A vitória do bom senso
Michael Moore mostra a realidade das pessoas comuns que foram expulsas de suas casas como bandidos e passaram a sentir na pele a crueldade do sistema capitalista também nos EUA.
Michael Moore é um sujeito admirável. Não tem medo de colocar a cara para bater e de denunciar as mazelas que assolam seu país, virando alvo do ódio de fundamentalistas da extrema direita estadunidense e de seus capachos mundo afora.
Seu novo documentário, “Capitalismo: Uma História de Amor”, é uma porrada em quem ainda defende esse sistema econômico injusto e desumano que tem levado a humanidade cada vez mais perto do abismo. Sempre de maneira bem humorada, Moore mostra como o capitalismo criou uma bolha de ilusão nos Estados Unidos a partir do fim da II Guerra Mundial, gerando uma classe média próspera e feliz sobre os escombros de outras grandes potências como Japão, Alemanha e Inglaterra cujo parque industrial encontrava-se totalmente destruído. E foi exatamente esse modelo de “capitalismo dos sonhos” que os EUA exportaram durante décadas para o resto do mundo como se fosse o ideal de sociedade passível de ser atingida por todos.
Mas o que o bom senso já dizia ser mentira, a história confirmou. A nova crise do sistema, iniciada pelo estouro da bolha imobiliária nos EUA que gerou a quebra de vários bancos e financiadoras, jogou a classe média daquele país numa situação de penúria, digna dos chamados países do “terceiro mundo”. Famílias inteiras, convencidas por peças de marketing mentirosas a investir suas casas no cassino da bolsa de valores, perderam tudo e viram suas vidas serem destruídas em questão de dias.
Michael Moore mostra no filme um pouco da realidade dessas pessoas comuns, que foram expulsas de suas casas como bandidos e passaram a sentir na pele a crueldade do sistema capitalista, enquanto os bancos e empresas que quebraram receberam ajudas bilionárias do governo, as quais foram usadas na maioria dos casos para pagar polpudos bônus a seus executivos.
Enfim, tudo aquilo que os que lutam contra esse sistema brutal vem denunciando há tempos, agora exposto da maneira didática e corrosiva de Michal Moore. É o tipo de filme que todo mundo deve assistir, inclusive aqueles que precisam rever seus conceitos com urgência.
Cotação: * * * *
André Lux que, em seu blog "Tudo em cima", se autodenomina como o "famigerado crítico-spam", é jornalista, presta assessoria na área de Comunicação Social e colabora com o blog "Quem tem medo do Lula?".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog não está subordinado a nenhum partido. Lula, como todo ser humano, não é infalível. Quem gosta dele (assim como de qualquer pessoa), tem o dever de elogiá-lo sem nunca deixar de criticá-lo. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- Todas as opiniões expressas aqui, em conteúdo assinado por mim ou pelos colaboradores, são de inteira responsabilidade de cada um. ----------------------------------------------------------------
Comentários são extremamente bem-vindos, inclusive e principalmente, as críticas construtivas (devidamente assinadas): as de quem sabe que é possível e bem mais eficaz criticar sem baixo calão. ----------------------------------------------------------------------------------------------
Na parte "comentar como", se você não é registrado no google nem em outro sistema, clique na opção "Nome/URL" e digite seu nome (em URL, você pode digitar seu site, se o tiver, para que clicando em seu nome as pessoas sejam direcionadas para lá, mas não é obrigatório, você pode deixar a parte URL em branco e apenas digitar seu nome).-----------------------------------------
PROCURO NÃO CENSURAR NADA, MAS, POR FAVOR, PROCUREM NÃO DEIXAR COMENTÁRIOS ANÔNIMOS. NÃO PODEMOS NOS RESPONSABILIZAR PELO QUE É DITO NESSES COMENTÁRIOS.
Att,
Ana Helena Tavares - editora-chefe