosso Deus e Arruda/Serra nosso profeta?

Adorar durante uma hora por dia Miriam Leitão, Alexandre Garcia, Pedro Bial, Lúcia Hipólito, seria esse um procedimento de penitência para purgar pecados e condutas duvidosas?

Ler VEJA todas as semanas em posição de oração, a FOLHA DE SÃO PAULO todos os dias e uma vez por semana tomar a bênção de D. Pedro no ESTADO DE SÃO PAULO?

O governador Sérgio Cabral, para ser justo, precisa criar uma comissão que estude providências imediatas para isolar os condomínios de Barra e proteger a Rocinha, antes que a população fique em pânico com a violência salvadora desse bando de sacerdotes que leva a cachorrinha ao cabeleireiro de helicóptero, que joga água suja em quem tem “conduta duvidosa”, ou em quem é feio a critério da sóror Narcisa Tamborindeguy.

Muro é a solução que normalmente adotam. Aqui, na Palestina, na fronteira do México com os EUA para evitar que mexicanos entrem no império e contaminem os atiradores de elites que matam pelo menos uma vez por semana num rito da libertação e purificação

Ou quem sabe pedir ao “Congresso” de Miami, sede do governo da Barra da Tijuca, que decrete a intervenção e garanta a atitude com mariners?

Bases militares nos estacionamentos de shoppings para ajudar no combate às drogas?

É possível que alguma usina nuclear do Irã esteja escondida num desses condomínios e agentes do demônio iraniano possam estar construindo uma bomba destruidora de efeito mundial. Ou camponeses do MST em apartamentos grilados pela CUTRALE. Ou palestinos esperando a chegada de Osama bin Laden para planejar um novo ato de “terrrorismo”.

Aposto que se o delegado Pacífico for longe na história vai terminar no prédio sede dessas máfias todas, em São Paulo, o esquema FIESP/DASLU. É onde ocorre aquele negócio clássico do se gritar “pega ladrão” sai todo mundo correndo.

Só não pode abrir a porta dos fundos do gabinete de Gilmar Mendes. Vai morrer com a avalancha de habeas corpus a banqueiros, empresários e latifundiários e verbas que chegam por baixo dos panos naquela de fundar um instituto de direito. Eraldo Pereira o jornalista da GLOBO que Gilmar contratou deve ser o “contador.”

Mas e a Rocinha, como é que fica? Indefesa diante da Barra da Tijuca?

*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

21 de Fevereiro no Brasil e no mundo

Por Sônia Montenegro*


21 de fevereiro

1984 Leopoldo Galtieri, ex-ditador argentino, é detido e posto à disposição
das forças armadas.

1989 Morte no campo: Olegário Dias Bispo, líder sem-terra de Feira de
Santana, BA, é assassinado por 3 homens.

1995 FHC anuncia o pacote de reformas constitucionais, com propostas de
flexibilização do monopólio estatal das telecomunicações, permissão para
entrada de empresas estrangeiras na exploração mineral, reforma da
Previdência etc, e proclama o fim da era Vargas.

2006 Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região elevou em 66%, a condenação
imposta à empresa Lima Araújo Agropecuária por escravizar trabalhadores em
suas fazendas em Piçarra, no sul do Pará, sendo a maior condenação pelo
crime já decretada no Brasil.

2007 Anunciada a notícia de que a Petrobras é, pelo 3º ano consecutivo, a
empresa que obteve maior lucro de toda a América Latina.

2008 Soma dos ativos brasileiros supera o valor da dívida externa, pela 1ª
vez em sua história. Relatório Focus, do Banco Central: 2003 - dívida
superava os ativos em US$ 165,2 bilhões. Jan/2008 - ativos superam a dívida
externa em mais de US$ 4 bilhões.

2008 As Farc - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia entregam mais 4
reféns que estavam detidos por mais de 6 anos, entregues ao um grupo de
funcionários do governo venezuelano.

*Sônia Montenegro é analista de sistemas e mora no Rio de Janeiro. Mantém o blog “Farmácia de Pensamentos” e é colaboradora do blog “Quem tem medo do Lula?”

