O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lula chora ao fazer avaliação de governo em entrevista exclusiva ao Jornal da Record



ESSE É O MEU PRESIDENTE!

A grande imprensa e o nascimento do novo

A grande imprensa e
o nascimento do novo


Se a imprensa tradicional está desfigurada, reduzida à condição de boletim de campanha, com fanfarras eleitorais semeadas em praticamente todas as páginas, um fazer jornalístico alternativo, próprio dos que resistem, ameaça a sua até então granítica hegemonia.

Por Gilson Caroni Filho (*)

Em pleno ano eleitoral de 2002, o governo submergia em sérios escândalos na área econômica. O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o diretor de Política Monetária da mesma instituição, Luiz Fernando Figueiredo, eram acusados pelo presidente interino da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de fazer lobby em favor das empresas de telefonia. Ambos teriam entregado à Câmara de Política Econômica, instância governamental, um texto preparado pela BCP, empresa que operava na banda B de telefonia celular em São Paulo. No documento eram recomendados aumentos de tarifas, mudanças contratuais beneficiando as operadoras e redução dos impostos que incidem sobre as contas dos consumidores.

Tinha mais. Havia sérias suspeitas de que técnicos de alto escalão do BNDES, do Tesouro Nacional, do Banco do Brasil e do Ministério da Fazenda fizeram uso de informações privilegiadas para compra e venda de ações do Banco do Brasil. Eram pessoas que trabalham nas mesmas instituições que desenharam o projeto de venda de 16,3% do capital do BB. O então ministro da Fazenda do governo FHC, Pedro Malan, mandou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigar as acusações. O problema é que o órgão fiscalizador abriu sindicância para apurar denúncias de irregularidades de funcionários em processo de cisão nas áreas de petroquímica e de papel e celulose. Em suma, em tempos do império do cassino, o melhor a fazer era, tal como na música de Chico Buarque, "chamar o ladrão".

O que revelam os parágrafos acima? Um cenário tétrico. Um governo corrompido em setores-chave de formulação e execução de sua política econômica. O resultado lógico de instituições que se redefiniram para melhor servir ao receituário neoliberal. Não havia acidentes de percurso. A banca internacional e a degradação interna de autoridades e órgãos que se desviavam de suas funções republicanas não eram obra do acaso. A segunda era um desdobramento lógico da primeira. E não atingia apenas instâncias econômicas; levava de roldão uma imprensa que a tudo silenciava. Por convergência de princípios e por ser sócia do jogo.

Os fatos aqui relatados não são fruto de uma exaustiva investigação pessoal. Resultam da leitura de novas mídias, em complementação entre o impresso e o digital, que vieram para disputar a hegemonia no campo da produção e difusão de informação. Veículos como Caros Amigos, Carta Capital e Carta Maior, entre outros, noticiaram o que a imprensa oligarquizada tratou de jogar para debaixo do tapete. Os profissionais que militam nesses espaços, ao invés de seguirem conhecidas orientações editoriais, cumpriram, já naquele pleito, a função básica de fiscalizar o poder público e estabelecer a construção de dispositivos contra-hegemônicos.

Por excelência, sempre denunciaram as malfeitorias do consórcio demo-tucano com amparo em sólido trabalho investigativo, tarefa irrenunciável de um jornalismo preocupado em atender aos interesses dos novos sujeitos emergentes e dos movimentos sociais organizados.

Hoje, passados oito anos, vemos surgir novas formas de produção comunicativa que não se deixam submeter a outro imperativo que não seja o interesse do leitor. Nadando contra a corrente de uma imprensa de mercado e antinacionalista, não recusam os princípios que fundamentam a liberdade de imprensa, assegurada em qualquer regime democrático. O pluralismo está assegurado na cobertura dos fatos, no respeito ao contraditório e nos mais variados matizes ideológicos de seus colaboradores e articulistas.

