O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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Peço que, quem queira continuar acompanhando o meu trabalho, siga o novo blog.

domingo, 4 de julho de 2010

39% X 38%: Serra é eleito presidente de um país chamado DataFolha. Enquanto isso, no Brasil...


5º feira, Campinas-SP: Dilma Rousseff recebe o apoio de 117 prefeitos do Estado de SP -- 50 deles pertencentes a partidos da oposição. O PSDB foi o partido que mais levou prefeitos ao evento, denominado de Movimento Pluripartidário de Prefeitos Pró-Dilma Rousseff. No total, compareceram 25 tucanos. O PT, partido da candidata, e o PMDB, do vice, levaram 22 prefeitos cada um. Esse apoio pode explicar o crescimento de Dilma na região. Nas últimas pesquisas a petista passou o tucano José Serra, no Sudeste.Dilma ainda conseguiu agregar o apoio de mais 9 prefeitos do DEM e 8 do PPS --legendas que oficializaram o apoio ao candidato do PSDB, José Serra. Além disso, o encontro teve a presença de 8 prefeitos do PV...

PARA MEDIR A CONSISTÊNCIA DO DATAFOLHA VALE RECORDAR O CAVALO-DE-PAU PRODUZIDO PELO INSTITUTO DA FAMÍLIA FRIAS EM 22 DE MAIO
[Carta Maior 22-05]

Em um mês [entre o final de abril e o final de maio] o Datafolha 'deu' e 'tirou' 12 pontos de Serra para ajustar os números do instituto à evidência incontornável de um crescimento generalizado de Dilma em todo o país, conforme os levantamentos da Sensus e da Vox Populi já haviam sinalizado. Mais do que colocar o instituto da família Frias e seu diretor, Mauro Paulino, sob suspeição, o cavalo-de-pau de agora, com o empate entre os dois presidenciáveis, reflete uma crise de identidade na candidatura Serra. O patético figurino de um candidato 'cordial progressista' tentado nos últimos meses derreteu pelo artificialismo abusivo que nenhum gênio do marketing pode contornar. A 'virada' do Datafolha não resultou apenas da exposição de Dilma no programa eleitoral do PT, como quer o reducionismo conveniente dos 'analistas'da pág 2. Acontece que o figurino 'cordial progressista', quase lulista, de Serra fere uma percepção difusa porém marmorizado no imaginário social, que é a oposição golpista, sistemática, da própria mídia ao governo Lula, indissociável de seu alinhamento escandaloso à candidatura demotucana. As manobras em alta velocidade do Datafolha apenas corroboram essa adesão agressiva. O que se está colhendo agora é o efeito bumerangue dessa endogamia despudorada: o golpismo de seus aliados na mídia denuncia a farsa de um Serra 'continuador' do governo Lula. Evidencia, ademais, uma profunda crise de identidade de sua estratégia eleitoral, decorrente da falta de um projeto político e econômico convincente para o país. Só o Datafolha ainda não havia mensurado o desdobramento desse vazio, mas agora não dava mais para esconder. As coisas então ficam assim: ou a mídia muda totalmente seu discurso golpista e adere ao 'lulismo' de Serra --com as consequências eleitorais desse 'ajuste' ; ou Serra sai do armário e se junta ao udenismo lacerdista do diretório midiático.--
(Carta Maior; 02-07)

Deu zebra no mundial


Deu zebra no mundial

Por Rui Martins (*)

Berna (Suiça) - E aconteceu o que todos temiam e alguns, mais entendidos, tinham previsto. De alegria do povo, virou tristeza, felizmente logo depois partilhada, porque para consolo da torcida brasileira, tomaram também o avião de volta os argentinos com Maradona e equipe.

Torcedor de quatro em quatro anos, me fica deste Mundial a impressão de que futebol tem sua dose de técnica, porém não deixa de ser um jogo, com pano verde de grama e os golpes de chance ou de azar nas cobranças de pênaltis.

Muito se tem falado da solidão do goleiro na hora do pênalti, porém pouco dos traumas e sequelas psicológicas dos jogadores depois de perderem seu pênalti. Como os infelizes chutadores de Gana e do Paraguai, incapazes de explicar aos seus compatriotas a sua falha, o seu erro ou sua falta de sorte.

Futebol é um jogo e aí sua força mobilizadora, seu sucesso mundial e a paixão geradora de tanta adrenalina. Quando nossa seleção está ganhando queremos que o tempo passe ligeiro, quando está perdendo esperamos a repetição do milagre de Josué, capaz de parar o tempo, contado no livro bíblico das mil e uma maravilhas.

Sendo jogo, tudo pode acontecer, como se ganhar na loteca e a Suíça derrotar a Espanha. Cadê a lógica ? A bola bate na trave, passa por cima, raspa ao lado, mas não vale. Só vale bola na rede e tem dias em que ninguém consegue enfiar a danada da bola na rede.

Potência do chute do pé, resistência do ar provocando ligeiros mas fatais desvios do curso da bola, provavelmente possíveis de se reconstituir em leis de física, numa fórmula complicada, porém impossível de se prever na corrida do jogador, sob a pressão do adversário. Na cobrança de uma falta não há os marcadores matemáticos calculados pelos soldados de artilharia ao disparar seu tiro.