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Justiça Eleitoral cassa mandato de Kassab

Condenação por captação ilícita na campanha inclui a vice. Ambos seguem no cargo enquanto recorrem


Por Roberto Fonseca, Fabio Leite e Eduardo Reina - Jornal da Tarde


SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e a vice, Alda Marco Antonio (PMDB), tiveram o mandato cassado pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloísio Sérgio Resende Silveira, por recebimento de doações consideradas ilegais na campanha de 2008. A decisão, em primeira instância, torna Kassab o primeiro prefeito da capital cassado no exercício do mandato desde a redemocratização, em 1985. Como o recurso tem efeito suspensivo imediato, os dois podem recorrer da sentença sem ter de deixar os cargos.


Entre as doadoras consideradas ilegais estão a Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e empreiteiras acionistas de concessionárias de serviços públicos, como Camargo Corrêa e OAS. Ao todo, a coligação de Kassab e Alda gastou R$ 29,76 milhões na campanha, dos quais R$ 10 milhões são considerados irregulares pela Justiça. A sentença será publicada no Diário Oficial de terça-feira, quando passa a contar o prazo de três dias para o recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).


Silveira disse neste sábado, 20, ao Jornal da Tarde que já julgou os processos de Kassab, nove vereadores e dos candidatos derrotados na eleição à Prefeitura em 2008, Marta Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), todos alvos de representação do Ministério Público Eleitoral (MPE), mas que não poderia informar quais dos réus foram cassados antes da publicação, na terça. Falta julgar o presidente da Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues (PR), e duas empresas acusadas de repasse ilegal.


O juiz afirmou, contudo, que manteve nas suas decisões o mesmo entendimento que levou à cassação de 16 vereadores no fim do ano passado. No caso, todos os políticos que receberam acima de 20% do total arrecadado pela campanha de fonte considerada vedada foram cassados. "Se passou de 20%, independentemente do nome, tenho aplicado a pena por coerência e usado esse piso como caracterizador do abuso de poder econômico na eleição, um círculo vicioso que dita a campanha e altera a vontade do eleitor", afirmou Silveira.


Além de cassar o diploma do prefeito e da vice, a sentença os torna inelegíveis por três anos. Dos 13 vereadores que aguardavam a decisão da Justiça Eleitoral, dez ultrapassavam o limite em doações consideradas ilegais. São eles: o líder do governo, José Police Neto (PSDB), Marco Aurélio Cunha (DEM), Gilberto Natalini (PSDB) e Edir Sales (DEM), da base governista, e os petistas Antonio Donato, Arselino Tatto, Ítalo Cardoso, José Américo e Juliana Cardoso, além de Rodrigues (PR).


Clique aqui para ler a matéria completa.

A sociedade mundial da cegueira



[caption id="attachment_4277" align="aligncenter" width="413" caption="Charge de Jonathas Mello, feita na época do lançamento do filme "Ensaio sobre a cegueira", de Fernando Meirelles, baseado no livro homônimo de José Saramago."]Charge de Jonathas Mello, feita na época do lançamento do filme "Ensaio sobre a cegueira", de Fernando Meirelles, baseado no livro homônimo de José Saramago.[/caption]


A sociedade mundial da cegueira


Por Leonardo Boff , teólogo, filósofo e escritor, na "Adital"

O poeta Affonso Romano de Sant'Ana e o prêmio Nobel de literatura, o português José Saramago, fizeram da cegueira tema para críticas severas à sociedade atual, assentada sobre uma visão reducionista da realidade. Mostraram que há muitos presumidos videntes que são cegos e poucos cegos que são videntes.


Hoje propala-se pomposamente que vivemos sob a sociedade do conhecimento, uma espécie de nova era das luzes. Efetivamente assim é. Conhecemos cada vez mais sobre cada vez menos. O conhecimento especializado colonizou todas as áreas do saber. O saber de um ano é maior que todo saber acumulado dos últimos 40 mil anos. Se por um lado isso traz inegáveis benefícios, por outro, nos faz ignorantes sobre tantas dimensões, colocando-nos escamas sobre os olhos e assim impedindo-nos de ver a totalidade.


