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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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domingo, 16 de maio de 2010

Quem joga contra o acordo com o Irã?



[caption id="attachment_6206" align="aligncenter" width="468" caption="Lula e o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante a viagem do iraniano ao Brasil. Foto: Portal UOL"]Lula e o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante a viagem do iraniano ao Brasil. Foto: Portal UOL[/caption]



Quem joga contra o acordo com o Irã?


Por Mario Augusto Jakobskind (*)


Por Mario JakobskindO mundo inteiro acompanha as gestões do Presidente Lula para conseguir um acordo com o Irã que evite o agravamento das tensões envolvendo os Estados Unidos e o regime dos aitolás em função da questão nuclear. Depois de passar pela Rússia e Catar, o presidente brasileiro demonstrou otimismo em relação à possibilidade de um acordo que evitaria a adoção de sanções da ONU contra o Irã. Quer queiram ou não os setores conservadores dos diversos quadrantes, o Presidente brasileiro, para orgulho da América Latina e dos demais países do Terceiro Mundo, está desempenhando um papel da mais alta relevância na tentativa de evitar as sanções que poderia resultar posteriormente até num confronto bélico não desejado por ninguém, com exceção do complexo industrial militar estadunidense.


Nesse sentido, seja qual for o resultado das gestões fica visível como os falcões de Washington e pelo mundo afora tentam de todas as formas evitar que a missão de Lula seja bem sucedida. Madame Hillary Clinton demonstrou total ceticismo, de uma forma tão flagrante como se sentisse incomodada com a possibilidade de um acordo. O Washington Post e o The New York Times desancaram em cima de Lula. E, além do mais, quanto mais se isolar o Irã, mais o país ficará refém de aiatolás linha-dura. É o que querem os falcões do Ocidente e o lobie sionista.


Na verdade, a missão de Lula no Irã, além de incomodar a direita brasileira, por motivos óbvios, deixou furioso setores do establishment estadunidense, que estão fazendo o possível e o impossível para evitar um acordo para a troca de combustível nuclear que poderia ocorrer na Turquia e com a supervisão do Brasil. O fato do regime iraniano num primeiro momento não ter aceitado o que então representou na prática uma imposição dos Estados Unidos de obrigar a troca de combustível em um outro país, não significa necessariamente que a nova proposta apresentada pelo Brasil e Turquia esteja sendo considerada por Ahmadineyad apenas para ganhar tempo, como alegam agora os falcões.


Resta aguardar o desfecho da mediação de Lula*. É possível que os setores vinculados ao complexo industrial militar evitem de todas as formas que o acordo aconteça. Em havendo o sinal verde de Teerã, resta aguardar a reação dos Estados Unidos e do aliado Israel, cujo lobby tenta também apresentar como fato consumado a suposta vocação iraniana pela bomba atômica.


Independente de qualquer coisa, um país, seja ele qual for, deve ter o direito de desenvolver a energia nuclear, hoje absolutamente necessária para determinados tratamentos médicos. Estados Unidos, Israel e demais potências nucleares não podem querer ser donos do mundo impondo sanções só pelo fato de um determinado país desenvolver a tecnologia necessária para melhorar a qualidade de vida do povo. Bomba atômica propriamente dita têm os países que se empenham até a medula no sentido de impor sanções econômicas contra Teerã. E os Estados Unidos foram o único país que até agora utilizou tal tipo de armamento em Hiroxima e Nagasaki e isso num momento em que o Japão já estava derrotado.


Vamos ver o desdobramento de tudo isso. A sociedade mundial, independente dos governos, não aceita um desfecho como o do Iraque com as inexistentes armas de destruição em massa e que o complexo industrial militar imponha a força para resolver problemas. É mais do que óbvio o desejo do setor em escoar os armamentos e consequentemente conseguir maiores lucros, para não falar do interesse nas riquezas petrolíferas iranianas.


E na Europa, governos que de socialistas só têm o nome, como os da Grécia e Espanha, decidiram tentar salvar o mundo financeiro, exigindo que os trabalhadores paguem a conta. É a velha fórmula do Fundo Monetário Internacional que tanto mal provocou na América Latina, que se recupera da razia de governos do gênero Fernando Henrique Cardoso, Carlos Menem, Álvaro Uribe, entre outros.


