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segunda-feira, 31 de maio de 2010

"Você é um péssimo presidente, mas um notável ser humano"



[caption id="attachment_6522" align="aligncenter" width="400" caption="Foto: Joel Saget / France Press"][/caption]



"Você é um péssimo presidente, mas um notável ser humano"


Por Laerte Braga (*)


Por Laerte BragaA frase é do jornalista Clóvis Rossi e foi dita ao presidente Luis Inácio Lula da Silva em meio a uma despedida. O jornalista sofreu uma queda num dos atos a que o presidente compareceu em sua última viagem ao exterior e relata num artigo tudo o que se seguiu ao fato.



No artigo de Clóvis Rossi há uma ressalva em torno da frase, lógico. Ao terminar o relato dos acontecimentos, dos socorros que lhe foram prestados pelo médico do presidente, pelo pessoal do Itamaraty, até a visita de Lula a ele e o envio de uma quentinha contendo uma paella, o jornalista afirma “tanto que me despedi brincando”.



Numa outra direção, se tirarmos a frase de um contexto estrito, o acidente que resultou no tombo de Clóvis Rossi, vamos encontrar uma percepção linear sobre a figura do presidente da República. Um ser humano.



Quando Luís Eduardo Magalhães, filho do senador Antônio Carlos Magalhães, faleceu vítima de um mal súbito cardíaco, o presidente da República, à época Fernando Henrique Cardoso estava em visita à Espanha. Recebeu ali a notícia da morte do deputado.



ACM era o principal aliado de FHC no Congresso e naquele momento útil ao processo de privatização do Brasil. Para a noite daquele dia estava previsto um encontro de FHC e o rei Juan Carlo.



A primeira providência de Fernando Henrique ao saber da morte de Luís Eduardo Magalhães foi reunir sua assessoria e avaliar se deveria ou não interromper a viagem, retornar ao Brasil, participar do velório e do enterro do filho de ACM. Medir o impacto de sua ausência, isso em relação a ACM e a necessidade de ter o senador como aliado no Congresso, ou não vir, enviar um representante por estar no exterior.



Quem se reportar ao noticiário do fato à época vai encontrar essa contradição fria de FHC. Devo ou não devo, quanto vale ACM em termos do projeto político tucano? A decisão teria que ser rápida. O noticiário que jornalistas que acompanhavam o presidente no exterior enviavam mantinha o suspense até que ao final FHC comunicou ao governo da Espanha que teria que vir ao Brasil diante da morte do filho de um importante aliado e retornaria em seguida para o encontro com o rei.



O que fez FHC decidir por vir foi a relação custo benefício, só isso. Nenhum sentimento de solidariedade, respeito, coisa assim.



Não é um ser humano. Ao contrário, é alguém desprezível, bem definido por Millôr Fernandes – “Fernando Henrique pensa que FHC é superlativo de PhD”.



Essa mesma característica, que é típica de pessoas perversas, arrogantes, pode ser registrada no dia em que policiais militares do Pará e pistoleiros contratados por latifundiários promoveram o massacre de Eldorado do Carajás. Assim que tomou conhecimento da boçalidade, disse que “quem procura acha e que os camponeses eram os culpados”. À noite, informado da repercussão negativa no exterior, da reação até de governos de países europeus sobre o massacre, mudou os termos de sua declaração. “Foi um ato de violência e vamos investigar até as últimas conseqüências”.



Há cerca de dois dias o candidato tucano e cria de FHC, José Arruda Serra chamou disse que o governo boliviano “fez corpo mole” em relação ao tráfico internacional de drogas. Referia-se a Evo Morales, presidente que não agrada a empresa ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A, da qual Arruda Serra é um dos principais funcionários no Brasil.



No dia seguinte, ao ser questionado sobre a exibição de sua imagem no programa da quadrilha DEM (alguns insistem em chamar de partido), em flagrante desrespeito à legislação eleitoral, disse o seguinte –“não é problema meu, foi o DEM que usou as imagens”.



Não é um ser humano.



Na cidade mineira de Juiz de Fora, uma das maiores do estado de Minas, cerca de 600 mil habitantes, menos de 200 quilômetros do Rio e pouco mais de 200 quilômetros de Belo Horizonte, o prefeito Custódio Matos, ex-deputado, ex-líder da bancada do PSDB na Câmara Federal, há cerca de uns catorze anos atrás, em campanha para tentar eleger seu sucessor, tomou conhecimento que uma pessoa havia morrido sem atendimento médico dentro de um posto de saúde da Prefeitura.



Questionado pelos jornalistas, respondeu irritado que “todo dia morre gente, foi só mais uma morte”.



Esse mesmo Custódio, envolvido no mensalão do senador Eduardo Azeredo, recorreu agora ao Tribunal de Justiça de Minas – e pior conseguiu – contra decisão de primeira instância que determinava o fornecimento de um medicamento específico a uma criança que, sem esse medicamento corre risco de vida.



Não é um ser humano.



Tucanos não são humanos. São aberrações e se manifestam assim na absoluta frieza e falta de princípios, dignidade, o que quer que seja em relação ao que não se lhes interesse, ou se lhes diga respeito.



No caso de FHC ele veio ao Brasil, participou das cerimônias de sepultamento do deputado Luís Eduardo Magalhães e retornou à Espanha. No caso de José Arruda Serra o candidato presidencial teve uma crise histérica ao ouvir de um assessor que o ex-governador de Minas, seu companheiro de partido, não aceitaria ser seu companheiro de chapa por vários motivos, um deles o seguinte – “se eu sou tão bom assim como eles dizem, o candidato a presidente deveria ser eu e não ele”



É que Arruda Serra afastou Aécio da disputa interna dentro do partido valendo-se de chantagens, ameaças, coisas típicas de tucano. E Aécio sabe disso..



No caso do prefeito de Juiz de Fora os cofres da Prefeitura estão lotados de recursos por conta de um aumento imoral do IPTU (há casos de aumento superior a 80%, com argumentos de reavaliação da área, essa conversa de tucano para meter a mão no bolso alheio). Entrou em choque com os servidores públicos que reivindicavam aumento mínimo diante da realidade, um dos seus esbirros, Vítor Valverde, ameaçou colocar a tropa na rua (tem complexo de general, comanda a Guarda Municipal) para reprimir servidores grevistas, a propina geral anda em torno de um milhão, no mínimo, por mês e é repartida com o ex-prefeito Alberto Bejani (aquele que foi preso pela Polícia Federal) e vai gastar os recursos públicos na campanha de seu rebento, um vereador candidato a deputado estadual.



Já a menina que necessita do medicamento, vital à sua sobrevivência, naturalmente vai dizer que “todo dia morre gente é só uma morte a mais”.



São crápulas lato senso.



A constatação do jornalista Clóvis Rossi sobre Lula ser “um notável ser humano”, dá a medida da diferença entre seres humanos, movidos a solidariedade, respeito, princípios, dignidade, e tucanos. E é um viés claro para explicar a popularidade do presidente da República. Ao contrário de FHC, ao lado de Paulo Maluf, os políticos mais rejeitados do Brasil.



Lula e humano, tucano não. DEM é só uma quadrilha, como o PPS de Roberto Freire. De quem dá mais, catando as migalhas, agora com a presença de Roberto Jéferson e seu PTB.



Um dos grandes dilemas do mundo contemporâneo e que tem preocupado pensadores, cientistas, compositores, o próprio ser esmagado na realidade brutal do noeliberalismo isso em todos os cantos é, exatamente, a desumanização do ser, sua transformação em mero objeto. José Ramalho fala isso numa de suas músicas “gado tangido”.



Gonzaguinha fez duas ou três músicas sobre o mesmo tema.



É como se uma invasão de robôs frios, insensíveis, cruéis, perversos, via mídia, no processo permanente de alienação do ser humano, estivesse se materializando. Na verdade e no caso do Brasil, são tucanos..



O jornalista Clóvis Rossi talvez não tenha percebido o alcance e o sentido amplo de sua afirmação. “Um notável ser humano”.



Mas é a diferença que existe entre um ser humano, Lula e seres frios e desumanos, FHC, Arruda Serra, Custódio, tucanos enfim.



A opção que os brasileiros vamos fazer é por aí. Ou somos humanos, ou vamos nos deixar ser conduzidos e transformados em gado de uma das mais repugnantes espécies políticas já produzidas em nossa história. Os tucanos.



O curioso disso é que Clóvis Rossi é jornalista da FOLHA DE SÃO PAULO. Um jornal de uma empresa que participou ativamente da repressão, da tortura e do assassinato de presos políticos à época da ditadura (emprestava seus caminhões para a desova de cadáveres). Uma empresa que detém o controle de um instituto de pesquisas, o DATA FOLHA e que omite dados significativos das pesquisas que faz e monta. Uma empresa que usa como slogan algo que sugira independência, “de rabo preso com o eleitor”, mas esconde que as pesquisas são pagas por tucanos no sentido amplo da palavra. Ou seja o rabo está preso sim e não é com o leitor. Mas com quem paga.



Tudo o que se move ao redor de José Arruda Serra.



Ah! Quando do chamado escândalo do painel do Senado, que envolvia os então senadores José Roberto Arruda e Antônio Carlos Magalhães, figuras proeminentes da base do governo FHC, o presidente de então já não precisava mais de nenhum deles, seu projeto estava praticamente implantado. Ao ser pedida sua opinião foi sucinto – “não é problema meu, é do Senado e o presidente não interfere nas decisões do Legislativo”. Tratou de impedir que a mídia, podre e venal, noticiasse o seu conhecimento do fato, o ter sido informado antes, o conhecer a priori a manobra e largou seus aliados à própria sorte.



Tucanos não são humanos e nem são notáveis.



Ou antes, quando seu amigo Caetano Veloso teve um problema na fronteira dos EUA com o México e ligou pedindo socorro. Mandou dizer que Caetano se virasse. É que, dias antes, o compositor e cantor havia feito algumas críticas ao governo de FHC e ele FHC imagina que é “Deus”.



Por ser humano e não ser tucano, é que Lula não é um péssimo presidente e tem um dos mais altos índices de aprovação dentre os presidentes brasileiros nos últimos tempos.



E por querermos continuar humanos, presumo pelo menos, é que José Arruda Serra não vai vencer as eleições. E nem é notável a despeito do esforço da grande mídia. É só uma figura repulsiva. Um tucano. Ou seja, “todo dia morre gente, é só uma morte a mais”.


*Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, onde mora até hoje, trabalhou no "Estado de Minas" e no "Diário Mercantil". É colaborador do blog "Quem tem medo do Lula?".

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