E esse jogo, que em certos momentos não difere muito da roleta, pode provocar crises dentro do governo, reforçar uma ditadura, criar um clima de alegria coletiva, ajudar na coesão nacional e unir etnias sob a mesma bandeira. Como todo jogo, pode viciar, obcecar, desviar os torcedores de outros interesses dominados pela sequência de alegrias intensas e derrotas imensas.

Toda vez que vou ao Brasil me impressiono com o excesso e importância do futebol, dos jogos, das transmissões, dos comentários, com os torcedores fanáticos, os debates de cronistas incapazes de correr 100 metros mas especialistas na arte de explicar porquê deu 17 preto e não 13 vermelho. Quantas imagens, quanta falação, quantas transmissões e ilusões transitórias como sedativos em populações que se empolgam e se esquecem de seus problemas cotidianos, envolvidas em ilusões passageiras e vitórias efêmeras.

A dose é visivelmente excessiva, próxima da dopagem, muito além da média européia, valendo mesmo como compensação para frustrações diárias. Uma extraordinária energia dissipada num pretenso esporte, em que os espectadores só vêem e ouvem, sem poder tomar qualquer iniciativa, obrigados a aceitar a derrota se não for obtida a esperada vitória. Exercício frustrante, escola ideal para se chegar ao conformismo e à aceitação do statu quo, da inoperância e do desistímulo à ação transformadora da sociedade.

A derrota da seleção brasileira nesse jogo do futebol poderia ser a chance para a população iniciar uma desintoxicação e se curar dessa dependência e dopagem futebolística, que faz tantos ficarem milionários na venda de ilusões virtuais competitivas.

*Rui Martins é jornalista. Foi correspondente do Estadão e da CBN, após exílio na França. É autor do livro “O Dinheiro Sujo da Corrupção”, criador dos "Brasileirinhos Apátridas" e da proposta de um Estado dos Emigrantes. É colunista do site "Direto da Redação" e vive em Berna, na Suíça, de onde colabora com os jornais portugueses Público e Expresso, e com o blog "Quem tem medo do Lula?"

Dilma na torre das donzelas

Clique na imagem para ler excelente matéria da revista "IstoÉ", que mostra que, mesmo durante os anos em que foi presa e torturada pela ditadura, Dilma não perdeu a ternura jamais.

Resumindo a saga do vice...

Precisa-se de jornalista que saiba fazer cabelo, barba e bigode

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Fernando Soares Campos - Editor-Assaz-Atroz-Chefe

O Departamento de Achados & Perdidos da nossa Agência Assaz Atroz – PressAA –, por encomenda de grande empresa jornalística atuante em todo o território nacional e com sucursais em todos os continentes, está recebendo currículos para criteriosa análise de perfil e possível admissão de jornalista que se disponha a preencher vaga de auxiliar de serviços gerais em sua matriz. O candidato deve ler fluentemente os idiomas inglês, francês e alemão, a fim de que possa operar com segurança o aspirador de pó, a cafeteira elétrica e, quando escalado para fazer pequenas compras no supermercado, saber identificar o melhor chucrute importado, sempre através das instruções e informações originais.

Considerando a desobrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício das funções inerentes ao desempenho da profissão, nosso próprio cliente formulou teste a ser aplicado em candidatos que não tenham qualquer experiência profissional, mas que expressem uma acentuada inclinação para o jornalismo.

Este teste tem como objetivo identificar e classificar a performance inclinante do candidato. Pretende-se com ele medir o possível grau máximo de inclinação a que o elemento pode se submeter. Somente será classificado para a segunda etapa dos exames (o temível "teste da goma", a ser aplicado depois da Copa) o candidato que revelar aptidão para dobrar a sua própria coluna vertebral, realizando uma curvatura de no mínimo 90 graus.

Aí está o teste.

Boa sorte!

1) Quem é o autor da frase: “A imprensa de um país não pode se sentir mais frustrada do que quando as equipes político-jornalísticas de seus órgãos midipartidários já não acreditam na dita cuja – ou já não mais conseguem fingir que acreditam”?

a) Sicrano
b) Beltrano
c) Alguém
d) Ninguém
e) Outrem (bão ou ruim)

2) Qual o personagem do universo humorístico brasileiro que, ao tomar conhecimento das pesquisas de intenção de voto do Datafolha, nas quais Serra aparece tecnicamente empatado com Dilma, disse: “Implensa, que dá!”?


a) O Amigo da Onça
b) Fradim, do Henfil
c) Jeremias, o bom
d) Mônica
e) Outro: ____________________

3) Qual dessas opções de manchete anunciaria de forma mais realista a diferença entre Serra e Dilma nas pesquisas de intenção de voto?

a) “Serra continua oscilando entre mais e menos intenções de voto em seu favor”
b) “Soma dos percentuais de intenção de voto dos candidatos da oposição supera percentual da candidata governista”
c) “Leitura simétrica dos percentuais de intenção de voto coloca Serra na frente de Dilma”
d) “Devido ao Mundial de Futebol, Serra cresce que nem crina equina”
e) “Serra se mantém como candidato preferido de parte da militância do PSDB”

4) Qual dessas frases você escreveria em matéria que tratasse de certo dossiê fajuto?

