Secretários, assessores e colaboradores do governo paulista, além de integrantes de campanhas tucanas, garantem rendimento extra que varia de R$ 3,5 mil a R$ 4,5 mil mensais
Por Daniel Bramatti e Julia Duailibi*
O governo do Estado de São Paulo tem usado os cargos a quem tem direito nos conselhos de administração de empresas estatais para abrigar filiados do PSDB e quadros ligados ao partido. Os honorários pagos com recursos das empresas ou do erário estadual servem como complemento salarial para secretários, assessores e colaboradores do Palácio dos Bandeirantes.
A lista de conselheiros das estatais paulistas revela ainda que, em diversos casos, não há nenhuma relação entre a formação profissional dos contemplados e a área de atuação das empresas. Há um cineasta no conselho da Dersa (estatal do setor rodoviário), uma ex-diretora de orquestra na Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) e uma psicóloga e ex-diretora da Febem no Porto de São Sebastião. Há ainda jornalistas do Palácio dos Bandeirantes participando de reuniões técnicas de empresas de energia e de planejamento metropolitano.
Entre os conselheiros com trajetória político-partidária no PSDB estão o ex-governador Alberto Goldman e os ex-secretários Almino Affonso (Relações Institucionais) e Paulo Renato Souza (Educação) - este último informou já ter pedido desligamento dos dois colegiados de que participa. Outros tucanos deixaram os cargos no ano passado, por exigência legal, pois concorreram às eleições de outubro.
O vice-governador Guilherme Afif Domingos (DEM) é conselheiro de duas estatais, ambas relacionadas à sua secretaria - ele é também titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. O governo estimula a participação de secretários nos conselhos de administração de empresas sob sua alçada - prática adotada também por ministros na esfera federal.
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