Por Laerte Braga
A versão manga de camisa do presidente dos Estados Unidos Barack Obama é só para inglês ver. Nada além disso. Obama passa duas impressões à primeira vista. Uma delas a que não tem o menor controle de setores do “seu” governo. Continuam sob as ordens de George Bush. A segunda que quer se mostrar confiável a esses setores, dizer a eles que não se preocupem, que vai seguir à risca todo o manual terrorista/imperialista dos Estados Unidos.
Conseguir ou não é outra história. Terroristas republicanos não gostam muito de intermediários. Preferem agir direto, com métodos diretos. Mais ou menos um estilo Jarbas Passarinho. Aquele que disse a Costa e Silva, “as favas os escrúpulos presidente”. Foi quando da assinatura do ATO INSTITUCIONAL Nº 5.
Os Estados Unidos são uma sociedade doente.
É possível na segunda-feira um sujeito entrar num escritório de uma empresa e de metralhadora em punho matar dez, doze, treze pessoas, ferir outras tantas, até tombar com uma bala da polícia. A declaração de dez em onze presidentes é padrão. “Estou chocado, precisamos refletir sobre o que está acontecendo com nosso país”.
No caso de um ataque a uma escola e o atacante ser um aluno da escola, muda um pouco. “Precisamos refletir sobre o que estamos ensinando aos nossos jovens”. Esse é o de terça-feira, porque quarta, alguém com drama de consciência vai disparar armas em alguma base militar, ou errar o alvo no Afeganistão.
Uma sociedade criada nos vídeos game de destruição. Aprende-se a matar desde a infância.
Em East Boston o gato Sal recebeu uma carta. Está convocado para ser jurado numa sessão do Tribunal do Júri marcada para 23 de março. Guy Espósito, dono do gato ficou “chocado” e tentou argumentar que Sal é um gato. O burocrata que convocou Sal respondeu que isso é problema dele, pois no registro civil das pessoas consta lá Sal Espósito e então... Pois é, o gato Sal vai ter que se apresentar ao Tribunal do Júri sob pena de infringir a lei e vir a ser processado. Recusa de cumprir o seu dever de cidadão.
Guy Espósito, candidamente, explicou que Sal não fala inglês. Não obteve sucesso. A mulher de Guy, Ana, já disse à rede de televisão WHDH que não vai deixar de cumprir o compromisso. No dia e hora aprazados vai lá estar com o gato Sal.
Está em curso na Venezuela uma tentativa de desestabilização do governo do presidente Hugo Chávez. Hoje, ex-ministros de Chávez pediram ao presidente, eleito pelo voto direto, que renuncie. Pedem respeito à “propriedade privada” entre outras coisas.
O documento deve ter sido escrito em Miami numa daquelas delegacias de polícia em que quando o sujeito é preso, escuta o padrão. “Você tem o direito de ficar calado, tudo o que disser poderá ser usado contra você, a polícia defende a ordem e a propriedade privada”.
Se houvesse o menor compromisso, por menor que fosse, muito menor do que se possa pretender, com a verdade, a GLOBO e os demais veículos da mídia brasileira, partícipes diretos e indiretos da tentativa de golpe, mostrariam as imagens das ruas de Caracas tomadas pelo povo em defesa do mandato legítimo de Chávez. Chama-se dignidade isso, consciência.
Esse é o problema.. Os EUA consideram os países latino-americanos propriedade privada de Washington. Compraram a mídia privada nesses países, compram costumeiramente as forças armadas (militares têm mania de nacionalismo, mas desde que tremule a bandeira dos EUA), são senhores das elites econômicas. Essas são apátridas.
A hipótese de forçar uma guerra civil, ou com um pretexto tentar invadir a Venezuela está nos manuais golpistas e terroristas dos EUA, pois pouco importa o povo venezuelano, ou o haitiano, ou iraquiano, qualquer povo, importa o petróleo.
O golpe que derrubou o presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, despertou apetites golpistas em outros países e a Venezuela é o principal alvo. Um dos maiores produtores de petróleo do mundo, com reservas imensas de gás natural e interesses norte-americanos contrariados.
Comprar meia dúzia de generais, banqueiros, latifundiários e empresários é o que há de mais fácil. O diabo é comprar o povo venezuelano. Em 2002, quando da primeira tentativa de golpe contra Chávez, a despeito de toda a força da rede GLOBO no Brasil, não conseguiram. Milhões de pessoas foram às ruas exigir a volta de Chávez.
Chávez voltou, foi confirmado num referendo e reeleito para um mandato que termina em 2013.
A mídia privada, jornais, revistas, emissoras de rádio e redes de televisão estão em campanha aberta contra o presidente. Não importam os fatos, mas as versões, exatamente como no primeiro golpe. Washington move as cordinhas.
A organização Human Rights Watch é uma ONG como a Anistia Internacional. Fachada de direitos humanos, fundos da organização terrorista a Cervejaria Casa Branca.
