André Lux
Filmes cuja temática aborda o sexo liberal (ménage a trois, troca de casais ou fantasias mais picantes consideradas tabu pela nossa sociedade hipócrita) geralmente descambam para um falso moralismo retrógrado que quase sempre acaba em brigas, assassinatos, extorsões ou coisas do gênero, como se a intenção fosse mostrar que essas práticas são erradas e degeneradas – isso depois de usá-las para tentar atrair o público e faturar nas bilheterias.
Só mesmo os franceses poderiam fazer um filme com esse tema de maneira humana, realista e madura. Assim, “Pintar ou Fazer Amor” (“Peindre ou Faire L'amour”) mostra a rotina de um casal de meia idade (os ótimos Daniel Auteuil e Sabine Azema) que vai morar numa casa de campo no interior do país. Fazem amizade com outro casal que mora nas redondezas e, aos poucos e com muita naturalidade, o roteiro vai mostrando a atração e cumplicidade crescentes entre eles que culmina numa surpreendente troca de casais.
A nova experiência deixa-os perplexos e amedrontados, tanto é que na manhã seguinte fogem sem rumo (e até provocam um acidente de carro). Mas ao mesmo tempo, a novidade reacende a chama do desejo entre eles.
O contraste dessas fortes emoções e os sentimentos dúbios que elas geram nos protagonistas são explorados de maneira muito sensível pelo casal de diretores Arnaud e Jean-Marie Larrieu (também autores do roteiro), sem nunca cair para reduções simplistas ou discursos moralistas.
Altamente indicado para pessoas sexualmente bem resolvidas, de mente aberta ou por aqueles que simplesmente procuram um bom drama com conteúdo erótico que respeita a inteligência e a sensibilidade do espectador.
Cotação: * * * *
André Lux, jornalista e crítico-spam, presta assessoria na área de comunicação e mantém o blog “Tudo em Cima” (http://tudo-em-cima.blogspot.com/).
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PressAA
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