Entre os tucanos, alívio; entre os petistas, descrédito. Foi isso, em resumo, o que o resultado da mais recente pesquisa do instituto Datrafolha provocou ontem, quando foi publicada pela Folha de São Paulo.
A exemplo do que fez na última semana de março, poucos dias antes do lançamento da pré-candidatura de José Serra à Presidência da República, o Datafolha voltou a apresentar um cenário eleitoral não identificado nas pesquisas imediatamente anteriores de, pelo menos, outros dois institutos.
Em março, enquanto o Vox Populi e o Sensus apontavam vantagem apenas estreita de Serra (PSDB) sobre Dilma Rousseff (PT), o Datafolha identificou diferença de 9 pontos em favor do candidato tucano (36% contra 27%). Agora, dez dias depois que o Ibope e menos de uma semana depois que o Vox Pupuli apontaram a liderança de Dilma (40% contra 35% de Serra), o mais recente resultado do Datafolha dá conta de um empate técnico, com vantagem para Serra dentro da margem de erro (39% contra 37% para Dilma).
As três pesquisas de intenção de voto foram feitas de 19 a 21 de junho pelo Ibope, de 24 a 26 de junho pelo Vox Populi e em 30 de junho e 1º de julho pelo Datafolha.
Assim como em março e, outra vez, diferentemente dos demais institutos, o Datafolha aponta forte crescimento do candidato do PSDB na Região Sul. Segundo o instituto, entre 20/21 de maio e agora Serra cresceu 12 pontos no Sul e se tornou o candidato preferido por metade do eleitorado da região. Na última semana de março o Datafolha havia descoberto que Serra abrira 28 pontos de vantagem sobre Dilma no Sul. Agora, apesar do aparentemente contínuo crescimento dele na região, a diferença identificada pelo Datafolha é de 18 pontos.
O instituto também atribui a performance de Serra na pesquisa a um crescimento – de 3 pontos – no Sudeste e, sobretudo, à ampla exposição do candidato nos horários de propaganda partidária do PSDB e de seus três aliados na TV – o DEM, o PPS e o PTB. E acaba tornando estranho que, com tudo isso a favorecer Serra, o resultado geral atribuído ao candidato seja praticamente igual ao de maio. A oscilação de 2 pontos – de 37% para 39% – está dentro da margem de erro do resultado do Datafolha.
Na avaliação dos tucanos Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes, respectivamente candidatos ao governo paulista e ao Senado, o resultado da pesquisa é um alívio.
“Tivemos uma semana difícil e algum desgaste por conta da escolha do vice de Serra”, lembrou Alckmin.
“É importante que a turbulência tenha passado”, destacou Aloysio.
Já o secretário de Comunicação do PT, André Vargas, desacreditou a pesquisa em comentário no Twitter.
“Datafolha arruma empate para Serra, mas pesquisa interna do PT dá vantagem a Dilma em 8%”, escreveu.
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, preferiu assinalar que o resultado apontado pelo Datafolha frustrou as expectativas da oposição.
“A oposição vinha afirmando que depois de junho, com a monumental exposição do seu candidato nos meios de comunicação, Serra passaria muito à frente. Não passou”, observou Dutra.
Pesquisas recentes
Ibope (19-21/06) Vox Populi (24-26/06) Datafolha (30/06-01/07)
Dilma 40% 40% 37%
Serra 35% 35% 39%
Pesquisas Datafolha
Março Abril Maio Junho
Serra 36 38 37 39
Dilma 27 28 37 37
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