a) “Suposta declaração de suposto petista revela que são eles próprios os autores de dossiê fajuto contra Serra”
b) “Dossiê fajuto contra Serra teria novos elementos sobre o mensalão do PT”
c) “Baixaria: Dossiê fajuto expõe vida íntima da recatada jovem Verônica, filha de Serra, provável vencedor da eleição para presidente da República”
d) “Isso é uma vergonha: Polícia Federal do governo Lula se envolve no caso do dossiê contra Serra!”
e) “Nem sob tortura Dilma confessaria que mandou fazer dossiê contra Serra”

5) Sobre o vice de Serra, o que você diria?

a) “Assim como a Bolívia, Brasil poderá ter Índio na Presidência, caso Serra seja eleito e morra” - ou “...caso Serra morra depois de eleito”
b) “Índio brasileiro não incentiva o narcotráfico como faz o índio boliviano”
c) “Capitalismo selvagem, índio na vassalagem”
d) “A diferença fundamental entre o índio brasileiro e o boliviano é que este é narcotraficante, enquanto aquele é vítima imediata do narcotráfico”
e) “Índio nas costas pesa mais que índio no colo”

6) Como você interpreta a frase “O DEM é uma merda”, postada no Twitter pelo excrementoso ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB paraguaio?

a) O DEM é uma bosta.
b) O DEM exala um cheiro forte, capaz de manter os adversários à distância.
c) O DEM está dentro de cada um de nós.
d) O DEM é uma espécie de adubo, portanto vai fertilizar a campanha do PSDB.
e) Jefferson não entende de DEM nenhum(a)!

7) “Rei morto, rainha posta”. Se Lula tivesse pronunciado essa frase, qual a sentença que melhor definiria as intenções do presidente ou a ilegalidade da declaração presidencial?

a) “Lula e Dilma estão tramando golpe para restauração da monarquia no Brasil”
b) “Lula, ignorando as regras de concordância nominal, quis dizer: ‘Rei morto, rainha poste’”
c) “Para Lula, a sua posse em 2007 marca o momento em que ele assumiu sua porção feminina”
d) “Lula faz campanha antecipada a favor de Dilma e deve ser multado”
e) Qualquer outra sacanagem que você queira dizer: _________________________________

8) Baseado na última pesquisa Datafolha, Uirá Machado escreveu na Folha.com:

Eleitor de Dilma se declara mais decidido que o de Serra

“O eleitor de Dilma Rousseff (PT) está mais decidido que o de José Serra (PSDB) e o de Marina Silva (PV).

Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, 78% dos eleitores da petista afirmam que estão totalmente decididos com relação ao seu voto no primeiro turno, contra 20% que declaram poder mudar de ideia.

Entre os eleitores de Serra, os decididos são 70%, e os que dizem poder mudar de voto representam 28%.

Os eleitores de Marina são os menos convictos: 39% dizem que podem mudar de voto, contra 58% que afirmam estar totalmente decididos.

No levantamento, Serra apareceu com 39% das intenções de voto, Dilma teve 38%, e Marina, 10% no cenário com apenas os três.”

Para amenizar ainda mais o impacto da pesquisa Datafolha que coloca Serra empatado tecnicamente com Dilma, qual dos parágrafos você alteraria de acordo com as alternativas abaixo?

a) “O eleitor de Dilma Rousseff (PT) é um sujeito empedernido, o mais fanático dos eleitores, enquanto o de José Serra (PSDB) e o de Marina Silva (PV) são pessoas sérias, sensatas, equilibradas, ponderadas...”

b) “Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, 78% dos eleitores da petista estão totalmente obstinados, aloprados, desatinados, com relação ao seu voto no primeiro turno (só no primeiro turno!), contra 20% daqueles que entre eles ainda exteriorizam algum equilíbrio, os quais declaram que podem (creio que devem) mudar de ideia.”

c) “Entre os eleitores de Serra, os decididos, inesitantes, resolutos, são 70%, e os que dizem poder mudar de voto (provavelmente para Marina) representam 28% de pessoas que estão sendo vítimas de aliciamento com uma bolsa-qualquer, ou ameaçados de perder cargo na administração pública, caso declarem, em definitivo, que votarão em Serra.”

d) “Os eleitores de Marina são os menos convictos: 39%, ou seja, os mais esclarecidos, intelectualizados, comprometidos com o povo e a justiça social, dizem que podem mudar de voto (supomos que seja para Serra), contra 58% que afirmam estar totalmente decididos (talvez a reavaliar suas posições).”

e) “No levantamento, Serra apareceu na liderança absoluta com 39% das intenções de voto, Dilma teve apenas minguados 38%, e Marina mantém a reserva de 10% que infelizmente ameaça levar Dilma para o segundo turno, no cenário com apenas os três.”

* * *

Atenção: O leitor interessado na vaga de jornalista-auxiliar-de-serviços-gerais que se sinta capaz de fazer cabelo, barba e bigode (não necessariamente nessa ordem), envie as suas respostas à nossa redação e continue procurando emprego, pois isso aí não tem futuro, não!

_________________________

Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

______.

PressAA

Agência Assaz Atroz

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O sonho acabou

O sonho acabou

Por Mario Augusto Jakobskind (*)

No futebol, o sonho do hexa acabou. Mas quase alguns minutos depois, o mercado, leia-se a Brahma, patrocinadora da seleção brasileira, determinou que não deu desta vez, o negócio agora é 2014. Podem imaginar o que vem por aí em matéria de negócios futebolísticos?