Como veículos de cidadania, não se prestam a agenciamentos de interesses escusos, a distorções da realidade, infamando, como fazem as corporações, quem consideram adversários políticos. É bela a aula de jornalismo dada por espaços que se multiplicam com o surgimento de um governo comprometido com a luta da classe trabalhadora. Que mantêm na credibilidade, independente do formato, sua identidade central. Reafirmam o que disse, já há algum tempo, o jornalista Washington Novaes: "jornalismo não é profissão a ser exercida em nome próprio, mas por delegação da sociedade, a quem legitimamente pertence a informação.”

Se a imprensa tradicional está desfigurada, reduzida à condição de boletim de campanha, com fanfarras eleitorais semeadas em praticamente todas as páginas, um fazer jornalístico alternativo, próprio dos que resistem, ameaça a sua até então granítica hegemonia. As eleições de outubro talvez venham a ser o divisor de águas do campo comunicativo. Fruto da massa crítica acumulada, o novo pode enfim nascer. E virá como desconcertante reconquista do futuro.


*Gilson Caroni Filho é sociólogo e mestre em ciências políticas. Nascido e residente no Rio de Janeiro, onde é professor titular de sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha). É colunista da Carta Maior, colaborador do Jornal do Brasil e do blog "Quem tem medo do Lula?".

As charges são uma cortesia do cartunista Bira Dantas, também colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

Em situação de risco

Em situação de risco

É preciso acordar para fazer valer o ECA e não mutilá-lo como querem alguns. Ser adolescente no Brasil tornou-se risco de vida. Aqui, 46% dos casos de mortes por homicídios se localizam na faixa etária de 12 a 18 anos.

Por Sulamita Esteliam (*)

Na avenida beira-canal, em Boa Viagem, bem na esquina com a Ribeiro de Brito, na Zona Sul do Recife, há um acampamento que espelha uma realidade incômoda. Ali, vigiadas por uma ainda jovem e bem-fornida senhora, meia dúzia de crianças, da mais tenra idade à adolescência, se empenha em conseguir alguns trocados. Os alvos preferenciais são os motoristas que aguardam o sinal verde para seguir em frente ou dobrar à direita rumo ao trabalho, à residência, ao shopping, aeroporto ou outro destino qualquer. Algumas tentam lavar o parabrisas dos automóveis, outras mendigam, simplesmente. Até mesmo uma balinha, um bombom angariado, é entregue à capataz. Impassível e solenemente instalada em uma cadeira surrada, que chora o esforço de sustentar o traseiro colossal que a comprime sobre a calçada.

Faça chuva ou faça sol, logo nas primeiras horas da manhã, lá está a trupe maltrapilha, esfregando em nossos olhos classe-média o triste espetáculo da miséria execrável. O expediente se encerra quando a noite se anuncia.
Não se sabe se a tal mulher botou filhos no mundo para explorá-los, ou se se vale da miséria alheia para cobrir as próprias necessidades materiais, sem queimar suas abundantes calorias. Muito provavelmente, se questionada, a senhora alegará o “império da necessidade” para explicar sua atitude deplorável. Se confrontada com a ilegalidade, acenará com o desconhecimento.

Situações semelhantes proliferam, aos milhares, pelas esquinas de nossas capitais e áreas metropolitanas, sobretudo. Desafiam nossa compreensão, cotidianamente, num tempo que parece não ter princípio, nem fim. São os subprodutos de um sistema perverso, que gera riquezas e multiplica desigualdades. Desconhecem as políticas públicas que, por mais que se renovem e avancem, se revelam insuficientes.

Aquelas crianças do bairro-símbolo da Zona Sul do Recife nasceram sob o vigor do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, fruto da Constituição Cidadã, de 1988. A lei que o gestou acaba de completar 20 anos, dia 13 de julho. É um marco na defesa dos direitos humanos em nosso país. Do ponto de vista legal, alterou os paradigmas no tratamento de crianças e adolescentes, antes vistos como incapazes, hoje como sujeitos de direito. Sob o aspecto social, há, sim o que comemorar: a redução da mortalidade infantil em 58% e a retirada de cinco milhões de crianças de postos de trabalho, por exemplo. Temos, seguramente, a legislação mais avançada do planeta em termos de proteção social da infância e da adolescência. Só precisa ser devidamente aplicada.