Nestor Kirchner, atualmente exercendo a função de secretário da Unasur (União das Nações Sul-americanas), já advertiu ao governo espanhol de José Luiz Zapatero sobre o caráter pernicioso para a maioria do povo a velha fórmula fundo monetarista de favorecimento do capital financeiro. Kirchner pode falar de cadeira porque teve de enfrentar uma situação dramática de terra arrasada que atravessava o seu país depois de Carlos Menem e Fernado de La Rua.


Agora, a classe trabalhadora espanhola, grega e de outros países europeus, sente o buraco a que foi conduzida com as medidas adotadas por seus governos para salvar os bancos. Num primeiro momento prevalece uma situação de impacto, para em seguida advirem mobilizações que resultarão no fim a letargia a que os europeus estão mergulhados já há algum tempo. O esquema fundo monetarista, em suma, poderá resultar numa nova etapa do velho continente. Quem viver verá!


(*) este artigo foi escrito antes da conclusão da visita de Lula a Teerã.


*Mário Augusto Jakobskind é jornalista, mora no Rio de Janeiro e é correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de S. Paulo e editor de Internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do semanário Brasil de Fato. É autor, dentre outros livros, de "América que não está na mídia" e "Dossiê Tim Lopes - Fantástico / Ibope". É colunista do site "Direto da Redação" e colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?"

Uai! Aécio é Neves da Cunha ou é Kfoury?


Uai! Aécio é Neves da Cunha ou é Kfoury?


Por Laerte Braga (*)


Por Laerte BragaBem informado em matéria de trampolinagens tucanas, parte da coligação que apóia José Arruda Serra, o jornal THE GLOBE, em sua edição brasileira, O GLOBO, anuncia que o ex-governador Minas Aécio Neves da Cunha está inclinado a ceder às pressões do tucanato paulista e acabar sendo o vice de Arruda Serra.


Há cerca de dois meses, mais ou menos, o então governador de São Paulo Arruda Serra encomendou ao jornalista Juca Kfoury, um dos seus boys na mídia, algo que pudesse tirar Aécio Neves da Cunha do páreo na disputa presidencial. É que Aécio estava começando a seduzir as bases tucanas e defendia a tese de uma prévia entre os filiados do PSDB para a indicação do candidato.


Dileto servidor de Arruda Serra, parceiro de Arruda Serra nos jogos do Palmeiras, o jornalista Juca Kfoury executou o “serviço” às raias da perfeição. Em nota em sua coluna num dos jornais da grande e podre mídia brasileira, deu conta que o ex-governador de Minas, em visível estado de “alteração”, havia dado um tapa em sua namorada, num evento no Rio de Janeiro. E para fazer jus aos mimos de Arruda Serra foi mais além.


Disse que os brasileiros deveriam pensar bem antes de escolher seus candidatos para evitar a repetição de fatos como os acontecidos com a eleição de Fernando Collor de Mello em 1989.


Insinuação mais clara, mais contundente sobre o suposto uso de drogas pelo ex-governador mineiro não poderia ter aparecido na mídia que essa feita por Kfoury.


Sabedor do caráter de Arruda Serra, quer dizer nenhum, da absoluta falta de escrúpulos do governador paulista e do que viria a seguir, seja via Juca Kfoury ou outros prepostos, matadores a serviço de Arruda Serra, Aécio tirou o time de campo e anunciou que não iria disputar a convenção do seu partido, que seria candidato ao Senado e num discurso na grande BH, na inauguração do centro administrativo do estado, com Arruda Serra presente, disse alto e bom som para o paulista (vaiado desde a sua chegada a Minas) que “o meu primeiro compromisso é com Minas e com os mineiros”.


Aécio Neves da Cunha é neto do ex-presidente Tancredo de Almeida Neves, cresceu ao lado do avô e filho de Aécio da Cunha, ainda vivo, deputado por vários mandatos pelo antigo Partido Republicano, o do ex-presidente Artur Bernardes.


Mas precisa explicar a Minas Gerais qual é esse “primeiro compromisso com Minas e os mineiros”. Se é manter-se Neves da Cunha, ou virar Arruda Serra, de joelhos diante de FHC que o chamou de “moleque”, quando percebeu que o mineiro estava atrapalhando Arruda Serra e poderia, lógico, atrapalhar os “negócios” que Arruda Serra representa e dos quais FHC é patrono. O tal virado paulista.


