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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

SGANZERLA E SEU BANDIDO DA LUZ VERMELHA, EM LOCARNO

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CINEMA - 63ª edição do FESTIVAL DE LOCARNO - Rui Martins* para a nossa Agência Assaz Atroz:

Todo ano, vou ao Festival de Locarno, que me convida, é o que me restou da época em que cobria festivais diversos. E vejo o cinema independente, do mundo todo, Existem coisas excelentes, mas que nunca passarão no Brasil, talvez um ou outro na Mostra do Cakoff. Aprendo muito, é como se viajasse por esses países. Foi assim que descobri o cinema iraniano, africano e asiático. Bom, vou te mandar todos os dias coisas novas, vou ver uns 3 filmes por dia, escrever, dormir às 2 e levantar às 7! Este ano tem cinema brasileiro e destaque para o Rogério Sganzerla e seu Bandido da Luz Vermelha, abração, Rui.

O Bandido da Luz Vermelha, filme antológico brasileiro do chamado Cinema da Boca do Lixo, será uma das atrações do Festival Internacional de Cinema de Locarno, que começa amanhã (4) (hoje) na Suíça, devendo exibir na competição internacional o filme Luz nas Trevas ainda inédito no Brasil.

Luz nas Trevas é uma continuação, mas também remake da obra máxima do cineasta brasileiro Rogério Sganzerla, estreado em São Paulo, em 1968, e baseado nas aventuras do Bandido da Luz Vermelha, que assaltava casas de ricos paulistanos, transformado em ícone pelo jornal paulistano sensacionalista da época, o Notícias Populares.

Olivier Père, ex-diretor da Quinzena de Realizadores e novo diretor do Festival de Locarno, é admirador de Rogério Sganzerla, assim como Marco Muller, diretor do Festival de Veneza. Graças a uma indicação de Rachel Monteiro, do Programa Cinema do Brasil, Olivier Père programou também o filme original, de 68, para ser visto pelos que assistirem Luz nas Trevas.

Luz nas Trevas tem como co-diretora a viúva de Sganzerla Helena Ignez, que é também atriz, e duas filhas do cineasta participam, uma na produção e música, Sinai Sganzerla, e outra como atriz, Djin Sganzerla. Todas elas estarão em Locarno para a exibição do filme e encontro com a imprensa.

Locarno terá também sete filmes brasileiros em filmagem ou montagem, de cuja finalização poderão participar produtores estrangeiros. Serão exibidos numa sala especial, para profissionais, com a presença dos seis mais importantes produtores brasileiros. Sarah Silveira estará ausente, pois tem um filme em rodagem em São Paulo.

E haverá ainda dois curtametragens em exibição em Locarno – um na competição da mostra Leopardos de Amanhã, é Ensolarado, de Ricardo Targino, e num programa especial, Nem Marcha nem Chouta, de Helvécio Marins Jr.

O Festival de Locarno tem filmes do cinema independente de todo mundo, um telão de 300 m2 para projeções noturnas ao ar livre, e a presença da atriz Chiara Mastroianni, filha de Catherine Deneuve e Marcello Mastroianni. Haverá um Leopardo de Honra para o cineasta suíço Alain Tanner, autor do filme Charles Morto ou Vivo e mais uma dezena de filmes de autor, respeitados pelos cinéfilos europeus.

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*Ex-correspondente do Estadão e da CBN, após exílio na França. Autor do livro “O Dinheiro Sujo da Corrupção”, criou os Brasileirinhos Apátridas e propõe o Estado dos Emigrantes. Vive na Suíça, colabora com os jornais portugueses Público e Expresso, é colunista do site Direto da Redação. Colabora com a Agência Assaz Atroz e com este "Quem tem medo do Lula?".

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

Agência Assaz Atroz

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A propriedade privada - Morte por apedrejamento


A propriedade privada - Morte por apedrejamento

Por Laerte Braga (*)

O sargento norte-americano Mike Kellems, da Polícia de Indiana, EUA, recebeu um comunicado em sua delegacia ou distrito, que o foragido Robert Aubin estava na Feira de La Porte. Fora reconhecido por John Boyd, um policial de folga.



Kellems dirigiu-se ao local da Feira para efetuar a prisão e só conseguiu seu intento depois de pagar cinco dólares, preço do ingresso para entrada na Feira. A alegação do caixa é que o evento era propriedade privada, fora do alcance da Polícia sem o pagamento do valor cobrado a qualquer visitante.