O que está em jogo hoje é a totalidade do destino humano e o futuro da biosfera. Objetivamente estamos pavimentando uma estrada que nos poderá conduzir ao abismo. Por que este fato brutal não está sendo visto pela maioria dos especialistas nem dos chefes de Estado nem da grande mídia que pretende projetar os cenários possíveis do futuro? Simplesmente porque, majoritariamente, se encontram enclausurados em seus saberes específicos nos quais são muito competentes mas que, por isso mesmo, se fazem cegos para os gritantes problemas globais.


Quais dos grandes centros de análise mundial dos anos 60 previram a mudança climática dos anos 90? Que analistas econômicos com prêmio Nobel, anteviram a crise econômico-financeira que devastou os países centrais em 2008? Todos eram eminentes especialistas no seu campo limitado, mas idiotizados nas questões fundamentais. Geralmente é assim: só vemos o que entendemos. Como os especialistas entendem apenas a mínima parte que estudam, acabam vendo apenas esta mínima parte, ficando cegos para o todo. Mudar este tipo de saber cartesiano desmontaria hábitos científicos consagrados e toda uma visão de mundo.


É ilusória a independência dos territórios da física, da química, da biologia, da mecânica quântica e de outros. Todos os territórios e seus saberes são interdependentes, uma função do todo. Desta percepção nasceu a ciência do sistema Terra. Dela se derivou a teoria Gaia que não é tema da New Age; mas, resultado de minuciosa observação científica. Ela oferece a base para políticas globais de controle do aquecimento da Terra que, para sobreviver, tende a reduzir a biosfera e até o número dos organismos vivos, não excluídos os seres humanos.


Emblemática foi a COP-15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague. Como a maioria na nossa cultura é refém do vezo da atomização dos saberes, o que predominou nos discursos dos chefes de Estado eram interesses parciais: taxas de carbono, níveis de aquecimento, cotas de investimento e outros dados parciais. A questão central era outra: que destino queremos para a totalidade que é a nossa Casa Comum? Que podemos fazer coletivamente para garantir as condições necessárias para Gaia continuar habitável por nós e por outros seres vivos?


Esses são problemas globais que transcendem nosso paradigma de conhecimento especializado. A vida não cabe numa fórmula, nem o cuidado numa equação de cálculo. Para captar esse todo precisa-se de uma leitura sistêmica junto com a razão cordial e compassiva, pois é esta razão que nos move à ação.


Temos que desenvolver urgentemente a capacidade de somar, de interagir, de religar, de repensar, de refazer o que foi desfeito e de inovar. Esse desafio se dirige a todos os especialistas para que se convençam de que a parte sem o todo não é parte. Da articulação de todos estes cacos de saber, redesenharemos o painel global da realidade a ser compreendida, amada e cuidada. Essa totalidade é o conteúdo principal da consciência planetária, esta sim, a era da luz maior que nos liberta da cegueira que nos aflige.

Ibope e Veja - Gato por lebre

Ibope e Veja - Gato por lebre


Por Laerte BragaEm 1998, Augusto Montenegro, dono do IBOPE, o braço do grupo THE GLOBE no campo de pesquisas de opinião pública, afirmou a vários jornalistas que se Christóvam Buarque de Holanda não fosse reeleito governador de Brasília, segundo turno, disputa com Joaquim Roriz, ele rasgaria seu diploma de pesquisador.


Christóvam perdeu. Montenegro continua fazendo pesquisas e vendendo empulhação aos brasileiros.


Há alguns atrás o dono do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão, Sílvio Santos, desconfiou das pesquisas do IBOPE em torno dos níveis de audiência das redes nacionais de televisão. Contratou um outro instituto e os desníveis entre os resultados de um e outro eram de tal ordem que, Sílvio Santos denunciou que o IBOPE trabalhava com cartas marcadas, num sistema que consistia em instalar uma aparelhinho em alguns televisores em São Paulo, aparelhinhos esses capazes de determinar que canal estava sendo assistido. As pessoas aquinhoadas com o tal aparelhinho recebiam por isso.


O modo GLOBO de fazer as coisas. Comprar, quando não é possível chantagear ou esfolar.


As últimas pesquisas de opinião sobre índices de audiência das redes de tevê mostram uma queda sistemática da audiência da GLOBO, isso em termos anuais. São perdas constantes. O dado foi relevado, mostrado, pouco discutido, omitido pela empresa, mas um ou outro aspecto importante deixou de ser apresentado. A audiência da GLOBO cai ano a ano, no todo da programação e na média, enquanto aumenta o número de aparelhos desligados.