Como não poderia deixar de ser, a “agredida” TV Globo, via Galvão, não perdoou Dunga pela derrota mortal para a Holanda. O treinador volta para casa e antes de qualquer coisa já avisou que o seu contrato era de quatro anos. Mesmo se o Brasil ganhasse o seu destino na CBF estava selado, porque quem “atrapalha” os negócios, ainda mais envolvendo a Globo, não tem vez na seleção do Teixeira (Ricardo), ou melhor, brasileira.

A imprensa saudou o fim da Era Dunga, mas não se atreveu a pedir o fim da Era Ricardo Teixeira, na prática o proprietário da CBF, que sai ano entra ano está sempre no comando de tudo que diz respeito ao futebol brasileiro e aos negócios dele advindos.O cidadão acima de qualquer suspeita nunca é cobrado pelos eventuais desempenhos medíocres da seleção. Dunga só existiu porque Teixeira quis, mas ninguém cobrou do bib-shot da CBF a mediocridade.

Mas é isso aí, o mundo não acabou por causa de uma desclassificação da seleção brasileira. Futebol é assim mesmo. O Uruguai, depois de 40 anos, voltou ao primeiro escalão do futebol mundial. Joga com a Holanda nesta terça-feira, numa parada dura de roer, sendo a camisa laranja franca favorita, mas futebol é futebol.

Depois de esfriada a cabeça pela derrota com a Holanda, neste país continente a campanha presidencial vai mesmo começar a esquentar. Nos 45 minutos do segundo tempo para a escolha de quem preencheria a chapa tucana-demo-pepesista(PPS) e petebista (PTB do Jeferson), o candidato da direita brasileira, José Serra, encontrou um vice, o emergente da Barra, Índio da Costa. Esse cria político de Cesar Maia, o tal ex-prefeito do Rio que na sua última administração abandonou a cidade para se dedicar integralmente ao seu blog, foi possivelmente indicado pelo filho do padrinho político, de nome Rodrigo Maia.

E assim o Partido Democratas (Demo), o ex-Partido da Frente Liberal, conseguiu emplacar o vice de linha tão ou mais conservadora que o patrono Maia. Índio da Costa é acusado pela vereadora do PSDB carioca Andréia Gouvêian de falcatrua com merenda escolar quando secretário de Administração na gestão do padrinho Cesar Maia. Ela até pediu licença do seu partido.

O jogo vai ser bruto, ou seja, a direita vai fazer o possível e o impossível para evitar que a candidata de Lula, Dilma Roussef, chegue lá. Serra tenta se apresentar como o “mais experiente para governar o país”, mas tentará evitar associações com outros políticos da América Latina, entre os quais o recém eleito Juan Manuel Santos, sucessor da Álvaro Uribe. O novo presidente colombiano, por sinal, está convocando Tony Blair, o “cachorrinho” de George Bush, para ajudar a incrementar o que ele e alguns analistas denominam de Terceira Via, que na verdade não passa de uma marca de fantasia do esquema neoliberal inaugurado na Grã-Bretanha pela então primeira-ministra britânica Margareth Thatcher.

No mesmo time de Santos, e de Serra, encontra-se o menos conhecido presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, que no último dia 1 de julho completou um ano de governo. O dirigente panamenho, também aliado de Washington, em 365 dias incrementou uma reforma do Código de Trabalho, totalmente inconstitucional, segundo analistas, que na prática acabou com o direito de greve dos trabalhadores. Como se não bastasse, Martinelli aprovou uma reforma fiscal que entrando em vigência acarretará um aumento de 40% nos impostos dos setores mais pobres da população. O imposto do consumo sobe de 5 para 7% para todos os produtos e serviços, sem incluir os alimentos.

Martinelli, como alguns candidatos a governos de Estado no Brasil, que prometeram acabar com a violência em seis meses, entre os quais o hoje diretor da Caixa Econômica, Moreira Franco, não cumpriu com a palavra, muito pelo contrário, pois em um ano o Panamá viu aumentar inclusive o tráfico de drogas e outras manifestações de violência.

No Chile, o atual presidente Sebastián Piñera segue pelo mesmo caminho que o colombiano Santos e o panamenho Martinelli, enquanto em Honduras, o presidente Porfírio Lobo, que venceu uma eleição fajuta depois da derrubada de Manuel Zelaya, não deteve a repressão que se abate sobre o movimento popular do país, que já resultou em centenas de mortes.

Neste período pós-Copa e no momento em que a campanha eleitoral se intensifica, os eleitores brasileiros precisam ser informados sobre o que acontece neste continente e com isso ter mais elementos para poder fazer a opção por seus candidatos. Como, segundo indicam as pesquisas, a maioria absoluta não quer correr o risco de retrocessos como o que acontece nos países mencionados, a informação nesse contexto é artigo de primeira necessidade.

*Mário Augusto Jakobskind é jornalista, mora no Rio de Janeiro e é correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de S. Paulo e editor de Internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do semanário Brasil de Fato. É autor, dentre outros livros, de “América que não está na mídia” e “Dossiê Tim Lopes – Fantástico / Ibope”. É colunista do site “Direto da Redação” e colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

A charge é uma cortesia do cartunista Bira Dantas, também colaborador do blog "Quem tem medo do Lula".