Não se pode fechar os olhos aos desafios, e eles são da estatura da lei. Sobretudo na educação, na saúde e na segurança.

Os meninos e meninas da beira-canal de Boa Viagem deveriam estar na escola, que é lugar de criança. Deveriam estar brincando, que é obrigação dos infantes. Deveriam ser e estar acolhidas pela família, se é que famílias há. Ao invés disso, mendigam, ou trabalham, expostas aos perigos do tráfego, a toda sorte de humilhações, doenças, violência e abusos. Estão à margem - do canal, da sociedade, da vida, como margilizados, certamente, também foram, e são, seus pais.

Na ótica dos direitos humanos, tal situação é definida como sendo “de risco” ou de “vulnerabilidade”. Brutalizadas pela pobreza, pela indigência humana e pela exclusão social, não são, apenas, alvos fáceis do preconceito, da hipocrisia, do oportunismo político, da ignorância - não raramente açulados pela mídia conservadora. São candidatas a engordar as estatísticas da violência infantojuvenil, que tanto nos preocupa – e que estimula a discussão sobre a redução da maioridade penal, ao arrepio da nossa Constituição. Estão na mira da marginalidade criminosa ou morrem como formigas, por esse e outros motivos.

Certamente, faltam políticas públicas que acolham a família, que a instruam sobre seus direitos, e deveres, de cidadania. Há quem avalie que falta, principalmente, diálogo que favoreça a aglutinação dos esforços do poder público, nos três níveis, entre si e com as organizações não-governamentais, os segmentos da Justiça responsáveis pela observância e aplicação da lei, a sociedade civil organizada – pelo menos aquela parcela que enxerga além do próprio umbigo. O juiz Paulo Brandão, da Vara da Infância e da Juventude do Recife e membro do Cica – Centro de Integração da Criança e do Adolescente, se insere nesse time: “É preciso menos discurso e mais ação. Trabalhar em redes para potencializar os esforços, formar comitês locais para solução de conflitos. O centro não são as instituições, são as crianças e os adolescentes”, ensina.

É preciso acordar para fazer valer o ECA e não mutilá-lo como querem alguns. Ser adolescente no Brasil tornou-se risco de vida. Aqui, 46% dos casos de mortes por homicídios se localizam na faixa etária de 12 a 18 anos. São dados oriundos de pesquisa da Secretaria Nacional de Direitos Humanos em parceira com o Fundo para as Nações Unidas para a Infância – Unicef, Observatório de Favelas e Laboratório de Análise da Violência da Uerj – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Divulgada em junho de 2009, calcula-se que, a prevalecerem as condições constatadas em 2006, data da pesquisa, 33.504 mil jovens dessa faixa etária terão sido assassinados até 2012. É um verdadeiro genocídio, que atinge, principalmente, os de sempre: jovens do sexo masculino, negros e pobres.

O Nordeste tem quatro dentre os 10 municípios brasileiros, acima de 100 mil habitantes, com mais alto IHA - Índice de Homicídios na Adolescência. Três são pernambucanos, pela ordem: Olinda em quarto lugar, com, 6,5 mortes para grupo de mil adolescentes de 12 a 18 anos; Jaboatão dos Guararapes, em oitavo, com 6,0 e Recife em décimo, também com 6,0. Considerando-se apenas as capitais, Maceió capital das Alagoas, que ocupa o nono lugar geral, com 6,0, é a mais violenta. É seguida pelo Recife e Rio de Janeiro; por Vitória, Porto Velho, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, João Pessoa e Salvador. Os indicadores de São Paulo e Região, incluindo Campinas, surpreendentemente, colocam estes municípios abaixo das 20 primeiras na posição geral, e a capital paulista em 24º lugar dentre as capitais. A lista dos 10 municípios com maior índice é encabeçada por Foz do Iguaçu, no Paraná, com 9,7, seguida pela mineira Governador Valadares, com 8,5, e por Cariacica, no Espírito Santo, com 7,3. Sinal de alerta importante: os piores índices se localizam, em sua maioria, nas cidades de porte médio.

