O MEDO QUE A ELITE TEM DO POVO É MOSTRADO AQUI

A Universidade de Coimbra justificou da seguinte maneira o título de Doutor Honoris Causa ao cidadão Lula da Silva: “a política transporta positividade e com positividade deve ser exercida. Da poesia para o filósofo, do filósofo para o povo. Do povo para o homem do povo: Lula da Silva”

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Os significados de uma derrota

Foto: Nacho Doce / Reuters
Qual será o comportamento desses hoje ex eleitores de José Serra? Se reintegrarão à realidade? Dessa vez tentarão tirar algum aprendizado da experiência da derrota? Compreender seu significado?
Por Raul Longo (*)


Tudo tem seu significado e quando sofremos uma derrota é burrice não se procurar interpretar os erros que a causaram.

Tomei bomba num ano escolar em que, envolvido por infantil enleio à arqueologia, aprendi muito sobre os hieróglifos, mas nada sobre equações elementares da matemática. No ano seguinte, evidentemente, me ative aos significados dos números. Hoje poderia dizer que o Brasil não ganhou um matemático e perdeu um arqueólogo, mas a verdade é que se não houvesse estudado a matemática ainda hoje estaria naquele ano escolar, sem nunca ter sido arqueólogo (como realmente não sou) ou qualquer outra coisa.

Ao menos alguma outra coisa consegui ser, por mais modesta que a arqueologia. Mas se então insistisse na escrita de civilizações extintas, não chegaria a coisa alguma e provável que nem mesmo seria capaz de compreender perfeitamente o português. Isso se me vêm à memória ao tentar imaginar em que andam pensando os eleitores e candidatos derrotados nesta eleição.

Talvez por influência de meus infantis interesses arqueológicos, retorno ainda mais e volto à repetição sistêmica de erros que já vêm sendo cometidos desde que a candidatura de Luís Ignácio Lula  da Silva à presidência do Brasil, era apenas uma cogitação lá dos anos 80. Impressiona a conservação desses erros até esta vitória de sua sucessora Dilma Rousseff. Os mesmos preconceitos, as mesmas mentiras, as mesmas falsificações... Tudo perfeitamente mumificado.

Mas, hoje, a vitória da Dilma tem um significado ainda maior do que a eleição de Lula em 2002. Aquela eleição apenas demonstrou que o brasileiro começava a ficar isento do condicionamento da imprensa, da manipulação de seus anseios. Ao invés de experimentar às cegas tudo o que a mídia lhe apresentasse, como antes, em 2002 o brasileiro preferiu experimentar novas propostas e optou pelas de Lula a despeito de todos aqueles velhos preconceitos e mentiras repetidas à exaustão, quando elegeram e perderam com Collor de Mello.

Aquela mescla de vitória e derrota com Collor, foi a primeira grande desilusão do eleitor com o que acreditava como sendo a máquina ou a caixa da verdade. Desde aí o eleitor começou a perceber que para fazer TV ou ser considerado jornalista, não se requer qualquer compromisso com a verdade.

Mas a vitória de Lula teve um profundo significado do qual todos poderiam ter aprendido algo. Eu, por exemplo, que  cometera o erro de sentir-me decepcionado com esse nosso povo por lamentarem a morte de um traidor que negociara a transição da ditadura por uma indicação ainda por via indireta, na vitória de Lula em 2002 aprendi que se em certas situações o coletivo corrompe o indivíduo, em outras, ainda que o indivíduo seja estúpido, coletivamente todos se tornam mais sábios.

Foi o que então percebi sobre aqueles dois eventos. Ao chorar Tancredo, ainda que subconscientemente, o coletivo brasileiro chorou, na verdade, por si mesmo. Pelo que sofreu nos anos da ditadura. E deste sofrimento, desta pressão, não importava por quais meios se livraria, não importava se fossem meios legítimos ou não, mais ou menos louváveis e heroicos. O importante era escapar daquela opressão cotidiana, daquele sufoco ao qual não se abria a boca para não ficar ainda pior, pois ainda rondava a linha dura do General Silvio Frota com franca disposição, aguardando um acontecimento como o que tentaram provocar com a bomba do Rio Centro. Aquela bomba estourou no colo dos próprios terroristas da direita, mas o detonar de uma insatisfação popular contra a traição de Tancredo, poderia ter sido a deixa para imposição de mais 2 décadas de ditadura.