O fato ocorreu no dia 23 de julho e a decisão de exigir o pagamento do ingresso ao sargento foi de um dos funcionários da empresa de segurança privada encarregada de zelar pela ordem durante a Feira.



Ramin Mehmanparast, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã disse na segunda-feira, dia 2 de agosto, que o presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva fez a proposta de dar asilo à iraniana Sakineh Mahammadi Ashtiani, condenada a morte por apedrejamento por “crime” de adultério. Lula, segundo o porta-voz tem “uma personalidade emotiva e por ser muito humano”.



Segundo o porta-voz, Lula desconhece outros crimes praticados pela mulher. O pedido de Lula foi considerado uma “interferência nos negócios internos do Irã”. A campanha internacional em defesa de Ashtiani acabou por suspender a execução por apedrejamento, mas mantém a pena de morte. Com 43 anos de idade ela pode ser enforcada ou morta por outro meio qualquer utilizado para os condenados a morte naquele país.



Ashtiani cometeu o crime de ter relações sexuais, que o governo do Irã considera ilícita, com dois homens e está presa desde 2006. Registre que a acusada é viúva.



O bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza mata palestinos todos os dias, seja pela falta de alimentos, de atendimento médico a doentes, ou pela barbárie costumeira dos militares israelenses. Centenas de mulheres palestinas são estupradas por sionistas.



A queda do muro de Berlim não significou, como se disse à época, o fim do tempo dos muros segregacionistas, ou limitadores de liberdade. Dois muros mantêm mexicanos distantes dos EUA e palestinos longe de suas terras ocupadas por Israel.



Os documentos secretos da guerra do Afeganistão liberados por um site mostram o caráter brutal, de saque e de interesses econômicos dos EUA e revelam o outro lado da invasão e ocupação. Primeiro uma guerra onde a vitória é impossível, segundo os “mercados” paralelos desenvolvidos em torno do conflito, tráfico de drogas e mulheres por militares norte-americanos. O preço de uma virgem para um soldado dos EUA anda em torno de 20 dólares.



A decisão de aceitar a tortura de prisioneiros como fato corriqueiro, os assassinatos seletivos, o espírito boçal dos norte-americanos ao comemorar a morte de civis iraquianos – guerra do Iraque – a prática constante de estupros contra mulheres afegãs, como aconteceu no Iraque, toda a sorte de crimes contra o ser humano, no que Hans Blinx chamou de embriaguez pelo poder militar.



Cobrar ingressos de um policial para entrar numa feira e prender um foragido da justiça é um fato menor diante de toda essa barbárie. Mas é revelador da natureza perversa da sociedade norte-americana, do culto à propriedade privada.



Segundo Millôr Fernandes, “o primeiro humano a cercar a sombra inventou a propriedade privada”.



Condenar uma mulher por “adultério” a ser apedrejada e em seguida suspender a pena para transformá-la em enforcamento ou qualquer outra forma estúpida de matar, é o resultado de um fundamentalismo religioso equivocado e criminoso que não tem nada a ver com o Islã, como não tem nada a ver com Bíblia as práticas fanáticas de seitas neopentecostais no Brasil e em vários países do mundo. Ou as lições históricas do judaísmo e o sionismo fascista do governo de Israel.



São características da barbárie que vai transformando o mundo num palco de violência e estupidez em todos os cantos.



Seja no sargento que pagou para prender um criminoso, ou no latifundiário brasileiro que contrata pistoleiros para matar camponeses submetidos a trabalho escravo. Tanto faz que seja a guerra do Afeganistão ou do Iraque, o cerco a Gaza.



É o mundo capitalista, da chamada nova ordem econômica, da realidade neoliberal.



Uma Europa que venceu o nazismo e perdeu para os EUA (A Europa é um continente em sua quase totalidade cercado de bases militares norte-americanas e em passo acelerado para a falência total), mas que não muda a bandeira, a suástica está implícita nas estrelas dos estados federados.



Ou a América Latina debaixo da ameaça de golpes e bases militares, sob o mesmo tacão, na tentativa de fazê-la de novo América Latrina. A Ásia e o Paquistão com seus generais assentados em bombas nucleares e transformando-as em dólares, bilhões, capazes de eliminar a fome no continente africano. A China transformando-se em segunda economia do mundo, bilhões em fome e trabalho escravo.



Prender um foragido, executar um ser humano por adultério, espocar em gritos de alegria por matar inimigos que chamam de bastardos, construir muros para cercar zoológicos de animais humanos. Tudo isso é conseqüência de uma só matriz e não é na natureza humana. Mas, em nossos tempos, o imperialismo montado em arsenais de boçalidade e travestido de barbárie democrática, cristã e ocidental.



