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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Militares fiéis trocam tiros com os rebeldes e conseguem resgatar Correa, que chega em segurança ao palácio presidencial

População vai às ruas para manifestar apoio ao presidente Rafael Correa, que se refugiou em hospital após ser agredido em praça pública. Foto: AP
Simpatizantes do presidente Rafael Correa foram às ruas durante a crise no Equador
Foto: AP
Correa é resgatado pelo exército e levado de volta ao palácio presidencial


Do site OperaMundi (atualizado às 23h42 e às 23h56)

Uma força militar entrou no hospital onde estava o presidente do Equador, Rafael Correa, e conseguiu resgatá-lo depois de trocar tiros com os policiais amotinados, informou o canal de TV venezuelano TeleSur. O presidente passa bem e foi levado para o palácio presidencial, no centro de Quito, onde era aguardado por uma multidão.

Ao chegar ao palácio, Correa discursou para os cidadãos que o esperavam e pediu um minuto de silêncio em memória das vítimas do dia de conflitos no país - pelo menos um morto e um número ainda incerto de feridos em tiroteios e pancadaria entre apoiadores do presidente e policiais amotinados.

"Como podem se chamar de policiais os que se comportaram desta maneira?", questionou o presidente, no discurso. "Agradeço a vocês que me acompanharam ao longo deste dia difícil".

Segundo ele, há uma noticia de que seriam cinco os feridos, e nenhum morto, nos distúrbios que oficialmente começaram por um protesto de reivindicação salarial e repúdio a uma lei de funcionalismo público recém-aprovada que retirou benefícios e alterou planos de carreira.

"Jamais aceitamos negociar nada, sob pressão, nada. Ninguém apoiou tanto a polícia quanto este governo. Ninguém melhorou tanto os salários da corporação. Neste momento, em que vi tanta agressividade, me senti traído", discursou, ainda que enfatizando que "não era toda a polícia" que se amotinou, e sim "alguns infiltrados".

Debaixo de aplausos e gritos da multidão, Correa aproveitou também para condenar o que chamou de uma "oposicao retrógrada que negava que o presidente estivesse sequestrado e pedia, em primeiro lugar, anistia".

No discurso, ele também agradeceu aos presidentes que condenaram o suposto golpe e demonstraram apoio ao seu governo, como os de Peru, Venezuela e México. Correa ainda citou especialmente o primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodríguez Zapatero, um dos primeiros a condenar qualquer tentativa de derrubar o governo eleito equatoriano.

Segundo a agência de notícias espanhola Efe, por volta das 21h (23h em Brasília), centenas de militares se aproximaram do cerco mantido pelos policiais em torno do hospital onde está o presidente, e houve troca de tiros transmitida ao vivo pela televisão pública.

A TeleSur, que contava com um correspondente no local dos fatos, informou que o tiroteio foi intenso, que há feridos baleados e que os militares conseguiram entrar no prédio. Em seguida, colocaram o presidente em um carro, que foi conduzido para o centro da cidade.

Correa estava no terceiro andar do prédio do hospital, onde passou dez horas impedido de sair pelos policiais rebelados. O Hospital da Polícia Nacional fica na periferia da capital equatoriana, perto do aeroporto - que também chegou a ser tomado pelos insurretos.

Mais cedo, o presidente deu entrevista à Rádio Pública do Equador e mencionou o receio que tinha de ser assassinado.


*Com agência Efe. 

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