A questão do SIVAM voltou a assombrar FHC durante o segundo mandato. Depois de 8 anos da ativação da primeira fase do sistema , o jornal Folha de S.Paulo(?) publicou os documentos sobre as negociações entre a Raytheon e o Governo FHC.
Geraldo Brindeiro, Procurador Geral da República, afirmou que não havia indícios para abertura de uma investigação. Na mesma direção, a Polícia Federal negou que tivesse existido o "lobby" em favor da Raytheon. O embaixador confirmou ter perguntado a José Afonso Assumpção "quanto é que ele queria", referindo-se ao senador Gilberto Miranda (PFL-AM). Mas como sabemos, a sindicância apenas serviu para "botar panos quentes no caso".
No TCU, o Sivam foi objeto de 16 procedimentos, entre eles seis auditorias, além da fiscalização da execução do projeto. O Tribunal considerou "regulares os procedimentos adotados pelo Ministério da Aeronáutica" e considerou "insubsistentes" as acusações levantadas.
A CPI do Sivam só foi instalada em agosto de 2001, com seis anos de atraso em relação às suspeitas de tráfico de influência. O presidente era o então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Depois de colher oito depoimentos em três meses de reuniões pouco freqüentadas, a CPI concluiu que o projeto SIVAM, "era a melhor alternativa, nas condições para a realização dos objetivos daquele consenso". ''Temos muito pouco a fazer agora, porque mais de 90% do projeto já foi implantado'', alegou o relator da CPI, deputado Confúcio Moura (PMDB-RO).
CURIOSIDADES
Demitido da chefia do Cerimonial do Palácio do Planalto, o embaixador Júlio César foi punido com o cargo de representante do Brasil no Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Com um salário em torno de R$ 15 mil mensais, ele permaneceu em Roma até o final de 2002.
No relatório da CPI do SIVAM é possível verificar a transcrição (página 37) das conversas do embaixador Júlio César.
A CPI deixou de fora a investigação dos diálogos de FHC e o embaixador do EUA sobre a obtenção de informações privilegiadas do SIVAM. O relatório não cita esse episódio.
Fica evidente que as relações de Kassab, Serra e FHC são antigas. Kassab ajudou os tucanos a "abafarem" a CPI e em troca, obtém apoio político deles desde então.
E o mais surpreendente: Francisco Graziano Neto, ex-presidente do INCRA e um dos envolvidos nesse grande escândalo, é o atual Secretário de Meio Ambiente de José Serra.
Fontes: Relatório CPI SIVAM (2002)./ http://pib.socioambiental.org/pt/noticias?id=4557