O diretor organização, José Miguel Vivanco, em entrevista ao jornal EL ESPECTADOR, de Washington, disse que o governo colombiano do narcotraficante Álvaro Uribe se assemelha ao governo do ex-ditador peruano Alberto Fujimori (aquele que inventou o terceiro mandato e foi apoiado por FHC com a esperança que pudesse também conseguir mais um período presidencial). Paramilitares assassinando lideranças de oposição, sindicais, tomando terras de camponeses (deve ser influência da senadora Kátia Abreu)
Documentos de organismos oficiais do governo dos EUA demonstram e alertam para a participação do governo da Colômbia no narcotráfico.
Ao término da apuração dos votos das eleições de 2006, o governador reeleito Roberto Requião deu uma entrevista coletiva onde chamou jornalistas como Pedro Bial e Miriam Leitão de mentirosos.
Está lá no vídeo acima a entrevista de Requião. Fala do mau caratismo daqueles jornalistas, da mídia venal, ficou por isso mesmo, a GLOBO preferiu não comprar a briga, disfarçou, naquele momento não tinha condições de enfrentar Requião. O veneno seria cultivado e destilado ao longo dos dias. O troco, como se costuma dizer.
A mídia sequer toca no assunto Colômbia e passa de leve no chamado Plano Colômbia, projeto de recolonização daquele país pelos EUA, com treze bases militares. O tráfico não é problema para os EUA, Obama já confessou que “tive meus momentos”.
Problema é se a revolução bolivariana em curso na Venezuela se consolidar, alcançar seus objetivos finais e transformar-se em modelo para a América Latina, mesmo porque em curso na Bolívia, no Equador e apoiada por outros países como a Nicarágua, a Argentina, com sinal verde do governo de Lula. E governos independentes no Uruguai, no Paraguai, em El Salvador e a eterna revolução cubana, exemplo de destemor e força de um povo na luta por sua independência.
O xis da questão é se de repente todos os povos da América Latina se perceberem seres humanos e reagirem às políticas de exploração e espoliação impostas por Washington ao longo da nossa História.
Derrubar Chávez é fundamental para o projeto terrorista dos EUA na América Latina, deve ser a operação América Latrina. Como eleger José Collor Serra, o homem da lagoa de Itu, a cidade de São Paulo, colocando o Brasil na rota de muitas bases militares e levando debaixo do braço o que sobrou do desgoverno FHC. Petrobras e o pré-sal, Banco do Brasil, vai por aí afora.
É um momento agudo da luta de classes na América Latina. Não há que se fazer concessões, ou pensar de forma ingênua sobre construir a democracia plena, socialista, esperando que o “inimigo” compreenda. Não compreendeu nunca, não vai compreender, pois seus propósitos não passam por reprimir o tráfico de drogas, a desculpa esfarrapada das bases. Quer o tacão fascista em manga de camisas tremulando em cada país latino-americano…
http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB131/index.htm
Os vínculos de Uribe com o tráfico podem ser encontrados no link acima, denunciados nos EUA, por organizações governamentais. São documentos oficiais do governo terrorista. Lembram a frase de Nixon ao tomar conhecimento dos horrores praticados contra presos políticos indefesos nas prisões da ditadura militar no Brasil e que hoje querem evitar a todo custo que sejam tornados públicos.
“É uma pena, mas fazer o que, o governo Medice é um bom aliado”. Foi o que Nixon disse ao embaixador de seu país no Brasil à época da boçalidade patriótica e democrática dos militares.
Os norte-americanos estão se lixando para o povo da Venezuela, para qualquer povo que não seja integrante do “eixo de superiores” (EUA e Israel). Querem é o petróleo venezuelano, as reservas de gás, como tomaram de assalto o Haiti para assegurar o controle do petróleo existente naquele país.
A mídia brasileira, naturalmente para não contrariar os “patrões”, não noticiou até hoje que o governo de Cuba enviou médicos, paramédicos e hospitais de campanha para o Haiti no primeiro momento da tragédia que se abateu sobre o país e que um senador norte-americano (sempre tem a exceção), sugeriu que houvesse colaboração com os cubanos diante da tecnologia de ponta em tragédias assim que comprovadamente é superior à dos EUA.
O problema de Obama não é quem está debaixo dos escombros, ou quem morreu e foi enterrado em vala comum. São dez mil soldados para garantir o petróleo. E ainda existe quem pense que Porfírio Lobo, o golpista legitimado em Honduras vá se preocupar em apurar os crimes dos golpistas.
Os principais golpistas, o centro desse terremoto chamado golpe está em Washington. E de manga de camisas, servindo cerveja, fingindo ser negro.
Laerte Braga é jornalista e colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?"
3 comentários:
Tudo bem?
Descobri o blog nos alertas do Google e já virei fã. Estarei sempre aqui lendo os artigos. Um abraço e sucesso!!!
mas nem o governo Bush esteve sob ordens de Bush! você quis dizer Dick Cheney? a verdade é que a democracia americana é uma farsa! Chomsky a respeito:
http://www.youtube.com/watch?v=tUgvUi7o128
[...] http://quemtemmedodolula.wordpress.com/2010/02/02/o-fascismo-manga-de-camisa-de-obama/A versão manga de camisa do presidente dos Estados Unidos Barack Obama é só para inglês ver. [...]
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