Mas só na vitória de Lula, pude reconhecer que depositavam nele a mesma esperança que sentiram por Tancredo. Percebi que não havia nem Lula nem Tancredo. O que houve, nas duas situações, foi o reflexo do próprio brasileiro naqueles personagens, na luta daquelas personalidades. Foi nisso o que o brasileiro votou: em si mesmo. Eu é que não soubera decodificar o significado do “Não tem tu, vai com tu mesmo!” Agora, sim, conseguia realmente compreender um hieróglifo, solucionar um de nossos enigmas populares.
  
A compreensão desse ensinamento me permitiu avaliar com mais justiça ao Tancredo Neves. Ao menos questionar: terá mesmo sido um traidor? Ou terá apenas seguido sua percepção da sabedoria popular? Uma sabedoria atavicamente desenvolvida por séculos de escravidão e convívio com uma elite desprovida de mínima sensibilidade e respeito às classes populares, às quais por 500 anos sempre se dirigiu com truculência ou, quando mais tolerante, distante arrogância.

Lembro-me de outros erros aos quais fui induzido por abjeção a estas prepotências, quanto antevia na extinção do patronato a condição necessária para a ascensão do proletariado. O próprio Lula, em tantos de seus pronunciamentos que os companheiros me transmitiam, foi me resgatando o aprendizados de infância que desaprendera no convívio com a impaciência típica da pequena burguesia pretensamente revolucionária e que não aprendeu com Mané Garrincha pra onde correr quando o bicho pega ou onde ficar quando o bicho come.

Mais esperto do que Macunaíma, ao invés de cair na conversa dos toaliquiçus muitas vezes Lula lembrou da inconsequência de tais ilógicos, questionando sobre as condições de trabalho se não existissem patrões. Percepções de significados provavelmente resultantes da subconsciente memória coletiva, lembrando ainda da imprevidência de uma abolição que apenas nos transferiu das senzalas para mocambos, cortiços e favelas.

Talvez ainda fosse desses receios, dessas incertezas, que no início surgiram as desconfianças dos brasileiros às propostas de Lula. Provavelmente não desconfiavam do líder operário, mas sim da possibilidade de realização daquilo que propunha.  Mas no “eu sou eu e ouricuri é coco”, o brasileiro foi se descobrindo e aprendendo com os próprios erros.

A Regina Duarte é que não se deu conta do recado das ruas e lançou o “tô com medo”. Foi o mesmo que desafiar todo mundo pra briga! Se já no primeiro engodo, o do Collor de Melo, o povo aprendeu a não mais acreditar na mídia, e no segundo, o do Real do Ricupero do qual o FHC se apropriou, a decepção foi geral; aquilo foi um desafio a todos os “tús”! O que não se tinha e o com o qual, então, se ia. E não se ia com um pela ausência de outro, mas pela impossibilidade do convívio com o medo dos outros. E aqueles outros perderam na primeira derrota de José Serra à presidência da república. Perderam para o “tu” que ninguém mais era do que o “tu” mesmo. Claro! Óbvio e evidente!

Lula, que sabe onde a “porca torce o rabo”, já no primeiro pronunciamento como Presidente foi logo avisando que “Todos podem errar, menos eu”. É bastante possível que Lula estivesse se referindo à conivência da mídia com os erros praticados pelos anteriores representantes das elites: a omissão, o acobertamento, o apaniguamento. Mas provavelmente também sabia que estava falando sobre o que todo proletário aprende desde a infância: não importa de quem foi o erro, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Por mais que faça e aconteça o papagaio, periquito sempre levará a fama.

