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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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sábado, 27 de março de 2010

De que serve o PROUNI?

Por Raul Longo*

Grande parte de meus correspondentes são atucanados e por isso os respeito bastante, pois sei quanto já é sofrida esta condição que os frágeis estão sujeitos. Mas há também os tucanalhas e com esses não tenho respeito algum por serem os que se “oportunizam” (nunca existiu o verbo ‘oportunizar’, ao final explico as razões de utilizá-lo aqui) da inocência dos pobres atucanados que acreditam em qualquer mentira divulgada pela mídia ou pelos que a ela fazem coro.

Foi o caso de certa senhora que certa vez tentou me enganar acusando o governo Lula por reservar vagas para negros, índios e pobres mal formados pelo ensino médio ao invés de aprimorar o ensino básico, enquanto extinguira o programa de intercâmbio estudantil internacional, popularmente conhecido como Bolsa Sanduíche, impedindo seu filho de cursar ciências políticas no exterior.

Pacientemente expunha à senhora sobre a falácia que têm se demonstrado tais ciências, visível na indicação de assinaturas das tão furadas  análises que se publicam pelos veículos do PiG, quando recebo a visita do amigo Philippe Humblem, então meu vizinho (hoje de volta a sua cidade: Bruxelas). Como diretor do departamento de linguística da UFSC era um dos responsáveis junto aos órgãos federais de educação para as concessões de tais bolsas no Brasil.

Explicou a total falsidade da informação transmitida à senhora, contando se tratar de um acordo muito valorizado por todos os países a ele integrado, que inclusive justificava a sua e a presença de tantos outros acadêmicos estrangeiros no Brasil. Sair do programa seria uma resolução totalmente despropositada e inimaginável. Philippe considerou que muito provavelmente o filho não desenvolvera a contento o projeto a ser apresentado pelos solicitantes da bolsa, e indicou a obra de um acadêmico francês que ele próprio, Philippe, traduzira. Estava disponível pela internet para os interessados em orientações sobre como preparar o projeto a contento.

Transmiti o endereço indicado pelo amigo e nunca mais a senhora, de sobrenome Rossi Veríssimo, tocou no assunto de bolsas de estudo no exterior, mas, não sem razão, continuou reclamando das péssimas condições educacionais no Brasil. Só que a medida em que lhe enviava notícias sobre as reformas implementadas pelo governo Lula no tão falho e atrasado sistema de ensino no Brasil, acompanhadas de informações sobre investimentos em a criação de mais de uma centena de escolas técnicas e mais de uma dezena de novas universidades (contra zero empreendimentos do governo anterior), ela foi esquecendo completamente do assunto e passou a desqualificar os programas sociais do governo.

Considerando linhagem de seu sobrenome e a linguagem pretensamente refinada, compreendi que a mulher fosse daquelas que se entende lesada por governos que despendam qualquer esforço que não seja em benefício das classes privilegiadas, à qual se supõe mais integrada do que na realidade está. Não bem que não esteja, mas já não é tão privilegiada quantos seus antepassados nos tempos das monoculturas econômicas do Império e Velha República.

Além disso, ainda que perceptivelmente analfabeta nos demais idiomas, outra de suas mais constantes críticas e reclamações era pelo fato do nosso presidente não ser poliglota nem ter qualquer formação acadêmica.

Através do envio de cópias e traduções do noticiário internacional, evidenciei que apesar de monolíngue o Presidente Lula é honrado e homenageado em mais do dobro de todos os idiomas em que seu ídolo político é versado. Assim mesmo, em seu linguajar elitista continuou acusando o governo por promover a vadiagem através do Bolsa Família.

De nada adiantaram os tantos dados e informações que enviei para demonstrar os resultados e efeitos do programa: ascensão social das classes miseráveis, índices de redução da fome, progressiva desfiliação do programa, sensível incremento de empregos formais nas regiões mais atendidas.

Nem mesmo quando tentei puxar por seu raciocínio dentro de seu próprio universo de compreensão, não conseguiu se afastar um milímetro do próprio umbigo e não pode imaginar, como sugeri, qual não teria sido a progressão, nesta década, do já enorme crescimento da violência urbana, se a estas famílias não se desse condições de manter suas sobrevivências lá em seus rincões.

Se não se comoveu sequer com a possibilidade de livrar-se do incômodo de ter de conviver com tantos pobres, ficou sem resposta quanto as evidências de que graças a manutenção do consumo das classes mais pobres, possibilitada pelo Bolsa Família, se manteve a economia e a capacidade produtiva com consequente manutenção de empregos e fortalecimento econômico, perante a crise internacional, salvando inclusive os vícios e ócios de sua classe social.

Daí seu discurso tergiversou concentrando-se na tão hipócrita quanto em moda postura de guardiães da ética. Em resumo esses discursos se concentram na concepção de que fome, miséria, ignorância, exploração de classes, condições subumanas de sobrevivência e outras realidades não tem qualquer significado perante conceitos individuais do que sejam os valores éticos.

