Recebi por e-mail do Diretório do PT-SP:
Por meio de telefonema anônimo, o PT-SP descobriu milhões de impressos que estavam prontos para ser distribuídos. O material contra a candidata do PT à Presidência Dilma Rousseff, assinado por três bispos da CNBB – Regional Sul 1, foram encontrados na Gráfica Pana, no Cambuci.
O Diretório Estadual do PT de São Paulo recebeu neste sábado (16) um telefonema anônimo denunciando a existência de 18 milhões de impressos contra a candidata do PT à Presidência da República Dilma Rousseff, assinado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Regional Sul 1, na Editora e Gráfica Pana, no Cambuci.
O material, intitulado "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras", recomenda “que nas próximas eleições os eleitores deem seus votos somente a candidatos ou candidatas de partidos contrários à descriminalização do aborto”, enfatiza o trecho com grifo.
Ao perceber a presença de militantes petistas e da imprensa, Paulo Ogawa, o pai do proprietário da gráfica fechou a porta e dispensou os funcionários. O deputado estadual Adriano Diogo (PT) disse que a atitude de esconder o material impresso poderia ser classificada como ocultação de crime. Uma vez que se refere ao mesmo conteúdo distribuído em igrejas no primeiro turno e que foi desautorizado pela Conferência Nacional dos Bispos, por meio de nota pública divulgada.
Ao ser indagado pela equipe da TV PT sobre quantidade e quem havia encomendado o material, Ogawa mostrou a carta de dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos. O mesmo que aparece em um vídeo pedindo aos fiéis que não dessem seu voto às candidaturas do PT.
Segundo Ogawa, quem intermediou a ordem de serviço para a impressão de 2,1 milhões de folhetos foi um assessor do bispo da Diocese de Guarulhos, que inicialmente pedira a impressão de 20 milhões de panfletos. A gráfica, porém, recusou o pedido argumentando incapacidade.
A primeira tiragem de 1,1 milhão de panfletos foi entregue, segundo o gráfico, no dia 15 de setembro, em quatro locais de São Paulo: Barra Funda, Paraíso, Guarulhos e na Rua do Bosque. No dia 13 deste mês, uma nova tiragem foi encomendada de mais 1 milhão de exemplares, encontrados na gráfica neste sábado.
No telefonema anônimo, o PT foi informado que parte do material já estava sendo retirada da gráfica, por meio de caminhão, antes da chegada dos militantes. Os petistas acreditam que a quantidade impressa é maior que a declarada pelo pai do dono da gráfica e por isso desde a tarde estão em vigília em frente ao estabelecimento para que não seja retirado mais nenhum exemplar até que se defina se o material foi ou não autorizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
A advogada da campanha do PT, Ana Fernanda Ayres, acompanhou os membros do Diretório Zonal da Vila Mariana para lavrar um boletim de ocorrência no 5º DP, no bairro da Aclimação, pela preservação de direito - que o material não seja distribuído até que se defina se o conteúdo é ou não ilegal – e de onde partiu a encomenda, uma vez que um dos bispos d. Nelson Westrupp, scj (presidente do Conser-Sul1), que aparece como signatário da nota, teria desautorizado nova impressão.
O material é assinado também por outros dois bispos da Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): Dom Benedito Beni dos Santos (vice-presidente do Conser-Sul 1) e Dom Airton José dos Santos (secretário geral do Conser Sul 1).
O deputado estadual reeleito Adriano Diogo (PT) acionou a Polícia Federal para verificar a autenticidade do material. Para ele, o fato demonstra uma atitude claramente “golpista ou pré-golpista, para criar o clima do caos” contra a campanha eleitoral.
Representação no TSE
No início da noite, os advogados da Campanha de Dilma Rousseff entraram com duas representações junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As representações se sustentam nos argumentos de que o folheto encontrado é uma propaganda eleitoral que oculta essa caracterização. Outro ilícito eleitoral é que o material em questão foi encomendado e pago por entidade religiosa, conforme demonstrou o próprio documento apresentado por Paulo Ogawa, o que é vedado pela legislação eleitoral em vigência. E difunde mentiras em vários dos trechos grifados. Ainda na noite deste sábado o TSE poderá julgar a representação.
Pelo Twitter, o jornalista Rodrigo Vianna, apresentador de jornal da Record News, informou na noite deste sábado que uma reportagem da emissora revela a conexão de Alexandre Takeshi Ogawa, dono da gráfica onde foram encontrados os panfletos. Segundo as informações veiculadas pelo miniblog, Alexandre teria feito parte da assessoria do então ministro da Saúde do governo FHC, José Serra.
PT-SP exige apuração
O presidente do PT e deputado estadual, Edinho Silva, manifestou indignação com o episódio e não descartou a possibilidade de interesses eleitorais estarem por trás do financiamento do material.
Edinho cobrou a investigação imediata do fato e que os responsáveis sejam punidos.
Clique aqui e leia nota do presidente do Diretório Estadual do PT de São Paulo.
Nota da CNBB
Em 16 de setembro passado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) esclareceu seu posicionamento em relação às eleições de 3 de outubro, em função das constantes interpelações que vem recebendo.
No texto, a CNBB afirma: “Falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência. O único pronunciamento oficial da CNBB sobre as eleições/2010 é a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada pela 48ª Assembleia Geral da CNBB, deste ano, cujo conteúdo permanece como orientação neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País.”
Clique aqui e leia a íntegra da nota da CNBB.
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