O IHA estima o risco de mortalidade de adolescente por homicídio. A ideia é que a informação ajude a mobilizar as pessoas para a gravidade do problema, que assume proporções de limpeza social e étnica. Ao mesmo tempo, pretende-se o monitoramento do fenômeno e a avaliação de políticas públicas preventivas e para reduzir a mortalidade adolescente. Este deveria ser o foco dos debates sobre os 20 anos do ECA: como barrar o crescimento da violência que vem dizimando nossos jovens, nosso futuro. Não é o que se vê em nossa mídia convencional.

Os dados oficiais preocupam, também no terreno da violação de direitos. Pior, da parte de quem deveria zelar por eles – a própria Justiça. De 1996 a 2006, o número de adolescentes privados de liberdade deu um salto de 363%: passou de 4.245 para 15.436, segundo a Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Note-se que isso representa poucos mais de 3% da população carcerária adulta, estimada em 420 mil presos em 2007. Essa evolução, contudo, não espelha a tendência – mundial, aliás – de crescimento da participação de adolescentes em crimes violentos e de sua inserção em bandos e quadrilhas. Tais números estão contaminados pela aplicação indevida de medidas restritivas, segundo a própria secretaria.

Em 2009, 86% dos cerca de 18 mil jovens sob medida social-educativa estavam reclusos, aponta pesquisa nacional coordenada pela Universidade Federal da Bahia para o Ministério da Justiça. De acordo com a Subsecretaria Nacional de Promoção aos Direitos da Criança e do Adolescente, contudo, mais da metade não deveria estar presa, pois não praticou infração que signifique “grave ameaça ou atentado à vida”, conforme reza o Art. 122 do Estatuto. A maioria executou crimes contra o patrimônio – roubo ou furto – e está em sua primeira internação. Também aqui, a imensa maioria é formada pelos filhos da periferia excluída, aonde o Estado, normalmente, só aparece para mostrar a sua face repressora.

Ou seja, são vítimas em quaisquer circunstâncias: da família desagregada, da exclusão social, da violência a que estão expostos nas ruas - e da qual não escapam quando praticam infração da lei. Submetidos à Justiça, acabam em instituições que deveriam cuidar da recuperação, mas que não estão preparadas para a tarefa e, não raro, fazem uso da violência física como medida educadora. E aí, com perdão da imagem, o cachorro volta a correr atrás da própria cauda.

*Sulamita Esteliam é jornalista e escritora. Autora dos livros Estação Ferrugem, romance-reportagem que resgata a história da região operária de Belo Horizonte-Contagem, Vozes, 1998; Em Nome da Filha – A História de Mônica e Gercina, sobre violência contra mulher em Pernambuco; e o infantil Para que Serve Um Irmão, os dois últimos ainda inéditos. Apresenta, nas manhãs de sábado, o programa Violência Zero pela Rádio Olinda AM – 1030. Colabora com o blog "Quem tem medo do Lula?".

A nova guerra de Giap - O capitalismo chinês


A nova guerra de Giap -
O capitalismo chinês


Por Laerte Braga (*)


Vo Nguyen Giap tem 98 anos de idade e derrotou franceses e norte-americanos nas guerras pela libertação da antiga Indochina, o Vietnã. Ao lado de Ho Chi Min e do povo vietnamita.



Um dos maiores estrategistas militares do século passado e chamado pelo jornal LA REPPUBLICA de “general de dois séculos”, acusa o governo de seu país de ser tolerante com o capitalismo chinês, com graves prejuízos para o ambiente e povo do Vietnã.