Invariavelmente um determinismo de mão única. Ou alguém já viu e ouviu um desses éticos de ocasião se indignar com algum daqueles que formaram a força tarefa contra o mensalão inventado pelo assumido ladrão de recursos do próprio partido: Roberto Jefferson? Alguma vez testemunharam um ético apontando ao Roberto Jefferson com a mesma ferocidade que ainda hoje apontam José Dirceu?

De Roberto Jefferson não só provou-se como ele mesmo confessou o crime cometido, mas do que acusou Dirceu nunca se provou coisa alguma e até hoje Dirceu insiste por julgamento e oportunidade de provar sua inocência. Que raio de ética é essa que condena a suposição e se cala sobre a evidência?

Já viram ou ouviram algum ético desses se pronunciar com a mesma veemência antes tão pavoneada, a respeito daquelas antigas vestais que hoje são apontadas pelos órgãos públicos por crimes reais, iguais aqueles que tantas e tão renhidas investigações não conseguiram provar?

Afinados em discurso uníssono e monocórdio, éticos provindos da direita e da esquerda continuam investindo contra personalidades que vêm, uma a uma, sendo inocentadas pelos tribunais, como nesta semana ocorreu com o ex-ministro Humberto Costa.

Sabem de algum cioso ético que questione porque o Ministro da Saúde do governo anterior jamais denunciou a Máfia dos Vampiros, como fez Humberto Costa, expondo-se a acusação de que agora é inocentado?

Sabem de algum ético que comprovando-se realmente como tal, tenha alguma vez se desculpado por um julgamento precipitado, mal informado, ou induzido? O mínimo a se esperar de um verdadeiro ético, a cada comprovação de inocência do que seu excesso de zelo condenou, é um reconhecimento e pedido de desculpas. Apesar da insistente omissão da mídia, tenho divulgado aqui esses casos recorrentes e até hoje ninguém me respondeu qualquer reconhecimento de falha ou pedido de desculpas. Será que a ética dos meus correspondentes éticos já gastou, murchou, esvaziou, descartou ou o quê?

Que éticos são esses que não atendem sequer aos princípios elementares daquilo de que se dizem defensores?

Sabem de algum que questione o porquê do senador Pedro Simon do PMDB se calar sobre as tantas acusações a governadora de seu estado, do PSDB?

Conhecem algum ético que com idênticos ímpetos tenham se pronunciado contra a delegação do governo de Santa Catarina a Leonel Pavan, envolvido em investigações de tráfico de drogas? Ôh! Mas quanto se entusiasmaram com o mesmo Pavan, quando senador, como uma das vestais das CPIs contra o governo Lula!

Até sobre o Arruda os éticos, sejam de direita ou esquerda, se calam. Não os ouço! Só um mais idiota que culpou ao Lula pela existência do Arruda que era do PSDB quando renunciou para não ser cassado por violação do painel do congresso no “ético” governo de FHC (600 processos engavetados) e foi para o DEM. Esse culpa ao PT pela raça do Bornhausen, mas mesmo os menos idiotas me surpreendem muito em suas determinações do que merece condenação pelos padrões éticos, e o que merece omissão.

Há mais de uma semana os professores do estado de São Paulo, o mais rico da nação, se envolvem em lutas campais contra a repressão policial daquele governo por salários e melhores condições de trabalho. Ainda não ouvi nem li qualquer manifestação dos céticos que tanto insistem na descrença aos resultados (de evidente longo prazo) dos programas de melhoria de ensino do atual Ministério da Educação.

Já porrada e gás em professores não merece qualquer referência do código ético?

Gilberto Dimenstein, do jornal Folha de São Paulo, tão renhido no combate ao programa de cotas e ao PROUNI, culpa estudantes e professores pela sistemática aferição dos piores resultados de aproveitamento escolar do país.

Quem faltou com a ética: Dimenstein ou os professores? Possível que seja o administrador público daquele estado?

Bem... A minha correspondência com a senhora Rossi Veríssimo escorregou do alto da ética de sua pompa e empáfia, quando me enviou antigo texto que já circulara pela internet por volta de 2005. Elogiava a autora do original em linguagem compatível com a que na época mandava o Presidente da República do Brasil se “foder”, e dessa forma a senhora revelou-se igualmente uma desqualificada como a tal outra de Cuiabá.

Apesar de todo o ódio que nos arrebatavam os tiranos nos períodos mais cruentos da ditadura, nunca descemos a linguajares tão grotescos, até pela própria incongruência que desqualifica mais ao ofensor do que a quem se pretende ofender. Daí confirmou-se o que já vinha desconfiando há algum tempo: não era, ali, uma mera atucanada.

Escondida atrás de mentiras sobre si mesma, falsos moralismos, preconceitos evidentes, oportunismos e pretensões éticas, o que se tinha era uma autêntica tucanalha. Então discorri sobre essa sua revelação demonstrando quanto, enfim, se tornava perfeitamente compreensível que seu filho não houvesse tido estofo para conquistar a bolsa de complementação de estudos no exterior.

