Por Urariano Mota (*)

De passagem devo anotar que nesse tempo o estado de ânimo e de matéria – alma e prata - deste repórter era o pior possível. Para terem uma idéia do quanto, este que lhes escreve somente respondia cartas que viessem com selos adicionados no interior do envelope. No entanto, não sei se em razão de raiva ou de maior desespero, o texto que recupero a seguir não demonstra bem a carência de dinheiro no espírito do repórter. Eu era um atleta sonhador nesses belos dias paulistanos: percorria, passeava a pé mais de 9 horas, em rigoroso regime de calorias, por inúmeros e infindáveis quilômetros, da Vila Maria a Pinheiros. Entre ladeiras, ruas curvas e retíssimas avenidas, não posso dizer que conheço a cidade, pois São Paulo é muito grande. Mas posso informar que sempre observei a bela paisagem dos edifícios, sob um céu invariavelmente cinza. E chega de nariz de cera, vamos ao trabalho. O texto que recupero é este: