em 04 de Novembro de 2010
Sempre se soube que o preconceito nasce da intolerância humana. Talvez uma intolerância a si mesmo. Aquele que julga o outro inferior – por cor, origem, credo – só pode sofrer de séria crise de identidade. Quem se ama não tem porque odiar seu semelhante de forma gratuita e baixa.
Já está provado pela ciência – queiram os puristas ou não – que todos nós – paulistas e nordestinos, ricos e pobres, brancos e negros, judeus e palestinos – fazemos parte de uma só raça, maravilhosamente diversificada: a raça humana.
No entanto, na contramão da diversidade humana, muitos cientistas prometem, daqui a algum tempo, oferecer a possibilidade de que se determine, ainda na barriga da mãe, as características de um ser humano, podendo-se, assim, “montar” um filho idealizado segundo a visão de seus pais. Isto pode trazer sérias conseqüências.
Fazer com que o ser humano já nasça perfeito seria criar super-homens para matá-los pela própria perfeição. Ser perfeito é sinônimo de não ter desafios a superar. Não ter desafios a superar é sinônimo de morrer em vida.
Sendo assim, quem vai querer ter em casa grandes gênios e beldades? Só mesmo os insensatos... Que passarão a discriminar o restante.
Ops... Passarão? Estaríamos, com isso, entrando num nazismo disfarçado ou já viveríamos nele?
Recentemente, no dia seguinte à eleição de Dilma Rousseff, a primeira mulher presidente do Brasil, uma onda de ódio xenófobo invadiu o badalado Twitter, provando que parte inominável do ser humano não se guia pela ciência, mas, sim, por seus mais sórdidos instintos. Não digo instintos animalescos, porque o reino animal é formado por seres bem mais dignos de admiração do que os neonazistas de plantão.
Se pudessem, promoveriam um verdadeiro darwinismo social – em que o voto dos paulistas de olhos claros teria peso dois em detrimento dos de “cabeça chata”.
Esquecem, por cegueira de alma, que foram e são os de “cabeça chata”, os negros e as mulheres – ah, as mulheres – que construíram e constroem este país com sangue e suor.
Ignoram, por opção mesquinha, que, um dia, poderão estar sós e, se apenas a mão calejada de um nordestino lhes oferecer abrigo, terão que implorar que nem o gafanhoto à formiga: “Deixe-me entrar?”.
Desconhecem, por desconhecimento mesmo, que não estariam teclando tanta asneira em seus computadores se um filho de carpinteiro (Thomas Edison) não tivesse inventado a luz elétrica.
Querer que o outro seja, pense e aja de acordo com interesses pessoais é querer brincar de Deus. É, enfim, coisificar-se, negando sua própria essência.
*Ana Helena Tavares é jornalista por paixão, escritora e poeta eternamente aprendiz. Editora-chefe do blog "Quem tem medo do Lula?".
*Ana Helena Tavares é jornalista por paixão, escritora e poeta eternamente aprendiz. Editora-chefe do blog "Quem tem medo do Lula?".
2 comentários:
Ana,
Obrigado.
Com um afetuoso abraço.
Gilson
Mandou bem.Parabéns.
Paulo Lucic
Postar um comentário
Este blog não está subordinado a nenhum partido. Lula, como todo ser humano, não é infalível. Quem gosta dele (assim como de qualquer pessoa), tem o dever de elogiá-lo sem nunca deixar de criticá-lo. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- Todas as opiniões expressas aqui, em conteúdo assinado por mim ou pelos colaboradores, são de inteira responsabilidade de cada um. ----------------------------------------------------------------
Comentários são extremamente bem-vindos, inclusive e principalmente, as críticas construtivas (devidamente assinadas): as de quem sabe que é possível e bem mais eficaz criticar sem baixo calão. ----------------------------------------------------------------------------------------------
Na parte "comentar como", se você não é registrado no google nem em outro sistema, clique na opção "Nome/URL" e digite seu nome (em URL, você pode digitar seu site, se o tiver, para que clicando em seu nome as pessoas sejam direcionadas para lá, mas não é obrigatório, você pode deixar a parte URL em branco e apenas digitar seu nome).-----------------------------------------
PROCURO NÃO CENSURAR NADA, MAS, POR FAVOR, PROCUREM NÃO DEIXAR COMENTÁRIOS ANÔNIMOS. NÃO PODEMOS NOS RESPONSABILIZAR PELO QUE É DITO NESSES COMENTÁRIOS.
Att,
Ana Helena Tavares - editora-chefe