Tudo isso foi constatado pelo IBOPE. Daí a política de uma programação apelativa, mais ou menos como a rede fez no início de sua trajetória, na procura de um espaço para crescer.


Augusto Montenegro disse que José Collor Arruda Serra está eleito presidente, levando em conta os dados da última pesquisa.


Embuste puro. A simples exibição ou divulgação dos percentuais não mostra a totalidade do significado da pesquisa. Dilma Roussef subiu oito pontos e Serra caiu. Dilma começa a crescer de forma espantosa no Norte, Nordeste e Cetro-Oeste do País, onde bate Serra tranquilamente e registra crescimento na parte européia/norte-americana do Brasil, Sul e Sudeste. Não registra, no entanto, que para vencer as eleições José Collor Arruda Serra precisa, primeiro, vencer batalhas entre seus próprios aliados, temerosos que o candidato continue em queda e não consiga reverter a situação, até levando em conta que Dilma terá tempo maior na tevê.


Boa parte dos políticos regionais do DEM e mesmo do PSDB já deixaram claro que não vão se empenhar pela candidatura de Arruda Serra, mas salvar suas próprias peles.


E há o fator Minas Gerais. O segundo maior colégio eleitoral do País é um desafio para Arruda Serra (careca e carequinha). As desesperadas tentativas de seduzir o governador Aécio Neves para aceitar ser vice do paulista podem produzir efeito contrário. Boa parte do eleitorado mineiro começa a se deslocar da intenção de voto em Arruda Serra para o voto em Dilma. Se Aécio aceitar o acordo transforma-se numa barata que vai ser esmagada no dia seguinte ao da eleição. Se não aceitar sobrevive e para sobreviver já percebeu que precisa dar as costas a Arruda Serra. É briga de foice no escuro como se diz em Minas.


Para vencer, Arruda Serra precisa ter pelo menos 70% dos votos em São Paulo, o que parece improvável (nem vai mais às ruas temendo vaias) e ganhar em Minas com boa diferença (outra dificuldade). Setores do próprio DEM mineiro já disseram que vão com Aécio e ir com Aécio significa não ir com Serra. Pelo menos até agora.


O crescimento da candidatura Dilma Roussef no Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País faz com que candidatos a deputado estadual, deputado federal e senador (duas vagas) nos estados dessas regiões comecem a falar “não vou carregar um caixão”, aludindo à candidatura Arruda Serra. O candidato da Casa Branca perde nos três maiores contingentes eleitorais do Nordeste, Bahia, Pernambuco e Ceará.


Outro complicador e dos grandes, é o Rio Grande do Sul. Estado de forte presença das forças de direita e um perfil eleitoral complicado, eleições sempre apertadas, Arruda Serra enfrenta o problema Yeda Crusius. A governadora, até agora, não desistiu de ser candidata à reeleição, vive as mesmas dificuldades que Arruda (só não está presa, mas a hipótese não pode ser descartada) e o ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, tem todas as chances de ser o próximo governador. É um expressivo contingente eleitoral em termos de Brasil. A candidatura de Dilma Roussef cresceu no estado.


O ex-governador Olívio Dutra (seria o candidato ideal do PT) deve disputar o Senado e levar uma das vagas, o que agrava, mais ainda, as dificuldades de Arruda Serra.


Daí o empenho de Augusto Montenegro em tentar criar um fato consumado, a vitória de Arruda Serra, tal e qual fez diversas vezes não no seu papel de presidente de um instituto de pesquisas, mas de um braço do marketing tucano/DEM, sob a batuta da REDE GLOBO, principal cabo eleitoral de Arruda Serra.


Como coadjuvante a revista VEJA sai neste fim de semana com a ministra Dilma Roussef na capa. Dá conta de sua aceitação no PT, enquanto resvala nas análises para o jogo sujo sobre o passado de Dilma. Ter sido guerrilheira.