Daí ao golpe do mensalão foi só o tempo da armação do esquema de supervalorização de um corriqueiro caixa 2 de campanha. Ilícito, é verdade, mas inevitável pela recusa do Congresso em aprovar uma reforma política que defina outros meios de financiamento de campanhas políticas, diferentes daqueles com que a atual oposição sempre defendeu votos e/ou compensações em espécie. Defendeu, defende e defenderá  enquanto conseguir impedir o financiamento público de campanha, usufruindo de recompensações do já compensado e transformando a política num comércio onde se ganha na entrada e na saída, com elevados custos aos cofres públicos.

Enquanto conseguirem continuar enganando o público de que será menos lesado se o financista do político for o empreiteiro de obras de licitações pré definidas, a imprensa inescrupulosa continuará transformando custos gráficos em maiores esquemas de corrupção da história e obras superfaturas de metrô em trenzinhos de presente de natal.

E assim se deu o maior esforço corporativo de mídia de que já se teve notícia em qualquer país do mundo. A esse esforço envolveram-se, inclusive, políticos de alguma credibilidade e história a ser preservada, mas que naquele momento preferiram mandar tudo pro brejo, na esperança de Lula ir junto. Evocava-se uma hipócrita e pretensa ética gasta e puída, ostentada como nó de gravata de palhaço. Seguindo a mesma trajetória, até o Poder Judiciário meteu o dedo no prato da balança com tamanha desfaçatez que um ministro do Supremo Tribunal confessou, por moto próprio, que o indiciamento de José Dirceu resultou do poder persuasivo de uma faca no pescoço. Que ética democrática é essa onde o Poder Judiciário se deixa exercer por coação?

E quem coagiu? Mais do que o julgamento do Dirceu, que o quer e merece, isso tem de ser levantado, investigado e identificado. É preciso se eliminar esse poder por trás ou acima de poderes constituídos. Sem isso, impossível manter a civilidade de uma nação. Se não eliminado esse poder historicamente manipulado pelas elites mais retrógradas, toda essa conversa de éticos de ocasião é mera baba em auxílio àqueles que perpetuam esse país como um dos mais atrasados do mundo, a despeito de nossas dimensões.

Três dos quatro países maiores do que o Brasil assumiram posições de potências global. O Canadá, se nunca foi potência alcançou franca independência econômica e tecnológica, tanto quanto a Austrália que é menor do que nós. Nós, que compreendemos 2 Argentinas, jamais tivemos perante o mundo a mesma importância de nossa vizinha, mas não nos perguntamos por que só a partir do governo de um operário, da presidência de um popular, passamos a ter alguma significação perante a elite do mundo. Isso não nos tem significado.

O que é que nos incapacita de pensar sobre as razões de apesar de não termos a Patagônia, a Sibéria, as geleiras do norte do Canadá ou os desertos do sul dos Estados Unidos; fomos durante 5 séculos um dos mais pobres países do mundo? E isso independentemente do Brasil ter batido o recorde mundial de exportação de minérios no século 18 e de produtos agrícolas no 19.

Mas qual o significado que damos a essa realidade? Talvez também por depreender algo desse significado, o brasileiro tenha reeleito Lula em 2006.

Toda derrota tem um significado que, sendo decifrado, poderá servir como aprendizado. A elite brasileira, historicamente acostumada a ignorar a maioria do país, não conseguiu decodificar o significado de sua primeira derrota em toda a história e cometeu os mesmos erros ao longo do segundo mandato do governo Lula, negando conquistas internacionalmente reconhecidas, buscando se apropriar de feitos aos quais se opuseram com veemência, menoscabando resultados que surpreenderam ao mundo. Simultaneamente empurravam para o atual governo e sua candidata atos de suas próprias responsabilidades enquanto governantes. Novamente mentiram, promoveram ilações, lançaram acusações vazias e sem sustentação. Resgataram velhas calúnias já desmentidas e desacreditadas. Falsificaram documentos, inclusive de instituições oficiais estrangeiras, tentando forjar provas de crimes imaginados com tal improcedência que ao cumprimentar um distribuidor de tais falácias, ficamos em dúvida se estamos nos reportando a um completo imbecil ou alguém que nos toma por total imbecil.