O Brasil na Copa - Dunga e a mídia


O Brasil na Copa - Dunga e a mídia


Por Laerte Braga (*)


O que levou a seleção brasileira a transformar um belo primeiro tempo contra a Holanda numa tragédia futebolística no segundo tempo e ser eliminada, terá sido apenas a gota d’água de um processo que começou na briga do técnico Dunga com a REDE GLOBO e seus privilégios em relação ao restante da imprensa esportiva.



Dunga saiu do Brasil já agastado com as críticas a não convocação de Ronaldinho Gaúcho, de Paulo Henrique Ganso e um ou outro atleta, como as críticas feitas à chamada do goleiro Doni, reserva na Roma.



É preciso peito para peitar a GLOBO e Dunga teve. Não precisava ter estendido a trombada que deu na rede a toda a crônica esportiva, a todo o jornalismo esportivo. Sabia que ao proibir a entrada de Fátima Bernardes na concentração estava colocando sua cabeça na guilhotina e que naquele momento Ricardo Teixeira não iria demiti-lo. Teixeira é tudo menos burro.



Existem episódios, no entanto, que precisam ser vistos para que se possa ter um todo do processo.



Há uma disputa entre a GLOBO e a RECORDE pelos direitos de transmissão com exclusividade da Copa do Mundo. Vem de longe e recentemente a RECORDE conseguiu desbancar a GLOBO das Olimpíadas.



Nem RECORDE e nem GLOBO são flor que se cheire, pelo contrário, exalam odor podre de corrupção. São organizações cancerosas na mídia brasileira, agem em função de interesses que não têm nada a ver com os propósitos e objetivos da comunicação numa sociedade democrática.



Os Marinhos são bandidos tanto quanto Edir Macedo.



A forma encontrada pela RECORDE para infernizar a vida da GLOBO na Copa foi a presença de jogadores e do assistente técnico Jorginho evangélicos. Ao futebol acrescentaram a “religião” como instrumento para tentar desbancar a concorrente.



Se Fátima Bernardes não tinha acesso à concentração, um tal pastor Anselmo era figura carimbada no reduto dos brasileiros e sua tarefa, além de “invocar a proteção divina”, era “sensibilizar” jogadores não evangélicos para a “salvação”. Com direito a cachê.



Com isso e para isso contou com atletas como Robinho, Cacá, o assistente técnico Jorginho, a mulher de Cacá do lado de fora convocando multidões a rezar pelo jogador numa exploração barata e comercial da fé, enfim, acrescentando ao futebol um ingrediente que nada tem a ver com futebol.



A primeira reclamação veio antes do primeiro jogo do Brasil. Houve jogadores que foram se queixar a Dunga do assédio do pastor Anselmo e de jogadores outros evangélicos.



Organizações neopentecostais tentaram de todas as formas possíveis mudar a determinação da FIFA que proíbe exibição de símbolos ou frase religiosos em comemorações de gols. De qualquer profissão de fé, exatamente para impedir uma outra forma de racismo, digamos assim, o racismo religioso.



O fundamentalismo religioso, no caso, com um ingrediente a mais, a corrupção neopentecostal da imensa e esmagadora maioria de pastores e seitas bandidas.



No sábado a mulher de Cacá, pastora, estava num show de uma cantora e depois esticou até a quadra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro.



Direito legítimo dela, desde que a condenação a essa forma pagã de vida, como dizem, valha inclusive para pastores e pastoras.



E se pensarmos bem, deixa de ser fundamentalismo religioso e passa a ser vigarice.



O xis da questão não esta só em enfrentar o poder e o monopólio da GLOBO, ou achar que a RECORDE superando a GLOBO vá modificar alguma coisa. São farinha do mesmo saco, quadrilhas em briga e disputa por um mercado de prestação de serviços a grupos políticos, econômicos internacionais de olho no Brasil.



Se a GLOBO anestesia com o JORNAL NACIONAL, novelas, BBB, a RECORDE o faz com “cultos” montados em efeitos especiais vergonhosos de vigarice explícita naquele negócio de quem dá mais por uma casa no céu e a vida eterna repleta de glórias.



O que é necessário e redesenhar o modelo de comunicação no País, falo de televisão.



Por trás de toda essa disputa Dunga acaba sendo uma vítima com consciência do papel a que se presta, até pela natureza do seu temperamento, por falta de consciência da luta que se trava entre gigantes podres da comunicação.



Peitou a GLOBO, tudo bem.. Louvável. Mas permitir-se ser usado numa guerra entre GLOBO e RECORDE, mero instrumento de notórios bandidos, acabou por transformar a pretensa independência em triste papel de laranja de meia dúzia de espertalhões.



Fé não se discute, é questão de consciência e direito legítimo de cada um. Mas o uso da fé como instrumento de alienação, de trapaças, de corrupção plena, isso é outra coisa, do contrário Bento XVI não seria tão pilantra como Edir Macedo, ou qualquer membro da família Marinho, ou prepostos como William Bonner, pois variam apenas no fato de um entender o que significado de garfo e faca, outro não e vai por aí afora.



