Como pensam as elites econômicas - A integração latino-americana
Por Laerte Braga (*)
Na cabeça de um empresário como Antônio Ermírio de Moraes ser brasileiro é algo natural, como ser francês, inglês, alemão, desde que prevaleça um modelo político, econômico e social que não afete os seus negócios.
Ele e qualquer grande empresário ou qualquer corporação. Tanto faz que o presidente seja Barack Obama, ou tenhamos uma chanceler Angela Merkel, isso é o de menos. Elites econômicas são apátridas e não enxergam um milímetro sequer além dos seus interesses que, em última instância, são os interesses do império neoliberal que subjuga e se sustenta na exploração da maior parte das nações do mundo.
O jornal inglês THE GUARDIAN afirma em matéria dessa semana que o governo de Israel ofereceu armas atômicas ao regime branco para exatamente reprimir e impedir a perspectiva de democracia na África do Sul.
Está em
http://www.guardian.co.uk/world/2010/may/23/israel-south-africa-nuclear-weapons
ou
http://www.guardian.co.uk/world/2010/may/23/israel-south-africa-nuclear-weapons
Não se pode dizer que THE GUARDIAN seja “agente” do “terrorismo internacional”. A publicação está dentro dos padrões conservadores da Grã Bretanha e tem credibilidade junto às forças dominantes.
Alejandro Peña Escusa, um dos líderes da oposição a Chávez na Venezuela, usou a mídia privada – podre e venal como a do Brasil – para conclamar as forças de seu país a irem às ruas pedir a renúncia do presidente da República, eleito pelo voto direito, confirmado pelo voto direto, chamando atenção para o fato que o processo eleitoral não é o único instrumento para a luta das elites. E já antecipa a derrota eleitoral de seu grupo em setembro – eleições parlamentares –, quando denuncia o sistema eleitoral como “viciado”.
Consciente da força popular de Hugo Chávez os movimentos de oposição (banqueiros, especuladores, grandes corporações, mídia sob controle internacional) recomeçam com força total a pregação golpista. Sabem que a vitória parlamentar de Chávez – seu mandato termina em 2012 – ampliará as conquistas do regime bolivariano e estreitará a barbárie gerada pelo capitalismo neoliberal das elites venezuelanas.
Se essas elites vão ser governadas a partir de Miami, ou de Washington, pouco importa, importa que permaneçam intactos os seus privilégios, como importou a Israel oferecer ajuda aos brancos da África do Sul, regime nitidamente fascista.
Quando o presidente do Irã Ahmad Ahmadinejad afirma que o Holocausto não passa de uma farsa, não está dizendo que não existiu. Está afirmando que não é privilégio do povo judeu. Morreram nos campos de concentração de Hitler milhões de judeus, ciganos, negros, homossexuais, minorias étnicas e presos comuns, simples adversários do nazismo. Morreram nos campos de batalhas milhões de soldados para impedir o domínio nazista. Em vão. Vinte milhões de cidadãos da antiga União Soviética morreram para garantir a vitória contra o nazismo.
Os EUA e Israel formaram e formam atuando com força total o conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, sucessora da SPECTRE (James Bond acabou com a organização e a nova preenche esse espaço de terrorismo, extorsão, chantagem e vingança, princípios fundamentais do novo/velho conglomerado).
Qual a diferença entre o regime branco da África do Sul, que manteve Nelson Mandela preso por três décadas e o de Hitler? Ou do massacre imposto ao povo palestino pelo governo sionista de Israel?
Ou o campo de concentração de Guantánamo.
São reedições dos campos de Hitler.
O presidente Chávez da Venezuela baixou decretos para conter a especulação com dólares no mercado paralelo, com ações, toda aquela fantasia de bolsa de valores, onde o sujeito enrique num dia em meio a trampolinagens e doleiros.
Foi o suficiente para as elites se revoltarem e pedirem a renúncia de Chávez e a exigir “democracia”. Mas longe das urnas.
O acordo firmado pelo presidente Lula, o primeiro-ministro turco e o Irã refletiu a vontade do mundo, inclusive da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A nos comerciais entre as notícias mentirosas de cada JORNAL NACIONAL em cada William Bonner (são produzidos em série).
Só não interessava ao conglomerado terrorista (EUA/ISRAEL S/A). Uma coisa é defender a paz, outra coisa é viver da guerra, da barbárie imposta a outros povos. O imperialismo sustenta-se aí. Ou alguém acredita que a fome e toda a sorte de problemas que dizima o continente africano é produto da vontade dos africanos?