Seu discurso, duro e preciso, com a autoridade moral de quem se entregou à tarefa de viver pela dignidade e independência de seu país, não foi contestado pelas autoridades comunistas – como ele – do Vietnã.



Giap denuncia o capitalismo chinês, conhecido no Vietnã como “sinistro”, pelo absoluto e total desrespeito ao ambiente e aos países onde põe o seu tacão.



É difícil dizer que o regime chinês seja comunista. Num país onde a corrupção gerada pelo capitalismo, é intrínseca, é cada vez maior o número de milionários num clube menor de privilegiados e maior o de escravos num clube de mais de um bilhão de pessoas, não há como escapar de uma conclusão simples. Uma ditadura cruel e perversa de um partido traindo os ideais revolucionários que, por um tempo, libertaram o povo chinês.



Giap denunciou a cessão de direitos sobre minas quase intocadas de bauxita na província de Cao Bang. A linguagem é típica de países capitalistas, países e negócios. A formação de “joint ventures com empresas chinesas. A região, como narra Raimondo Bultrini, que conversou com o general e publicou suas declarações na edição de 19 de julho, “é uma encantadora cascata de montanhas e colinas cultivadas, justamente na fronteira com a China.



Em 1979 os chineses invadiram o Vietnã em represália à condenação do governo de Ho Chi Min ao Khmer Vermelho do Camboja. A invasão teve apoio dos EUA (o Khmer matou milhões de pessoas no Camboja). Terá sido a última grande batalha do velho general. Giap, numa espetacular manobra só possível aos grandes estrategistas militares, cortou as linhas chinesas de suprimento, isolou os chineses e um acordo para aquele tipo de retirada nem tão devagar que parece provocação e nem tão depressa que pareça medo, foi a conseqüência. No duro mesmo foi vem rápida.



Os acordos feitos pelo governo comunista (o pragmatismo em determinados momentos cheira a rendição, submissão, partidos revolucionários viram empresas) do Vietnã com o governo sei lá o que da China, vão “mudar para sempre o rosto ainda não contaminado dos altiplanos centrais e setentrionais”. A região faz parte da História das lutas do Vietnã pela independência, foi local de um dos refúgios de Ho Chi Min.



Breve o tacão capitalista chinês sufocando e destruindo o povo e o ambiente.



Os discursos e as entrevistas de Giap, além do apelo do prêmio Nobel Nguyen Huu Ninh, do manifesto de intelectuais, acadêmicos, veteranos das guerras de libertação, não foram capazes de sensibilizar o governo submetido a Pequim.



“É meu parecer que nós não devemos explorar a bauxita. A sua extração irá causar conseqüência graves ao ambiente, à sociedade e à defesa nacional”.



O acordo do governo do Vietnã foi firmado com a chinesa CHINALCO, uma das gigantes do setor de alumínio e em 2012 todo o aparato capitalista estará montado e destruindo a região.



Para Nguyen Tan Dung, primeiro-ministro do “novo comunismo” vietnamita, subordinado ao imperialismo chinês, todo esse amontoado de acordos e joint ventures é “uma das principais políticas econômicas do partido e do governo”.



Rios como o BA e o SEREPOK em breve estarão contaminados por agentes químicos e tóxicos derivados da “exploração, em uma região habitada pelo maior número de etnias indígenas não vietnamitas”.



Quinze milhões de dólares foi o valor pago a empresa estatal do Vietnã VINACOMIN, pela chinesa CHINALCO.



Comprou um país na chamada visão “social capitalista” do governo atual da antiga Saigon, hoje Cidade de Ho Chi Min.



O discurso e vários pronunciamentos e entrevistas do general Giap calaram fundo em seu povo. A idade avançada e a doença, no entanto, impedem-no de uma luta maior e essa deve ser a primeira derrota de um dos maiores generais da História. Um raro general revestido de dignidade, numa seara onde a barbárie é quase regra geral.