Continua tendo razão Marx quando afirma que “a religião é ópio do povo”, não a fé, mas a religião. Se presta a que sionistas achem que são superiores por decisão divina. A golpes e vigarices de Edir Macedo e as várias seitas como a que Cacá pertence a iludir (entre eles o próprio Cacá), milhões de pessoas, transforma-se em instrumento de dominação ao contrário do que afirmam, de libertação.



Como dizia Glauber Rocha, é preciso entender que “somos o País da macumba” e isso tem um significado sem tamanho. Ou somos o que de fato e historicamente somos, ou seremos apenas gado nas mãos dessa gente. Somos maiores que essas limitações religiosas absurdas e bandidas no caso das seitas neopentecostais (a maioria, toda regra tem exceção, mas aí é mínima, mínima da mínima).



Gente padrão pastor Anselmo, tem um monte deles aí vendendo salvação. A GLOBO também, uma forma de salvação diversa, pois o “deus” dela é o Mercado, a sede é em Washington. Macedo, como qualquer bandido de segunda categoria preferiu Miami. É onde estão as máfias cubanas, as dos refugiados.



Dunga se enrolou nessa e sua coragem de peitar a GLOBO acabou se transformando-o em laranja da concorrente da GLOBO.



São quadrilhas, são iguais.



Na copa de 2014, a persistir esse tipo de briga, sugiro meio Maracanã para neopentecostais e meio Maracanã para carismáticos. O futebol fica de fora .Besteira, para que?



E vão dizer que a culpa é do Irã, ou da Venezuela.




*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no “Estado de Minas” e no “Diário Mercantil”. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

Serra e a derrota do Brasil

Serra e a derrota do Brasil

Por José Ribamar Bessa Freire (*)

O candidato a presidente da República, José Serra, pode ser culpado pela derrota da seleção brasileira? Há controvérsias. De qualquer forma, revelo aqui os bastidores do dia em que Serra deu uma de Dunga e levou o nosso futebol a um clamoroso fracasso. Mas não quero influenciar ninguém. Conto o caso como o caso foi. Que os leitores e leitoras tirem suas próprias conclusões dessa história edificante, comparando-a com o recente discurso feito por Serra na Confederação Nacional da Agricultura.

Comecemos pelo começo, desenhando o cenário e apresentando os personagens. Foi assim... Tudo começou há mais de quarenta anos, com o golpe militar que levou ao exílio milhares de brasileiros. O Chile acolheu um sem-número deles que, evitando a prisão e a tortura, fizeram o caminho de Santiago em duas ondas de exilados: uma em 1964, a outra em 1969.

Da primeira faziam parte ministros, deputados, jornalistas, professores como Fernando Henrique Cardoso, Almino Afonso, Plínio Arruda Sampaio, Paulo Freire, e tantos outros, entre os quais José Serra, ex-presidente da UNE, que se qualificou no exílio cursando mestrado em Economia na Escolatina da Universidade do Chile. Com boa formação acadêmica, ocuparam cargos bem remunerados no Governo chileno e em organismos internacionais, da OEA e da ONU, sediados naquele país.

A segunda onda era composta, em sua maioria, por peixe pequeno: militantes, estudantes, profissionais jovens em começo de carreira, gente que atravessou a fronteira do Uruguai, a pé, sem dinheiro, sem passaporte e de lá foi de ônibus ou avião para o Chile. Entre eles estava o ator Euclides Coelho de Souza, o repórter Tarcisio Lage e esse que digita essas mal traçadas linhas. Quando em outubro de 1969, com a diferença de alguns dias, chegamos à capital chilena, nenhum de nós três tinha onde cair morto. Quem matou nossa fome foi a Caixinha. Bendita Caixinha!

A Caixinha

Caixinha foi o nome que os exilados deram a uma instituição criada no Chile por brasileiros, destinada a ajudar os compatriotas enquanto não encontravam trabalho. Aqueles que tinham altos cargos em organismos internacionais, com salário em dólares, contribuíam mensalmente e pagavam, assim, a hospedagem dos desempregados. Desta forma, tínhamos casa e comida. Roupa lavada? Cada um cuidava pessoalmente da sua.

A primeira pensão que nos hospedou, de propriedade da dona Adriana, ficava na Calle Michimalongo, onde a comida servida pela Juanita era muito boa: sopa de aspargos, alcachofra, porotos granados, empanadas, caudillo de congrio. Mas a repressão no Brasil se acirrou e com ela cresceu a enxurrada de exilados que chegavam aos potes, desequilibrando as finanças da Caixinha. Fomos, então, transferidos para uma pensão muito mais barata na Calle Grajales. Lá, um dia sim e o outro também, nos serviam rim cortado em cubinhos com cheiro de carne mijada.

Foi lá, na pensão da Grajales, que a ‘seleção brasileira’, formada pelo pessoal da Caixinha, se concentrou antes da partida decisiva contra a ‘seleção chilena’, no campeonato de pelada que rolava todos os sábados num campinho de um colégio jesuíta. O nosso half direito Euclides, o Dadá, era uma peça ofensiva fundamental. Rápido e habilidoso, tinha forte arrancada, bom drible, realizava cruzamentos mortais e ainda por cima recuava para defender.