Se o compromisso foi firmado com cuspe e retórica de político menor ou se é um negócio com selo de sobrenome?


Aécio, até agora Neves da Cunha, deve ser eleito senador por Minas Gerais com cerca de 70% dos votos segundo indicam as pesquisas e pode arrastar o ex-presidente Itamar Franco de volta ao Senado, na segunda vaga.


Com a conhecida rejeição ao ex-ministro e senador Hélio Costa (larga sempre à frente e no final manca, perde), tem chances de eleger o governador do estado, o atual chefe do executivo, o professor Anastasia, como o próprio Aécio o chama.


Nas análises do grupo de Aécio, ainda Neves da Cunha, a tarefa é simples. Basta levar as eleições para o segundo turno que Hélio Costa se enrola, se lasca, perde como perdeu duas. Ou ganha no primeiro, ou não ganha (as chances são maiores agora por conta do apoio do presidente Lula).


Como um dos pontos que serviu para que o grupo chegasse a essa conclusão, está a eleição de 2006 do atual senador Eliseu Resende. O candidato, que sozinho não ganha para síndico de prédio, estava atrás em todas as pesquisas, bem atrás e numa semana correndo Minas com o ex-ministro da ditadura, construtor propineiro da ponte Rio__Niterói, Aécio levou-o ao Senado, onde dormita em sua ineficiência absoluta.


Se isso foi possível, Eliseu não fala e anda ao mesmo tempo, eleger Anastasia que fala e anda ao mesmo tempo é um técnico competente dentro daquilo que se propõe a fazer (fazer errado é outra história, mas é competente até na corrupção) não é tão difícil assim.


Servir a cabeça em bandeja de prata para um político corrupto e sem escrúpulos como José Arruda Serra aí é outra história.


Deixa de ser Aécio Neves da Cunha, vira Aécio Kfoury, pratica suicídio político, vai terminar seus dias como Marco Maciel, uma dessas múmias que por não abrir a boca para nada dá a impressão de significar ou saber alguma coisa (quando foi ministro de Sarney e depois de Collor, Maciel teve que sair correndo tamanhas as besteiras que fez, descobriram que o silêncio era para esconder além da venalidade, a burrice).


O compromisso com Minas e os mineiros vai para o espaço, acaba sendo balela de retórica, atrela o estado aos interesses FIESP/DASLU, viramos colônia do esquema, da mesma forma que Arruda Serra vai nos transformar, se eleito (cada vez mais difícil) em colônia dos EUA.


Aécio, que continua sendo até segunda ordem Neves da Cunha, corre o risco de jogar por terra todo o prestígio construído em Minas, mesmo que a custa de um governo de fantasia.


Na hora agá vira cavalo paraguaio, sem qualquer ofensa aos paraguaios.


THE GLOBE não iria publicar a notícia assim tirada ao léu. A edição brasileira do jornal, O GLOBO, ou está armando para o mineiro, ou está pressionando tipo Juca Kfoury, ou seja chantagem pura a mando de Arruda Serra, ou o pior, o ex-governador de Minas Gerais acaba de trocar de nome.


Deixa de ser Aécio Neves da Cunha e vira Aécio Kfoury. Cãozinho amestrado de José Arruda Serra. Nesse caso vai ter que ir a Sampa e beijar as mãos de FHC (que era detestado por seu avô Tancredo. Considerava FHC um falso profeta).


E vai passar os próximos quatro anos sem mandato. Ou dois, pode ser que queria ser vereador ou prefeito em BH.


A eventual troca de nomes do ex-governador Minas não tem nada a ver com a política antiga chamada café com leite. É cair de quatro mesmo se acontecer.


E nem é bom falar que vice em campanha é aquele negócio de agüentar o inaguentável. Tipo assim, entrevista no programa da Ana Maria Beltrão com palpites da Lúcia Hipólito. Ou uma receita para a Ana Maria Braga, coisas do gênero.


No máximo uma entrevista com Miriam Leitão, atualmente em baixa com o chefe Arruda Serra (tomou uma bronca pública por ter feito uma pergunta fora do script).


*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

APEOESP: a razão cínica de uma sentença?