“O ataque de Giap teve efeitos milagrosos. Deu coragem a outras vozes de dissenso, em uma sociedade que se moderniza velozmente. Quem se colocou como escudo do general de 98 anos, expondo-se, foram 135 acadêmicos, economistas e cientistas”. Eles também assinaram um pedido ao governo, com tons duros para com a China:



A REPÚBLICA POPULAR TEM UMA FAMA SINISTRA PELOS DESASTRES AMBIENTAIS QUE ESTÁ PROVOCANDO”



O comunismo na China é rótulo. Mero capitalismo disfarçado e imposto a chineses, agora se estendendo por vários países da Ásia e alcançando a África.



O que se vê é apenas o embate de dois monstros predadores. EUA e China.



Deve servir de exemplo para o processo de integração latino-americana. Como não deve ser.



Giap e Fidel são os últimos governantes com estatura de estadistas, como Oscar Niemeyer, centenário em sua fidelidade a princípios. Giap não foi propriamente um governante, foi comandante militar de seu povo na luta pela independência, contra colonizadores e invasores.



O que se vê hoje são apenas homens de negócios vestindo essa ou aquela roupa segundo as conveniências, onde nada é pessoal, pois é um mundo em que pessoas são cada vez mais objetos.



CHINALCO, GENERAL MOTORS, CITY BANK, entre nós VALE, ARACRUZ, no mundo inteiro matando pessoas BAYER, MONSANTO, e os gerentes, Obama, Sarkozy, o primeiro-ministro inglês, etc, etc.



Não é um “Admirável Mundo Novo”, não, não é. É o mundo “O Macaco e a Essência”.



*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no “Estado de Minas” e no “Diário Mercantil”. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”

DILMA ENGOLE E NOS FAZ ENGOLIR SAPOS
























Por Celso Lungaretti (*)


Meu saudoso pai, que trabalhou 46 anos em fábrica, tinha uma frase curta e grossa para criticar quem faz concessões em demasia: "Quanto mais se curva, mais mostra o rabo"

Os responsáveis pela campanha de Dilma Rousseff, depois de descaracterizarem seu programa eleitoral registrado no TSE sob vara da grande imprensa, agora fazem a candidata dar declarações que equivalem a rendições.

Nesta 4ª feira (21), Dilma disse que, apesar de ter assinado embaixo, discorda do controle social da mídia, da taxação das grandes fortunas e da redução obrigatória da jornada de trabalho.

Sobre a primeira, afirmou:
"O único controle que existe é o controle remoto, na mão do telespectador, porque ele muda de canal. Sou contrária ao controle do conteúdo. No que se refere a controle social é impreciso. Não existe controle social que não seja público".
Também não concordo com a proposta de controle social da mídia, mas nunca adotaria o discurso que Dilma fez ontem, repetindo o do inimigo para o tranquilizar:
"É inadmissível a censura à imprensa, ao conteúdo, à critica. Sou rigorosamente contrária ao controle da imprensa".
A pecha de censores, que ela assim lançou sobre petistas há muito defensores de tal proposta, é extremamente injusta: antes de liberticidas, são, isto sim, idealistas indignados com a parcialidade, a tendenciosidade e a unilateralidade da indústria cultural que, sob o capitalismo putrefato, cumpre a função de bovinizar seus públicos por meio da manipulação ideológica dos acontecimentos.

Em lutas como a que travo em defesa do escritor e perseguido político Cesare Battisti, constatei o abandono brutal das boas práticas jornalísticas no Brasil.

A isenção e o equilíbrio foram para o lixo, a ponto de declaração de intelectual de renome mundial (pró Cesare) ser olimpicamente ignorada, enquanto se destaca qualquer irrelevância proveniente de vítima profissional ou inspetor de quarteirão (contra). Direito de resposta e de expressão do
outro lado viraram letras mortas.