Acontece que Dadá não podia jogar por uma razão prosaica: não tinha calção, nem dinheiro para comprá-lo. Procuramos a Caixinha que, como todo banco, era controlado por um mineiro: o escritor Edmur Fonseca. Embora generoso, ele alegou inexistência de fundos para aquisição de supérfluos. Acionamos outros mineiros: o advogado Antônio Romanelli e os jornalistas Guy de Almeida e José Maria Rabelo. Tudo em vão.

Foi aí que Teodoro Buarque de Holanda, primo do Chico, doou à ‘seleção brasileira’ um jeans velho, mas de marca, comprado em boutique. A Adair Therezinha Chevonika, mulher do Dadá, pegou uma tesoura, cortou as pernas e transformou o jeans num bermudão. Quando o Dadá entrou em campo, vocês podem não acreditar, mas José Serra, que dava uma de técnico improvisado, gritou:

- Quem estraga uma calça cara só para jogar futebol é porque tem dinheiro, deve ser muito rico, não precisa da Caixinha. Você não deve mais receber ajuda.

Índios en la costa

Meninos, eu vi, e ouvi. Se fosse nos Estados Unidos, o Dadá processava o Serra por danos morais e ganhava uma grana preta. Mas naquelas condições, no Chile, ele ficou arrasado, sem condições psicológicas. A ‘seleção brasileira’, com seu half direito moralmente contundido, perdeu de 4 x0. Dadá fez até gol contra. Serra organizou essa derrota do Brasil? Só Deus sabe.

No dia seguinte - meninos, essa eu não vi, mas circulou entre os exilados - Tarcisio Lage chamou Serra de “reacionário” nos corredores da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (FLACSO), onde ambos trabalhavam. Serra reagiu:

- Você é um maoísta sectário e fanático, Tarcísio. Você faz parte da esquerda pueril!

- Vai-te pra pqp – respondeu Tarcisio, que é bom de rima. Os dois se engalfinharam, verbalmente, e quem desapartou a briga foi Fernando Henrique Cardoso, ajudado pelo professor Deodato Rivera, que sonhava em fazer o maior fichário de ciências sociais do mundo. Meu amigo Tarcísio, que hoje vive na Holanda e mantém um blog (www.anarco.net) pode confirmar a história, que talvez nos ajude a entender a contradição do Serra.

Um lado do Serra é generoso; o outro é pão-duro e sovina. Na quinta-feira, em debate na Confederação Nacional de Agricultura, o lado mesquinho emergiu. Para puxar o saco da senadora Kátia Motoserra Abreu, Serra se manifestou contra a distribuição de cesta básica para o MST: “Não quero que o governo gaste dinheiro com isso”. A cesta do MST é o bermudão do Dadá.

Serra, Dilma, Marina e Plínio – qualquer um deles tem competência e biografia para exercer a presidência da República. O diabo é que os dois mais cotados nas pesquisas não podem renunciar ou morrer no cargo. Imaginem o Brasil governado pelo mordomo de vampiro, o Michel Temer, o rei do fisiologismo, ou por essa caricatura, esse paspalhão sub-collorido – o Índio da Costa, envolvido com desvio da merenda escolar no Rio de Janeiro!

Dizem que nessa sexta-feira, depois do primeiro tempo Brasil x Holanda, comunicaram ao Felipe Mello que Índio da Costa foi escolhido para ser o vice de Serra. O jogador ficou tão baratinado como o Dadá. Deu no que deu. Essas alianças vergonhosas com o DEM e a parte podre do PMDB representam grande risco para o país. Como dizem os espanhóis para advertir uma situação de perigo: Atenção, Brasil, hay moros en la costa.

*José Ribamar Bessa Freire é antropólogo, natural de Manaus e assina no “Diário do Amazonas” coluna semanal tida como uma das mais lidas da região norte. Reside no Rio de Janeiro há mais de 20 anos e é professor da UERJ, onde coordena o programa “Pró-Índio”. Mantém o blogTaqui pra tie é colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”

O Ibope/Globope mente - Montenegro quer ressuscitar Arruda Serra



O Ibope/Globope mente - Montenegro quer ressuscitar Arruda Serra


Por Laerte Braga (*)


Cristovam Buarque de Holanda foi um dos raros governadores de Brasília a ter equilíbrio, serenidade e competência íntegras em seu governo. Por essa razão talvez tenha se tornado um errático. Superestimou seu potencial em termos de eleições e acabou derrotado em 1998 para Joaquim Roriz (um dos políticos mais corruptos do Brasil).



Cristovam Buarque de Holanda era favorito à reeleição e num dado momento, como que num surto de besteira, cismou de manifestar publicamente apoio às candidaturas de Almir Gabriel e Eduardo Azeredo a governadores de seus estados, o Pará e Minas, já imaginando que, reeleito governador de Brasília tornava-se candidato em potencial a presidente dentro ou fora do seu partido de então, o PT. Como teve o apoio de Malan, ministro da Fazenda de FHC, foi incensado pelo próprio presidente à época para tentar abrir uma fissura no PT e impedir a candidatura Lula, ou debilitá-la para as eleições de 2002. Caiu na conversa da sereia tucana. Do faraó paulista.



Não se preocupou em fazer campanha para a eleição que disputava, a de governador de Brasília. Falou como se candidato a presidente fosse, mesmo porque os dois candidatos nominalmente apoiados por ele, Gabriel e Azeredo eram e são tucanos.



