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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Uma fábula quase fabulosa

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A raposa canhota e o veadão predador

Fernando Soares Campos

Era uma vez uma raposa que vivia se gabando de ser muito habilidosa no uso da mão esquerda. Dona Canhota, como ficou conhecida entre os animais da reserva florestal onde ela fazia campanha contra a ação predadora dos veados gigolôs de vaca, que estavam dispostos a abrir clareiras, ou até mesmo destruir o que restou da floresta, a fim de criar um ambiente espaçoso, acolhedor, ecoerótico, em que pudessem receber a visita de suas companheiras bovinas.

– Essa aqui, não! – gritou Dona Canhota ao ver o veadão predador se aproximar de uma castanheira empunhando um tenebroso machado.

– Isso aí não passa de um inútil obstáculo para recebermos nossas mais queridas amigas, as Vacas Selvagens do Capitalismo Sagrado. Por que poupar uma reles Bertholletia excelsa, que, de sublime, só tem o nome? – questionou o veadão.

– Por que esta aqui agrega valor afetivo inegociável. Foi debaixo dela que desenvolvi minhas habilidades canhoteiras.

O veadão sentiu que Dona Canhota estava disposta a defender aquela castanheira a qualquer custo, então, tratou de intimidá-la pressionando com todos os sofismas que encontrou entranhados nos pelos do seu caudaloso rabo, para que ela se embaraçasse e não pudesse argumentar de maneira coerente.

O veadão deu um salto acrobático e se posicionou por detrás da raposa, aplicando-lhe uma gravada e interrogando a fulana de acordo com o método ditabranda.

– Como assim?! Dá pra explicar melhor?

Dona Canhota perdeu o fôlego e, num esforço descomunal, grasnou:

– Conheço... seus... métodos... de... copular... [groooo...!] Comer... assim... é estupro... [ruuum...!] Além disso, posso explicar sem dar.

O veadão soltou a raposa e, ainda fechando o zíper da calça, bramiu:

– Então, desembucha, sua velha canhestra!

A raposa se refez do susto, sentou-se recostada ao tronco da castanheira e pôs-se a chorar resmungando:

– Foi aqui, debaixo dessa castanheira, que desenvolvi um dos meus mais preciosos talentos...

– Como assim? – quis saber o veadão, desta vez empregando “como” como advérbio – Pode me explicar com maiores detalhes?

A raposa abraçou-se à excelsa Bertholletia, beijou-a ternamente, como Judas a Cristo, e falou emocionada:

– Nos períodos da entressafra, quando todas as castanheiras param pra manutenção de suas estruturas reprodutivas, somente esta aqui permanece nos fornecendo a preciosa castanha de que precisamos para nos manter fortes e saudáveis.

– E daí?! Isso é apenas uma prova do caráter subversivo dessa indisciplinada e aberrante criatura que contraria os princípios da Mãe Natureza, portanto deve ser ceifada com requintes de crueldade, e seus restos mortais jogados ao forno-carvoeiro, para que possa se transformar em alguma coisa útil, capaz de alegrar as churrascadas de cotia que vamos dar quando da chegada de nossas amigas vacas com seus taurinos maridos e amantes equinos.

– Tudo bem, não discordo do senhor, mas, apesar desse ecoparadoxo, foi aqui, sob essa copa frondosa, que aprendi a usar, com muita habilidade, a minha esquerda.

– Dá pra... quer dizer, pode me explicar melhor?!

– Todos os animais, inclusive a cotia, que costuma espalhar sementes de castanheira por todos os recantos da floresta, a fim de preservar a produção de alimentos, usavam a mão direita para quebrar a casca da castanha, enquanto somente eu batia com a esquerda...

– Quer dizer que foi daí que surgiu seu apelido, Dona Canhota, é isso?

– Sacou de primeira! Tá ficando esperto que nem uma raposa, seu viadão!

Naquele exato momento, eis que surge na clareira um bando de vacas lideradas por uma cotia. Todas gritavam palavras de ordem no mais-que-perfeito estilo da militância político-esquerdista de memoráveis épocas: “Vacas! unidas! serão sempre comidas!”

Embasbacada, Dona Canhota grunhiu:

– Como pode uma cotia liderar uma manada de vacas-piranha?

O veadão relaxou seu aspecto agressivo, apoiou as munhecas na cintura e, encantado com a imagem da líder do movimento, respondeu:

– Aquela lá é a Kátia, a cotia catimbeira. Dizem que em outra encarnação ela foi vaca. Agora tá encabeçando o movimento GLSA, Gado Leiteiro e Sacanagens Afins, e também tá organizando uma parada sinistra no centro de uma megalópole desvairada.

