A ABI e o Fórum de Reparação e Memória do Rio de Janeiro realizam no dia 5 de julho o lançamento de um Memorial em homenagem ao jornalista baiano Mário Alves de Souza Vieira, fundador e principal dirigente do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), morto no DOI-Codi do Rio, em 17 de janeiro de 1970. A solenidade será a partir das 18h, na sede da Associação, na Rua Araújo Porto Alegre, nº 71-7º andar.
O Memorial vai ser confeccionado pelos artistas plásticos Tiago e Cristina Pozzobon, e de acordo com o Coordenador do Projeto de Promoção de Direito à Memória e à Verdade, Maurice Politi, é a representação do resgate “da memória dos que tombaram na resistência à ilegalidade e na divulgação dos princípios democráticos de liberdade e justiça”.
Mário Alves nasceu em Sento Sé, Bahia, em 1923. Iniciou sua militância política aos 16 anos e foi um dos fundadores da União dos Estudantes da Bahia. Formou-se em Letras em Salvador. Ingressou no Partido Comunista em 1939 e foi um dos líderes das mobilizações de agosto de 1942 na capital baiana contra o nazifascismo.
Em 1945, passou a integrar o Comitê Estadual na Bahia do PCB, sendo eleito em 1954 para o Comitê Central e alçado à Comissão Executiva em 1957. Dirigiu os jornais Novos Rumos e Voz Operária, do partido.
Após abril de 1964, tornou-se um dos líderes da corrente de esquerda do PCB. Foi preso, em julho de 1964, no Rio de Janeiro, sendo libertado um ano depois. Em 1966, teve os direitos políticos cassados por dez anos. Em 1968, ao lado de Apolônio de Carvalho, Jacob Gorender e outros membros dissidentes da direção do PCB, fundou o PCBR.
Prisão e morte
Sabe-se que nas horas que antecederam sua morte, sofreu maus-tratos brutais, foi colocado no pau-de-arara, espancado com cassetetes de borracha, torturado com choques elétricos e afogamento. Sua resistência à tortura foi heróica, recusando-se a fornecer qualquer informação aos seus algozes.
A esposa Dilma foi uma das precursoras do movimento dos familiares de mortos e desaparecidos durante a ditadura militar do golpe de 1964, e lutou incansavelmente para saber do paradeiro de seu marido. Nunca obteve informação das autoridades da época e nem recebeu seu corpo. O crime nunca foi apurado.
Em 1981, ela e sua filha Lucia conseguiram o reconhecimento judicial da responsabilidade da União pela prisão e morte de Mário Alves.
Fonte : ABI
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