Nem uma palavra sobre Arruda Serra ter sido presidente da UNE, pertencer a grupos radicais de esquerda e quando preso no Chile, ter sido salvo (seria executado no estádio Nacional) por interferência direta do embaixador brasileiro (época da ditadura), a pedido de seu amigo Fernando Henrique Cardoso. FHC àquela época era o falso exilado. Vendia o peixe da esquerda para o distinto público, recebia dinheiro norte-americano da Fundação Ford e gozava de todas as regalias de “general” Anselmo. Ou seja, figura comprada pelos que controlavam e controlam ainda boa parte das forças armadas brasileiras (os norte-americanos).


As afirmações de Montenegro, a capa de VEJA e o conteúdo da matéria sobre Dilma dão a dimensão do que a candidata do PT vai enfrentar no curso da campanha eleitoral. A sórdida campanha de dossiês e “caravanas da cidadania” globais, que englobam toda a grande mídia brasileira, na tentativa de eleger a qualquer custo o candidato da Casa Branca, José Collor Arruda Serra.


Se FHC é um pobre coitado que vive hoje o dilema de não ser nada, apenas ex, o político brasileiro mais rejeitado (mais que Maluf por exemplo), José Collor Arruda Serra é o que há de mais repugnante em matéria de político e repulsivo como pessoa.


Quando João Pedro Stédile, numa entrevista lúcida durante o Fórum Social Mundial falou da necessidade de “reflexão” sobre o momento político sobre o Brasil, não estava dando nenhum passo atrás como pretendem setores irracionais da esquerda do quanto pior melhor (a política das pequenas seitas partidárias e do movimento social).


Eleições não vão transformar o trabalhador brasileiro em senhor do seu destino.. Nem vão promover as mudanças necessárias para que o Brasil seja um gigante de pé sem riscos de retrocesso.


Mas José Collor Arruda Serra é um retrocesso e por isso mesmo João Pedro disse que o MST é “contra Serra”, quando perguntado se o movimento era a favor da candidatura Dilma Roussef.


IBOPE e VEJA como que deram a partida na mídia do processo eleitoral. A preliminar. O gigante do “negócio”, da “mentira” ainda vai entrar em campo, está no aquecimento, falo da REDE GLOBO.


Quem quiser ver a íntegra da pesquisa do IBOPE, as entrelinhas que a turma esconde, é só dar um pulo em


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=124420&id_secao=1


Que num trabalho de Bernardo Joffilly vai encontrar tudo explicadinho, os dados reais do próprio IBOPE (pesquisas são registradas de acordo com a lei) que desmentem o presidente do IBOPE. Lá tem até mapinha com os dados do IBOPE.


O que é redundância. Desmentir Montenegro. Não fala a verdade e nem sabe o que isso.


A propósito, o distinto cidadão já procurou saber a historinha real do controle remoto no Brasil? Do empenho de Roberto Marinho junto aos ditadores para que o aparelhinho fosse proibido durante um largo período por aqui para evitar exatamente que o telespectador não tivesse que levantar para trocar de canal? Ou seja, aceitar resignado a GLOBO?


E o cara era chamado de paladino do progresso. Mas só dele.


Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

20 de Fevereiro no Brasil e no mundo

Dicionário da Sônia20 de fevereiro

1696 Carta régia proíbe que escravas usem vestidos de seda e objetos
de luxo, para evitar o mau exemplo.

1890 Colônia Cecília - uma experiência anarquista no Brasil: partem de
Gênova cerca de 150 anarquistas italianos, instalando-se em SC e criando o
que se chamaria Colônia Cecília em abril de 1890.

1989 600 índios de 11 nações reúnem em Altamira, PA, o 1º Encontro dos
Povos Indígenas do Xingu.

2002 Comissão de Ética pede explicações ao senador Arthur Virgílio
(PSDB-AM), por ter freqüentado camarote de empresa privada no sambódromo
carioca. Tentou dizer que havia pago R$ 2,5 mil pelo convite, mas foi
contestado, já que os convites não eram vendidos.

2002 New York Times revela a criação de um projeto de manipulação da
opinião pública: a Agência de Influência Estratégica - OSI, cuja missão é
divulgar falsas informações em nome de servir à causa dos EUA.

2008 Fernando Hadad, ministro da Educação, cria novas regras para a
indicação de integrantes do CNE - Conselho Nacional de Educação, que durante
os anos de FHC atendia a variados critérios, exceto o educacional.