Ato contínuo, o viadão disparou em direção ao numeroso grupo de ecomilitantes em causa própria, saltitando como um veado urbano e cantarolando eufórico: “Eu vou, eu vou, com Kátia agora eu vou! Pararatibum!”

Dona Canhota, igualmente extasiada diante daquele agitado movimento de reivindicação animal, lembrou-se dos tempos em que os animais liam Eric Arthur Blair e diziam ter lido George Orwell.

Saudosa dos áureos tempos, Dona Canhota suspirou desolada e desabafou:

– Quem me dera poder liderar um movimento desse porte em defesa da minha castanheira solitária...

Quebrando a monotonia dos macabros uivos da floresta, um chiado contínuo e ondulante ecoou pelos céus da floresta:

(Contrarregra atualizado conforme o novo Acordo Ortográfico: “ShiiiIIIiiiiiiIIIiiiiiiiiiiiiiii...”)

Eram os ruídos de milhões de bagabagas, formigas-brancas, itapecuins, itapicuins, muchéns, punilhas, salalés, térmitas e térmites, que na verdade é tudo a mesma coisa: cupim.

Dona Canhota, que entendia e sabia decifrar todos os sons da floresta, pôde traduzir a onomatopaica mensagem que dizia: “Cupins! unidos! comem pau, mas não são comidos!”

– Eureka! – gritou a velha raposa (assim mesmo, com “k”, como convém aos mais espertos, aqueles que arremedam a cultura dos eruditos).

A partir daquele dia, Dona Canhota adotou a filosofia dos cupins cupinchas e viajou pelos vinte quatro cantos do país defendendo a preservação de sua castanheira solitária e comendo pau podre como quem saboreia madeira de lei fresquinha!

Ecomoral: Um veadão predador incomoda muita gente; uma raposa cupineira incomoda muito mais.

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Entidades do Recife realizam caminhada em defesa de um Código Florestal que atenda aos anseios da sociedade

Manifestação, que conta com o apoio da Fundação SOS Mata Atlântica, terá caixões e coroas de flores, para simbolizar a morte da legislação ambiental e do patrimônio nacional brasileiro

No próximo dia 10 de julho (sábado), das 9h às 12h, as entidades Sociedade Nordestina de Ecologia, SERTA, SURFGURU e MST realizarão uma camimhada para marcar a aprovação de mudanças catastróficas na legislação ambiental brasileira. A manifestação, que acontecerá na orla de Boa Viagem, contará com caixões e coroas de flores, simbolizando a morte do Código Florestal e também de bens fundamentais de nosso patrimônio natural, como a água, as florestas, a biodiversidade e a regulação do clima.

A Comissão Especial do Código Florestal na Câmara dos Deputados aprovou nesta semana diversas mudanças na legislação atual. As mudanças, defendidas pela bancada ruralista e pelo setor do agronegócio, haviam sido compiladas em um relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo no início de junho. O texto aprovado pela Comissão segue agora para o plenário da Câmara dos Deputados, mas ainda não tem data definida para entrar em votação.

Entre as mudanças mais perigosas para o meio ambiente, estão a anistia para quem desmatou até 2008, o fim da reserva legal para propriedades de até quatro módulos, a diminuição das Áreas de Preservação Permanente e a autorização para que Estados e municípios legislem sobre o assunto.

A Fundação SOS Mata Atlântica vem acompanhando as discussões sobre o Código Florestal desde o início e em março deste ano lançou a campanha Exterminadores do Futuro, que tem por objetivo proteger a legislação ambiental brasileira, monitorando o andamento de leis e decretos e o comportamento dos parlamentares sobre temas que interfiram na proteção do bioma Mata Atlântica.

“Iniciativas como a das entidades pernambucanas são fundamentais para mostrar para a população o que está acontecendo em Brasília e como alguns deputados vem destruindo o meio ambiente e ameaçando nosso futuro”, disse Mario Mantovani, diretor de políticas públicas da Fundação. “Os brasileiros estão preocupados com seu patrimônio natural e não querem ver as leis ambientais destroçadas, mas muitas vezes nem ficam sabendo o que acontece no Congresso. Por isso essas mobilizações regionais são tão importantes”.


CAMINHADA PELO CÓDIGO FLORESTAL
DATA: 10 de julho, sábado, às 9h (concentração)
LOCAL: Orla de Boa Viagem, em frente ao Ed. Acaiaca (caminhando até a Praça de Boa Viagem)
Contato: SNE, Carlos André Cavalcanti, (81) 9211-2205

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Ilustração: AIPC - Atrocious International Piracy of Cartoons

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PressAA

Agência Assaz Atroz

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