Ou vindas do Islã na interpretação fanática e cega que o fundamentalismo proporciona. Qualquer fundamentalismo.



Um templo umbandista em Santa Catarina foi invadido por policiais militares (esses que liberam atropeladores à custa de propina, matam camponeses a mando do latifúndio, crianças em salas de aula) sem razão alguma, mas insuflados pelos interesses políticos de pastores corruptos, vendedores de tijolos para mansões fictícias num céu irreal.



Essa, aliás, tem sido prática constante nos últimos tempos com a ascensão do neopentecostalismo como forma e caminho usado pelo lumpém do capitalismo em sua sanha de fazer triunfar e tremular o fascismo.



Nesse meio tempo, independente de avaliação disso ou daquilo, o presidente do Brasil ganha o rótulo de “emotivo e humano”, por se propor a abrigar a mulher que exerceu o direito de ser dona de si, num mundo que a despeito dos muitos avanços, ainda tem seus quartos escuros e as penumbras sombrias que não diferem em nada do fascismo que combatem em Israel.



“Oh, cansativa condição da humanidade!

Nascida sob uma lei, ligada à outra,

Vaidosamente gerada, e todavia proibida à vaidade,

Criada enferma, obrigada a ser perfeita.



(Fukle Greville, determinando a relação correta entre o mundo da realidade e o mundo temporal humano)



“Como um gorila raivoso

Promove embates tão fantásticos diante do paraíso

Que faz os anjos chorarem”.



(William Shakespeare, refletindo sobre o mesmo que Malraux refletiu séculos depois, A CONDIÇÃO HUMANA).



Esses gorilas matam um por dia, pelo menos, em Honduras, na construção do processo “democrático” e na preservação da “liberdade”.



Têm a bênção do cardeal. Sua Eminência reza a missa matinal, no palácio e cercado de ouro por todos os lados. O Vaticano é só uma empresa. Gere um dos muitos bancos que saqueiam seres humanos nos juros de cada dia.



Que o governo do Irã reflita sobre a importância de sobrepor-se ao atraso, afinal o país vive um processo revolucionário e principalmente, sobre a importância de ser “emotivo” e “humano”.



A liberdade e a justiça não podem custar cinco dólares. E muito menos apedrejamentos.



*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no “Estado de Minas” e no “Diário Mercantil”. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?

Estaleiro da OSX já provoca catástrofe

O estaleiro de Eike Batista
Estaleiro da OSX já provoca catástrofe

Por Raul Longo (*)

Para quem já era petista antes de existir o PT, não poderia ser mais catastrófico.

Para quem anulou voto durante toda a ditadura porque não acreditava na disputa entre os tolerados e os acobertados pela intolerância do poder, esse link de vídeo (abaixo exposto) é muito desastroso.

Se impossível suportar a prepotência dos que se achavam superiores a todas as realidades e qualquer bom senso: técnico, científico, ou social... Se inadmissível a arrogância dos inquisidores a balouçar o pêndulo sobre os pescoços de quem ousasse interpor a evidência dos fatos às suas vontades; o que dizer quando provinda de quem se espera, ao menos, a percepção da razoabilidade?

Como aceitar, de quem se esperava evolução, a expressão do retrocesso? A regressão ao que se combateu e por combater sempre se optou e acreditou no caminho apontado pelo Partido dos Trabalhadores?

Nunca acreditei em total perfeccionismo de qualquer agremiação humana, mas jamais imaginei que um único integrante da instituição política na qual acredito como transformadora social, reproduziria exatamente o que motivou o desejo de transformação em todos os que militaram e militam pelo PT.

Como se aceitar, agora, depois de oito anos de governo de um homem elegante e libertário como Luís Ignácio Lula da Silva, que se volte aos tempos do bater o pau na mesa, do “prendo e arrebento”, daquele que tinha “aquilo roxo” ou à petulância do outro que classificou aos que deveria representar como caipiras e vagabundos?

Abandona-se a proficiência e a previdência cada vez mais necessária às realidades futuras, e retornasse às magias de velhos embaçados espelhos apenas para indagar: quem mais poderoso do que eu?

E ceifam-se cabeças!

De quem? Giordano Bruno ou Galileu?

Retornamos ao tempo em que políticos propunham revogação da lei da gravidade?