Fica difícil saber se essa mentalidade implantada pela elite nos causa asco por alguém que a ela se sujeita ou comoção por uma vítima do condicionamento. É a podridão e a pobreza incrustada na impossibilidade de raciocínio, de percepção e de conclusão própria? Ou pessoas totalmente automatizadas, às quais o viver se resume em comer, beber, dirigir seus automóveis e ingerir qualquer porcaria que lhes surja pelo vídeo de uma TV ou do monitor de um computador, uma página de revista ou jornal, sem a menor condição de qualquer processo analógico, qualquer ensejo de conexão neural.

Provável que eventualmente experimentem algum estímulo sexual, mas não sugerem nenhuma  capacidade de satisfatório desempenho em atividades que idealizem compartilhamento de criatividade. No entanto, é como diz a sabedoria popular: nunca falta um pé torto pr’um chinelo velho e todos temos de torcer para que consigam se realizar em alguma coisa que os ajude a desenvolver um espírito crítico consequente, uma formação de opiniões coerentes, para que possam se tornar opositores de verdade, e que tanto contribuem e são necessários a qualquer governo, a qualquer país.  

Mas a que levará essa oposição debilitada, doentia, como se a confirma no exemplo do próprio candidato José Serra, cuja esposa depois de pega prevaricando por maledicências, acabou denunciada como hipócrita por suas ex-alunas. Situação desagradável e lamentavelmente correspondente a do marido que depois de ameaçado jurou de pé junto pela integridade de quem, no dia anterior, publicamente afirmara ignorar a existência. Isso pode ocorrer com quem pretende presidir um país, sem qualquer significação?

Um ridículo tão inconsciente de si que na tentativa de transformar em guerra religiosa a concorrência de poder por um estado laico, busca o auxílio de um Papa que se rebaixa ao apoio a um doentio falsário? Não bastasse a vergonha nacional de bolinhas de papel e incentivo à prostituição de “mocinhas bonitas” por votos de seus pretendentes, o representante das elites brasileiras ainda conspurca até a Santa Sé! Isso é que é ser santo do pau oco!

A vitória da Dilma Rousseff têm um significado incomensuravelmente maior do que a derrota de Serra que, como já havia previsto Marina Silva, perdeu perdendo. Mas a preocupação é: o que ganhou o eleitor de Serra com essa derrota?

Eleitores de Lula, mesmo após a vitória de Collor, sentiram-se ganhadores de experiência, de percepções da ilimitada baixeza da direita, expressa na execrável cena da utilização da mãe da Lorian ou na famosa montagem do debate pela Globo. Das duas campanhas em que vitorioso foi Fernando Henrique, talvez não nos tenha restado muito o que aprender, mas ainda assim experimentamos nossa paciência e até mesmo nossa esperança de que o adversário conseguisse nos devolver um país melhor do que aquele que já vinha tão fragilizado pelas inconsequências da ditadura, pelas frustradas tentativas econômicas do governo Sarney, e os desvarios faraônicos de Collor.

Desconfiamos muito da superdesvalorização do cruzeiro para a criação do Real, mas quando a coisa pareceu funcionar no primeiro mandato do FHC, até amornamos as críticas, ainda que muito nos doesse a desfaçatez do Sérgio Mota reconhecendo publicamente a compra de votos dos parlamentares para aprovação da mudança da Constituição para possibilitar reeleição de Fernando Henrique.

Foram três derrotas consecutivas, mas sequer nos passou pela cabeça a ideia de promover golpe, ou sequer de transformar dona Ruth em sacerdotisa de seita de consumo de ayahuasca. E em cada uma delas se aprendeu alguma coisa do eleitorado, a respeito e em respeito aos anseios do eleitorado. Assim construímos nossa vitória em 2002 e assim se construiu a vitória de Dilma, que nos têm o significado de consagração do governo Lula em inequívoca demonstração de que foi um excelente governo, reconfirmando um recorde de popularidade jamais experimentado por nenhum presidente brasileiro e invejado por seus colegas de todo o mundo, especialmente os que cumprem segundo mandato.