Irada, a senhora reassumiu-se sobre os saltos altos e pretensiosamente éticos, ridiculamente inventando que o filho fora convidado para dar aulas na Inglaterra, depois de três anos de ser recusado como aluno. Pediu que a excluísse de meu caderno de endereços, o que atendi prontamente e com muito alívio. Não por mim que tenho mesmo grande paciência com os debilitados, mas por cuidados com esses meus correspondentes ainda apenas atucanados. Foi um risco de contaminação que me aliviei por desinfetado em tempo.

E aos meus atucanadinhos que faço questão de oportunizar (para rememorar a linguagem oca e ilógica da dona Veríssimo) informações como a de abaixo, colaborando assim para uma ainda possível e esperançosa convalescença de consciência e raciocínio.

*Raul Longo é jornalista, escritor e poeta. Mora em Florianópolis (SC), onde mantém a pousada "Pouso da Poesia". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".



25/03/2010 - 07h03

Filho de catador de garrafas ganha bolsa de mestrado nos EUA e luta para seguir estudos


Simone Harnik

Em São Paulo (UOL)
Depois de se formar em administração em Belo Horizonte, Bruno Lucio Santos Vieira, 22, ingressou no mestrado em relações internacionais na Ohio University, nos Estados Unidos. Hoje, no curso, o estudante dedica seu tempo a disciplinas como história econômica norte-americana e mercados financeiros.

A biografia resumida acima pode parecer com a de algum brasileiro bem-nascido e cheio de oportunidades. No caso de Bruno, no entanto, cada passo tem sido uma batalha: filho do aposentado Henrique Barbosa Vieira, 68, e da dona de casa Neide Lúcia Santos Vieira, 56, o rapaz concluiu a educação básica toda em escola pública, fez a graduação pelo Prouni (Programa Universidade para Todos) no Centro Universitário Una e ganhou, pelo bom desempenho, desconto para a pós-graduação.


No entanto, há um semestre na terra de Obama, e ainda que tenha a bolsa de estudos, os custos de vida têm comprometido o futuro acadêmico do jovem. A cada mês, ele fica mais 600 dólares no vermelho – o que corresponde a aproximadamente R$ 1.100. "Quando vim, não ficou claro que haveria tantos gastos, e eles comprometeram o orçamento", conta.

E a família não tem como ajudar. "Meu marido ganha um salário e meio. Acabou de passar por um câncer de próstata. Para complementar a renda, ele recolhe garrafas, e eu lavo para vendermos", diz Dona Neide, que se esforça para segurar a saudade e as lágrimas sempre que fala com o filho. "Ele é o meu caçula e toda a vida foi exemplar. Muito carinhoso. Mas estou muito triste com as dificuldades que ele está passando."


Ajuda dos novos amigos
Mesmo trabalhando para a faculdade – dentro dos limites da lei – tem sido bem difícil bater a quantia necessária a cada mês, diz o jovem.. E as economias que fez enquanto trabalhava no Brasil já se foram.

A sobrevivência tem dependido da boa vontade dos novos amigos nos EUA. Dois ucranianos e um espanhol têm financiado o aluguel e a comida para Bruno e sua mulher, Poliana. O casal ainda consegue almoçar de graça duas vezes por semana em igrejas da cidade.

O casamento, que não completou um ano terá de resistir à distância. Com a falta de dinheiro, Poliana já está de malas prontas para retornar ao país.

Nem luxo nem lixo
O mobiliário da casa que Bruno divide com os europeus recebeu vastas contribuições do desperdício ou do desapego da comunidade de Ohio. "Quando alguém nos pergunta onde compramos armário, mesas, cadeiras, sofá, sempre brinco que foi no 'Trash.com' [em inglês, "trash" quer dizer lixo]. Achamos também panela, pratos, copos, talheres", relata Bruno, que chegou a receber até doações de comida.


Primeiro da turma
Durante a faculdade, a performance do jovem foi alvo de elogios dos docentes. Segundo a coordenadora do curso de administração do Una, Christiana Metzker Netto, ele "tem muito potencial".


"Bruno teve 94 pontos [em cem] de média geral. Tirou de letra a faculdade e foi um aluno exemplar. No trabalho final, tirou 99 pontos – e as médias costumam ser bem mais baixas", revela. "O curso também pede 60 horas de atividades complementares, que os alunos demoram a cumprir. Bruno fez 255 horas".

O empenho rendeu troféu de melhor aluno do curso, mas não foi suficiente para garantir a estadia no mestrado. E o rapaz tem recorrido ao seu passado acadêmico para buscar auxílio – concorre a novas bolsas, ainda sem certezas..
O mais jovem de cinco irmãos, primeiro a se formar na faculdade e a ir ao exterior, é admirado pela família e espera voltar com o mestrado concluído. "Todo herói tem de ter um pouco de louco, tem de arriscar. Pensei que essa podia ser a minha única chance de continuar estudando", diz.

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