Impossível acreditar! Não acreditei. Acusei de mentira e tentativa de rebaixar as proposituras de candidatos do PT aos anacrônicos coronéis que ainda ontem ameaçavam acabar com raças e pisar cabeças. Anacronismo sobrevivente entre os que confirmam a própria decadência com ordens de demissões aos que questionam suas imposturas, como recente ocorreu com o apresentador do programa Roda Viva e o diretor de jornalismo da TV Cultura. Mas, para mim, inadmissível dentro do partido pelo qual milito desde que se o criou na união e compreensão entre trabalhadores e homens de ciência, pois entendo que se o criou exatamente como contraposição a intolerância e incompreensão à sociedade e à ciência. À realidade e ao fato.

Como, para o político de elite, compreender a realidade do trabalhador? De que forma poderia o cientista traduzir seus conhecimentos sobre os fatos, para políticos indispostos às contrariedades de suas veladas intenções?

Contrassenso! Ridículo até previsível entre velhos hipócritas e neófitos apadrinhados por antigos caciques políticos, sempre incapazes de reconhecer as instâncias, limitações de poder e funções, ou a e lógica dos procedimentos e comportamentos democráticos. Mas, no PT, improvável!

Retornamos ao tempo em que o conhecimento, o saber, a ciência só era admissível por decreto?! Pede-se cabeças como antes se pedia o exílio?

Não! Não acreditei e continuo não acreditando. Entendo que no Brasil de hoje isso apenas se repita por anacronismo de hábitos coronelistas que, pela própria decadência, não são capazes de enxergar o fim dos tempos em que nada se sobrepunha aos interesses de poderes regionais alheios a determinações constitucionais ou regulações de orientação nacional.

Compreensível a sobrevivência dos que ainda não possam assimilar que o Brasil não se aliene aos esforços da comunidade das nações por um maior equilíbrio e responsabilidade ambiental, ao desenvolvimento da civilização mundial e aos aprimoramentos de organização social. Mas totalmente incompreensível que possam integrar projetos e propostas progressistas!

Aqui, ou em qualquer lugar do mundo!

Por mais lamentável e catastrófico para o estado de Santa Catarina, o que se vê através do link abaixo não indica que o país esteja voltando no tempo.. Temos de manter esperança nas forças sociais de nosso estado e em sua capacidade transformadora, por mais que comportamentos como os expostos neste vídeo retomem típicas reações de nosso recente e sombrio passado.

Também é necessário esclarecer que embora nunca tenha me filiado a qualquer partido, sempre militei pelo que acredito. E continuarei acreditando, pois não aceito que apenas um represente o todo.

Espero que se possa reconhecer neste vídeo aqueles que condizem com as instituições que representam, e quem não.

Continuarei acreditando no Partido dos Trabalhadores e em todos os candidatos que identifico aos ideais pelos quais milito, mas, por responsabilidade a mim mesmo, tenho de expor o documentado que classifico como catastrófico, pois me é imprescindível reconhecer meu erro perante aqueles dos quais duvidei quando me relataram o que neste vídeo se documenta. Peço desculpas por ter desconfiado das intenções de seus relatos.

Não tentarei justificar porque errei. Dos erros, há os injustificáveis, ainda que todos sejam assumíveis e, por esta possibilidade, releváveis. Não é o que pretendo aqui, tampouco divulgo esse vídeo numa tentativa de contemporização ou qualquer intenção de exemplificação moral. Isso de lições de moral me seriam tão inviáveis e improfícuas quanto a um político discutir questões científicas com especialistas.

A propósito, lembro a sabedoria popular lusitana imortalizada por Fernando Pessoa, considerando que não se refere à “necessidade” o emprego em “Navegar é preciso, viver não é preciso.” Refere-se à precisão, exatidão. Navegar é uma ciência exata, precisa e indiscutível. Inexplicável a quem não possua rudimentos necessários à sua compreensão. Viver, não. Ou, viveres, sim, podem e devem ser discutidos por todos, sobretudo por políticos que tão pouco conhecem dos meios e das condições do viver de seus eleitores.

Não sou nem nunca serei candidato a nenhum cargo político, mas como cidadão considero-me pessoa pública, mesmo sabendo que por quantas vezes se multipliquem minhas regulares msgs de militância eletrônica, jamais terei o poder de influência de um vereador de pequena cidade de interior. Ainda assim não posso me negar à responsabilidade de reconhecer meu erro ao maior número de pessoas possível.

E não o faço pelas pessoas, por meus correspondentes, por aqueles aos quais repassam meus textos ou pelos leitores de onde estes textos sejam publicados. Faço-o por mim mesmo, porque se não o fizer me será impossível continuar escrevendo ou militando minha crença, meu ideais e minha confiança no PT e nos seus candidatos.