Mas o que mais me comove nesta vitória de Dilma, não é Dilma nem Lula, e sim o significado de que o eleitorado brasileiro não se deixa mais iludir por mentiras fáceis. Por maiores, por mais insistente, por mais manipuladas e ampliadas por uma mídia com todos os seus já extintos meios de persuasão, as mentiras já não tem mais o efeito que tiveram em 1989, quando a maioria dos mesmos que no dia 31 passado votaram em José Serra, então elegeram Collor de Melo.

Assim como a mídia, esses continuam os mesmos e conservados em seus sarcófagos, mas o eleitor brasileiro mudou bastante e talvez aí o descompasso que provoca a grande queda de tiragem de jornais e revistas, ou de audiência das emissoras de TV. Extinguem-se pela própria improficiência dos profissionais, editores e dirigentes. Sem qualquer censura ou impedimento.

Censuras também foram mentidas e inventadas. Mesmo depois de publicamente se verificar total insustentabilidade dessas mentiras, continuaram se repetindo apesar de que o que se dizia censurado, constar livremente em todas as telas, todos os jornais, todas as páginas de internet, onde se o quisesse. E fomos obrigados a assistir esse espantoso espetáculo de insanidade, muitas vezes apresentado por nossos vizinhos, colegas de trabalho, gente que sempre imaginamos merecedoras de algum respeito. Mas como respeitar a quem nos envia o que garante ser um documento ultra secreto do Pentágono, denunciando a montagem de um golpe para instauração de Lula como ditador do Brasil?

Fica difícil encarar uma pessoa dessas sem algum receio, uma desconfiança de que a qualquer momento acontecerá algo constrangedor. Como se confiar uma criança de colo à guarda de uma pessoa que ainda as vésperas das eleições insistia em me convencer de que Lula quer se perpetuar no poder? Ou que é sócio do Eike Batista? Que vai fugir para Dubai? Que Dilma vai quebrar o Brasil amanhã mesmo?

De qualquer forma, insofismável é que chegamos a uma vitória e, consequentemente, a uma derrota. Derrota também muito compreensível, mas que deixa a dúvida de qual será o comportamento desses hoje ex eleitores de José Serra? Se reintegrarão à realidade? Dessa vez tentarão tirar algum aprendizado da experiência da derrota? Compreender seu significado?

Não compreenderam coisa alguma ao longo dos 8 anos do governo Lula e, por sequer tentarem, acabaram contribuindo para eleição de Dilma de forma idêntica à qual contribuíram para a reeleição de Lula em 2006. E isso os militantes e eleitores de Dilma precisam reconhecer. É injusto negar que muito da vitória de Dilma se deva às mentiras e imbecilidades distribuídas pelo eleitorado de José Serra pela internet. Tanto quanto a desconversa do Paulo Preto ou a armação da Globo para transformar uma bolinha de papel em bólido não identificado, os eleitores de Serra também evidenciaram aos indecisos, aos então ainda não resolvidos, quais preocupações ocupam as mentes dos empedernidos opositores do governo Lula. Sem dúvida influíram em muita gente que não quis se identificar ou ser confundida com tantos preconceitos e incapacidade de discernimento do minimamente razoável.

Até mesmo muitos dos que não acreditavam em Lula, por estes motivos acabaram votando em sua reeleição de 2006. Por este mesmos motivo, agora também não foram poucos os que se convenceram em votar em Dilma. Talvez nem tanto pela presidente eleita nem por Lula, mas pelo reconhecimento de que a repetição dos mesmos erros contêm o significado de um velho ditado da sabedoria popular que reconhece humanidade no erro, mas, em sua repetição: animalidade.

*Raul Longo é jornalista, escritor e poeta. Mora em Florianópolis (SC), onde mantém a pousada “Pouso da Poesia“. É colaborador do blog “Quem tem medo do Lula?”.

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