São políticas deliberadas. Postas em prática segundo as conveniências dos “negócios”.
A simples hipótese de um bloco político e econômico latino-americano, o que o general Colin Powell chamou de “mercado de um trilhão de dólares”, assusta o terrorismo econômico e militar de EUA e Israel.
Tanto quanto derrubar o governo do presidente Hugo Chávez e assim, no velho efeito dominó, o da Bolívia, do Equador, neutralizar a Argentina, o Uruguai, o Paraguai, recuperar o controle sobre a Nicarágua, El Salvador, destroçar Cuba e acima de tudo, impedir que o Brasil continue de pé, livre, soberano e senhor de seu destino de grande potência, elegendo aqui, em outubro, José Arruda Serra, velho funcionário da empresa com sede em Washington.
Quando Alejandro Peña Esclusa vai à mídia podre e venal controlada do exterior, da matriz e pede a derrubada do presidente Chávez, está apenas fazendo o que elites econômicas brasileiras, colombianas, argentinas, etc, fazem.
Não têm pátria. Não importa a Ermírio de Moraes que o governo tenha sede em Brasília ou em Washington, importa que “os negócios” fluam. Ou por outra, se as ordens vierem de Washington tanto melhor, elimina-se o risco Lula, o risco Dilma, o risco Chávez.
A grande maioria da opinião pública quando escuta falar em Somália, imagina piratas saqueando navios com bandeiras de nações democráticas. Por acaso alguém se pergunta sobre o lixo hospitalar despejado por países europeus em águas somalis? Lixo nuclear? Não fosse um tsunami a revirar o fundo do mar e trazer a tona esse lixo ninguém saberia. Mas os efeitos predadores sobre os somalis e o mundo se faziam e se fazem sentir.
O caminho para isso? Transformar os somalis em “piratas”.
Obama quer mandar mais cem mil homens ao Afeganistão. Está perdendo a guerra. Um atoleiro semelhante ao Vietnã. Neste mês de maio foram duas derrotas militares de vulto uma delas cedendo uma das maiores bases do terrorismo de EUA/ISRAEL S/A aos que lutam pela independência real do Afeganistão.
Os jornais norte-americanos dão conta que o número de mortes por conta do uso de heroína aumentou de forma assustadora nos EUA. A droga chega aos EUA através do Afeganistão. Não são poucos os soldados, oficiais e comandantes destituídos de seus postos por envolvimento com o tráfico, tal e qual na Colômbia, onde o presidente é um dos “filhos” de Pablo Escobar.
Paul Craig Roberts, ex-secretário assistente do Tesouro no governo Ronald Reagan (extrema-direita), em artigo publicado no jornal WASHINGTON TIMES, levanta sérias dúvidas sobre o 11 de setembro, as conclusões a que chegou o governo Bush. Deixa claro que tudo sugere que o atentado não passou de uma farsa e que cada vez aumenta o número dos que assim enxergam, pois pouco a pouco as mentiras do governo vão sendo descobertas.
O artigo pode ser lido em
http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=17821
Setores da chamada sociedade civil organizada nos EUA resistem às “verdades” do governo e vão desde engenheiros e arquitetos peritos (a queda das torres gêmeas) a bombeiros que se autodenominam “bombeiros da verdade”, pela simples constatação que vivem uma grande mentira. Não querem ser partícipes desse terrorismo com sede em Washington.
Craig, um homem do sistema, cita e mostra que os acionistas de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A necessitavam de um novo Pearl Harbour (ataque japonês de surpresa a essa base militar na IIª Grande Guerra) para justificar a guerra do Iraque, a guerra do Afeganistão, a nova onda de golpes na América Latina, a ofensiva contra o Irã e Israel, em si uma aberração se levarmos em conta que o estado judeu virou um estado nazi/fascista que não permite que judeus do porte de Noam Chomsky entrem em seu território por não aceitar as idéias arianas dos genocidas do povo palestino.
Em tempo algum desejaram a paz. Vivem da guerra. Como disse Lula, “tem gente que não vive sem inimigos, eu prefiro fazer amigos”.
Para as elites econômicas, em qualquer lugar do mundo, o que importa são os “negócios”.
No caso específico da América Latina, a integração dos países da região contraria interesses podres dessa gente que em si e por si é podre. Daí que figuras como Chávez vão ser sempre demonizados. Faz parte do processo de transformação do ser humano em objeto na escravidão que o capitalismo impõe.
*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".
A charge é do cartunista Bira Dantas, também colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".
Um comentário:
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