2008 Matéria da revista Carta Capital: Enredo da CPI da tapioca - Oposição
visa Lula, mas quer investigação até certo ponto... A média de gastos com
suprimento de fundos é menor com Lula do que com FHC.

2008 Nelson Hubner, ministro interino de Minas e Energia, demite
sumariamente 5 servidores que transformaram o órgão público num balcão de
negócios entre 1997 e 2002, comandado por Nicolau Kohle e indicado por
Ricardo Izar (PTB-SP).

2008 Walter do Amaral, advogado que entra com ação popular contra Paulo
Maluf por conta dos desatinos da Paulipetro, vê finalmente, depois de quase
28 anos, o STF condenar Maluf e seu grupo a indenizar o estado em R$ 4,3
bilhões. Pagou????

2009 Integrantes de instituição chinesa para combate à pobreza visitam o
Brasil para estudar os programas sociais brasileiros.

Sônia Montenegro é analista de sistemas e mora no Rio de Janeiro. Mantém o blog “Farmácia de Pensamentos” e é colaboradora do blog “Quem tem medo do Lula?”

É de lascar, mas Ana Maria Braga cismou que é a encarnação da Ofélia - Pobre Ofélia






É de lascar, mas Ana Maria Braga cismou que é a encarnação da Ofélia - Pobre Ofélia


Por Laerte Braga


Deve existir alguma razão especial, além de audiência (que nem é tanta assim, já se cogitou de suspender o programa) para a GLOBO manter no ar a senhora Ana Maria Braga. A matrona em epígrafe, a Miriam Leitão do entretenimento, tanto poderia parar naquelas antigas seções de quadrinhos dos bons tempos dos velhos jornais, o “acredite se quiser”, ou ir cantar noutra freguesia, tamanho o volume de mancadas ao longo de sua trajetória televisiva.


Nem pensar em programa de humor, não confundir humor com essas besteiras que Ana Maria Braga fala.


Ao entrevistar o jogador Petkovic em seu programa, a veneranda senhora deu uma breve explicação sobre a Sérvia, país de origem do jogador. Discorreu sobre o que era a Iugoslávia, a divisão em vários países após a morte do marechal Tito e o fim da União Soviética (tudo isso é cantado pelo diretor do programa, ou no teleprompter, onde ela lê, se depender de memorizar vai tropeçar, embolar os fios todos, fica pior que aquele filme do submarino cor de rosa com Tony Curtis e Cary Grant.


E disparou a pergunta, bem ao estilo global, naquela de vender a ideologia capitalista, objetivo maior da REDE, falo da GLOBO, confiante na resposta do jogador. Veio em forma de batata quente. Dona Ana Maria Braga quis saber como foi nascer num “país com tantas dificuldades”.


Petkovic respondeu que àquela época não havia dificuldade alguma, as pessoas todas tinham empregos, salários, comiam, era o regime socialista. As dificuldades começaram depois do fim do socialismo.


Corta, muda de assunto.


Ofélia era só uma Vera Loyola pré concebida pelo humor, antes da Barra da Tijuca, Miami brasileira. Tinha graça, charme. Nem Ana e nem a moça das padarias que levava a cachorrinha para o cabeleireiro de helicóptero para evitar que a pobre coitada se estressasse no trânsito, tinham ou têm graça e charme.


Imagino o que deva estar sendo preparado para em programas seguintes anular o impacto da resposta de Petkovic. Em se tratando de GLOBO a histeria anti socialista, anti comunista beira às raias da paranóia e mistura-se ao puxa-saquismo contumaz de buana Obama, buana Obama, Chávez é o demônio.


É possível até que numa reunião de cúpula a família Marinho decida por uma edição especial qualquer mostrando que Petkovic está errado. Ou, o jogador corre sério risco de vir a ser riscado do mapa e crucificado pelos comentaristas globais nos próximos jogos do Flamengo.


O IBOPE já deve ter feito pesquisa para saber quantas “donas de casa” foram afetadas pelas afirmações do jogador e qual o impacto dessas afirmações sobre seus cérebros. Se de repente começaram a pensar, a atrever-se a pensar, ou pior, mudar de canal (tudo igual), pior ainda, desligar a tevê, ou se ainda dá tempo de salvar o que consideram “ser desprezível”, objeto a ser manipulado, ainda mais num ano eleitoral.