Então, da Dilma que conheci durante a resistência à ditadura militar eu esperava que destacasse o fato de não estar existindo liberdade de imprensa propriamente dita, mas sim uma liberdade de desinformação, da qual a burguesia usa e abusa no seu afã de tanger os cidadãos para a aceitação passiva, acrítica e conformista do
status quo.

Só discordo do remédio proposto: o de usar-se a força do Estado para fazer com que a mídia volte a respeitar os limites entre informação, interpretação e opinião, ao invés de ideologizar as duas primeiras, deturpando-as para que se amoldem à opinião que os veículos já têm sobre o assunto enfocado.

Para mim, a verdadeira luta se trava nas ruas, não nos gabinetes do poder.

E não é para retocarmos aspectos do estado burguês sob o capitalismo, tentando torná-lo menos excludente, manipulador, injusto, predatório, parasitário, etc., etc.

É para substituirmos um sistema calcado na ganância, no privilégio e na competição zoológica entre os trabalhadores, por outro fundado no atendimento das necessidades humanas, na igualdade de oportunidades e na solidariedade universal.

Então, não se trata de moralizarmos a atuação da imprensa, mas de fazermos a revolução. Curto e grosso, como meu pai gostava.

A MAIS-VALIA É INTOCÁVEL?

No tocante às grandes fortunas, também vale tudo que eu disse acima; justiça social só haverá quando adotarmos um modelo de sociedade que a priorize, e não ao seu contrário.

Mas, vendo esse nosso povo sofrido dos grotões, socorrido por programas assistenciais que só lhe dão fôlego para continuar vegetando mais do que sobrevivendo, não consigo conter minha indignação e repulsa ao saber que há brasileiros com patrimônios pessoais na casa de US$ 27 bilhões (Elke Batista), US$ 11,5 bilhões (Jorge Paulo Lemann), US$ 10 bilhões (Joseph Safra)...

A liberdade de imprensa é sagrada para nós, revolucionários, sim!

Mas não a liberdade de empreender (no dizer dos propagandistas do capitalismo), de construir fortunas imorais e escandalosas como essas a partir da mais-valia expropriada dos trabalhadores (assim dizemos nós).

Então, abdicar da proposta de taxação das grandes fortunas equivale a uma capitulação ao inimigo. Curto e grosso.

Já foi difícil aceitarmos o recuo da revolução para a reforma. Que dizer do recuo da reforma para a conivência com os aspectos mais aberrantes e desumanos do capitalismo?!

NEM SEQUER 4 HORAS A MENOS?!

Por último, a redução da jornada de trabalho, que Dilma agora reduz a uma “questão de negociar entre patrões e empregados”.

Será que ela esqueceu tudo? Nosso bê-a-bá, as leituras de Marx (O Capital), Lênin (Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo) e tantos que tais?

Lutamos para conduzir a humanidade a um estágio superior de civilização, dentre outros motivos, porque o capitalismo desperdiça criminosamente as possibilidades ora existentes de redução da jornada de trabalho a uma fração da atual, permitindo aos homens libertarem-se dos grilhões da necessidade e desenvolverem plenamente suas potencialidades.

Para produzir-se aquilo de que os seres humanos realmente precisam para uma sobrevivência digna – sendo, claro, extintas atividades nocivas, parasitárias e inúteis como as desenvolvidas pelos bancos –, menos da metade da jornada de trabalho atual seria mais do que suficiente.

E Dilma remete a mísera diminuição de 44 para 40 horas semanais a entendimentos com os patrões, como se as duas partes tivessem poder de fogo equivalente!

Sua campanha abusa do fato de a alternativa demotucana ser execrável a tal ponto de qualquer coisa, mesmo esse programa desfigurado e cúmplice do capitalismo, ainda representar mal menor.

Não teremos desculpa nem coragem para olhar no espelho se deixarmos de engendrar uma opção realmente satisfatória para 2014.

Chega de sermos obrigados a engolir a menos pior... ainda que, como no caso presente, tenha todas as características de um enorme batráquio!
*Celso Lungaretti, jornalista e escritor. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

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