Inclusive porque, se não o fizer, serei calado e envergonhado por cada um que me repasse o link desse vídeo, da mesma forma que o recebo agora.

Repetindo, para total compreensão: ser relevável é tão da natureza dos erros quanto se os reconhecer e assumir em tempo para que as razões de se os praticar sejam compreendidas, se compreensíveis. Ou simplesmente esquecidas como um equívoco retratado.

Se não retratado, será mais que um equívoco a cada vez que circule esse vídeo pela internet, seja qual for a intenção porque se o faça. Ou para sugerir a oportunidade de relevância, no sentido de se conceder desculpas e compreensão pelos motivos de um erro; ou para que opositores e concorrentes deem relevância em outro sentido da mesma palavra, destacando o erro cometido e não assumido nem explicado. Ainda que mesmo inexplicável, quando se o assume um erro sempre será compreensível pelas naturais imprecisões do viver.

Antes que se assista o vídeo do link: http://www.youtube.com/watch?v=OHyWTFMgS84&feature=related (repetido ao final) sugiro que se inteire da realidade sobre alguns pontos nele mencionados:

1 – O primeiro Parecer Técnico contrário à instalação de um estaleiro para plataformas e cargueiros de petróleo no canal da Ilha de Santa Catarina, não foi o do Instituto Chico Mendes, órgão do Ministério do Meio Ambiente.. Foi o emitido por Paulo César Simões Lopes, Biólogo, Ph.D., contratado pela própria empreendedora OSX. Algumas conclusões finais negritadas e sublinhadas pelo próprio autor:

“- O empreendimento fará sentir seus efeitos nocivos numa grande área de influência, estando localizado numa zona extremamente crítica...”

“- a magnitude dos impactos são, em boa parte, permanentes e irreversíveis... Sugere-se, fortemente, a relocação do empreendimento... de maneira que os efeitos nocivos não sejam potencializados...”

E, finalizando a última linha do documento: “... considerando assim a proposta da obra na área referente ao Estaleiro BN5 como ambientalmente inviável

2 – O Promotor de Justiça Arno Richter, do Estado de Santa Catarina, recomendou publicamente aos empreendedores que estudem outras regiões do estado onde já existem complexos portuários e situam-se fora de áreas de baías e enseadas, sem necessidade de dragagem de canal como aqui se pretende. O Promotor sugeriu também que o governo do estado documente impedimento a atividades portuárias de embarcações de grande porte.

3 – Até as declarações documentadas neste vídeo, nenhuma das comunidades cujas atividades profissionais serão afetadas pelo empreendimento, ou suas entidades representativas, assim como nenhum dos proprietários a terem seus patrimônios depreciados ou qual seja a entidades que os represente, como associações de moradores, foi alguma vez consultada pelas autoridades que aí se pronunciam, ou quaisquer outras. Tampouco depois.

4 - Apenas um vereador pelo PCdoB e um candidato à deputado estadual pelo PT têm comparecido às manifestações e reuniões de populares ameaçados pelo projeto. São os únicos que podem identificar quais organizações ou lideranças se compõe, ou não, aos protestos das comunidades de Florianópolis, Biguaçu e Governador Celso Ramos. Nem um nem outro se pronuncia nesse vídeo.

5 – Apesar das referências às cabeças de servidores do Ministério do Meio Ambiente, a maior preocupação sobre o que ai se pronuncia não é a incapacidade de compreensão de quais sejam as funções de cientistas e servidores federais. A grande preocupação é com 9 mil pessoas direta e indiretamente relacionadas à pesca, maricultura, gastronomia, comércio e turismo, irremediavelmente desempregadas caso se consiga impor, através da associação de grupos políticos regionais e interesses econômicos alheios ao âmbito do estado, a instalação desse estaleiro no canal da Ilha de Sta. Catarina.

Assim como nas apresentações do projeto da OSX, este vídeo também não trata de previsões sobre presumíveis futuros desastres sociais e ambientais, mas expõe uma evidente tragédia já em curso e contra a qual se espera uma providência do Partido dos Trabalhadores:

Vejam o Video dos Caçadores de Cabeça:


*Raul Longo é jornalista, escritor e poeta. Mora em Florianópolis (SC), onde mantém a pousada “Pouso da Poesia“. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

Obs: O companheiro Raul está engajado nesta luta e estou com ele. Ele tem escrito uma série de artigos sobre o tema. Leia o anterior:

Estaleiro OSX: É hora de o PT virar o jogo ou mofar com a pomba na balaia
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