Quer ver a mancada da moça (opa!).


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=6&id_noticia=124417


Dá uma olhada na cara de tacho que a dita cuja ficou diante da resposta do jogador. Era para ser uma coisa e foi outra. Fora do script.


A REDE GLOBO é o ponto alto da campanha José Collor Arruda Serra. Já estava tudo pronto para “vote num careca leve dois” e agora, além das trapalhadas do segundo careca, vem um jogador de futebol e sérvio, dizer que no socialismo não existiam dificuldades, que as dificuldades começaram no capitalismo.


Putz! A grana que os norte-americanos gastaram para montar o novo modelo na antiga Iugoslávia, rendeu até guerra. O número de mortos, os crimes cometidos por arianos saudáveis violentando mulheres muçulmanas, que valeram a irresponsabilidade criminosa de João Paulo II pedindo que não abortassem, ou não tivessem o direito de abortar, filhos oriundos desses estupros. Tudo isso e Petkovic, no templo do capitalismo vem e diz que no socialismo não existiam dificuldades!


Imagine um programa só com Dona Ana Maria Braga, Dona Miriam Leitão (vacinada evidente, do contrário a turma corre sério risco e mesmo assim...) e Dona Lúcia Hipólito (longe de garrafas, ou não não sai a com a), as três sob o comando de Alexandre Garcia.


Pedro Bial faz o contraponto, mas desde que o governador Requião não apareça para meter-lhe o dedo em riste à altura do nariz e transformá-lo em anão com o epíteto “mentiroso”.


Não ia ser num estúdio, mas numa jaula.


Primeiro entrevistado, o ator Carlos Vereza falando sobre o “fascismo” e defendendo a entrega da faixa presidencial a José Collor Arruda Serra ou Aécio Pirlimpimpim Neves. Música de Cazuza (que não tem culpa nenhuma disso) e Reginaldo Faria, na abertura e no encerramento, dentro do avião, dando aquela banana que nem na novela...


“Brasil! Mostra a tua cara...”


Cara de plim plim.


Quem sabe para facilitar nos próximos programas ela não leva a dupla SERRA/KASSAB. Vão falar sobre obras para conter os efeitos das chuvas, amigos empreiteiros, o careca do Arruda e mostrar como se faz do Brasil uma grande pizza a lá FHC. Até a muzzarella é superfaturada.


Também de Laerte Braga leia:
"Eu tenho muito medo"

Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

Folha de S. Paulo distorce tudo contra Dilma. De novo!




[caption id="attachment_4261" align="aligncenter" width="322" caption="O jornal já publicou até ficha policial falsa de Dilma Rousseff"]O jornal já publicou até ficha policial falsa de Dilma Rousseff[/caption]

Folha: Não dá pra não desconfiar



Em plena 3ª feira de carnaval, a manchete da Folha de S. Paulo foi "Para Dilma, Estado deve ser também 'empresário'", com direito ao subtítulo "Pré-candidata quer que União não só induza, mas toque obras" e a quatro parágrafos introduzindo o assunto.


Depois, no caderno Brasil, vem o restante, tendo como título "Dilma faz defesa de Estado presente e tocador de obras".

O texto da repórter Marta Salomon, da sucursal de Brasília, desde o início causa estranheza. Primeiramente, porque não se refere a uma entrevista concedida por Dilma Rousseff ao jornal, mas sim de uma que foi editada em livro, para lançamento durante o congresso do PT.

Depois, porque confunde grotescamente o Estado empresário, que faz brotarem empresas estatais como cogumelos, com o Estado que cumpre sua missão de disponibilizar serviços essenciais à população. Se não, vejamos:


"...a pré-candidata ao Planalto Dilma Rousseff defendeu a presença mais forte do Estado na economia, não só para induzir investimentos mas também para tocar obras. 'O Estado terá, inexoravelmente, de reforçar seu segmento executor', disse a ministra ao apresentar proposta que chamou de 'bem-estar social à moda brasileira'.

