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A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os oito anos do governo Lula, em testemunho de Tereza Cruvinel

Os oito anos do governo Lula

Por Tereza Cruvinel, ex-colunista de "O Globo", atualmente no "Correio Braziliense"

Neste último artigo do ano aqui no Correio, não tenho como não falar dos
oito anos trepidantes, em todos os sentidos, que estão chegando ao fim.

Os anos Lula não apenas mudaram para sempre o Brasil. Mudaram também
nossa forma de sentir e pensar nosso país.

Sob Lula, aprendemos a enxergar a pobreza, a importância de combatê-la
e, mais recentemente, a celebrar sua redução.

Vimos um presidente chegar ao poder contrariando tudo o que sempre nos
pareceu natural: sem berço, sem diplomas, sem o apoio das elites
econômicas e pensantes. Vimo-lo, depois, quebrar todas as convenções ao
exercer o poder: falando a linguagem desabrida do povo, cometendo
metáforas rasas e gafes frequentes, quebrando a liturgia do cargo,
trocando o serviço à francesa do Itamaraty por um buffet self-service,
tomando café com os catadores de papel e exercitando uma aguerrida
diplomacia presidencial sem falar outra língua.


Não haverá outro Lula, pois o Brasil que o gerou não haverá mais. E isso é
bom.

Neste período, 28 milhões de brasileiros cruzaram a linha da pobreza e
outros 20 milhões ascenderam à classe C. Mais extraordinário é que esse
feito tenha acontecido sem a quebra de um só cristal. Ou seja, Lula não
tomou uma só agulha dos mais ricos para dar aos mais pobres. Não privou
os banqueiros de seus lucros para estender o crédito ao andar de baixo.
Não reduziu as exportações do agrobusiness para dar mais comida ao povo.

Não garfou a poupança da classe média para criar o Bolsa Família. Tudo
fez harmonizando interesses e moderando conflitos. Todos ganharam,
embora os mais pobres tenham começado a tirar a diferença.

Em 2009, apesar da crise, a renda média dos 40% mais pobres cresceu
3,15% e dos 10% mais ricos apenas 1,09%. E isso é bom para todos,
inclusive para os ricos. Este ano, os números serão mais eloquentes.

O crescimento da economia, que pode chegar aos 8% em 2010, será o maior
em 24 anos. Desta vez foi crescimento sem inflação e com distribuição de
renda. No final do período Lula, terão sido gerados 15 milhões de
empregos. Este ano, a nova classe C vai gastar R$ 500 bilhões em 2010,
superando o consumo das classes A e B. Isso é mudança.

Sob Lula, a percepção do Brasil mudou também lá fora. Agora o país é
player, é líder no G-20, é um dos Brics, vai sediar a Copa do Mundo em
2014 e as Olimpíadas em 2016. Vamos perdendo o velho complexo de
vira-latas.

Nem tudo foi resolvido, nem tudo foi feito e não faltaram as decepções.

Sobretudo as políticas, com os casos de corrupção intermitentes. Mas o
saldo a favor de Lula foi bem maior e levou-o ao píncaro da
popularidade. Mesmo assim, ele continua sendo um presidente intragável
para uma minoria. Talvez para aqueles 4% ou 5% que, nas pesquisas
frequentes, consideram seu governo péssimo, contra os 80% que o consideram
ótimo ou
bom.

As relações com a mídia serão um capítulo na história a ser escrita.

Vivi a minha pequena parte. Colunista política de O Globo, nunca
apontei, nos seis governos e sete legislaturas que cobri, apenas o bem
ou o mal. Assim erigi minha credibilidade de analista político. A partir
de 2003, divergi do pensamento único que passou a vigir na mídia, não
engrossando a cruzada anti-Lula. Na elite do jornalismo político, muito
poucos, além de mim e de Franklin Martins, fugiram ao padrão monopólico
e demonizador.

Houve preço. Em 2005, veio o maccarthismo e com ele os cães raivosos e o
espírito de delação. Um deles espumou, em 2005, que Lula só não caíra
ainda porque uma lista de jornalistas lulistas, aberta com meu nome,
havia aparelhado a imprensa! Por algum tempo sustentei o apedrejamento,
mas, já tendo sofrido uma ditadura, rejeitei a escolha entre
autoimolação e sujeição.

No final de 2007, aceitei o convite para dirigir a TV Pública que seria
criada, cumprindo a Constituição Federal. Pouco vi o presidente depois
disso. Tenho trabalhado com absoluta liberdade e os resultados estão aí.

Nunca recebi queixas ou bilhetinhos de ministros.

Não tenho a menor importância na história maior que se encerra agora.
Conto isso aqui porque esses detalhes fazem parte do ambiente venenoso,
eivado de intolerância, elitismo e ódio de classe em que Lula governou e
construiu o legado que deixa ao país

2 comentários:

laura disse...

Tudo bem que os petistas achem excelente com apenas um pq saldo negativo.
Deu-se (como nunca antes na historia desse país)
tanta bolsa, para tanta gente nem mais necessitar de trabalho que eu tenho uma pergunta que não quer calar.
Por acaso, não estaria entre tantas dessas bolsas o salario da minha aposentadoria? Desculpe, é que eu trabalhei 30 anos, me aposentei e PAGUEI pelo teto máximo. Passei a receber 3 salarios mínimos e quanto o Sr.Luis I.LULA da Silva assuniu a presidencia do nosso país... eu só recebo 1 salário. Cade meus outros 2? Eu acho que foi SEM QUERER PARAR NAS BOLSAS de alguem.

Ana Helena Tavares disse...

Dona Laura, seu comentário está devidamente publicado. A senhora mandou outro dizendo que sofria censura. Que censura? Todos os comentários neste blog são moderados. Moderação não é censura, não posso permitir que se publiquem comentários ofensivos, apenas isso. Como o seu não traz nenhum tipo de termo de baixo calão, aí está ele. Todas as críticas são bem-vindas, concorde eu com elas ou não. Pense bem antes de sair por aí acusando blogs de censura só porque os comentários demoram a ser publicados e o seu, por acaso, nem demorou nada, já que o vi na hora. Saudações e boa sorte com sua aposentadoria!

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