O diretor do IBOPE, Montenegro, às vésperas da eleição, no sábado, em entrevista a vários jornais disse que engoliria todas as pesquisas que haviam sido feitas em Brasília se Cristovam perdesse para Roriz.



Cristovam perdeu e o Montenegro não engoliu pesquisa alguma. O IBOPE erra com freqüência, até quando pesquisa para valer. E isso é raro.



A pesquisa divulgada no sábado, três de julho, dá empate técnico entre os candidatos José Arruda Serra e Dilma Roussef, com ascensão para Arruda Serra e queda de um ponto para Dilma.



Fabricar pesquisas é a coisa mais fácil para qualquer quadrilha tipo IBOPE/GLOBOPE.



O resultado apurado foi completamente diverso do divulgado. Dilma alcançou 41% e José Arruda Serra 34%.



A divulgação de duas pesquisas imediatamente após a escolha de um DEM padrão Índio da Costa faz parte da estratégia de Arruda Serra. IBOPE/GLOBOPE e DATA FOLHA trabalham pari e passo com a quadrilha tucana.



Tentar neutralizar o impacto das pesquisas divulgadas pelos institutos VOX POPULI e SENSUS, que dão vantagem de cinco e seis pontos a Dilma. Tentar impedir que a candidatura tucana atinja os últimos estertores depois de todas as trapalhadas para a escolha do vice e que resultou num candidato que desviou dinheiro da merenda escolar.



Ressuscitar Arruda Serra..



Trabalhar junto ao eleitorado a idéia que o candidato está vivo e disputando palmo a palmo com Dilma Roussef.



Mentira. E a mentira faz parte do modus operandi dessa gente.



Arruda Serra naufraga em estados considerados tucanos, como Minas Gerais. Começa a patinar no Sul do Brasil e perde em todos os estados nordestinos, no norte e na região Centro Oeste. Perde no Rio de Janeiro.



Montenegro não vai, certamente, prometer desfilar nu como Maradona, se estiver errado pela simples razão que não está preocupado com cumprir ou deixar de cumprir promessas desse porte, pura arrogância. Montenegro e seu instituto vão mentir até as vésperas da eleição na tentativa de eleger Arruda Serra, como mentir vai a GLOBO, vai a FOLHA DE SÃO PAULO e vai VEJA.



É da natureza dessa gente.



Tipo reunião em São Paulo para analisar o desastre que foi o processo de indicação do vice e o próprio vice indicado e a solução. Fabricar duas pesquisas, uma seguidinha da outra para tentar apagar o incêndio, ou o naufrágio.



A pesquisa do INSTITUTO VOX POPULI realizada na terça-feira, dia 29 de junho, mostrou Dilma com 40% contra 35% de Arruda Serra.



A pesquisa do IBOPE/GLOBOPE que mostra “empate técnico” foi realizada pelo instituto a pedido da ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO, presidida por Afif Domingos, candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckimin. Quando foi conhecido o resultado (Dilma 41% e Arruda Serra 34%) a turma resolveu dar uma realinhada nos números, ajustar os parâmetros, digamos assim.



A divulgação dos números reais mostraria o que qualquer um sabe. A candidatura Arruda Serra não existe mais. Acabou. Ou como disse o ex-governador de Minas, Aécio Neves, ao tomar conhecimento que o deputado Índio da Costa seria o vice. “Meu Deus o Serra desorganiza tudo que está organizado”.



Daqui, onde praticamente começa a campanha eleitoral, o festival de mentiras via GLOBO, via FOLHA DE SÃO PAULO, via VEJA, via RBS, via a mídia podre e venal de meia dúzia de barões sem caráter, vai alcançar os patamares de todas as eleições, como fazem sempre.



Não se trata de emprestar caminhões para desovar cadáveres de vítimas da ditadura militar como a FOLHA fez, mas de falsear notícias, inventar fatos, pesquisas, caravanas da cidadania, dossiês montadinhos (A GLOBO é especialista nisso, toda eleição tem sempre um dossiê e por trás do dossiê uma grana)



A propósito, com a decisão do ministro Ayres Brito de negar liminarmente pedido de políticos enquadrados na lei da ficha limpa, fica comprovado que temos duas cortes supremas. A do Gilmar Mendes, STF DANTAS/ARRUDA SERRA INCORPORATION LTD e outra o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.



Uma delas vai vencer, lógico, já que esses recursos terão que ser objeto de análise do tribunal pleno, ou seja, a totalidade dos onze ministros. Gilmar e Tófoli concederam liminares permitindo candidaturas de bandidos, Ayres Brito não.



As eleições de 2010, provavelmente, serão aquelas mais sujas da história do País.



É que os donos não querem de forma alguma perder a possibilidade de voltar a controlar o Brasil, transformá-lo em BRAZIL vendendo o que falta vender e embolsar milhões a guisa de propina, tudo sob o comando de José Arruda Serra.



Consciente ou não o jornalista José Simão, da FOLHA, chama Arruda Serra de vampiro. Com certeza. Suga o sangue dos brasileiros. Como qualquer tucano ou DEM, ou qualquer Roberto Freire da vida (o ex-honesto, conselheiro a doze mil por mês).



O IBOPE/GLOBOPE mente. Distorce. Falseia. O DATA FOLHA idem ibidem.


*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no “Estado de Minas” e no “Diário Mercantil”. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

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