"A presença mais forte do Estado na economia será necessária, defende Dilma, para universalizar serviços de saneamento, melhorar a segurança pública, ampliar o número de unidades de atendimento na saúde e a oferta de habitação a partir de 2011. Mais de quarta parte da população (26,6%) ainda não dispõe de serviços de esgoto, de acordo com os dados oficiais mais recentes."


Nesta 6ª feira (19), a Folha de S. Paulo dá a mão à palmatória, admitindo implicitamente que sua principal matéria de três dias atrás estava bem no espírito do Carnaval: era um samba do crioulo doido, só que carente do talento e espirituosidade do imortal Sérgio Porto.


O jornal publica no Painel do Leitor a refutação de Oswaldo Buarim Jr., assessor especial da Casa Civil, sem nada contestar. Isto, em jornalismo, significa que a réplica é inquestionável e não deixou espaço para tréplica. A Folha de S. Paulo não encontrou uma única palavra para dizer, que pudesse justificar a leviandade informativa por ela cometida.

Eis, portanto, o que evidenciou-se como a verdade cabal neste episódio:


"Na entrevista (...) não há uma só linha que ampare a manchete da Folha de 16/2... O título distorce o enunciado da reportagem interna, que, por sua vez, é uma distorção da entrevista.

"Para correta informação dos leitores, reproduzimos a declaração da ministra com seu sentido completo: 'O Estado terá, inexoravelmente, que reforçar seu segmento executor, para universalizar o saneamento. Melhorar a segurança pública, a habitação, as condições de vida da população etc. Teremos que adotar novos e modernos mecanismos de gestão interna, que instituam o monitoramento, a verificação, relatórios e mecanismos adequados de controle'.

"Nada a ver com 'presença mais forte do Estado na economia', como diz a reportagem. Tudo a ver com capacitação do Estado para atender as necessidades da população de maneira eficaz.

"Também foi distorcido o sentido de outra afirmação da min istra: 'Muitos diziam que só havia um jeito de as pessoas melhorarem sua situação: através do mercado. E que, se acreditássemos nisso, no final todos seríamos salvos'. Nesse ponto da entrevista, ela se refere a programas como o Minha Casa Minha Vida, conforme está claro na continuação do raciocínio, sonegada aos leitores do jornal: 'Era simplesmente impossível fazer política de habitação, porque não se podia subsidiar. Como construir casas para a população com renda de até três salários mínimos se o custo da casa não é compatível com a renda? A equação simplesmente não fecha. O mercado jamais resolveria esse problema'.

"Nada a ver com 'presença mais forte do Estado na economia'. Tudo a ver com política de subsídios para habitação popular."


O pior é que não se trata de um erro aleatório e inofensivo, mas sim de um que sugere ao leitor a criação de empresas que possam ser instrumentalizadas politicamente de diversas maneiras, inclusive como cabides de empregos.


Era a conclusão óbvia a que os perspicazes chegariam. E foi o que um leitor mineiro da Folha deduziu, em mensagem que o jornal alegremente publicou no dia seguinte:


"Se me faltassem motivos para não votar na candidata Dilma Rousseff, a manchete de ontem já teria sido suficiente: 'Para Dilma, Estado deve ser também "empresário'.

"Não consigo deixar de imaginar a fila de petistas e peemedebistas, de inquestionável integridade, em busca de vagas na diretoria das novas estatais, com o firme propósito de promover 'bem-estar social à moda brasileira'.

"O altruísmo desse pessoal eu conheço de outros carnavais."


Cabe à sucursal de Brasília informar os leitores da Folha sobre os acontecimentos políticos, não ela própria fazer política, fornecendo armas propagandísticas para os opositores de qualquer candidatura presidencial.


O jornal está devendo um pedido de desculpas a Dilma, sua vítima habitual, de quem publica até ficha policial falsa; e a seu público, por mais esta manipulação explícita e desmascarada.

Também de Celso Lungaretti leia:


Caso Battisti: Imprensa brasileira continua comendo na mão da italiana




Celso Lungaretti, é jornalista, escritor e ex-preso político. É paulistano, nascido e residente na capital paulista. Mantém o blog "Náufrago da Utopia", é autor de livro homônimo sobre sua experiência durante a ditadura militar e colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?"

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