Foto: STF



A ministra Nancy Andrighi julgou procedente a representação movida por DEM e PSDB, aplicando multa de R$ 7 mil contra o sindicato e sua presidente. O sindicato, disse Andrighi, é uma entidade “sem fins lucrativos, sem discriminação de raça, credo religioso, gênero ou convicção política ou ideológica".





Por Gilson Caroni Filho (*)





Ao considerar “manifestações de cunho eleitoral e depreciativo" os atos organizados pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), Nancy Andrighi, ministra do TSE, não reforçou apenas a suspeita de um Poder Judiciário partidarizado, atuando como sujeito ativo em favor dos interesses da candidatura de José Serra. Sua decisão contribuiu também para criar uma situação insustentável em um país que se pretende habilitado à modernidade, com solidez institucional e sistema político dotado de competitividade.

Ignorando que regimes democráticos não qualificam manifestações e greves, possivelmente a partir da percepção que toda ação sindical é ato político e corresponde a direito inquestionável dos trabalhadores, a ministra, fazendo uma análise enviesada da questão, julgou procedente a representação movida pelos partidos DEM e PSDB, aplicando multa de R$ 7 mil contra o sindicato e sua presidente. Um ganho para o reacionarismo que vende democracia como mercadoria para entrega futura.

Preocupada com a interferência negativa na imagem de homem público, Andrighi se esqueceu de examinar a realidade da educação paulista, o modelo de gestão que o tucanato pretende imprimir no Brasil, caso vença as eleições presidenciais. O descaso dos sucessivos governos do PSDB com os profissionais da educação dão uma pista de como os neoliberais planejam reduzir gastos públicos, "abrindo espaços para investimentos". Claro que não é competência do TSE emitir sentenças sobre dados de conjuntura, mas considerá-los na apreciação da motivação de atos e fatos daria à análise uma aura de honestidade política. Apenas isso.

Os manifestantes que gritaram palavras de ordem contra o governo José Serra fazem parte de uma categoria que, desde 1998, sobrevive sem qualquer reajuste salarial, sem nenhum plano de carreira. Apesar da alta arrecadação, São Paulo paga um dos menores salários do país, ficando atrás do Acre, Roraima, Tocantins, Alagoas e Espírito Santo, entre outros. O valor da hora-aula pago aos professores do ensino básico II é de R$7,58. Bem menos do que o jeton (benefício pago por presença em sessão) no valor de R$771,75 destinado aos integrantes do TSE. Muito menos que os R$ 26.723,13 recebidos por um ministro do STF, desde fevereiro de 2010. A sensibilidade jurídica da relatora deveria levar esses números em conta antes de ver orientação meramente eleitoreira nas palavras de uma dirigente sindical.

Em um estranho arrazoado, Nancy Andrighi ressaltou que a ação dos grevistas feriu o próprio estatuto do sindicato que define a entidade “como sem fins lucrativos, sem discriminação de raça, credo religioso, gênero ou convicção política ou ideológica". Talvez falte à ministra noções rudimentares de sociologia política para compreender a dinâmica da APEOESP.

Representando todo o magistério paulista, o sindicato liderado por Maria Izabel Azevedo Noronha luta pela elevação do nível econômico, social e político da categoria. E procura estender estes benefícios à educação através do empenho pela melhoria da qualidade de ensino e por uma política educacional feita com a participação dos professores e da comunidade, direcionada para os interesses da população. Argumentos que tutelam os direitos políticos de uma coletividade não podem suprimir dos cidadãos o direito da livre expressão. Disso deveria saber uma ministra do TSE.

Mais interessante seria saber como se posicionaria frente a editoriais e noticiários que buscam, a todo custo, desqualificar a candidatura da ministra Dilma Rousseff. Privilegiaria a liberdade de expressão dos barões midiáticos ou seria sensível à interferência negativa na imagem de uma personalidade pública? Qual seria o valor da multa? Até quando será impossível entender o país sem a devida dose de cinismo? Os nossos magistrados talvez devessem meditar a respeito do assunto.


*Gilson Caroni Filho é sociólogo e mestre em ciências políticas. Mora no Rio de Janeiro, onde é professor titular de sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha). É colunista da Carta Maior, colaborador do Jornal do Brasil e do blog "Quem tem medo do Lula?".
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