FALAR SOBRE VICE VIRA INCÔMODO
Autor(es): Ana Paula Siqueira
Jornal do Brasil - 02/07/2010
Desgastado pela repercussão desfavorável da escolha do deputado Índio da Costa (DEM-RJ) para seu vice, o candidato do PSDB, José Serra, esquivou-se ontem de falar sobre o companheiro de chapa. Índio é o quarto deputado mais faltoso entre os 46 do Rio. Ele se ausentou em 175 das 601 sessões da atual legislatura - 29%, para média de 19% dos parlamentares. Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, foi só a 112 das 332 sessões - as faltas chegam a 66%. Índio é um dos cinco deputados do Rio que mais usaram verba indenizatória: R$ 734 mil - R$ 414 mil só em "divulgação e consultorias".
A escolha do candidato à vice na chapa de José Serra (PSDB) na disputa pela Presidência parece ter sido traumática para DEM e PSDB. Um dia depois da indicação do deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ) para a vaga, políticos continuavam suavizando as rusgas entre as legendas. Alguns preferiam nem tocar no assunto. Outros colocaram panos quentes e exaltaram o perfil discreto do candidato.
Foi o caso do próprio José Serra. Após participar de debate na Confederação Nacional da Agricultura (CNA), quinta-feira pela manhã em Brasília, o candidato afirmou que não responderia a perguntas a respeito do seu companheiro de chapa e candidato a vice. E assim o fez.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), vice-presidente da sigla e um dos que mais brigou para que o DEM indicasse um postulante ao cargo, defende que o vice deve ter um perfil mais discreto. O importante, segundo ele, é acabar com constrangimento que foi criado.
Quinta-feira, circulava uma curiosa expressão para definir o rápido crescimento político de Indio. Ele teria dado o golpe do baú do tempo. Isso porque o prazo para escolha do vice foi se esgotando, e os nomes mais fortes da legenda não toparam a empreitada.
Ronaldo Caiado assumiu que a sigla estava sem melhores opções:
Quem nós poderíamos indicar? indagou.
E se...
Um vice-presidente sempre conta com a possibilidade de um dia assumir o posto de chefe da Nação. Mas, apesar disso, muita gente prefere nem ventilar essa possibilidade.
Quando questionado sobre a chance de, caso Serra seja eleito, algum dia, Indio ter de se tornar presidente, o deputado tucano Arnaldo Madeira (SP) afirma que o momento é de pensar na campanha.
Muitos interpretam como falta de responsabilidade a escolha do parlamentar.
O colunista do JB Mauro Santayana trouxe a questão ao debate quinta-feira: O candidato à Vice-Presidência terá que ser uma pessoa preparada para, em caso de vacância, ocupar o cargo com a mesma respeitabilidade e competência do titular.
Além disso, tucanos cariocas já ameaçam retirar o apoio a chapa justamente por conta de Indio. O motivo foi o envolvimento do nome dele na CPI da Merenda, na Câmara Municipal do Rio.
Outros avaliam que grande vencedor foi Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente do DEM. Ao invés de disputar votos com Indio para a Câmara Federal, Maia teria conseguido despachar a concorrência.
O cientista político Davi Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB), acredita que, na verdade, o objetivo seria buscar alguém que não apagasse a imagem de Serra:
Mas, ele (Indio) não tem ficha tão limpa assim.
Autor(es): Ana Paula Siqueira
Jornal do Brasil - 02/07/2010
Desgastado pela repercussão desfavorável da escolha do deputado Índio da Costa (DEM-RJ) para seu vice, o candidato do PSDB, José Serra, esquivou-se ontem de falar sobre o companheiro de chapa. Índio é o quarto deputado mais faltoso entre os 46 do Rio. Ele se ausentou em 175 das 601 sessões da atual legislatura - 29%, para média de 19% dos parlamentares. Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, foi só a 112 das 332 sessões - as faltas chegam a 66%. Índio é um dos cinco deputados do Rio que mais usaram verba indenizatória: R$ 734 mil - R$ 414 mil só em "divulgação e consultorias".
A escolha do candidato à vice na chapa de José Serra (PSDB) na disputa pela Presidência parece ter sido traumática para DEM e PSDB. Um dia depois da indicação do deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ) para a vaga, políticos continuavam suavizando as rusgas entre as legendas. Alguns preferiam nem tocar no assunto. Outros colocaram panos quentes e exaltaram o perfil discreto do candidato.
Foi o caso do próprio José Serra. Após participar de debate na Confederação Nacional da Agricultura (CNA), quinta-feira pela manhã em Brasília, o candidato afirmou que não responderia a perguntas a respeito do seu companheiro de chapa e candidato a vice. E assim o fez.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), vice-presidente da sigla e um dos que mais brigou para que o DEM indicasse um postulante ao cargo, defende que o vice deve ter um perfil mais discreto. O importante, segundo ele, é acabar com constrangimento que foi criado.
Quinta-feira, circulava uma curiosa expressão para definir o rápido crescimento político de Indio. Ele teria dado o golpe do baú do tempo. Isso porque o prazo para escolha do vice foi se esgotando, e os nomes mais fortes da legenda não toparam a empreitada.
Ronaldo Caiado assumiu que a sigla estava sem melhores opções:
Quem nós poderíamos indicar? indagou.
E se...
Um vice-presidente sempre conta com a possibilidade de um dia assumir o posto de chefe da Nação. Mas, apesar disso, muita gente prefere nem ventilar essa possibilidade.
Quando questionado sobre a chance de, caso Serra seja eleito, algum dia, Indio ter de se tornar presidente, o deputado tucano Arnaldo Madeira (SP) afirma que o momento é de pensar na campanha.
Muitos interpretam como falta de responsabilidade a escolha do parlamentar.
O colunista do JB Mauro Santayana trouxe a questão ao debate quinta-feira: O candidato à Vice-Presidência terá que ser uma pessoa preparada para, em caso de vacância, ocupar o cargo com a mesma respeitabilidade e competência do titular.
Além disso, tucanos cariocas já ameaçam retirar o apoio a chapa justamente por conta de Indio. O motivo foi o envolvimento do nome dele na CPI da Merenda, na Câmara Municipal do Rio.
Outros avaliam que grande vencedor foi Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente do DEM. Ao invés de disputar votos com Indio para a Câmara Federal, Maia teria conseguido despachar a concorrência.
O cientista político Davi Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB), acredita que, na verdade, o objetivo seria buscar alguém que não apagasse a imagem de Serra:
Mas, ele (Indio) não tem ficha tão limpa assim.
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